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TUTELAS PROVISÓRIAS aluno[1]

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015 
 
 
DA TUTELA PROVISÓRIA 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou 
antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Sob o rótulo de “Tutela Provisória”, o novo CPC reúne três técnicas processuais 
de tutela provisória, prestáveis eventualmente em complemento e 
aprimoramento eficácia da tutela principal, a ser alcançada mediante o 
provimento que, afinal, solucionará definitivamente o litígio configurador do 
objeto do processo. Nesse aspecto, as ditas “tutelas provisórias” arroladas pela 
legislação processual civil renovada correspondem, em regra, a incidentes do 
processo, e não a processos autônomos ou distintos. De tal sorte que a antiga 
dicotomia do processo em principal (de cognição ou execução) e 
cautelar, existente no Código revogado, não mais subsiste na nova lei, pelo 
menos como regra geral, restando bastante simplificado o procedimento. 
 
 
Correspondem esses provimentos extraordinários, em primeiro lugar, às 
tradicionais medidas de urgência – cautelares (conservativas) e 
antecipatórias (satisfativas) –, todas voltadas para combater o 
perigo de dano que possa advir do tempo necessário para cumprimento 
de todas as etapas do devido processo legal. 
 
A essas tutelas de urgência agregou-se mais modernamente a tutela da 
evidência, que tem como objetivo não propriamente afastar o risco de 
um dano econômico ou jurídico, mas sim o de combater a 
injustiça suportada pela parte que, mesmo tendo a evidência de seu 
direito material, se vê sujeita a privar-se da respectiva usufruição, 
diante da resistência abusiva do adversário. Se o processo democrático 
deve ser justo, haverá de contar com remédios adequados a uma gestão 
mais equitativa dos efeitos da duração da marcha procedimental. 
 
 
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe 
do pagamento de custas. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
O pedido incidental não apresenta dificuldades, uma vez que será feito 
por simples petição nos autos, sem necessidade sequer de pagamento 
de custas. É claro, porém, que o requerente deverá comprovar a 
existência dos requisitos legais: fumus boni iuris e periculum in mora. 
 
 
 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: CESPE. Órgão: PGE-AM. Prova: Procurador do Estado 
 
A tutela provisória antecipada poderá ser concedida em caráter antecedente, liminarmente e 
incidentalmente a qualquer tempo, ao passo que a tutela provisória cautelar só poderá ser 
concedida em caráter antecedente. 
 
( ) CERTA ( ) ERRADA 
 
 
 
 
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do 
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória 
conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
As tutelas de urgência e da evidência, nos termos do Código, são 
caracterizadas pela provisoriedade, no sentido de que não se revestem de 
caráter definitivo e, ao contrário, se destinam a durar por um espaço de tempo 
delimitado. São remédios interinais, seguindo a técnica de cognição 
sumária em rito de incidente do processamento completo e definitivo da 
causa. Não compõem objeto de processo autônomo e exauriente. Significa 
essa provisoriedade, mais precisamente, que as tutelas têm duração temporal 
limitada àquele período de pendência do processo (NCPC, art. 296), 
conservando sua eficácia também durante o período de eventual suspensão da 
ação, salvo decisão judicial em contrário (art. 296, parágrafo único). 
 
 
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar 
adequadas para efetivação da tutela provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas 
referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
O novo Código institui um complexo de regras aplicáveis a todas as 
medidas provisórias (de urgência ou da evidência). O poder tutelar geral do 
juiz é mais amplo do que o antigo poder geral de cautela, já que se estende 
a todas as medidas provisórias, sejam elas fundadas na urgência ou na 
evidência (art. 297, caput) e não se restringem apenas a figuras ou 
hipóteses predefinidas em lei (arts. 297 e 301). Evitou-se, até mesmo, a 
regulamentação de medidas cautelares típicas, ficando tudo a depender 
das exigências concretas de medidas urgentes, caso a caso. 
 
 
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela 
provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Justamente porque não se trata de mero poder discricionário do magistrado, a 
lei exige que a decisão acerca da tutela provisória seja sempre fundamentada, 
cabendo-lhe enunciar “de modo claro e preciso” as razões de seu 
convencimento. A necessidade decorre do fato de a medida provisória ser 
deferida a partir de uma instrução sumária, havendo inversão da sequência 
natural e lógica entre os atos de debate, acertamento e decisão. O juiz, nessa 
esteira, deverá fundamentar a decisão, apresentando às partes os 
fundamentos de fato e de direito que lhe formaram o convencimento acerca 
da plausibilidade do perigo de dano e do direito invocado. Aliás, o dever de 
motivação de toda e qualquer decisão judicial é uma imposição de ordem 
constitucional (CF, art. 93, IX). O maior rigor da lei com relação às medidas 
sumárias de urgência prende-se ao fato de que a investigação fática nessas 
medidas se dá com base numa instrução muito superficial. 
 
