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Jacques Lacan

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JACQUES LACAN
VIDA E OBRA
Frederico J. T. S. Correia
Rayanne Sheila S. Vitorino
Anisio Ferraz R. Junior
 BIOGRAFIA
Nascido 13 de abril de 1901 foi o primeiro filho de Emile Baudry (mãe) era muito religiosa e seu pai Alfred se consagrava pelo trabalho.
Estudou no Colégio Stanisla, onde concluiu o primário e o secundário brilhantemente, apesar de faltar muito e a aparência débil.
Teve 3 irmãos: O irmão mais novo morre de hepatite em 1904 aos 2 anos; Sua irmã Madeleine Marie Emmanuelle se casa com um primo; e seu irmão Marc Marie se torna monge, que ele por ter perdido sua fé, vive um falha pessoal a ordenação sacerdotal do seu irmão em 1926.
Desde 1923 ele se interessava nas ideias de Charles Maurras, sem aderir ao principio antissemita.
- No final do seu estágio em medicina, ele interrompe os estudos e considera ir para o Senegal, viajem que não teve êxito e ele regressa a Faculdade de Medicina de Paris.
Também em 1926 ele teve êxito no concurso que permitiu começar seu internato no serviço “ Clinica das Doenças Mentais e do Encéfalo”, dirigida por Henri Claude, que foi seu mestre no Sainte Anne, onde permaneceu até 1931, passando da neurologia para psiquiatria. 1931 foi crucial para Lacan, começa um síntese, de três domínios do conhecimento: a clínica psiquiátrica, a doutrina freudiana e o segundo surrealismo. Que o levará a se tornar chefe de escola.
Em 1932 o caso Aimée, da argumentos para sustentar sua tese de Doutorado, intitulado “Da psicose paranoica e suas relações com a personalidade”. Assim recebe diploma em medicina, especialidade em medicina legal, junto também o titulo de assistente hospitalar.
Em 1938, Lacan foi titularizado na Sociedade Psicanalítica de Paris;
Quando a guerra começou ele interrompeu toda sua atividade pública, recebendo apenas sua clientela particular;
Em 1950 Lacan começou o retorno aos textos de Freud, revalorizando o inconsciente e o isso em detrimento do eu, atacando uma das grandes correntes do freudismo, a Ego Psicology;
Na SSP, atraiu muitos alunos e começou a ser reconhecido, ao mesmo tempo, como didata e como clínico;
Em 1953 ocorreu a primeira cisão francesa e se desenrolou em torno da criação de um novo instituto de psicanálise e da questão da análise leiga.
Lacan fica ao lado dos universitários em oposição aos rituais de duração obrigatória (45-50 min.) imposto pelos padrões da IPA;
Durante o inverno de 1963, Lacan continuava sendo acusado de transgressão das regras. Ocorre a segunda cisão (excomunhão);
Em 1965 Fundou a coleção “Champ Freudien”;
Em 1974 Lacan dirigiu, na Universidade de Paris, um ensino do “Campo freudiano”, que encorajou a transformação progressiva de sua doutrina em um corpo de doutrina fechado.
Em 1980 ocorreu a terceira cisão do movimento francês, que em seguida dispersou-se em diversas associações;
Lacan morreu em 9 de setembro de 1981 acometido por distúrbios cerebrais provocados por um tumor maligno do cólon,
LACAN E FAMÍLIA
Lacan tinha uma vida familiar bastante ativa.
	
	Em 1934, ele se casou com Marie-Louise Blondin , esposa apaixonada e iludida com o homem fiel e apaixonado idealizado, o qual Lacan nunca seria. Ela dá à luz três filhos: Caroline em 1934, Thibaut em 1939 e Sibelle em 1940.
	A partir de 1938, Sylvia Bataille entra, definitivamente na vida de Lacan, tornou-se sua companheira com quem, em 1941, teve uma filha, Judith. Sylvia Bataille casou-se com Jacques Lacan em 1953.
Sylvia Bataille, atriz, estreia no teatro com a trupe de Agit-prop Group Octobre, dirigida por Jacques Prevert. Sua estréia no cinema veio em 1933, e em 1936 ela desempenhou seu papel mais memorável em Um Dia no País. Sua última aparição foi em 1950.
	Lacan, por vários anos não pode unir os filhos dos dois casamentos a pedido de Sylvia (Malou – apelido). Confusão essa que teria consequências dramáticas para as duas famílias.
CONTRIBUIÇÕES DE LACAN PARA A PSICANÁLISE
	De início, pode-se dizer que Lacan se preocupou em fundamentar a psicanálise a partir da ciência e de sua própria experiência.
