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Estruturas de Madeira – CCE0186 Aula 03 Prof: Jair Gonçalves de Oliveira Borges jair.borges.estacio@gmail.com UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO – ENGENHARIA CIVIL Bases de Cálculo – NBR 7190 2Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Método das tensões admissíveis: neste método o dimensionamento é considerado satisfatório quando a máxima tensão solicitantes em cada seção é inferior a uma tensão resistente característica reduzida por um coeficiente de segurança. Limitação: utiliza-se um único coeficiente de segurança para expressar todas incertezas independente da origem. Esta limitação fica superada quando se utiliza o Método dos Estados Limites, no qual são utilizados fatores de forma diferenciada às cargas e às resistências. Métodos de Cálculo 3Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Método dos estados limites últimos: um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer um de seus objetivos. Podem ser Estados Limites Últimos(ELU) ou Estados Limites de Serviço(ELS). ELU – está associado a ações excessivas e consequente colapso da estrutura, devido a: perda de equilíbrio como corpo rígido, ruptura de ligação ou seção e instabilidade em regime elástico ou não. ELS – está associado a cargas de serviço e incluem: deformações excessivas e consequente dano a alvenarias e esquadrias, vibrações excessivas e consequente mau funcionamento de equipamentos e desconforto dos usuários. Métodos de Cálculo 4Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 ELU – a garantia de segurança é dada pela equação: Sd – solicitação de projeto Rd – resistência de projeto Fi – cargas ϒfi – coeficientes de majoração das cargas ϕ – coeficientes de redução da resistencia ELU 5Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 As ações – cargas e deformações – impostas a uma estrutura são classificadas de acordo com a taxa de variação ao longo do tempo de vida da construção em: Permanentes (pequena variação) – Ex: Peso próprio, deslocamentos de apoio, fluência. Variáveis (grande variação) – Ex: Carga de utilização, vento, cargas móveis, variação de temperatura. Excepcionais (duração extremamente curta além de baixa probabilidade de ocorrência. Ex: explosões, terremotos. Normas sobre cargas: NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações. NBR 7189 – Cargas móveis para projeto estrutural de obras ferroviárias. NBR 7188 – Cargas móveis em pontes rodoviárias e passarelas de pedestres. Ações atuantes 6Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 NBR 8681 – Ações e Segurança nas Estruturas – fixa critérios de acordo com Estados Limites. As solicitações de projeto podem ser representadas pela expressão: Onde: ϒf1 – coeficiente ligado a dispersão das ações. Tem valores de 1,15 para cargas permanentes e 1,30 para cargas variáveis. ϒf2 – coeficiente de combinação de ações, considera a baixa probabilidade de atuação de simultânea de duas ações variáveis de diferentes naturezas com seus valores característicos; ϒf3 - coeficiente relacionado com tolerância de execução, aproximações de projeto, diferenças entre esquema de cálculo e o sistema real, tem valores da ordem de 1,15. Combinação de Ações (NBR 8681) 7Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 A expressão anterior pode ser simplificada fazendo: ϒf1 x ϒf3 = ϒf e afetando cada solicitação de um fator de combinação ψ0 equivalente ao coeficiente ϒf2 . Obtendo-se então para combinações normais e aquelas referentes a situações provisórias de construção: G= carga permanente Q1 = ação variável dominante Qi = ação variável que pode ocorrer simultaneamente com Q1 ϒg = coeficiente de majoração da carca permanente ϒq = coeficiente de majoração da carca permanente Ψ0 = fator de combinação de ações no estado limite de projeto. Combinação de Ações (NBR 8681) 8Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 As ações excepcionais (E) são combinadas com outras ações de acordo com: Resistencia de cálculo ou de projeto (Rd) é dada por: ϒm – depende do tipo de solicitação considerada Kmod – considerada a influencia de diversos fatores, tais como tempo de duração da carga, na resistência de uma peça estrutural. Estado limite de utilização – é preciso verificar o comportamento da estrutura sob ação de cargas em serviço. Assim, as cargas são combinadas sem majorar seus valores (ϒf =1,0) Combinação de Ações (NBR 8681) 9Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Combinações normais (referentes a ações decorrentes do uso previsto da estrutura) Combinações de construção ou especiais referentes a ações de construção ou ações especiais (decorrentes de