 
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando 
antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal. 
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência 
originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão 
jurisdicional competente para apreciar o mérito. 
O sistema do Código novo não é muito diverso do anterior. Pode-se entender 
que, em linhas gerais, se manteve a orientação doutrinária: em regra, a tutela 
de urgência, cautelar ou antecipatória, deverá ser requerida pela parte, 
mesmo porque a respectiva execução corre por sua conta e risco, configurando 
hipótese legal de responsabilidade civil processual objetiva (art. 302 do NCPC). 
Se já existe a ação, a parte interessada faz o pedido de tutela provisória 
diretamente ao juiz da causa, por meio de simples petição, não havendo como 
antigamente necessidade de instauração de um processo cautelar apartado. 
Se, contudo, a tutela sumária é antecedente, a determinação da competência 
se faz examinando, segundo as regras comuns do processo de cognição ou de 
execução (arts. 42 a 53), qual seria o órgão judicial competente para o pedido 
principal. Durante a tramitação recursal, é do tribunal e não do juiz de primeiro 
grau a competência para decidir acerca do pedido de tutela provisória. 
 
 
DA TUTELA PROVISÓRIA 
DA TUTELA DE URGÊNCIA 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o 
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos 
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se 
a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
 
§ 3o A tutela de urgência de naturezaantecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 
O perigo de dano refere-se ao interesse processual em obter uma justa 
composição do litígio, seja em favor de uma ou de outra parte, o que não 
poderá ser alcançado caso se concretize o dano temido. Ele nasce de dados 
concretos, seguros, objeto de prova suficiente para autorizar o juízo de grande 
probabilidade em torno do risco de prejuízo grave. Pretende-se combater os 
riscos de injustiça ou de dano derivados da espera pela finalização do curso 
normal do processo. Há que se demonstrar, portanto, o “perigo na demora da 
prestação da tutela jurisdicional” (NCPC, art. 300). Esse dano corresponde, 
assim, a uma alteração na situação de fato existente no tempo do 
estabelecimento da controvérsia – ou seja, do surgimento da lide –, que é 
ocorrência anterior ao processo. Não impedir sua consumação 
comprometerá a efetividade da tutela jurisdicional a que faz jus o litigante. 
É importante que a reversibilidade prevista no § 3º seja aferida dentro dos 
limites do processo em que a antecipação ocorre. Como é óbvio, não pode 
justificar a medida excepcional do art. 300 a vaga possibilidade de a parte 
prejudicada ser indenizada futuramente por aquele a quem se beneficiou com 
a medida antecipatória. Só é realmente reversível, para os fins do art. 300, § 
3º, a providência que assegure ao juiz as condições de restabelecimento pleno, 
caso necessário, dentro do próprio processo em curso. 
 
 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto 
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
O novo Código, embora exemplifique algumas medidas cautelares no art. 301 
– arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra 
alienação de bem –, é expresso em admitir que o juiz 
adote “qualquer outra medida idônea para asseguração do direito”. O Código, 
portanto, acolhe o poder geral de cautela, admitido pelo art. 798 da 
codificação revogada, dispondo que “o juiz poderá determinar 
as medidas que considerar adequadas para a efetivação da tutela provisória” 
(art. 297, caput). 
 
 
 
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte 
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte 
adversa, se: 
 
I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os 
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do 
autor. 
 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida 
tiver sido concedida, sempre que possível. 
 
A tutela de urgência é deferida por conta e risco do requerente. Se sucumbe 
no processo principal, terá de responder pelos danos que a providência 
preventiva acarretou ao requerido. O prejudicado pela tutela de urgência 
infundada ou frustrada não precisa propor ação de indenização contra o 
requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a condenação do 
responsável. Nos termos do art. 302, parágrafo único, a indenização será 
liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que 
possível. A fonte da obrigação, na espécie, é a própria lei, que a faz assentar 
sobre dados objetivos, que prescindem de acertamento em ação condenatória 
apartada. A obrigação, todavia, depende, para tornar-se exequível, de dois 
requisitos: 
 
(a) a ocorrência de prejuízo efetivo causado pela execução da tutela de 
urgência; 
 
(b) a determinação do quantum líquido desse prejuízo, nos moldes dos arts. 
509 a 512 do NCPC. 
 
