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Recurso de Revista em Processo Trabalhista

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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
 
 
 
 
 
 
PROCESSO Nº TST-RR-10264-42.2013.5.05.0039 
 
Firmado por assinatura digital em 23/02/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
A C Ó R D Ã O 
(2ª Turma) 
GMDMA/VRA/ 
 
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE 
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 
13.015/2014. DESPESAS MÉDICAS. DANOS 
MATERIAIS. Demonstrada possível 
violação ao art. 818 da Consolidação das 
Leis do Trabalho, impõe-se o provimento 
do agravo de instrumento para 
determinar o processamento do recurso 
de revista. Agravo de instrumento 
provido. 
 
II – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA 
VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014 
1 – DOENÇA OCUPACIONAL. DANOS MORAIS. O 
Tribunal Regional evidenciou os 
elementos necessários para 
configuração da responsabilidade civil 
subjetiva da reclamada, portanto, 
impõe-se a manutenção do acórdão quanto 
aos danos morais, com fundamento nos 
arts. 186, 927, caput, do Código Civil. 
Recurso de revista não conhecido. 
 
2 – QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANOS 
MORAIS. DOENÇA OCUPACIONAL. R$ 
60.000,00. A instância ordinária, ao 
fixar o quantum indenizatório a título 
de danos morais, pautou-se pelo 
princípio da razoabilidade, não se 
justificando a excepcional intervenção 
desta Corte Superior. Incide a Súmula 
126 do TST. Recurso de revista não 
conhecido. 
 
3 – DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. 
Verifica-se, do exposto, bem como dos 
demais parâmetros nos quais se baseou o 
acórdão do Tribunal Regional, e ainda 
das circunstâncias do caso, que o valor 
da pensão mensal foi arbitrado de forma 
razoável e proporcional à extensão dos 
prejuízos suportados pelo reclamante 
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Justiça do Trabalho
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PROCESSO Nº TST-RR-10264-42.2013.5.05.0039 
 
Firmado por assinatura digital em 23/02/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
durante o período do seu afastamento. 
Recurso de revista não conhecido. 
 
4 – DANOS MATERIAIS. DESPESAS MÉDICAS. 
Hipótese em que o acórdão recorrido 
consignou não existir comprovação das 
despesas médicas alegadas. Diante 
disso, verifica-se que o reclamante não 
fez provas das despesas médicas, logo, 
o autor não se desincumbiu do seu ônus 
probatório, portanto, não há falar em 
ressarcimento. Recurso de revista 
conhecido e provido. 
 
 
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso 
de Revista n° TST-RR-10264-42.2013.5.05.0039, em que é Recorrente 
PETROBRÁS TRANSPORTE S.A. - TRANSPETRO e é Recorrido JORGE LUIS DOS 
SANTOS. 
 
O Tribunal Regional do Trabalho da 5.ª Região denegou 
seguimento ao recurso de revista interposto pela reclamada. 
Inconformada, a reclamada interpõe agravo de 
instrumento, sustentando que seu recurso de revista tinha condições de 
prosperar. 
Foram apresentadas contrarrazões e contraminuta. 
Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério 
Público do Trabalho, consoante o art. 83, § 2.º, II, do RITST. 
É o relatório. 
 
 
 
 
 
 
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PROCESSO Nº TST-RR-10264-42.2013.5.05.0039 
 
Firmado por assinatura digital em 23/02/2018 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
 
V O T O 
 
I – AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
1 – CONHECIMENTO 
 
Preenchidos os requisitos legais de admissibilidade, 
CONHEÇO do agravo de instrumento. 
 
2 – MÉRITO 
 
O recurso de revista da reclamada teve seu seguimento 
denegado pelo juízo primeiro de admissibilidade, aos seguintes 
fundamentos: 
 