uso não previsto na estrutura): Combinações excepcionais (ação excepcional E) No caso de combinações de construção e excepcionais em que Q1 tiver tempo de atuação muito pequeno, o coeficiente Ψ0 pode ser tomado igual a Ψ2 . Para levar em conta a maior resistência da madeira a ações de curta duração (vento, frenagem ou aceleração) nas combinações normais em que esta ações forem consideradas principais (Q1) os seus valores deverão ser reduzidos de, multiplicando-os por 0,75 Bases de cálculo segundo a NBR 7190 10Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Bases de cálculo segundo a NBR 7190 11Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Exemplo 1 12Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Uma treliça de cobertura em madeira está sujeita aos seguintes carregamentos verticais distribuídos por unidade de comprimento (valor positivo indica carga no sentido da carga gravitacional). Calcular as ações combinadas para o projeto no ELU de acordo com NBR7190 Peso próprio + peso da cobertura G=0,8kN/m Carga acidental Q=1,5kN/m Vento V1 (sobrepressão) V1=1,3kN/m Vento V2 (sucção) V2=-1,8kN/m Exemplo 1 13Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Solução: sendo três ações variáveis (Q, V1 e V2), em que duas (V1 e V2) são mutuamente excludentes e de sinais contrários, teremos três combinações: C1=1,4G+1,4Q+1,4 Ψ0 V1 = 1,4x0,8+1,4x1,5+1,4x0,5x1,3=4,1kN/m C2=1,4G+0,75x1,4V1+1,4 Ψ0 Q= 1,4x0,8+0,75x1,4x1,3+1,4x0,4x1,5=3,3kN/m C3=0,9G-0,75x1,4xV2=0,9x0,8-0,75x1,4x1,8=-1,2kN/m Os elementos de madeira devem ser dimensionados de acordo com as combinações C1 e C3. Para combinação das peças de ligação metálicas as combinações C2 e C3 devem ser recalculadas omitindo o fator 0,75 multiplicador da ação do vento. Resistencia de Projeto (Rd) 14Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 A tensão resistente de projeto é dada por: fk – resistência característica obtida através de ensaios padronizados ϒm - coeficiente de minoração Resistencia de Projeto (Rd) 15Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O coeficiente kmod leva em conta a influencia de diversos fatores na resistência da madeira e é obtido por : kmod1= leva em conta o tipo de produto de madeira empregado e o tempo de duração da carga; kmod2 - considerao efeito da umidade kmod3 - leva em conta a classificação estrutural da madeira Resistencia de Projeto (Rd) 16Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 kmod1 Para levar em consideração o tempo de duração da carga sobre a resistência são definidas classes de carregamento. O fator kmod1 será determinado de acordo com a classe de carregamento de combinações e o tipo de produto de madeira. Resistencia de Projeto (Rd) 17Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 kmod2 Para levar em consideração o efeito do grau de umidade nas propriedades da madeira são definidas classes de umidade O fator kmod2 será determinado de acordo com a classe de umidade de combinações e o tipo de produto de madeira. Resistencia de Projeto (Rd) 18Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 kmod3 Como os valores de resistência característica são obtidos de ensaios em corpos- de-prova sem defeitos é preciso ajustá-los através do coeficiente kmod3 em função da categoria estrutural da madeira utilizada, que podem ser duas: 1º categoria: todas as peças classificadas como isentas de defeitos por inspeção visual e classificação mecânica de modo a garantir a homogeneidade da rigidez das peças componentes do lote. 2º categoria: quando não forem aplicados ambos os métodos de classificação inspeção visual e classificação mecânica. Resistencia de Projeto (Rd) 19Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Classes de Resistência Se a indicação da madeira a ser usada no projeto é feita com base na espécie( e não pelo sistema de Classe de Resistencia) utilizam-se valores médios das propriedades mecânicas obtidos de ensaios realizados em laboratório. Tabela A.1.1 e A.1.2 Resistencia de Projeto (Rd) 20Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Resistencia de Projeto (Rd) 21Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Resistencia de Projeto (Rd) 22Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Exemplo 2 23Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Uma treliça de madeira está sujeita a combinações normais de ações. Após a determinação dos esforços solicitantes para estas combinações de ações, verifica-se se os elemento da treliça atendem aos critérios de segurança no estado limite último. Determinar a tensão resistente de projeto à tração paralela às fibras ftd, sabendo-se que será utilizada madeira serrada de pinho-do-paraná e o local da