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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS PORTO ALEGRE CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO SARA SANTOS MYRON A Segurança do Trabalho na (In) Segurança Pública: Percepção de risco entre policiais Trabalho de conclusão de curso Porto Alegre, abril de 18 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS PORTO ALEGRE CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO SARA SANTOS MYRON A Segurança do Trabalho na (In) Segurança Pública: Percepção de risco entre policiais civis Trabalho de conclusão de curso como requisito parcial para a obtenção do certificado de Técnico em Segurança do Trabalho. ________________________________ Adriana Oliveira de Pinho Porto Alegre, abril de 18 RESUMO A percepção de risco nas diversas atividades da profissão policial será analisada nesse trabalho. Baseando-se em resultado de uma pesquisa (questionários quantitativos) realizada com policiais civis em uma delegacia de polícia da cidade de Alvorada/RS o estudo procura verificar quais situações de trabalho são percebidas como situações de risco, bem como suas definições e outras correlações como idade, tempo de serviço com a maior ou a menor sensação de perigo. Objetiva-se dar maior visibilidade a essa profissão no que tange a estudos direcionados na área da segurança do trabalho. Palavras-chave: segurança do trabalho, percepção de segurança, saúde do trabalhador. 4 1. A SEGURANÇA DO TRABALHO E A INSEGURANÇA POLICIAL 5 1.2 A ESTRUTURA DA SEGURANÇA PÚBLICA NO RIO GRANDE DO SUL 8 1.3 AMBIENTE DE TRABALHO 9 1.4 AS ESPECIFICIDADES DO TRABALHO DO POLICIAL CIVIL 11 1.5 POLÍCIA CIVIL E SAÚDE MENTAL 14 2. ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO: FORMULAÇÃO DE QUESTÕES 15 2.1. PERFIL DO POLICIAL: IDADE, GÊNERO E TEMPO DE PROFISSÃO 16 2.1.1 PERCEPÇÃO DO RISCO 17 2.1.2. RISCOS CONSIDERADOS MÉDIOS: UTILIZAÇÃO DE ACESSÓRIOS 18 2.1.3. RISCOS CONSIDERADOS GRANDES: DILIGÊNCIAS E OPERAÇÕES 19 2.1.4. MÉDIO E/OU GRANDES RISCOS: PLANTÃO, INTIMAÇÃO, AGRESSÃO MORAL 21 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 22 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25 5. ANEXOS 28 5 1. A SEGURANÇA DO TRABALHO E A INSEGURANÇA POLICIAL Foi-se o tempo em que a polícia podia agir como bem entendesse. Antes, a justiça era feita de forma truculenta, o que gerava medo geral na comunidade. Quem deveria proteger era temido, mas provavelmente não temia menos aos riscos nos quais estava envolvido. A polícia civil, que tem o dever de combater a criminalidade é frequentemente alvo de situações de risco ao envolver-se com os mais diversos problemas da sociedade (homicídios, drogas, violência, etc.). Este é inerente nessa atividade e certamente interfere em sua rotina e em sua saúde mental. O policial deve estar sempre pronto para ajudar e agir. A atuação desse profissional vem sendo amplamente divulgada pela mídia, em alguns momentos são vistos como vilões e em outros, como vítimas. A palavra risco, tão difundida em nosso cotidiano, pode significar algum acontecimento negativo futuro relacionado aos mais diversos meios. No dicionário Houaiss encontramos a seguinte definição: ameaça física para o homem e/ou para o ambiente. Para Minayo (2002) o conceito de risco mais amplamente utilizado se aproxima a um perigo mais ou menos definido ou a probabilidade de perigo. De acordo com Ayres (1999 p.57) "as condições que afetam a vulnerabilidade individual são de ordem cognitiva (informação, consciência do problema e das formas de enfrentá-lo), comportamentais (interesse e habilidade para transformar atitudes e ações a partir daqueles elementos cognitivos) e sociais (acesso a recursos e poder para adotar comportamentos protetores)". Manuel e Soeiro, 2010, p.152 relatam que “Assim, entendendo-se os incidentes críticos como qualquer situação vivida causadora de reações intensas a diversos níveis, interferindo na capacidade de desempenho no trabalho, poderão supor-se implicações não só a nível profissional, mas também pessoal familiar e social, tornando-se o seu conhecimento e prevenção fundamentais. Tal conhecimento parece então ser um passo essencial para delinear soluções e intervenções mais adequadas no sentido de evitar o impacto negativo dos incidentes críticos no dia-a-dia.” Segundo Felix (2009, p.156) há alterações nas percepções quando estas dizem respeito ao “crime e medo determinam uma geometria sócio- espacial, 6 provocam mudanças