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS 
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 31/05/2016 - ID 
B32295B ; protocolizado em 08/06/2016 - ID 4480620). 
Regular a representação processual, ID 1439494. 
Satisfeito o preparo ( ID c86f408, ID eb1ecb0, ID 44a6eaa e 
ID8371d64). 
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS 
Responsabilidade Civil do Empregador/Empregado / Indenização por 
Dano Moral / Doença Ocupacional. 
Responsabilidade Civil do Empregador/Empregado / Indenização por 
Dano Moral / Valor Arbitrado. 
Responsabilidade Civil do Empregador/Empregado / Indenização por 
Dano Material / Pensão Vitalícia. 
Alegação(ões): 
- violação do(s) , inciso II, da Constituição Federal. 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
- violação da(o)(s) Lei nº 13105/2015, artigo 373, inciso I; Código 
Civil, artigo 186,927; artigo 944; Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 
818. 
Insurge-se ante a condenação ao pagamento a título de danos morais e 
materiais. Sucessivamente, requer a redução dos montantes fixados. 
Consta do acórdão: 
Evidenciado o dano e o nexo causal com as atividades laborais do 
obreiro, deve-se analisar a existência ou não de culpa ou dolo do 
empregador para que subsista o direito de indenizar. 
Pois bem. A Reclamada teve ciência do quadro do Autor, mas não 
adotou qualquer medida profilática a fim de evitar que o mesmo 
desenvolvesse ou agravasse os efeitos do labor nas doenças adquiridas. 
Conclui-se que, se confirmado o ato ilícito ensejador de um dano e o 
nexo de causalidade entre o ato omissivo e o prejuízo sofrido, a empresa 
Reclamada está sujeita a reparar o dano causado, na forma do art. 186 do 
Código Civil. 
De fato, é obrigação do empregador prover todos os meios adequados 
à realização das atividades com o máximo de segurança à vida e integridade 
física e mental dos seus empregados. Afinal, como afirma o mestre Pinho 
Pedreira, em sua matéria A Reparação do Dano Moral no Direito do 
Trabalho, Ltr, vol, 55., maio/91, "enquanto nas contratações privadas se 
acham normalmente em jogo valores econômicos e como exceção podem ser 
afetados bens pessoais dos contratantes, geralmente de forma indireta, no 
contrato de trabalho o trabalhador, pela situação de dependência pessoal 
em que se encontra, arrisca permanentemente seus bens pessoais mais 
valiosos (vida, integridade física, honra, dignidade, etc.)". 
Quanto à fixação do valor dos danos morais, com efeito, o critério 
para a fixação do quantum reparatório não pode apenas ser o de punição 
com o arbitramento indiscriminadode vultosas indenizações, posto que as 
ações de responsabilidade civil, visando a reparação de anos não devem ser 
transformadas em "loterias jurídicas", o que de certa forma poderia ter 
efeito inverso, ao estimular ações que, ao invés de buscarem na prestação 
jurisdicional uma reparação pelo prejuízo sofrido, venham, antes, buscar o 
enriquecimento sem causa. 
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PROCESSO Nº TST-RR-10264-42.2013.5.05.0039 
 
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Deve o julgador, diante do caso concreto, levar então em conta as 
condições latu sensu do autor e do réu, como também, a reprovabilidade da 
conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela 
vítima, a capacidade econômico-financeira do agressor e as condições 
sociais, a sua permanência e seus reflexos no presente e no futuro, devendo, 
no entanto, ter o cuidado de não fixar valores ínfimos que não sirvam para 
desestimular as práticas ofensivas, nos casos em que o réu seja detentor de 
grande patrimônio econômico. 
Desse modo, levando em conta a capacidade financeira e a 
culpabilidade mitigada da Ré, o fato do tempo de exposição do Autor ao 
ambiente estressor, entende esta Relatoria ser razoável a indenização no 
importe de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) para o Reclamante. 
Logo, nada a reformar. 
... 
Quanto ao dano material referente às despesas médicas, a prova do 
prejuízo material é imprescindível para o reconhecimento do direito à 
indenização. Isso deriva de que a fixação do valor da indenização por dano 
material não é presumível. Não decorre do livre arbítrio do julgador. 
Para configuração do dano material é imprescindível que o prejuízo 
venha delimitado, materializado nos autos, através de documentos ou 
planilhas que deixem patente a quantificação do dano pretensamente 
sofrido. Não basta a pura e simples alegação de sua ocorrência para que o 
julgador presuma existir realmente o dito prejuízo, que não pode ser objeto 
de arbitramento sem bases probatórias concretas e aptas para tanto 
No caso dos autos, embora não exista prova das despesas efetuadas, 
fundamentou o Juiz de origem qual seria o prejuízo mensal do Autor 
calculando-o pelo tempo em que perduraram os afastamentos 
previdenciários (aproximadamente 30 meses). Nesse passo, considerando 
estes fundamentos, concorda esta Relatoria com a quantia calculada a título 
de indenização por danos materiais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil 
reais). 
Assim, mantém-se a decisão impugnada. 
 Dos termos antes expostos, verifica-se que o entendimento da Turma 
Regional não traduz qualquer violação dos dispositivos invocados, 
inviabilizando a admissibilidade do recurso de revista. 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Por outro lado, a revisão da matéria em comento exigiria a incursão no 
contexto fático-probante dos autos, aspecto incompatível com a natureza 
extraordinária do recurso, segundo a Súmula nº 126 da Superior Corte 
Trabalhista. 
CONCLUSÃO 
DENEGO seguimento ao recurso de revista. 
 