 
 
DA TUTELA PROVISÓRIA 
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA 
ANTECIPADA REQUERIDA EM 
CARÁTER ANTECEDENTE 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à 
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento 
da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a 
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano 
ou do risco ao resultado útil do processo. 
 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste 
artigo: 
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua 
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do 
pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que 
o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de 
mediação na forma do art. 334; 
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será 
contado na forma do art. 335. 
 
Art. 303. § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 
1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. 
 
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos 
mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. 
 
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de 
indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela 
final. 
 
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do 
benefício previsto no caput deste artigo. 
 
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela 
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em 
até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem 
resolução de mérito. 
 
 
O CPC/2015 inova ao permitir que a tutela antecipada (de caráter 
satisfativo) seja requerida em caráter antecedente, possibilitando que 
apenas o pedido de tutela de urgência dessa natureza seja deduzido, sem 
integral exposição de toda argumentação relativa à completa compreensão 
da lide. A nova sistemática representa verdadeira novidade, pois, no 
regime do CPC/1973, a tutela antecipada somente poderia ser requerida 
desde que todos os argumentos e fundamentos da lide, em sua 
integralidade, estivessem deduzidos, o que se depreende da interpretação 
dos arts. 273 e 461, § 3º do citado diploma legal. Assim, quando a 
urgência for contemporânea à propositura da ação, pode-se deduzir 
somente o pedido (o código fala em requerimento, mas tratando-se de 
postulação ligada ao mérito da ação, é de se reputar verdadeiro pedido) de 
tutela antecipada. Para tanto, a parte deverá indicar o pedido de tutela 
final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo 
de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
 
 
Na hipótese de concessão da medida pleiteada, a petição inicial deve ser 
aditada, complementando-se a argumentação, com juntada de novos 
documentos e confirmação do pedido de tutela final, o que deve acontecer 
em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. Esse 
aditamento será feito nos próprios autos e sem a incidência de novas 
custas processuais, razão pela qual o valor da causa indicado no pedido 
inicial (limitado à tutela antecipada) deverá considerar também o(s) 
pedido(s) de tutela(s) final(is). Com o aditamento da petição inicial, o réu 
será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na 
forma do art. 334, caso em que, não havendo autocomposição, o prazo 
para contestação será contado na forma do art. 335. A não realização do 
aditamento, todavia, acarretará a extinção do processo sem resolução do 
mérito. Entendendo o órgão jurisdicional pela ausência de elementos para 
a concessão da tutela antecipada, deverá determinar a emenda da petição 
inicial em até 5 (cinco) dias, sendo que, em caso de não realização 
satisfatória da emenda,a petição será indeferida e o processo será extinto 
sem resolução de mérito. 
 
 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Como as particularidades do caso podem dificultar o imediato aforamento do 
pedido principal, o Código prevê também a possibilidade de ser o pedido de 
tutela de urgência formulado em caráter antecedente. Quando se referir à 
tutela satisfativa, exige-se que também se proceda “à indicação do 
pedido de tutela final”, que poderá ser confirmado e complementado em seus 
fundamentos no prazo de quinze dias (ou naquele maior fixado pelo juiz) 
contados da concessão da medida antecedente, além dos 
requisitos reclamados para a medida cautelar antecedente (art. 303, caput). O 
pedido, na espécie, pode limitar-se “ao requerimento da tutela antecipada”, 
caso em que a pretensão principal não será formulada se o réu não recorrer da 
medida liminar (art. 304). A tutela provisória se estabilizará, mas sem se 
revestir da autoridade da coisa julgada. 
 
 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-
se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo 
recurso. 
 
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de 
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos 
do caput. 
 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, 
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que 
trata o § 2o. 
Art. 304. § 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos 
autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a 
que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi 
concedida. 
 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no 
§ 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da 
decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. 
 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade 
dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou 
invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 
2o deste artigo. 
 
 “André Luiz Bäuml Tesser” 
Ao prever a estabilização da tutela antecipada antecedente não impugnada 
por recurso, o CPC/2015 manteve a lógica tradicional do processo da 
ausência de produção de coisa julgada material da decisão que é proferida 
sem cognição exauriente. Com efeito, pois o § 6º do art. 303 
expressamente estabelece que a decisão que concede a tutela não fará 
coisa julgada. Todavia, após estabilizada, os respectivos efeitos da decisão 
somente serão afastados por decisão que a rever, reformar ou invalidar a 
decisão, em ação ajuizada por qualquer das partes (uma vez que o § 2º do 
art. 303 permite que tanto autor(es) quanto réu(s) ajuíze(m) demanda para 
discussão meritória integral do direito no qual se fundou o pedido de tutela 
antecipada). Portanto, não se retirou a possibilidade do ajuizamento de 
demandas que visem conferir a imutabilidade definitiva que somente a 
coisa julgada material pode conferir aos provimentos jurisdicionais. 
 