	Assim disse ele em “Função e Campo da Fala e da Linguagem em Psicanálise” (1953/1998, p. 268): “se a psicanálise pode tornar-se uma ciência, (...), devemos resgatar o sentido de sua experiência”.
	É a partir da linguagem que Lacan vai estabelecer essa relação entre lógica e psicanálise. 
	Ele situa o campo da psicanálise como o campo da relação de linguagem, já que se trata da relação entre falantes, e ao especificar o campo da psicanálise, ao mesmo tempo Lacan a situa epistemologicamente.
	Uma corrente representada pelos diversos partidários de Lacan, seja m quais forem suas tendências. Ganhou corpo entre 1953 e 1963 na França.
	O lacanismo pertence à constelação freudiana, na medida em que se reconhece na doutrina fundada por Freud e se distingue claramente das outras escolas de psicoterapia por sua adesão à psicanálise, ou seja, o tratamento pela fala como lugar exclusivo do tratamento psíquico, e aos grandes conceitos freudianos fundamentais: o inconsciente, a sexualidade, transferência, o recalque e a pulsão. 
	Entretanto, diversamente do annafreudismo da Ego e da Self, o lacanismo não é uma simples corrente. É uma espécie de revolução às avessas, não um progresso em relação a um texto original, mas uma “substituição ortodoxa” deste texto.
LACANISMO
Simbólico, Imaginário, Real
Essa tríade de conceitos, a partir de 1953, forma uma estrutura que, segundo Lacan, passaria a determinar e equilibrar as relações intrapsíquicas: 
O simbólico designa a ordem civilizatória a que o sujeito está ligado, como um lugar psíquico em que são reconhecidos os discursos produtores de “verdades”. 
O imaginário se define como um lugar no eu onde são acolhidos os fenômenos de representações ilusórias, utilizados para aplacar as vivências angustiantes advindas do real. 
O real designa qualquer fenômeno, aquilo que ainda não tem representações ou simbolizações no eu, que está no plano das vivências corporais ou emocionais e que, em geral, causa angústia ou sofrimento.
Gozo e Perversão
Para Lacan, o conceito de gozo implica a ideia de transgressão da lei: desafio, insubmissão ou escárnio. O gozo, portanto, participa da perversão, teorizada por Lacan como um dos componentes estruturais do funcionamento psíquico. Na perversão, o sujeito só encontra prazer quando a lei é transgredida.
Significante e Significado
Esse termo foi introduzido por Ferdinand de Saussure (1857-1913) para designar a parte do signo linguístico que remete à representação psíquica do som (ou imagem acústica), em oposição à outra parte, ou significado, que remete ao conceito.
Estágio do Espelho e o Eu ideal
Segundo Lacan, nos primeiros meses de vida de uma criança, não há nada parecido a um eu. É só entre o sexto e o décimo oitavo mês de vida que tal esquema mental será desenvolvido. 
	Para tanto, faz-se necessário o reconhecimento de si na imagem do espelho ou na identificação com a imagem de outro bebê.
	As imagens determinam a vida do indivíduo... A partir delas, nasce a fantasia. 
	Nesse processo, surge um conceito reelaborado por Lacan, a partir de Freud: “o eu ideal, que representa a ideia que o indivíduo tem de si mesmo na forma arcaica e que delimitará suas identificações posteriores”... 
	Assim nasce o sujeito lacaniano, aquela estrutura com a função de ser o lugar em que o eu pode reconhecer-se, mas onde sua autonomia total se quebra diante da dependência do externo.
A Foraclusão do Nome do Pai
Lacan esquematiza o processo de exclusão da linguagem metafórica sob o termo de foraclusão, quer dizer não somente um mecanismo projetivo em direção ao exterior do Eu mais uma interiorização chamada recalcamento, mas ainda a não introdução de um terceiro na relação da criança com o Outro materno. Daí suas pesquisas sobre o estádio de espelho e sua reflexão sobre a estrutura da linguagem.
Língua e estrutura: metáfora e metonímia
Lacan sublinha que, no trabalho de Freud, o inconsciente se deixa ser apreendido de duas maneiras:
quando o locutor ou o sonhador comete um deslocamento(diz uma palavra ao invés de outra) ou quando produz uma condensação(como a palavra “famillionär”, analisada por Freud). Ele afirma que o deslocamento e a condensação, no caso, a metonímia e a metáfora, são as duas únicas maneiras de produzir significação se nós nos referimos à teoria de Jakobson, e que assim o inconsciente teria um funcionamento comparável à da linguagem.
Lacan renovou a concepção de Freud operando uma leitura estruturalista de sua obra, utilizando para isso ferramentas da linguística.