nos valores e nas percepções espaciais, deterioram os espaços urbanos, alteram os níveis de concentração ou esvaziamento e criam espaços de medo.” Há poucos trabalhos envolvendo a atuação do técnico de segurança do trabalho em instituições de segurança pública, principalmente no que tange à percepção de riscos. Geralmente, as próprias instituições públicas são responsáveis pelas pesquisas com seus servidores, mas estas na grande maioria se referem a atualizações cadastrais entre outros aspectos gerais. Já as instituições privadas preocupam-se mais em coletar e analisar esses levantamentos objetivando oferecer serviços mais qualificados. Neste contexto, gera-se oportunidade, na área da Segurança do Trabalho com relação à pesquisa e análise acurada desse assunto e para desenvolvimento dessa pesquisa. Para compreender os fatores que se encontram subjacentes a um número tão elevado de acidentes, há uma demanda no sentido de mudar as abordagens tradicionais dos estudos sobre segurança no trabalho, que até o momento caracterizavam-se por analisar problemas pontuais, tais como os relacionados com o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), implantação das medidas de proteção coletiva, treinamento, punição, educação dos trabalhadores, não cumprimento das normas de segurança e dos procedimentos. De acordo com Gonçalves Filho, Andrade e Marinho (2013), introduzindo o conceito de cultura de segurança, indicam que existe uma nova tendência para a segurança do trabalho que seria abordagem mais ampla, como, por exemplo, procurar identificar os impactos dos diversos fatores organizacionais, tais como a gestão, o planejamento e a cultura, na segurança do trabalho. Referem os autores que se deve dar importância para a cultura de segurança no local de trabalho. Este conceito teria surgido em meados dos anos oitenta após o resultado de análise do acidente da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Ressaltam que “Os erros e violações de procedimentos que contribuíram, em parte, para este acidente foram interpretados como sendo uma evidência da existência de uma fraca cultura de segurança em Chernobyl, em particular, e na indústria soviética, em geral”. 7 Nesse contexto, definiu-se a cultura de segurança como um conjunto de características e atitudes das organizações e dos indivíduos, que garante que a segurança de uma planta nuclear, pela sua importância, terá a maior prioridade. Turner e outros (apud Gonçalves Filho, Andrade e Marinho, 2013) apresentaram uma definição de cultura de segurança a salientar aspectos culturais. Para os autores, essa cultura corresponderia “a um sistema de significados partilhados por um determinado grupo sobre segurança e que pode ser definido como o conjunto específico de normas, crenças, funções, atitudes e valores dentro de uma organização, com o objetivo de minimizar a exposição dos empregados, clientes, fornecedores e do público em geral das condições consideradas perigosas ou que causem doenças”. Ruiz e Araújo (2012) acrescentam que na atualidade algunsdocumentos nacionais e internacionais têm mencionado a importância da inclusão dos aspectos ou fatores psicossociais nas análises de riscos, que tradicionalmente contemplam apenas aspectos objetivos: químicos, físicos e biológicos. A norma reguladora 33 (segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados) também atenta para os “fatores de riscos psicossociais”: “Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as NRs 07 (programa de controle médico de saúde ocupacional) e 31 (segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura,exploração florestal e aqüicultura) incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional − ASO. (BRASIL, 2006, p. 3)” Juntamente com a diversidade de dados a serem pesquisados, existem também, diversas formas de visualização e interpretação dos dados, normalmente através de tabelas, resumos, questionários ou gráficos. Segundo VAZ-SERRA (2005) quando um indivíduo desenvolve uma percepção, esta pode ser real ou distorcida, e se não tiver controle sobre uma ocorrência, surge o estresse sobre o qual o indivíduo desenvolve um conjunto de estratégias para resolver o problema e atenuar o sofrimento. A construção do conhecimento sobre risco na profissão policial não está restrita a questões informativas, mas envolve, além disso, a percepção que o indivíduo tem do problema, isto é, a compreensão e capacidade de assimilação dessas informações. A transformação desse conhecimento na adoção de práticas que proporcionem maior proteção é mediada por questões de gênero, classe, 8 idade entre outros componentes sociais. O poder do conhecimento na mudança de comportamento depende das alternativas e perspectivas que se apresentam para essa categoria. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi descrever o nível de conhecimento e percepção de risco dos policiais civis de uma delegacia na cidade de Alvorada/RS. Entre os objetivos específicos proponho: - Analisar, através de questionários quantitativos, qual o significado de risco para esses profissionais da segurança pública; - Identificar em quais atividades eles sentem mais risco; Saliento que a aplicação do questionário foi realizada em uma delegacia de polícia no município de Alvorada, Rio Grande do Sul. 1.2 A ESTRUTURA DA SEGURANÇA PÚBLICA NO RIO GRANDE DO SUL Organograma Figura 1: organograma da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul A polícia civil é um dos órgãos da Secretaria de Segurança Pública, juntamente com a Brigada Militar, Instituto Geral de Perícias e SUSEP. É uma 9 instituição estatal, com o efetivo defasado, a corporação tem o objetivo de realizar investigações e repressão ao crime. O estudo foi realizado em uma Delegacia de polícia na região Metropolitana de Porto Alegre. Contando com quatorze policiais, esta delegacia faz trabalhos de investigação e registro de ocorrências das mais variadas espécies, somente não são lavrados os flagrantes. Acerca do conceito de segurança pública, o policial deve ater-se ao de segurança pessoal. Esta envolve práticas e técnicas para a preservação de sua integridade física. O correto uso dos equipamentos fornecidos pelo Estado (coletes a prova de balas e armas), procura garantir o mínimo de segurança para esse trabalhador. Envolvendo-se com os diversos tipos de ocorrências, os policiais estão constantemente envolvidos com o risco físico e também psicológico. 1.3 AMBIENTE DE TRABALHO O prédio onde funciona a delegacia tem aproximadamente vinte anos, é de alvenaria, pintado nas cores padrão branca e cinza e compõe-se de dezenove cômodos. São sete salas onde funcionam os cartórios, três banheiros, uma cozinha, duas celas para presos, um alojamento dos plantonistas e demais salas de espera. Encontra-se em péssimo estado de conservação, sendo que existem goteiras e umidade ocasionando assim riscos físicos. Piso rachado na sala de circulação e plantão, iluminação deficiente e azulejos caindo na cozinha e banheiros, geram riscos de acidentes. 10 Figura 2. Azulejos do banheiro Além disso, os extintores estão vencidos há mais de três anos e o botijão de gás encontra-se no interior da cozinha e existe apenas uma porta para entrada/saída contrariando o disposto na norma regulamentadora vinte e três (proteção contra incêndios). Figura 3. Extintores da sala de espera 11 Há também cadeiras em mau estado de conservação, sem regulação, com estofamento rasgado, braço quebrado e falta de rodinhas, mesas muito altas ou baixas demais gerando falta de conforto e eficiência na atividade, ou seja, riscos ergonômicos. Figura 4. Cadeiras da sala de atendimento 1.4 AS ESPECIFICIDADES DO TRABALHO DO POLICIAL CIVIL O aumento da violência, tema plenamente veiculado na mídia, é motivo de preocupação de governantes, legisladores, pesquisadores e da população de modo geral, especialmente daquelas que a ela estão mais expostas nos grandes centros urbanos e região metropolitana. São diversas ocorrências de homicídios, suicídios e acidentes de trânsito que certamente geram alguns agravos à saúde que influenciam as taxas de violência. Desta forma, a instituição polícia civil e seus integrantes assumem papel relevante em função de suas atribuições constitucionais de preservação da 12 incolumidade pública. Seu trabalho visa reduzir os índices de violência, mas ao mesmo tempo os policiais civis são indivíduos que estão permanentemente expostos às diversas formas de violência. Cabe então discutir o seu impacto nas condições de saúde mental desses profissionais da segurança pública. Para compreender a atividade policial, faz-se necessário considerar que as instituições policiais estão embasadas a partir dos princípios de hierarquia, disciplina e unidade de procedimento, ou seja, procedimento padronizado para todos os policiais. Hierarquia se dá em relação aos cargos mais altos como os de delegados e de chefes de polícia. De forma que as transgressões são