 
 
 
O que, por outro lado, o CPC/2015 não consegue responder é o que 
acontece com a decisão estabilizada que não for impugnada após 2 
(dois) anos, contados da ciência que extinguiu o processo em razão da 
estabilização. Isso porque o § 5º do art. 303 prevê que o direito de 
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada será extinto após dois 
anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo. 
 
Ora, se o direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada será 
extinto (e, portanto, deve se reputar o prazo de dois anos para fazê-lo 
como prazo decadencial), o que acontecerá com a decisão que foi 
estabilizada, se não há formação da coisa julgada material? Que 
fenômeno processual será esse? Uma hipótese de preclusão qualificada, 
sem formação de coisa julgada material? 
 
 
 
 
 
Particularmente, afirma André Luiz Bäuml Tesser (e uma vez que, 
naturalmente, não há parâmetros jurisprudenciais e até mesmo 
doutrinários seguros para uma afirmação taxativa), é de se apontar que, 
na interpretação sistemática do CPC/2015, a decisão estabilizada que, 
em dois anos da intimação da extinção do processo que a concedeu, 
não foi objeto de ação para discussão do direito que foi seu objeto 
mediato, não poderá formar coisa julgada material. Isso significa dizer 
que, ainda que a decisão estabilizada e seus efeitos não possam ser 
revistos, reformados ou invalidados, a parte contra a qual a medida foi 
concedida poderá alegar em sua defesa eventuais argumentos a serem 
opostos contra o direito afirmado sumariamente na decisão 
estabilizada, uma vez que não se formou, sobre o direito em comento, a 
coisa julgada material. 
 
 
 
 
 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Quanto às medidas de urgência satisfativas, o regime pode, 
eventualmente, ser o de autonomia diante do processo principal, visto 
que se permite estabilizar sua eficácia (art. 304), não ficando, assim, na 
dependência de formulação do pedido principal no prazo do art. 308. O 
que, na espécie, se prevê é a possibilidade de recurso contra a 
respectiva decretação (art. 304, caput) e de demanda posterior para 
rever, reformar ou invalidar a tutela satisfativa estabilizada (art. 304, § 
2º). Seus efeitos, no entanto, se conservarão enquanto não ocorrer a 
revisão, reforma ou invalidação por ação própria (art. 304, § 3º). Na 
sistemática instituída pelo Código, portanto, para que a estabilização da 
tutela satisfativa ocorra, basta que o demandado não interponha 
recurso contra a decisão que a concedeu (art. 304, caput). 
 
 
 
DA TUTELA PROVISÓRIA 
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA 
CAUTELAR REQUERIDA EM 
CARÁTER ANTECEDENTE 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar 
em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição 
sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. 
 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem 
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. 
 
Como as particularidades do caso podem dificultar o imediato aforamento do 
pedido principal, o Código prevê também a possibilidade de ser o pedido de 
tutela de urgência formulado em caráter antecedente. Em tal circunstância a 
petição inicial, tratando-se de tutela cautelar, conterá apenas o pedido da 
medida urgente, fazendo sumária indicação da lide, seu fundamento de fato e 
de direito. As medidas cautelares antecedentes, diversamente das 
antecipatórias, não se estabilizam e obrigam a propositura da pretensão 
principal, no devido prazo, sob pena de extinção (art. 309, I). 
 
 
 
TUTELA PROVISÓRIA 
 
O CPC/2015 estabelece a tutela provisória como gênero, a qual abrange 
a tutela de urgência e de evidência. A tutela de urgência, por sua vez, 
pode ter natureza cautelar ou satisfativa (antecipada, conforme 
designação da lei). Desde logo percebem-se duas sensíveis mudanças 
entre o sistema novo e aquele vigente ao tempo do CPC/1973: 
desaparece a necessidade de um processo autônomo para a tutela 
cautelar (a qual agora é concedida nos mesmos autos em que será 
processado o pedido principal) e adotam-se os mesmos requisitos para 
ambas (tanto a tutela cautelar como a tutela antecipada exigem, para 
sua concessão, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao 
resultado útil do processo). 
 
