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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA MÁQUINAS HIDRÁULICAS PROJETO DE BOMBEAMENTO HIDRÁULICO RECIFE, 2017 2 SUMÁRIO 1. LISTA DE FIGURAS .................................................................................... 3 2. LISTA DE TABELAS .................................................................................... 4 3. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5 4. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA .............................................................. 6 4.1 Descrição do Funcionamento ................................................................ 6 4.1 Planta do Sistema de Bombeamento .................................................... 8 5. ESCOLHA DA BOMBA .............................................................................. 10 5.1 Diâmetro da Tubulação ....................................................................... 10 5.2 Perda de Carga nos Encanamentos ................................................... 12 5.3 Perda de carga dos equipamentos: .................................................... 15 5.4 Cálculos da altura manométrica total (H): ........................................... 17 5.5 Escolha da bomba:.............................................................................. 17 6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 18 7. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 19 3 1. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Planta simplificada do sistema ........................................................... 8 Figura 2 - Gráfico da Sulzer, para escolha dos diâmetros dos encanamentos 10 Figura 3 - Comprimentos equivalentes a perdas localizadas de aço galvanizado ............................................................................ Erro! Indicador não definido. Figura 4 - Diagrama para encanamentos de aço galvanizado para água fria ............................................................................ Erro! Indicador não definido. 4 2. LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Itens da planta do sistema ................................................................ 9 Tabela 2 - Comprimento equivalente de cada item da tubulaçãoErro! Indicador não definido. 5 3. INTRODUÇÃO As bombas hidráulicas são máquinas geratrizes, pois recebem trabalho mecânico fornecido por uma fonte externa e o transformam em energia hidráulica, proporcionando ao líquido um aumento de pressão e energia cinética. Podemos classificar de acordo como é feita a conversão de energia e o meio de transferi-la ao fluido. São elas as bombas de deslocamento positivo, as turbobombas e as bombas especiais. A transformação de energia cinética em energia de pressão ocorre no difusor da bomba, outro componente bastante necessário. Fazendo com que na saída da bomba, o líquido consegue escoar com velocidade e pressão necessárias para vencer a pressão que se opõe ao seu escoamento. Para melhor aproveitar o efeito Bernoulli, o difusor normalmente possui uma seção gradativamente crescente, a fim de reduzir a velocidade do líquido e aumentar sua pressão. As bombas, têm grande aplicação na indústria, atuando em instalações no qual o transporte de líquidos ou sua pressurização são necessários. Sendo assim, saber dimensionar e selecionar esse equipamento é uma habilidade fundamental para engenheiros. Assim, este presente trabalho possibilita aos alunos uma experiência prática no dimensionamento de uma bomba para um determinado sistema. 