punidas de forma rigorosa e tem reflexos nas relações entre os diversos níveis hierárquicos nessas instituições. As atribuições diárias dos integrantes da polícia são eminentemente civis, tais como a investigação para a preservação e restauração da ordem pública. Envolvem também o contato frequente com a sociedade, em condições e situações muitas vezes complexas. Goldstein (2003, v. 9, p. 325) que escreveu sobre a relação entre polícia e sociedade, indica que o maior percentual de tempo gasto pelos policiais trata não somente de questões relacionadas à criminalidade, mas também de questões pessoais ou interpessoais. Essa característica, de acordo com esse autor, exige que o policial seja capaz de fazer “uso apropriado de autoridade e de agir sob estresse.” (Goldstein, 2003, v. 9, 41, p. 336). As dificuldades impostas ao policial no exercício de sua profissão incluem ter que lidar com a violência urbana em suas diversas formas de expressão, e também com situações opostas e ter que responder adequadamente a todas elas. Portanto, o policial deve ter capacidade de se 13 adaptar facilmente às mudanças, inclusive as emocionais. De forma que não podemos desconsiderar que situações de conflito despertam sentimentos e emoções nas pessoas envolvidas. As ocorrências policiais caracterizam-se por serem imprevisíveis e variáveis. Com isso torna-se impossível enumerar todas as situações que podem ocorrer e, porconseguinte, necessitam da intervenção da polícia. (Muniz, 1999, p. 82). Portanto quanto mais alto é o grau de variabilidade envolvido no seu trabalho mais significativa é a carga psíquica envolvida. A partir dessas características das situações com as quais ele tem que lidar, torna-se necessário que o policial esteja preparado para atender a todas as demandas, escolhendo a forma de abordagem mais adequada em cada atuação. Cotidianamente o policial convive com situações que o expõem a risco de morte, acidentes e a outras condições que o deixam vulnerável e suscetível a sentimentos de ansiedade e angústia. E a vulnerabilidade de cada servidor em ser afetado por essas condições e situações vai depender de inúmeras variáveis, inclusive no que diz respeito a sua história pessoal e às circunstâncias atuais profissionais, sociais, financeiras, entre outras. Independentemente disso, o trabalho policial deve ser demandado onde e quando for necessário, o que significa que o policial se expõe a condições variáveis, que podem ser fonte também de desgaste físico. Como por exemplo, a sua jornada de trabalho com trocas de turnos, e a exposição a ruídos excessivos. 14 1.5 POLÍCIA CIVIL E SAÚDE MENTAL Não há como não vincular a vivência da atuação dos policiais com o sofrimento psíquico relacionado ao trabalho. Por isso, a saúde mental dos policiais tem sido tema recorrente noticiário nacional que mostra que é cada vez mais comum as licenças-saúde por transtornos mentais. De acordo com estudo Silva e Vieira (2008) o número de suicídios entre os integrantes das instituições policiais, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, têm sido considerados preocupantes por essas instituições que, em função disso, tomam medidas diversas para lidar com esses problemas. Os autores também mostram que são frequentes os comportamentos decorrentes do uso abusivo de bebida alcoólica e os de transtornos de humor, como a depressão. Tal estudo sugere que o exercício dessa atividade profissional impõe uma sobrecarga específica a esses policiais porque essa condição pode contribuir para o adoecimento psíquico. Moraes, Marques, Pereira (2000) em relatório de pesquisa sobre diagnóstico de qualidade de vida e estresse no trabalho da Polícia Militar de Minas Gerais, constataram que o ambiente, o clima organizacional e os inter-relacionamentos foram percebidos pelos policiais como as maiores fontes de pressão de seu trabalho. Também relatam que a questão salarial é condição que contribui para a insatisfação dos policiais, podendo levar à prática de comportamentos violentos, ao aumento da pressão, do estresse ocupacional, e à deterioração do nível de qualidade de vida no trabalho. O papel do policial em ambiente de alta criminalidade, não pode ser desconsiderado. Isto o expõe necessariamente a práticas de violência, tanto 15 aquelas decorrentes de sua atividade quanto as que são dadas em resposta à sua atuação. Ou seja, a atividade do policial o expõe necessariamente a situações nas quais a violência está envolvida, ela está