PETIÇÃO INICIAL E REQUISITOS 
 
Como a tutela cautelar pode ser requerida em caráter antecedente 
(ainda que nos mesmos autos em que futuramente será requerida a 
tutela principal), a petição inicialdeve, desde logo, indicar a lide e seu 
fundamento, bem como a exposição sumária do direito que se pretende 
proteger e a existência do periculum in mora (perigo de dano ou risco ao 
resultado útil do processo). Permanece assim a referibilidade ao pedido 
principal, típica das medidas cautelares. Em outros termos, quem 
protege ou assegura assim age em relação a um interesse juridicamente 
relevante, afirmado pelo autor. Daí por que se faz necessário informar 
qual é a lide principal e seu fundamento. Tal menção é necessária 
também para a aferição das condições de ação (legitimidade e interesse 
processual). Os requisitos para a petição inicial estão previstos nos arts. 
319 e 320 do CPC/2015. 
 
 
POSSIBILIDADE DE EMENDA E INÉPCIA 
 
Caso o autor não cumpra as exigências legais, deixando de indicar a 
lide e seu fundamento, por exemplo, a petição será inepta e levará à 
extinção do processo. Antes disso, porém, deverá o juiz conceder ao 
autor a possibilidade de emenda. Tal possibilidade já vinha sendo 
admitida no sistema do CPC/1973 e, com muito maior razão, deve ser 
agora defendida, vez que o ideário da nova lei é justamente sanar os 
vícios processuais e propiciar o julgamento de mérito das demandas. 
Somente poderá então ocorrer a extinção pela inépcia caso o autor, 
intimado para emendar a petição inicial, não o faça. 
 
 
 
 
MITIGAÇÃO DA EXIGÊNCIA DE INDICAÇÃO DA LIDE 
PRINCIPAL NO CPC/1973 
 
No sistema do CPC/1973, a jurisprudência vinha admitindo a dispensa do 
requisito da indicação da lide principal quando a medida tivesse caráter 
satisfativo. Era o que ocorria, por exemplo, na exibição de documentos. 
Nesse sentido: “Sentença que julgou procedente a demanda e concedeu ao 
ministério público prazo de 90 (noventa) dias para devolução dos 
mandados. Medida cautelar satisfativa, que não se submete à exigência de 
indicação da ação principal e nem ao prazo de 30 (trinta) dias para sua 
propositura (exigências dos arts. 801 e 806 do código de processo civil). 
Precedentes do Superior Tribunal de justiça” (TJPR, 4ª Câmara Cível, ApCiv 
nº 1119145- 6, Londrina, Rel. Juiz Conv. Rafael Vieira de Vasconcellos 
Pedroso, DJPR de 16/12/2014, p. 80). Todavia, como no sistema do 
CPC/2015 haverá um único processo, torna-se imprescindível informar 
desde logo qual é a lide e o seu fundamento. 
 
 
 
 
 
POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE LIMINAR 
INAUDITA ALTERA PARTE 
 
 
Ainda que não expressamente prevista neste dispositivo, o 
juiz poderá conceder decisão liminar imediata, antes mesmo 
da manifestação da parte ré. É o que vem disposto no art. 
300, § 2º, do CPC/2015. A possibilidade de proteção 
imediata do direito alegado pela parte constitui aliás o cerne, 
ou seja, a própria essência da natureza das medidas 
cautelares. 
 
 
 
 
 
 
FUNGIBILIDADE DE DUPLA VIA ENTRE TUTELA CAUTELAR E 
TUTELA ANTECIPADA 
 
O parágrafo único assegura a fungibilidade entre tutela cautelar e tutela 
antecipada ao dar ao juiz a possibilidade de observar o disposto no art. 303 
(para as tutelas antecipadas) quando perceber que o pedido tem essa 
natureza. Nesse caso, deverá ser concedida à parte a possibilidade de emenda, 
para se adequar às exigências da tutela antecipada antecedente, inclusive no 
que tange ao benefício da estabilização, que é exclusivo a essa forma de tutela 
(art. 303, § 5º, do CPC/2015). Observe-se que o CPC/2015 faz o caminho 
inverso ao que estabelecia o CPC/1973. Agora, a previsão legal é de conversão 
da tutela cautelar em antecipada, ao passo que, no sistema anterior, a lei 
previa a conversão da tutela antecipada em cautelar (art. 273, § 7º, do 
CPC/1973). De qualquer forma, a tendência da jurisprudência será assegurar a 
fungibilidade de dupla via, ou seja, de um lado para o outro e vice-versa, 
independentemente da omissão legal. Era o que já vinha acontecendo 
anteriormente. Afinal, deve-se combater o formalismo excessivo e reconhecer 
que o objetivo do processo é a proteção do direito material. 
 