6 4. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 4.1 Descrição do Funcionamento Em plataformas de produção, armazenamento e descarregamento de petróleo, para manter a qualidade do óleo produzido, faz se necessário o aquecimento dos tanques. Devido ao alto volume desses tanques, sistemas de aquecimento eficientes precisam ser implantados e pode ser utilizado sistema de aquecimento por meio de vapor gerado na plataforma. Este trabalho tem como objetivo a seleção de uma bomba de alimentação de água em um sistema de geração de vapor de uma plataforma analisando tecnicamente a bomba proposta pelo fornecedor para verificação se ela está adequada. Para o aquecimento dos tanques de carga, que possui risco de contaminação e precisa-se de vapor a uma menor pressão, foi adicionado um gerador de vapor de baixa pressão (LPSG – Low Pressure Steam Generator), constituído de um trocador de calor casco e tubo com lado do tubo alimentado por vapor à alta pressão e o lado do casco com água de alimentação aquecida para produção de vapor à baixa pressão. Figura 1 - Esquema do LPSG 7 Será estudada apenas a bomba do LPSG, pois a bomba para caldeira de alta pressão foi definida pelo fabricante da caldeira assim como seus dispositivos de controle. O diagrama simplificado abaixo mostra o sistema da bomba em análise: Dados práticos: O fluido do sistema está a 60ºC A vazão requerida é 23m³/h A rugosidade é 0,046mm 8 4.1 Planta do Sistema de Bombeamento Figura 2 - Planta simplificada do sistema Os equipamentos e tubulações representadas acima são um croqui simplificado do sistema e estão completamente descritos a seguir: 9 Tabela 1 - Itens da planta do sistema Equipamento Descrição LPSG Drain Inspection Tank Tanque de dreno e inspeção (alimentação) LPSG Drain Pump Bomba Válvula de Controle de Nível do LPSG Controle de nível para as condições de operação LPSG Condensate Cooler Nº 1 Trocador de calor LPSG Condensate Cooler Nº 2 Trocador de calor LPSG Gerador de vapor de baixa pressão P1 Curva 90 Válvula Gaveta Entrada Tubo P2 Válvula Gaveta Curva 90 P3 Válvula de Retenção Válvula Gaveta Curva 90 P4 Curva 90 P5 Curva 90 P6 Curva 90 P7 Válvula Globo P8 Válvula Globo Curva 90 P9 Válvula Globo P10 Válvula Globo Curva 90 P11 Válvula Gaveta Curva 90 Saída tubo/Entrada vaso 10 5. ESCOLHA DA BOMBA 5.1 Diâmetro da Tubulação Para reduzir as perdas de cargas nas linhas de aspiração e recalque, a escolha da velocidade obedece a indicações baseadas na experiência e em critérios de ordem econômica. A Sulzer aconselha, para o bombeamento de água, os valores de velocidades que se podem obter através do gráfico abaixo. Traça-se uma linha vertical no gráfico que irá interceptar as retas de velocidade correspondente à sucção e ao recalque. A partir do ponto de interseção, traça-se uma linha na horizontal que irá fornecer os diâmetros internos de sucção e recalque. Os pontos de interseção nos mostram o valor da velocidade em cada seção, ou seja, na sucção e no recalque. Logo, temos: Figura 3 - Gráfico da Sulzer, para escolha dos diâmetros dos encanamentos Abaixo estão listados os valores encontrados pelo gráfico da Sulzer e em seguida o tubo comercial que atende as especificações de projeto. Para tal foi utilizado o catálogo de Tubos em Aço Carbono Padrão Schedule nº 40 do Grupo Feital. Serão utilizados os valores aproximados, levando em conta as limitações comerciais e as limitações de dados disponíveis para o tamanho de tubo 11 escolhido. Consideraremos a vazão na condição de projeto do LPSG de 20ton/h ou 23m³/h e ainda 