Lacan sofria de inibições na escrita e precisou de ajuda para publicar seus textos e transcreve o seminário, que se realizou de 1953 a 1979. nove seminários entre vinte e cinco foram “estabelecidos” e publicados por seu genro, Jacques-Alain Miller, entre 1973 e 1995. 
Redigiu cerca de 50 artigos, em geral oriundos de conferencias: 34 deles foram reunidas na obra de 900 paginas intitulada Écrits. Ele só escreveu apenas um livro: Da psicose paranoica em suas relações com a personalidade, na qual – tese, relatou o caso de Marguerite Anzieu – Uma mulher criminosa, da qual fez um caso de paranoia de auto-punição (o caso Aimée). A obra de Lacan foi traduzida em 16 línguas. 
Em 1965, Lacan fundou a coleção “Camp Freudien” nas Éditions du Seuil e, no ano seguinte, em 15 de dezembro de 1966, publicou os Escritos. Obra que projetou definitivamente Lacan no cenário internacional e passou a ser reconhecido não só como um pensador de envergadura e um mestre da Psicanálise. Sua obra seria lida e comentada por inúmeros filósofos, entre os quais Michel Foucault e Gilles Deleuse.
PRINCIPAIS OBRAS
Da psicose paranoica em suas relações com a personalidade,
A obra trata da psicose, tomada no sentido mais geral. Se objetivo principal é o de escapar ao paralelismo que se revela na ausência de qualquer déficit detectável pelas provas de capacidade (de memória, de motricidade, de percepção, de orientação e de discurso) e na ausência de qualquer lesão orgânica apenas provável, existem distúrbios mentais que, relacionados, segundo as doutrinas, à “afetividade”, ao “juízo”, à “conduta”, são todos eles distúrbios específicos da síntese psíquica. A obra conclui que a psicose permanecerá sempre como um enigma: o que sucessivamente foi expresso pelas palavras loucura, vesânia, paranoia, delírio parcial, discordância, esquizofrenia.
A coleção “Camp Freudien”
É necessário ter lido esta coleção, e em seu longo, sentir que continua ali um único debate, sempre o mesmo, e que, se parece até hoje, é reconhecido como o debate das luzes. 
É uma área em que até a aurora dura: a que parte de um preconceito que não se desfaz da psicopatologia, a falsa evidência de que o eu é o título de desfilar da existência.
O obscuro passa por objeto e flores do obscurantismo que aí encontra seus valores. Não é de surpreender, portanto, que estejamos resistindo à descoberta de Freud aqui, termo aqui estendido por uma anfibologia: a descoberta de Freud por Jacques Lacan. O leitor vai aprender o que é mostrado lá o inconsciente é pura lógica, ou seja, o significante. A epistemologia aqui sempre estará faltando, se não começar de uma reforma, que é a subversão do sujeito. O advento só pode realmente acontecer e, em um lugar que os psicanalistas realizam atualmente, é transcrever essa subversão, do mais cotidiano de sua experiência, que Jacques Lacan trabalha para eles há quinze anos. A coisa tem muito interesse para todos, de modo que não faça boatos.
O Seminário:
Seminário 1 - “Os escritos técnicos de Freud” (1953-54)
Seminário 2 - “O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise” (1954-55)
Seminário 3 - “As psicoses” (1955-56)
Seminário 4 - “A relação de objeto” (1956-57)
Seminário 5 - “As formações do inconsciente” (1957-58)
Seminário 6 - “O desejo e sua interpretação” (1958-59)
Seminário 7 - “A ética da psicanálise” (1959-60)
Seminário 8 - “A transferência” (1960-61)
Seminário 9 - “L’identification” (1961-62)
Seminário 10 - “A Angústia” (1962-63)
Seminário 11 - “Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise” (1964)
Seminário 12 - “Problèmes cruciaux pour la psychanalyse” (1964-65)
Seminário 13 - “L’objet de la psychanalyse” (1965-66)
Seminário 14 - “La logique du fantasme” (1966-67)
Seminário 15 - “L’acte psychanalytique” (1967-68)
Seminário 16 - “De um Outro ao outro” (1968-69)
Seminário 17 - “O avesso da psicanálise” (1969-70)
Seminário 18 - “D’un discours qui ne serait pás du semblant” (1970-71)
Seminário 19 - “...Ou pior” (1971-72)
Seminário 20 - “Mais, ainda” (1972-73)
Seminário 21 - “Les non-dupes errent” (1973-74)
Seminário 22 - “R.S.I.” (1974-75)
Seminário 23 - “O Sinthoma” (1975-76)
Seminário 24 - “L’insu que sait de l’une bévue s’aile à mourre” (1976-77)
Seminário 25 - “Le moment de conclure” (1977-78)
Seminário 26 - “La topologie et le temps” (1978-79)

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