 
 
 
 
 
 
A DECISÃO É AGRAVÁVEL 
 
Cabe agravo de instrumento em face da decisão que concede 
ou nega a tutela cautelar (ou seja, espécie do gênero tutela 
provisória), conforme previsto no art. 1.015, inciso I, do 
CPC/2015. Importante destacar que, no sistema novo, as 
hipóteses de cabimento de agravo de instrumento são 
numerus clausus, ou seja, dependem de previsão expressa no 
rol taxativo do referido dispositivo. 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: I - tutelas provisórias; 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o 
pedido e indicar as provas que pretende produzir. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Sanadas as irregularidades, se as houver, promovida a justificação 
unilateral, se se fizer necessária, e deferida a medida liminar, se cabível, 
o juiz mandará que o réu seja citado para, no prazo de cinco dias, 
contestar o pedido cautelar e indicar as provas que pretende produzir. 
Na contestação a que alude o art. 306 do NCPC, o réu deverá alegar 
toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito 
com que impugna o pedido da medida cautelar e especificando as 
provas que pretende produzir. 
 
 
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor 
presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz 
decidirá dentro de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o 
procedimento comum. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Contestado o pedido, deverá ser observado o procedimento comum 
quanto à instrução da pretensão cautelar (art. 307, parágrafo único). 
Não sendo contestado o pedido, o réu será considerado revel, 
presumindo-se aceitos os fatos narrados pelo autor como ocorridos, 
devendo o juiz decidir o pedido cautelar em cinco dias, 
independentemente de audiência (arts. 306 e 307). 
 
 
 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado 
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos 
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo 
do adiantamento de novas custas processuais. 
 
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de 
tutela cautelar. 
 
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do 
pedido principal. 
 
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a 
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus 
advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu. 
 
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na 
forma do art. 335. 
 
Convém lembrar que são duas coisas distintas: a discussão do incidente 
de tutela provisória cautelar antecedente e o aditamento da petição 
inicial para dar curso ao pedido principal (art. 308). O aforamento 
da pretensão de mérito não pode ficar paralisado indefinidamente à 
espera da solução da medida de urgência, se existe liminar já cumprida. 
Isso porque o Código marca um prazo para a providência, que 
corre a partir da efetivação da tutela cautelar, que pode se extinguir 
antes da conclusão do incidente. Outra hipótese a se cogitar é a de a 
tutela de urgência ter sido postulada em petição inicial juntamente com 
a pretensão de mérito, caso em que a contestação será única e 
abrangente, tanto da matéria principal como da cautelar. Também aqui 
se haverá de lembrar do cabimento do agravo de instrumento contra a 
eventual liminar, sob pena de preclusão. Não haverá, entretanto, um 
julgamento em procedimento próprio para o incidente como aquele 
previsto para a tutela de urgência antecedente (arts. 307, parágrafo 
único, e308, § 1º). 
 
 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, 
se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor 
ou extinguir o processo sem resolução de mérito. 
 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela 
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo 
fundamento. 
 
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte 
formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o 
motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de 
prescrição. 
 
A regra de que o indeferimento da medida cautelar, excepcionalmente, 
poderá, num único caso, importar solução de mérito, prejudicial, portanto, à 
pretensão principal. Isto se dará quando a rejeição da medida cautelar tiver 
como fundamento o reconhecimento de decadência ou de prescrição. Assim, a 
regra geral de que a decisão cautelar não produz coisa julgada, em detrimento 
da pretensão de mérito, é excepcionada, transformando-se em empecilho à 
propositura da demanda principal. Em outros termos, prescrição e decadência 
são questões de mérito da causa principal, cuja apreciação pode ser 
antecipada para solução ainda no bojo do procedimento das tutelas de 
urgência. Diante de tais temas de direito material, a tutela que se buscava em 
caráter provisório e não exauriente transmuda-se em definitiva e exauriente, 
pondo fim de uma só vez tanto à pretensão preventiva como à definitiva. 
 
 
 
 
DA TUTELA PROVISÓRIA 
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; 
 
 
Art. 311. III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova 
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será 
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa; 
 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz 
de gerar dúvida razoável. 
 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente. 
 