6,39 l/s. Para aspiração: Diâmetro de aspiração (recomendada) = 78mm ou 3.1/8” Velocidade de aspiração (recomendada) = 1,4m/s Mas de acordo com o catálogo teremos: Diâmetro de aspiração (real) = 102,26mm ou 4” Velocidade de aspiração (real): 𝑉 = 𝑄 𝐴 = 23𝑚3 ℎ 𝜋(102,26𝑚𝑚)2 2 = 0,78 𝑚/𝑠 Para recalque: Diâmetro de recalque = 70mm ou 2.3/4” Velocidade de recalque (recomendada) = 1,52m/s Mas de acordo com o catálogo teremos: Diâmetro de recalque (real) = 77,92mm ou 3” Velocidade de recalque (real): 𝑉 = 𝑄 𝐴 = 23𝑚3 ℎ 𝜋(77,92𝑚𝑚)2 2 = 1,34 𝑚/𝑠 12 5.2 Perda de Carga nos Encanamentos Dado o sistema de bombeamento analisado e conhecido os diâmetros e comprimentos das tubulações, podemos analisar as perdas de cargas. A bibliografia apresenta a expressão geral da perda de carga válida para qualquer líquido em um tubo de seção circular (equação 1.48 do Macintyre): 𝐽𝑁 = 0,0826 ∙ 𝑓 ∙ 𝑄2 𝐷5 ∙ 𝑙 Onde 𝑓 é o fator de resistência, 𝑄 é a vazão, 𝐷 o diâmetro interno e 𝑙 o comprimento da tubulação. O fator de resistência (𝑓) depende do número de Reynolds, pois leva em consideração se o escoamento é laminar ou turbulento: 𝑅𝑒 = 𝐷 ∙ 𝑉 𝑣 Sabendo que 𝑣, a viscosidade cinemática da água a 60ºC é 0,47 centistokes segundo a tabela 1.1 do Macintyre, e utilizando o ábaco de Moody: Tubulação 𝑽 (m/s) 𝑫 (mm) 𝑹𝒆 Regime 𝜺 𝑫 𝒇 P1, P2 0,78 102,26 169.708 Turbulento 0,00045 0,019 P3 – P11 1,34 77,92 222.155 Turbulento 0,00059 0,018 Além da perda de energia ocorrida ao longo do encanamento, as peças especiais, conexões, válvulas etc. também são responsáveis por perdas de energia. Um dos métodos para determinar essas perdas localizadas, utiliza a fórmula: 𝐽𝐿 = 𝐾 ∙ 𝑉2 2𝑔 Onde 𝐾 é o coeficiente de de perdas localizadas e 𝑉 é a velocidade. Os valores de 𝐾 foram obtidos de acordo com os dados da tabela abaixo, baseada em dados obtidos da fonte bibliográfica. 13 Dispositivo K Curva 90 0,53 Válvula Gaveta 0,14 Válvula Retenção 2,2 Válvula Globo 6,0 Entrada do tubo 0,78 Saída do tubo 1,0 Tubo 𝑫𝑵𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 (pol) 𝒍 (m) Acessório 𝑲 (u) Qtde. 𝑲 (t) P1 4 3 Curva 90 0,53 1 1,45 Válvula Gaveta 0,14 1 Entrada tubo 0,78 1 P2 4 2 Válvula Gaveta 0,14 1 1,73 Curva 90 0,53 3 P3 3 2 Válvula de Retenção 2,2 1 3,4 Válvula Gaveta 0,14 1 Curva 90 0,53 2 P4 3 3 Curva 90 0,53 1 0,53 P5 3 8,3 Curva 90 0,53 1 0,53 P6 3 18 Curva 90 0,53 1 0,53 P7 3 2 Válvula Globo 6,0 2 12 P8 3 2 Válvula Globo 6,0 1 7,06 Curva 90 0,53 2 P9 3 2 Válvula Globo 6,0 2 12 P10 3 2 Válvula Globo 6,0 1 7,06 Curva 90 0,53 2 P11 3 4 Válvula Gaveta 0,14 1 2,2 Curva 90 0,53 2 Saída tubo 1,0 1 14 Em mão das tabelas expostas nesse tópico e das equações para 𝐽𝑁 e 𝐽𝐿, podemos calcular a perda de carga em cada trecho da tubulação, substituindo os valores como no exemplo abaixo: Para P1 e P2: 𝑓 = 0,019 𝐷 = 102,26𝑚𝑚 𝑉 = 0,78𝑚/𝑠 𝐽𝑁 = 0,0826 ∙ 𝑓 ∙ 𝑄2 𝐷5 ∙ 𝑙 = 0,0826 ∙ 0,019 ∙ ( 23𝑚3 ℎ ) 2 ∙ 𝑙 (102,26𝑚𝑚)5 𝐽𝑁 = 𝑙 ∙ 5,73 ∙ 10 −3 Logo, para cada tubo, basta multiplicar pelo seu comprimento (tabela X) e se obterá as perdas normais para o mesmo. 