Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Discentes: Aline Monteiro, Bianca O. Castelli, Maria Eduarda Neves. ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO: HOLOCAUSTO BRASILEIRO – O IMPACTO REFLETIDO NA SOCIEDADE Os primeiros asilos para loucos foram fundados nos séculos XIV e XV, havia uma concepção demoníaca em que a loucura e todas as doenças desconhecidas eram atribuídas ao diabo. Isto é, a doença mental era vista como algo sobrenatural. Em 1570, Jean Wier começou a distinguir a possessão da doença mental e assim nasceu a psiquiatria. Philippe Pinel, em 1793, foi um dos primeiros a libertar os doentes acorrentados no hospital psiquiátrico e propiciar uma humanização no tratamento, ele defendia a observação como base da investigação clínica e a interação com os pacientes. Além disso, ele sustentava a liberdade, o tratamento moral da doença como, o estabelecimento de regras de vida, exercícios físicos e supressão da agressão e discutia a importância do contato dos pacientes com os amigos e parentes próximos durante o tratamento. Apesar disso, ainda após a reforma psiquiátrica instituída por Pinel, no século XIX, o tratamento dos doentes no manicômio ainda era através de práticas de tortura. O primeiro Hospital psiquiátrico do Brasil foi criado em 1852 na cidade do Rio de Janeiro. 60 anos depois foi promulgada a Lei Federal de Assistência aos Alienados, com isso, aumentou o número de instituições destinadas ao tratamento dos doentes mentais. Com a fundação da instituição, a preocupação passou a ser a criação de locais de poder disciplinador. A disciplina instituída nessas instituições também produzia socialmente a normalização de comportamentos, sendo estes passíveis de intervenção do saber psiquiátrico, atuando na higienização social (Figueiredo; Delevanti; Tavares, 2014). O Hospital Colônia de Barbacena foi uma espécie de hospital psiquiátrico fundado em 12 de outubro de 1903 na cidade de Barbacena, Minas Gerais. Antes de ser um local para o “tratamento” psiquiátrico, tratava pacientes vítimas de tuberculose. O isolamento dos tuberculosos explica a localização afastada do hospital, que fica em cima de uma montanha. Dessa forma, o local também se mostrou conveniente para excluir os grupos marginalizados da sociedade. O hospital tornou-se conhecido pelo tratamento desumano que oferecia aos pacientes. De tal modo que, o psiquiatra italiano Franco Basaglia nomeou a instituição como um “campo de concentração nazista” o que justifica a escolha do título do documentário “o holocausto brasileiro”. Nessa época, as redes assistenciais eram ofertadas de forma massiva, trabalhando com modelos terapêuticos precários. Nos tratamentos utilizava-se a tortura, como cadeiras elétricas, solitárias e camisas de força. Os pacientes passavam fome e sede, viviam em meio de ratos e baratas e não tinham um local apropriado para realizar as necessidades básicas e fisiológicas. Além disso, o hospital foi fundado com capacidade para 200 leitos, mas tinha cerca de cinco mil pacientes em 1961, pois eram enviados até o hospital não apenas sujeitos com transtornos mentais, mas também opositores políticos, prostitutas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos, com algum tipo de Discentes: Aline Monteiro, Bianca O. Castelli, Maria Eduarda Neves. deficiência, etc. Também, acontecia de serem colocadas no manicômio de Barbacena pela própria família. Isso ocorria, pois, todo individuo com comportamentos desviantes, julgados pela sociedade, era tratado como doente mental. Portanto, estima-se que 70% dos pacientes não tinham diagnóstico de qualquer tipo de doença mental. Ademais, a situação no hospital era tão precária que pelo menos 60 mil pessoas morreram nesse ambiente entre as décadas de 1960 e 1970. Dessa forma, percebe-se no tratamento desumano nesse hospital que o Brasil estava em retrocesso na história da psiquiatria e que provocou enormes danos a milhares de pessoas, resultando assim em um terrível genocídio. Discentes: Aline Monteiro, Bianca O. Castelli, Maria Eduarda Neves. REFERÊNCIA BEAUCHESNE, Hervé; CABRAL, Álvaro. História da Psicopatologia. 1º Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1989. FIGUEIRÊDO, Marianna; DELEVATI, Dalnei; TAVERES, Marcelo. Entre loucos e manicômios: história da loucura e reforma psiquiátrica no Brasil. Caderno de graduação, Maceió, v.2, n. 2, p. 121-136, nov 2014. HOLOCAUSTO brasileiro: o impacto refletido na sociedade. Realização: Eric Costa e Joyce Fonseca. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1qA1ob2pIkuaD4ydrNTVyvPlVqXSoP1SQ/view>. Acesso em 08 de abril de 2019 https://drive.google.com/file/d/1qA1ob2pIkuaD4ydrNTVyvPlVqXSoP1SQ/view
Compartilhar