 “Humberto Theodoro Junior” 
Quando se pensa na tutela da evidência, a primeira ideia é de uma proteção 
sumária para um direito incontestado ou inconteste, suficientemente provado, 
de modo que a respectiva proteção judicial possa ser concedida de imediato, 
sem depender das diligências e delongas do procedimento comum, e mesmo 
sem necessidade de achar-se o direito sujeito a risco de dano iminente e grave 
(NCPC, art. 311). Não é, porém, no sentido de uma tutela rápida e exauriente 
que se concebeu a tutela que o novo Código de Processo Civil denomina tutela 
da evidência, que de forma alguma pode ser confundida com um julgamento 
antecipado da lide, capaz de resolvê-la definitivamente. Não foi, com efeito, 
com vistas a uma proteção jurisdicional definitiva que a questionada tutela se 
inseriu no mesmo gênero em que as tutelas de urgência figuram. O intuito 
normativo foi o de permitir que tanto as tutelas de urgência como a 
da evidência pudessem ser prestadas em procedimentos e com requisitos 
comuns, de modo a autorizar o emprego do rótulo abrangente de tutelas 
sumárias. 
 
 
 
A tutela da evidência pressupõe, por sua própria natureza, demanda 
principal já ajuizada, pois é através da dedução da pretensão em juízo, 
com todos os seus fundamentos e provas disponíveis, que se 
pode avaliar a evidência do direito da parte sobre o qual a medida 
provisória irá recair. Aforada a ação, a parte terá oportunidade de 
postular essa medida, desde logo, cumulando-a com o pedido principal 
na petição inicial; poderá, também, pleiteá-la posteriormente, a 
qualquer momento durante o curso do processo. A tutela da evidência, 
embora haja controvérsia, pode dar-se por qualquer provimento que se 
mostre adequado às circunstâncias do caso concreto: seja por meio de 
medida satisfativa, seja por medida conservativa. O que distingue a 
tutela da evidência das medidas de urgência é a desnecessidade 
do periculum in mora. Este pode favorecer o seu deferimento, mas não 
é requisito indispensável. 
 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
Aplicada em: 2016. Banca: MPE-PR. Órgão: MPE-PR. Prova: Promotor 
Substituto 
Sobre o regime legal das tutelas provisórias do Código de Processo Civil, 
assinale a alternativa correta: 
 
a) Todo pedido de tutela provisória exige probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo; 
 
b) Como é norma fundamental do processo civil a impossibilidade de se 
proferir decisão contrária a uma das partes sem que ela seja 
previamente ouvida, as tutelas provisórias não podem ser concedidas 
liminarmente e dependem de justificação prévia; 
 
Aplicada em: 2016. Banca: MPE-PR. Órgão: MPE-PR. Prova: Promotor 
 
c) Para o Código de Processo Civil de 2015, a tutela de evidência 
compreende hipóteses de antecipação dos efeitos da tutela pretendida 
sem os requisitos de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo; 
 
d) A tutela cautelar do Código de Processo Civil de 2015 se define pela 
natureza do pedido formulado, considerando-se cautelar apenas os 
pedidos de arresto, sequestro, arrolamento de bens e registro de protesto 
contra alienação de bem; 
 
e) A tutela de evidência pode ser concedida, nos termos do Código de 
Processo Civil, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas 
apenas documentalmente e houver entendimento favorável do juízo em 
casos idênticos. 
 
Aplicada em: 2016. Banca: RHS Consult. Órgão: Prefeitura de Paraty – 
RJ. Prova: Procurador 
 
Considerando a Lei nº 13.105/2015, no que tange à tutela provisória, 
assinale a alternativa correta. 
 
a) A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, não pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. 
 
b) A tutela provisória requerida em caráter incidental depende do 
pagamento de custas. 
 
Aplicada em: 2016. Banca: RHS Consult. Órgão: Prefeitura de Paraty – 
RJ. Prova: Procurador 
 
c) A tutela provisória não conserva sua eficácia na pendência do 
processo, e não pode ser revogada ou modificada. 
 
d) Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conserva a 
eficácia durante o período de suspensão do processo. 
 
e) Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela 
provisória, o juiz está dispensado de motivar seu convencimento. 
 
Aplicada em: 2016. Banca: FUNDATEC. Órgão: Prefeitura de Porto 
Alegre – RS. Prova: Procurador Municipal - Bloco I 
 
Assinale Verdadeiro (V)ou Falso (F): 
 
A tutela de urgência cautelar antecedente torna-se estável se da 
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
Nessa hipótese, qualquer das partes poderá demandar a outra 
com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela estabilizada 
no prazo de dois anos. ( ) 
 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: CESPE. Órgão: TCE-PA. Prova: Auditor de 
Controle Externo - Área Administrativa – Direito 
 
Julgue o item a seguir, referentes à tutela provisória e aos meios de 
impugnação das decisões judiciais conforme o novo Código de Processo 
Civil. 
 