𝐽𝐿 = 𝐾 ∙ 𝑉2 2𝑔 = 𝐾 ∙ ( 0,78𝑚 𝑠 ) 2 ∙ 1 2 ∙ 9,8𝑚 𝑠2 𝐽𝐿 = 𝐾 ∙ 0,031 Da mesma forma, basta multiplicar pelo coeficiente 𝐾 (tabela Y) para obter as perdas localizadas em cada tubo. Para P3 – P11: 𝑓 = 0,018 𝐷 = 77,92𝑚𝑚 𝑉 = 1,34𝑚/𝑠 𝐽𝑁 = 0,0826 ∙ 𝑓 ∙ 𝑄2 𝐷5 ∙ 𝑙 = 0,0826 ∙ 0,018 ∙ ( 23𝑚3 ℎ ) 2 ∙ 𝑙 (77,92𝑚𝑚)5 𝐽𝑁 = 𝑙 ∙ 2,11 ∙ 10 −2 𝐽𝐿 = 𝐾 ∙ 𝑉2 2𝑔 = 𝐾 ∙ ( 1,34𝑚 𝑠 ) 2 ∙ 1 2 ∙ 9,8𝑚 𝑠2 𝐽𝐿 = 𝐾 ∙ 0,092 15 Executando o procedimento para todos os tubos: Tubo 𝑱𝑵 𝑱𝑳 P1 0,017 0,045 P2 0,011 0,054 P3 0,042 0,313 P4 0,063 0,049 P5 0,175 0,049 P6 0,38 0,049 P7 0,042 1,104 P8 0,042 0,650 P9 0,042 1,104 P10 0,042 0,650 P11 0,084 0,202 Total 0,94 4,269 5.3 Perda de carga dos equipamentos: Para encontrarmos as perdas de cargas dos equipamentos foi preciso pesquisarmos alguns equipamentos que atendam às necessidades do projeto. Assim, o trocador de calor encontrado foi da marca Carrier modelo 30 e a válvula de controle de 3’’. Ao observar o gráfico, a uma vazão de 23m³/h, optamos por usar a perda de carga no trocador de calor, segundo o modelo 30, de 3 mCA. Figura 4: Gráfico para perda de carga em condensadores da Carrier. 16 Dessa forma, a perda de carga para uma válvula de controle com 3’’ não está mostrada no gráfico porem é menor que 1mCA, sendo assim, vamos usar a sua perda de carga como 1mCA. Os equipamentos no sistema que influenciam no cálculo da bomba são descritos abaixo. Equipamento Temperatura (c) Elevação a partir da base (m) Pressão LPSG Drain Inspection Tank 60 10,9 0 (Atmosférico) LPSG Drain Pump 60 10,9 Head Válvula de controle de Nível do LPSG 60 19,2 1 mCA (perda de carga) LPSG Condensate Cooler (No1) 60(entrada) ~ 119(saída) 20 3 mCA (perda de carga) LPSG Condensate Cooler (No2) 119(entrada) ~ 180(saída) 23 3 mCA (perda de carga) LPSG 180(entrada) ~184 (saída) 24 1150 KPa (Projeto) Logo a perda de carga total dos equipamentos é 𝐽𝑒 = 3 + 3 + 1 = 7𝑚𝐶𝐴. Figura 5 Gráfico de perda de carga de válvulas de controle. 17 5.4 Cálculos da altura manométrica total (H): Sabemos que: 𝐻 = 𝑃𝑑 + 𝑃𝑠 γ + ℎ𝑟 − ℎ𝑎 + 𝐽𝑛 + 𝐽𝑙 + 𝑗𝑒 Onde: 𝑃𝑑 = Pressão manométrica de recalque = 1150 KPa 𝑃𝑠 = Pressão manométrica de aspiração = 0 Pa hr = Altura estática de recalque = 24m – 10,9m = 13,1m ha = Altura estática de aspiração = 0 𝛾 = Peso especifico na temperatura de bombeamento – 9653 N/m³ j𝑒 = Perda de carga dos equipamentos – 7 mCA O que essa formula nos diz é que a altura manométrica total é a soma da pressão manométrica (em metros de coluna d’agua), com as pressões estáticas de recalque e as perdas de cargas. Uma bomba precisa ter um superar essa pressão da altura manométrica total para conseguir recalcar um fluido. Logo: 𝐻 = 1150000 9653 + 13,1 − 0 + 4,269 + 0,94 + 7 = 144,4 𝑚 O projeto original encontra um valor para a altura manométrica total de 143,6 m, ou seja, obtemos valores próximos. 5.5 Escolha da bomba: Para escolher a bomba vamos precisar de uma que opere a uma vazão de 23 m³/h e 144,4 mCA. O projeto usa uma bomba japonesa que possui um ponto de operação próximo a vazão de 23 m³/h e altura manométrica de 145 mCA. A bomba é Shinko do modelo SHQ65. 18 6. CONCLUSÃO A bomba Shinko escolhida para usar no projeto atende as necessidades sistema, segundo nossos cálculos. Além disso, este trabalho propiciou uma excelente oportunidade aos alunos de desenvolverem habilidades de dimensionamento e seleção de bombas para uma instalação industrial. Desta forma, os alunos desenvolveram novos conhecimentos através de uma abordagem prática, aplicando as teorias aprendidas em sala de aula em um problema realista. 19 7. REFERÊNCIAS 1. Cálculos de perda de carga para seleção de uma bomba de alimentação de água de um gerador de vapor em uma unidade FPSO. Rodrigo Pumar Alves de Souza. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2015. 2. Equipamentos industriais e de processo. Archibald Joseph Macintyre – Rio de Janeiro: LTC, 2011. 3. Catálogo de Tubos GRUPO FEITAL: TUBOS EM AÇO CARBONO PADRÃO SCHEDULE http://www.feital.com.br/produtos/tubos-em-aco-carbono-padrao- schedule-com-ou-sem-costura/
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