no centro dessa atividade. Parece que os próprios policiais são vítimas dessa violência, em função do fato de terem que conviver diariamente com ela. Mesmo com a presença de distúrbios emocionais entre esses profissionais, também é possível encontrar alguns que trabalham nessas instituições sem apresentar distúrbios dessa natureza. Isso nos faz inferir que a relação saúde-doença depende “do espaço de possibilidades objetivas encontradas pelos trabalhadores e também de estratégias individuais desenvolvidas dentro dessas limitações.” (Batista, 2002). Então, mesmo que os determinantes do adoecimento do trabalhador sejam sociais, a expressão desse sofrimento é expressa de forma individual e singular. 2. ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO: FORMULAÇÃO DE QUESTÕES O objetivo do trabalho foi mapear as condições de trabalho com a percepção de risco sentida pelos policiais civis de uma delegacia da região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Para tanto, foi desenvolvido um questionário quantitativo (modelo anexo), nele solicitou-se colocar um grau de risco (pequeno, médio ou grande) para cada situação de trabalho, em qual local e momento sentia que o risco era mais elevado. Além disso, para melhor compreensão de risco na função policial foram solicitados também dados básicos como idade e tempo de serviço na função. E, a partir desses dados, ressalta-se a importância do técnico em segurança do trabalho estar atento a essas variáveis 16 para poder tomar atitudes certas como o encaminhamento a profissionais especializados. 2.1. PERFIL DO POLICIAL: IDADE, GÊNERO E TEMPO DE PROFISSÃO Com a aplicação e respostas dos questionários foram aparecendo diversas possibilidades de análise. A percepção de risco foi operacionalizada por meio de questões em que o respondente classifica seu risco de vida no trabalho e fora dele uma escala com as categorias: risco pequeno, risco médio e risco grande. Analogamente ao nível de informação, outras categorias foram criadas a partir do cruzamento a percepção do risco com atividades desempenhadas no trabalho ou em momentos de lazer. Delimita-se a discussão em função do grau de risco percebido nas atividades policiais, idade e tempo de profissão. Dos quatorze profissionais lotados na delegacia em questão, dez responderam à pesquisa e todos respondentes são do sexo masculino. Ou seja, foram entregues questionários para quatorze profissionais sendo que dez responderam à pesquisa. Figura 5. Idade, tempo de serviço 17 A figura cinco mostra que maioria dos policiais dessa delegacia de polícia tem idade em torno de cinquenta anos e são do sexo masculino. E o tempo de profissão é de uns trinta anos. Ou seja, na maioria dos casos a idade e o tempo de profissão são equivalentes e proporcionais. A forma de ingresso da Polícia Civil gaúcha exige há aproximadamente dez anos, candidatos com curso superior completo. Este fato faz com que pessoas com idade acima de vinte e cinco anos acabem concorrendo ao cargo. Com relação aos policiais que tem em média quarenta e cinco anos trata-se, na maioria, de equipes que ingressaram na carreira nos anos setenta e oitenta. Naquela época, as exigências para ingresso e curso de formação eram diferentes das demandadas na atualidade. Era exigido o ensino fundamental e posteriormente o ensino médio completos. O curso de formação que atualmente tem a duração de seis meses, antes durava apenas a metade desse tempo. O que pode ter reduzido o número de aulas práticas. Por isso, o fator idade e curso de formação também poderiam ter influenciado na percepção de risco. 2.1.1 PERCEPÇÃO DO RISCO PORTAR CARTEIRA FUNCIONAL/DISTINTIVO UTILIZAR COLETE BALÍSTICO PORTAR ARMA/ALGEMAS VOLANTE FALTA DE TREINAMENTO PROFISSIONAL AGRESSÕES FÍSICAS ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO AGRESSÕES MORAIS POSSIBILIDADE DE ADQUIRIR INFECÇÕES INTIMAÇÃO PESSOAL OITIVAS DILIGÊNCIAS OPERAÇÕES ATEND. PUBLICO PESSOALMENTE PLANTÃO INVESTIGAÇÃO SECRETARIA CARTORIO 18 Figura 6. Grau de risco percebido em cada atividade desempenhada na delegacia. Um dos aspectos em que todos os entrevistados foram unânimes foi o pequeno grau de risco que tem a atividade de secretaria. Esta atividade, desempenhada por policial, compreende organização de ocorrências, elaboração de folhas de efetividade, protocolo de todos os documentos chegados na delegacia e pouco atendimento ao público. Funciona de segunda à sexta-feira em horário comercial. Outra