A denominada tutela provisória não pode ter natureza satisfativa, uma 
vez que essamodalidade de tutela jurisdicional se presta unicamente a 
assegurar a futura eficácia de tutela definitiva, resguardando direito a 
ser satisfeito. 
 
( ) CERTA ( ) ERRADA 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: CESPE. Órgão: TCE-PA. Prova: Auditor de 
Controle Externo - Área Fiscalização – Direito 
 
No que se refere à formação, extinção e suspensão do processo bem 
como à tutela provisória, julgue o item que se segue. 
 
A tutela provisória requerida pela parte em caráter incidental depende 
de pagamento de custas. 
 
( ) CERTA ( ) ERRADA 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: VUNESP. Órgão: Prefeitura de Alumínio – SP. 
Prova: Procurador Jurídico 
 
Em um processo de conhecimento, o qual fique caracterizado abuso do 
direito de defesa ou manifesto propósito protelatório das partes, a parte 
lesada poderá requerer tutela provisória de 
 
a) evidência. 
b) urgência cautelar incidental. 
c) urgência antecipada antecedente. 
d) urgência cautelar antecedente. 
e) urgência antecipada incidental. 
 
Aplicada em: 2016. Banca: TRT 4º Região. Órgão: TRT - 4ª REGIÃO (RS) 
Prova: Juiz do Trabalho Substituto 
Considere as assertivas abaixo sobre tutela provisória. 
 
I - A tutela provisória de urgência pode ser classificada, no tocante ao seu 
conteúdo, em cautelar e antecipada, podendo ser concedida, em qualquer 
das hipóteses, em caráter antecedente ou incidental. 
 
II - A tutela provisória, uma vez concedida, mantém sua eficácia até o 
julgamento final do processo, podendo o julgador, na sentença, mantê-la, 
revogá-la ou modificá-la, o que não mais é admissível no curso do 
processo. 
 
III - O Julgador, ao exercer o poder geral de cautela, em tutela provisória, 
deve observar apenas o quanto pretendido pela parte postulante no que 
tange às medidas de sua efetivação. 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: TRT 4º Região. Órgão: TRT - 4ª REGIÃO (RS) 
Prova: Juiz do Trabalho Substituto 
 
Considere as assertivas abaixo sobre tutela provisória. 
 
Quais são corretas? 
 
a) Apenas I 
b) Apenas II 
c) Apenas III 
d) Apenas I e II 
e) I, II e III 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: CONSULPLAN. Órgão: TJ-MG. Prova: Titular 
de Serviços de Notas e de Registros – Provimento 
 
Quanto à tutela provisória, é correto afirmar, EXCETO: 
 
a) A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, será 
concedida em caráter antecedente ou incidental. 
 
b) A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do 
pagamento de custas. 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: CONSULPLAN. Órgão: TJ-MG. Prova: Titular 
de Serviços de Notas e de Registros - Provimento 
 
Quanto à tutela provisória, é correto afirmar, EXCETO: 
 
c) A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, 
mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada; todavia, 
salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a 
eficácia durante o período de suspensão do processo. 
 
d) O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para 
efetivação da tutela provisória, devendo observar as normas referentes 
ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
 
Aplicada em: 2016. Banca: MPE-SC. Órgão: MPE-SC. Prova: Promotor de 
Justiça – Matutina 
 
Nos termos do novo Código de Processo Civil, a tutela da evidência será 
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
( ) CERTA ( ) ERRADA 
 
 
Aplicada em: 2016. Banca: MPE-RS. Órgão: MPE-RS. Prova: Promotor de 
Justiça - Prova Anulada 
 
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o 
tema da tutela provisória, segundo o disposto no Código do Processo Civil. 
 
( ) A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, 
ao juízo competente para conhecer do pedido principal. 
 
( ) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a 
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à 
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se 
busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
Aplicada em: 2016. Banca: MPE-RS. Órgão: MPE-RS. Prova: Promotor de 
Justiça - Prova Anulada 
 
( ) Efetivada a tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o pedido 
principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 15 (quinze) dias, caso 
em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de 
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas 
processuais. 
 
( ) Cessa a eficácia da tutela cautelar concedida em caráter antecedente, se o 
juiz julgar procedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o 
processo sem resolução de mérito. 
 
Aplicada em: 2016. Banca: MPE-RS. Órgão: MPE-RS. Prova: Promotor de 
Justiça - Prova Anulada 
 
 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para 
baixo, é 
 
a) V – V – F – F. 
b) F – V – F – V. 
c) V – V – V – F. 
d) F – F – V – V. 
e) V – F – V – F.

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