Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NISE DA SILVEIRA “A REVOLUÇÃO DA LOUCURA” “Nise da Silveira” (1905 – 1999) Filha de um professor e de uma pianista, a psiquiatra alagoana que descriminalizou e humanizou o doente mental, revolucionando a psiquiatria no Brasil. Onde passou a usar a arte como terapia de reabilitação, e forma de conhecimento para alcançar a mente de seus “clientes”. Pioneira, em 1926 Nise se formou em medicina na Bahia, era a única mulher em uma turma de 157 alunos. Apresentou em sua graduação o estudo: “Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil” Era contra a marginalização; a exclusão total; os hospitais psiquiátricos, que eram quase uma prisão; contra a terapia de choque, que buscava “ajustar”o doente; contra a lobotomia, que era uma abertura cirúrgica no crânio do paciente em que era secionadas as vias de ligação do lobo frontal ao tálamo e outras vias, usados em casos graves de esquizofrenia. Em 1944, passou a trabalhar no Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional do Rio de Janeiro, mas por se negar a seguir os tratamentos da época, foi transferida como “punição”, para o Setor de Terapia Ocupacional do Hospital Pedro II. Essa transferência foi fundamental, pois foi lá que Nise, deu voz a loucura e começou a revolucionar a psiquiatria. Introduziu cães e gatos ao convívio dos “clientes” como forma de terapia e desenvolvimento da afetividade. Fez da arte, terapia reconhecida internacionalmente, e de seus “clientes esquizofrênicos” artistas reconhecidos. Foto de formatura de Nise - 1926 Hospital Psiquiátrico Instituto Nise da Silveira Foi presa política de 1934 à 1936, acusada de envolvimento com o comunismo e ter em seu quarto leitura comunista. Denunciada por uma enfermeira que trabalhava com ela no hospital da Cruz Vermelha. No presídio Frei Caneca dividiu cela com a comunista alemã Olga Benário, esposa na época de Luiz Carlos Prestes. Conheceu também na prisão o escritor alagoano Graciliano Ramos. O Museu de Imagens do Inconsciente fundado em 1952 pela Dra. Nise da Silveira na cidade do Rio de Janeiro, é hoje um centro de estudos e pesquisa na área da saúde mental, e guarda um acervo pessoal de quase 360 mil obras. Obras essas tombadas como “Memórias do Mundo” pela UNESCO, pois é a maior e mais diferenciada desse tipo de arte no mundo. E também pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. “O ATISTA E O POETA MERGULHAM NO INCONCIENTE E VOLTAM. JÁ O LOUCO, O DOENTE MENTAL NÃO TEM O BILHETE DE VOLTA. ESSA É A DIFERENÇA.” “PARA NAVEGAR CONTRA A CORRENTE SÃO NECESSÁRIAS CONDIÇÕES RARAS: ESPÍRITO DE AVENTURA, CORAGEM, PERSEVERANÇA E PAIXÃO.” “TODOS NÓS TEMOS UMA PARCELA DE MALDADE, NÃO SOMOS CEM POR CENTO BONZINHOS. PROJETAMOS OU INIBIMOS FORÇAS INSTINTIVAS. SEMPRE PENSAMOS QUE O MAL ESTÁ NO OUTRO E NÃO EM NÓS.” “NÃO SE CURA ALÉM DA CONTA. GENTE CURADA DEMAIS É GENTE CHATA. TODO MUNDOTEM UM POUCO DE LOUCURA. VOU LHESFAZER UM PEDIDO:VIVAM A IMAGINAÇÃO, POIS ELA É A NOSSA REALIDADE MAIS PROFUNDA. FELIZMENTE, EU NUNCA CONVIVI COM PESSOAS MUITO AJUIZADAS.” “O QUE MELHORA O ATENDIMENTO É O CONTACTO AFETIVO DE UMA PESSOA COM A OUTRA. O QUE CURA É A ALEGRIA, O QUE CURA É A FALTA DE PRECONCEITO.” UNESA – 2018 “TRABALHO DE SAÚDE MENTAL” Bianca Costa Carla Eugênio Fernanda Geiza dos Santos Michele Moreira Mônica
Compartilhar