atividadeconsiderada de pouco risco é a de cartório, juntamente com as oitivas. No cartório, os policiais ouvem as pessoas intimadas (vitimas, testemunhas, acusados) e fazem o termo de declarações. Assim, podem ter subsídios para a elaboração de termos circunstanciados e inquéritos que posteriormente serão encaminhados ao poder judiciário. Esse trabalho é realizado de segunda à sexta-feira, também em horário comercial. Os inquéritos são formulados, nos casos de homicídio, assim que se toma conhecimento do fato. 2.1.2. RISCOS CONSIDERADOS MÉDIOS: UTILIZAÇÃO DE ACESSÓRIOS Portar carteira funcional, distintivo, utilizar coletes balísticos e algemas foram percebidos como de médio risco. Estes instrumentos, fornecidos pelo Estado, alguns de porte obrigatório por 24 horas como a arma e algemas, podem ser ao mesmo tempo seguros ou não. A carteira funcional (documento de identificação) deve acompanhar o servidor onde ele estiver. Já o distintivo, é que uma espécie de brasão da polícia civil, é de porte opcional, e também serve para sua identificação imediata. E é geralmente usado e, atividades externas como intimações e operações. Assim como o distintivo, o colete balístico, colete especial com capa de neoprene, que se ajusta ao corpo, permitindo mobilidade, conforto e discrição. Este produto controlado, ou seja, toda jaqueta ou colete à prova de balas em circulação deve ser registrado junto à polícia civil ou o órgão 19 responsável de cada região, através do seu número de registro. Ele também é usado em atividades externas e de maior contato com a comunidade. As algemas, entretanto, devem sempre ser portadas, pois a qualquer momento pode ser usada para incapacitar o prisioneiro sabidamente violento. Esses acessórios, se usados no ambiente de trabalho, servem para identificar o policial e até impor certo respeito. Entretanto, se utilizados fora do local de serviço, podem representar risco para a categoria. Estando em pequeno número ou sozinho, a identificação como policial pode ser perigosa. Não são poucos casos em que meliantes assassinaram policiais cruelmente após tê-los identificado. Possibilidade de adquirir infecções e atender ao público pessoalmente foi percebida como médio risco, sendo que seis policiais se preocupam com isso. Neste tópico podemos inserir a atividade de revista policial, muitos desses profissionais, devido a falta de materiais, acabam não utilizando luvas e outros equipamentos de proteção quando vão revistar suspeitos. Muitos dos meliantes apresentam cortes, sangramentos, doenças respiratórias e epidérmicas, além de poderem portar objetos pontiagudos como facas, estiletes e seringas. Isso gera um risco a integridade física do trabalhador da segurança pública. 2.1.3. RISCOS CONSIDERADOS GRANDES: DILIGÊNCIAS, VOLANTE E OPERAÇÕES Mais de oito policiais entendem que fazer diligências e operações são considerados grandes riscos. Volante, significa conduzir presos ao presídio. Os policiais desta delegacia têm uma “escala de volantes” em que uma dupla de profissionais é recrutada para fazer esse transporte que consiste em conduzir presos, um ou vários, de uma delegacia responsável pelos flagrantes, levá-los de viatura e depois até o DML (Departamento Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito e após, levá-los ao presídio central de Porto Alegre. Essa atividade envolve alto risco porque muitas vezes o número de policiais é inferior ao número de presos, o que seria proibido pela corporação, mas devido à redução do número de efetivo, isso ocorre com bastante frequência. Os presos, algemados pelas mãos somente, durante esta “rota” fazem um percurso a pé, o que pode ocasionar fugas, além de 20 tentativas de resgates por parte dos seus comparsas. Muitos dos presos são conduzidos nos bancos das viaturas e não em carros específicos, o que gera contato direto com o policial que além de dirigir, tem de ficar atento a todos os movimentos dos meliantes. Diligências e operações são, na maioria, cumprimento de mandados judiciais. Em grande parte dos casos são invadidas casas de traficantes de drogas. Estas operações, apesar de terem um planejamento prévio, expõem a vida do policial. Afinal ele estará adentrando uma casa desconhecida e também desconhece o número de indivíduos que nela habitam. Estes, não querendo render-se a prisão, podem revidar com agressões físicas, disparo de arma de fogo, entre outros. Então, em uma operação, surgem diversas situações imprevistas o que aumenta o