construção tem umidade relativa do ar igual a 80%. Exemplo 2 24Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Solução: Na Tabela A.1.2, obtem-se o valor médio de resistência a tração paralela às fibras referentes a condição padrão de umidade. O valor de resistência característico é obtido através das relações da Tabela 3.8. Para obter tensão resistente de projeto utilizamos a seguinte equação: Onde ϒw = 1,8 (retirado Tabela 3.8) Exemplo 2 25Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Kmod = kmod1 x kmod2 x kmod3 Da tabela 3.10 Da tabela 3.12 Da tabela 3.13 Logo, teremos: Módulo de Elasticidade 26Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Nas verificações no ELU em que os esforços dependam da rigidez adota-se valor efetivo do módulo de elasticidade na direção das fibras como: Ec,ef = kmod1 x kmod2 x kmod3 x Ec Onde Ec é o valor médio de elasticidade obtido de ensaio de compressão às fibras Estado Limite de Utilização 27Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Devem ser considerados: Estado limite de deformação excessiva, caracterizado por deslocamentos que prejudiquem o uso da estrutura; Estado limite de vibração excessiva, caracterizado por danos à construção ou desconforto dos usuários. Combinação de Ações 28Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 As ações são combinadas sem majoração; Os valores das ações variáveis Qj são multiplicados por fatores ψk(k=1 ou 2) para se obter: - Valores frequentes ou de média duração = ψ1Qj - Valores quase-permanente, ou de longa duração = ψ2Qj Combinação de Ações 29Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 As combinações de longa duração adotadas no controle usual de estruturas são expressas por: Onde as ações variáveis Qj são combinadas com seus valores quase- permanentes. As combinações de média duração(frequente), curta duração (rara) e de duração instantânea são adotadas em ordem crescente de rigor no controle de deslocamento Estado Limite de Deformação Excessiva 30Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Inclui a verificação dos deslocamento elásticos (instantâneos) e dos deslocamento devido a deformação lenta (fluência), onde o coeficiente de fluência varia em função da classe de umidade e do tempo de duração da carga; Estado Limite de Deformação Excessiva 31Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Exemplo 3 32Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Uma estrutura será construída com uma madeira da espécie Louro Pardo, cujas propriedades mecânicas médias referidas ao grau de umidade 15% são: Será utilizada madeira serrada de 2ª categoria e o local da construção tem umidade relativa do ar igual a 70%. Determinar as tensões resistentes à tração e à compressão paralela às fibras e a cisalhamento paralelo às fibras em vigas, para uma combinação normal de ações. Exemplo 3 33Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 fcn = 0,25fc = 0,25x61 = 15,3MPa ft = fM= 123MPa Esses valores devem ser corrigidos para a condição padrão de umidade (U=12%) Os valores característicos são obtidos da tabela 3.8 assim como os coeficientes de minoração Exemplo 3 34Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 O valor de resistência de cálculo é obtido de: kmod1=0,7 (carregamento de longa duração) kmod2=1,0 (classe de umidade 2) kmod3=0,8 (madeira serrada de 2ª categoria) Exemplo 4 35Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 Uma viga está submetida a carregamentos permanentes de grande variabilidade (g), cargas acidentais (q) de longa duração e pressão do vento (w). Sabe-se que as ações valem g = 40 N/m, q = 10 N/m e w = 20 N/m. Pede- se: a) a avaliação das combinações para estado limite de utilização; b) a determinação do valor do momento de cálculo (MB,d) na seção B, para estado limite último. Exemplo 4 36Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 g = 40 N/m, q = 10 N/m e w = 20 N/m. grande variabilidade (g), cargas acidentais (q) de longa duração e pressão do vento (w) a) a avaliação das combinações para estado limite de utilização; F=40+0,2x10+0x20=42N/m Exemplo 4 37Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186 g = 40 N/m, q = 10 N/m e w = 20 N/m. grande variabilidade (g), cargas acidentais(q) de longa duração e pressão do vento (w) b) a determinação do valor do momento de cálculo (MB,d) na seção B, para estado limite último. C1 = 1,4x40 + 1,4x10 + 1,4x0,5x20= 84N/m C2 = 1,4x40 + 0,75x1,4x20 + 1,4x0,4x10=82,6 N/m Para C1 MB,d = 84x(0,8)2/2 =26,88 N.m Para C2 MB,d = 82,6x(0,8)2/2 =26,43 N.m Bases de cálculo segundo a NBR 7190 38Profº Jair Borges Estruturas de Madeira – CCE0186
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