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ARTROPLASTIA DE COTOVELO Introdução A Artroplastia refere-se há um procedimento cirúrgico invasivo onde ocorre a substituição parcial ou total da articulação, é uma das principais formas de tratamento de todas as afecções que levam a grande destruição da superfície articular do cotovelo, sejam elas traumáticas ou não. Permite que o paciente recupere os movimentos e tenha alívio da dor, indicado para pacientes com pouca atividade e de idade avançada que não responderam bem a tratamentos conservadores. Também há casos que ocorre a interposição de tecido para revestir a cartilagem que sofreu degeneração, passando a diminuir o atrito entre as superfícies, realizada em pacientes jovens com maior nível de atividade, chamada de artroplastia de interposição. COMPLEXO DO COTOVELO O cotovelo apresenta uma importante função de ligação que capacita o posicionamento apropriado da mão e a transmissão de potência do ombro para mão, aumentando a versatilidade e a agilidade da extremidade superior. Trata-se de uma articulação inerentemente forte e estável, por conta da relação interna de suas superfícies articulares e restrições ligamentares. Contudo, a estabilidade do complexo do cotovelo permite pouco em matéria de ajustes compensatórios, tornando-o propenso a lesões por esforço repetitivo proveniente da atividade muscular repetitiva e movimentos de aceleração e desaceleração súbitos. Revisão anatômica O complexo do cotovelo, é composto de três articulações distintas: a articulação úmero-ulnar entre a tróclea do úmero e a incisura troclear da ulna; a articulação úmero-radial uniaxial em gínglimo, formada entre o capítulo esférico do úmero e a cabeça côncava do rádio, a forma dessa articulação permite que o cotovelo flexione e estenda e o rádio rode; e a articulação Rádio-ulnar proximal uniaxial em pivô. Ela é formada entre a periferia da cabeça radial convexa e o anel ósseo fibroso formado pela incisura radial côncava da ulna. As superfícies articulares são reunidas por uma cápsula que é espessada medial e lateralmente pelos ligamentos colaterais medial e lateral (ulnar e radial). Cápsula Articular – Circunda toda a articulação e é formada por duas partes: anterior e posterior. A parte anterior é uma fina camada fibrosa que recobre a face anterior da articulação. A parte posterior é fina e membranosa e consta de fibras oblíquas e transversais. Ligamento colateral medial (ulnar) O LCM em forma de leque é o ligamento mais importante no cotovelo para fornecer estabilidade contra o estresse em valgo. Existem três componentes distintos do LCM, os feixes anteriores, o transverso e o posterior. Ligamento colateral lateral (radial) O complexo do ligamento colateral lateral (LCL) consiste no ligamento anular, no ligamento colateral acessório e no ligamento colateral ulnar lateral. Fornece estabilidade contra estresse em varo, principalmente com o cotovelo em extensão (cerca de 14%) Músculos Flexores do cotovelo: Os motores principais da flexão do cotovelo são bíceps, braquial e braquiorradial. Os músculos pronador redondo, flexor radial do carpo, flexor ulnar do carpo e o extensor radial longo do carpo são considerados flexores fracos do cotovelo. Extensores do cotovelo: Existem dois músculos que estendem o cotovelo, o tríceps e o ancôneo . Pronadores do antebraço: Pronador redondo, Pronador quadrado, Flexor radial do carpo Supinadores do antebraço: Bíceps e supinador. Etiologia Indicações: As principais indicações para intervenção cirúrgica são a dor constante, restrição de movimento, e a ineficácia das medidas conservadoras. Considerações adicionais incluem idade do paciente, nível de atividade, exigências do trabalho e saúde geral. Principais causas : artrite infecciosa sequela pós-traumática artrite reumatoide fraturas agudas ossificação heterotópica etiologia Trata-se de um procedimento não convencional utilizados em ultimo caso em pacientes que relatam dor crônica e rigidez articular severa causada por patologias ou traumas; por conta da vida útil da prótese e das complicações como frequentes infecção, soltura séptica e asséptica ,fratura intraoperatória, a cirurgia é contra indicada para pacientes jovens, com médio ou alto nível de atividade diária. Intervenção cirúrgica Como é realizada? A articulação é exposta completamente e os cortes ósseos são realizados com serra oscilatória. A fresagem do canal medular do úmero e da ulna é realizada, e a seguir inseridos os componentes de prova. Após o teste de amplitude de movimento, ajustes finais podiam ser feitos, com ressecção óssea adicional ou liberação de partes moles. Preenche-se o canal medular com polimetilmetacrilato e introduzem os componentes definitivos. O tríceps é reinserido com pontos transósseos junto ao olecrano, utilizando fios não absorvíveis . Objetivos? Diminuir a dor Aumento da mobilidade articular Reestabelecer função Pré operatório A fisioterapia no tratamento pré operatório de uma artroplastia de cotovelo procura acelerar a recuperação pós cirúrgica de uma forma positiva e registrar parâmetros para possíveis avanços, utilizando métodos como : Avaliação: a qual deve envolver análise da ADM, da mobilidade, dos desequilíbrios musculares e da dor; Orientação: O paciente deve receber instruções sobre os exercícios e informações sobre às precauções pós-cirúrgicas; Alongamento: Os programas de alongamento do cotovelo antes da artroplastia podem melhorar a função pós-cirúrgica Reabilitação pós-cirúrgica O resultado final da artroplastia do cotovelo depende de vários fatores, incluindo a qualidade do tecido mole, a condição do osso, o tipo de implante e de fixação. Somente o cirurgião conhece a extensão dos danos e dos reparos no tecido mole, e suas diretrizes para a fisioterapia devem ser seguidas à risca. Objetivos Abolir algia; Minimizar os efeitos nocivos da imobilização; Educar o paciente a corrigir o posicionamento da extremidade superior envolvida; Capacitar o paciente a executar as atividades funcionais; Recupera amplitude de movimento (ADM); Manter o movimento do ombro, do punho e da mão na extremidade envolvida; Promover a mobilização da cicatriz; Aprimorar a força e a resistência. Reabilitação pós-cirúrgica Técnicas Terapia manual: Quando necessário, as técnicas para mobilização do tecido mole, liberação miofascial e terapia de pontos-gatilho são aplicadas. As mobilizações articulares de graus I e II podem ser usadas para o alívio de qualquer dor residual, as de III e IV são empregadas em áreas específicas de hipomobilidade para restaurar a artrocinemática normal. (A ADMP é realizada em amplitudes sem dor) Modalidades eletroterapêuticas e físicas: A crioterapia com compressas de gelo deve ser realizada com frequência, durante todo o dia para minimizar a dor e a inflamação. Os estímulos elétricos podem ser usados na redução de edemas, na reeducação muscular e no controle da dor. Programa de exercícios terapêuticos e domiciliares: Os exercícios de ADMA para o cotovelo devem progredir até a ADM normalizar-se; Exercícios excêntricos para os flexores e os extensores do cotovelo.
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