risco de vida. As operações geralmente ocorrem no turno da manhã, por volta das sete horas. Essa atividade também envolve a perseguição, que pode ser a pé ou de viatura (que geralmente não passaram por revisões freqüentes) , daí, devido à alta velocidade empreendida, às más condições de vias, geralmente sem asfalto e localizadas em becos, existe a grande possibilidade de ocorrerem acidentes automobilísticos. Investigação, essa atividade envolve a ida em alguns lugares suspeitos para descobrir e averiguar denúncias. Além disso, realizam oitivas de casos como suspeitos de homicídios, traficantes, testemunhas entre outros. E a consequente prisão de meliantes em alguns casos. Esse setor funciona de segunda à sexta- feira, mas ocorrendo qualquer situação de grande repercussão ou atípica, os investigadores estão prontos para agir. A falta de treinamento foi um dos fatores apontados como de grande risco. Geralmente o profissional é treinado quando está fazendo o curso de formação, no início da carreira. Após, nenhuma ou pouca capacitação adicional é oferecida. Muitos expressam que a informação sobre os cursos não chegam até a delegacia ou então chegam após o prazo para inscrição ter findado. A capacitação desses profissionais pode ser vista como maior independência, autonomia e reconhecimento. Então, o risco está em este sentir-se despreparado para enfrentar situações adversas, além do mais, seus equipamentos raramente são substituídos por novos, e mais modernos o que gera uma sensação de impotência 21 frente à criminalidade. 2.1.4. MÉDIO E/OU GRANDES RISCOS: PLANTÃO, INTIMAÇÃO, AGRESSÃO MORAL Entre as atividades percebidas por alguns como de médio e para outros de grande risco estão o plantão, a intimação pessoal, e a agressão moral, percebidas como risco grande ou médio para mais de cinco trabalhadores. No plantão, que funciona 24 horas, são registradas qualquer tipo de ocorrência, roubos, acidentes, homicídios, ameaça, vias de fato, abuso contra crianças, crueldade contra animais entre outros. Geralmente o número reduzido de plantonistas faz com que essa atividade torne-se ainda mais perigosa. No caso da delegacia em análise, tem-se apenas um plantonista por dia, e como são atendidas diversas pessoas, nunca se sabe qual o seu real objetivo. Existe, portanto sempre uma desconfiança por parte do plantonista em relação a sua clientela. Têm-se notícias de que algumas delegacias de Porto Alegre foram alvo de tiros, granadas e invasões, provavelmente em represália a alguma prisão, resgate de preso ou obtenção de armas apreendidas e isso aumenta ainda mais a sensação de insegurança. Na intimação pessoal, uma dupla de policiais vai até a residência ou local de trabalho do acusado. Neste procedimento, não se sabe como este vai reagir e, portanto a equipe deve estar preparada para qualquer imprevisto, pois a pessoa pode oferecer resistência em assinar o mandado de intimação ou até mesmo recebê-los a tiros. Em todas as atividades que envolvem contato direto com o público, o servidor está mais propenso a sofrer agressões morais, seja quando esta abordando, cumprindomandado de prisão, ou simplesmente atendendo a uma parte que está nervosa ou descontente com alguma coisa. As pessoas em situação emocional exacerbada podem falar mal do policial ou acusá-lo de não estar lhe oferecendo a devida atenção. O que demonstra que esse profissional deve saber como lidar e conter situações inusitadas. 22 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os riscos ocupacionais (físicos, químicos, biológicos e de acidentes) previstos nas Normas regulamentadoras são classificados de acordo com sua origem e é fonte capaz de provocar danos à saúde do trabalhador e isso é estudado na saúde do trabalho. Nesse estudo propomos lidar com percepções, sentimentos e formas de enfrentamento vividas por policiais civis. Na formulação de práticas para maior sentimento de segurança ainda é necessário haver aprimoramento de técnicas e práticas, ou seja, de uma avaliação subjetiva dos sentimentos de insegurança. E para tanto é fundamental mapear dados referentes ao nível de informação e percepção de risco dessa população. Além desse acompanhamento, pode-se dimensionar uma que parcela desses profissionais da segurança pública quanto da segurança do trabalho ainda não estão bem informados em relação às questões básicas relativas às situações de risco. Cabe-se enfatizar que muitos são os aspectos negativos do estresse gerado pela percepção de risco, entretanto, efeitos positivos do estresse são aceitos e estão comprovados, “pois as exigências externas colocadas às pessoas podem constituir desafios e não ameaças, possibilitando a utilização e promoção das suas capacidades e criatividade para a resolução das dificuldades colocadas pelas situações, resultando daqui efeitos positivos em termos de satisfação e autoestima.” (Maslach, 1986).” (em Cruz, Gomes, & Melo, B. (2000) Neste trabalho percebeu-se que certamente há carência de pessoal, material e também de espaço para escuta de seus problemas. A delegacia em estudo possui profissionais entre quarenta e cinquenta anos, ou seja, funcionários experientes. Mas que percebem grande risco em suas atividades. Colocam que existe risco em todas as atividades policiais, umas mais outras menos. Destacam- se como de maior risco o trabalho direto com o público e com os presos e a falta de treinamento/atualização. Entre os riscos considerados pequenos estão os trabalhos mais burocráticos como o de secretaria. Já entre os riscos considerados médios estão o uso de equipamentos para a sua própria segurança como o uso de 23 arma e algemas. Infere-se desta forma, que eles sentem-se desamparados no que diz respeito à falta de treinamento e de material adequado de trabalho. Medidas como a modernização de equipamentos e aparelhagem e treinamentos constantes e melhores salários seriam alternativas para a diminuição dos riscos percebidos e por eles enfrentados. A saúde do trabalhador merece mais atenção, principalmente no campo da segurança do trabalho que dispõem de tão poucos estudos direcionados a esta área. Algumas atitudes podem contribuir para minimizar os impactos desse tipo de atividade profissional na saúde do trabalhador. Uma alternativa seria a realização de capacitações com a finalidade de reciclar e atualizar o policial em noções de Direitos Humanos e ações táticas e estratégicas de defesa, como abordagem de veículos, adentramento e outras. Essas são algumas alternativas que, além de auxiliarem no desempenho do trabalho, produzem um efeito subjetivo importante que é o de aumentar a segurança do profissional na realização de suas tarefas, seja por se sentir apoiado, seja por estar atualizado em técnicas que privilegiam sua segurança, de colegas e de terceiros, quando no confronto com cidadãos infratores. Práticas em prol da segurança pública já vêm sendo desenvolvidas. A criação da Secretaria de Ações Nacionais de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SEPLANSEG, em 1995, posteriormente transformada em Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, em 1997) trouxe grandes investimentos para a capacitação dos profissionais da segurança pública. Cursos à distância, cursos de extensão e especialização são alguns dos benefícios dos quais os policiais e técnicos na área da segurança podem usufruir. Propõem-se desta maneira, que o técnico em segurança do trabalho seja inserido nesta instituição e tenha uma visão holística do contexto onde está exercendo seu ofício. Atuando de forma a antecipar-se, identificando os riscos que poderão ocorrer no ambiente de trabalho e também prever riscos futuros. Conta- se, portanto, com sua atenção e sensibilidade para auxiliar e encaminhar policiais para departamentos específicos. Reconhecer e avaliar todo o processo e direcionar aos profissionais competentes constitui passo importante dentro da 24 saúde ocupacional e da prevenção de acidentes. Além disso, a inclusão de profissionais de saúde mental e segurança do trabalho em seu quadro também facilitaria o acesso a atenção em saúde para os integrantes da instituição e seus familiares e possibilitaria o desencadeamento de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde mental. Mas ainda há muito que ser feito. A partir dessa breve análise, fazem-se necessários também estudos e propostas para diminuir a vulnerabilidade real e percebida pelos policiais para que eles não se sintam tão ameaçados por causa de suas profissões, que tenham sua estima resgatada e percebam quão indispensável e social é o papel por ele desempenhado. 25 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYRES, JRCM, França Junior I, Calazans GJ, Saletti HCF. Vulnerabilidade e prevenção em tempos de AIDS. In: Barbosa RM, Parker R, organizadores. Sexualidade pelo avesso: direitos, identidades e poder. São Paulo: Editora 34; 1999. p.49-72. BATISTA, M. A. 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