Nas razões do agravo de instrumento, a reclamada 
postula a exclusão ou redução dos valores das indenizações de danos morais 
e danos materiais. 
Sustenta que o reclamante não se desincumbiu do seu 
ônus de comprovar suas alegações. 
Invoca os arts. 5.º, II, da Constituição Federal, 818 
da Consolidação das Leis do Trabalho, 373, I, do Código de Processo Civil, 
186, 187, 927 e 944, caput, do Código Civil. 
Ao exame. 
O Tribunal Regional, ao manter a sentença, condenou 
a reclamada ao pagamento de pensão mensal correspondente ao valor das 
verbas que percebia o reclamante se em atividade estivesse nos períodos 
em que gozou de benefício previdenciário (aproximadamente 30 meses) e 
uma indenização de R$30.000,00 (trinta mil reais) a título de despesas 
médicas. 
A Corte de origem também registrou que, embora não 
exista prova das despesas médicas efetuadas, o valor arbitrado de 
R$30.000,00 (trinta mil reais) pelo juízo de piso considerou no cálculo 
o tempo em que perdurou o afastamento previdenciário. 
Os arts. 818 da Consolidação das Leis do Trabalho e 
373, I, do novo Código de Processo Civil determinam que a prova de 
comprovar as alegações incumbe à parte que as fizer. 
No caso em apreço, verifica-se que o reclamante não 
fez provas das despesas médicas, logo, o autor não se desincumbiu do seu 
ônus probatório. 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Somando a isso, o art. 944, caput, combinado com os 
artigos 402 e 403 do CCB, evidenciam que os danos materiais envolvem 
despesas comprovadas, a perda efetiva material ocorrida. 
No caso dos autos, o acórdão recorrido consignou 
inexistir comprovação das despesas médicas, razão por que não há falar 
em ressarcimento. 
Assim, por essas razões, afigura-se possível a tese 
de violação ao art. 818 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao agravo de 
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. 
Conforme previsão dos arts. 897, § 7.º, da CLT, 3.º, 
§ 2.º, da Resolução Administrativa 1418/2010 do TST e 229, § 1.º, do RITST, 
proceder-se-á de imediato à análise do recurso de revista na primeira 
sessão ordinária subsequente. 
 
II - RECURSO DE REVISTA 
 
1 – CONHECIMENTO 
 
Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de 
admissibilidade, passa-se ao exame dos pressupostos intrínsecos do 
recurso de revista. 
 
1.1 – DANOS MORAIS. DOENÇA OCUPACIONAL. 
 
O Tribunal Regional consignou: 
 
Pleiteia a Ré a modificação da sentença a fim de que seja indeferido o 
pagamento de indenização por danos morais, haja vista que não restaram 
preenchidos os pressupostos necessários para reconhecimento da 
responsabilidade civil. 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Alega que o procedimento cirúrgico realizado em 2010, que resultou 
em lesão e sequela no Autor, decorreu da coxartrose, doença que não 
mantém relação com as atividades laborais, consoante atestado pelo próprio 
Órgão Previdenciário. 
Afirma a Ré ainda que, além de não poder responsabilizá-la por 
eventuais equívocos ocorridos em procedimento cirúrgico, inexistindo culpa 
da mesma, não houve comprovação de dano e, por consequência, não há 
nexo de causalidade. 
Por fim, caso seja mantida a sentença neste ponto, pugna pela revisão 
do "quantum" indenizatório, até porque a condenação carece da mínima 
fundamentação legal. 
Ao exame. 
Primeiramente, ressalte-se que, segundo o sistema do livre 
convencimento motivado, consagrado em nosso ordenamento jurídico 
processual, tem o juiz a livre apreciação da prova dentro do material 
probatório constante dos autos, devendo fundamentar a sua decisão 
demonstrando as razões de seu convencimento. Além disso, deve o julgador 
conduzir o feito sempre observando os limites impostos à lide. 
Então, pode o Juiz analisar os depoimentos das testemunhas e os 
documentos juntados aos autos, além do laudo pericial, julgando conforme o 
princípio do livre convencimento, posto que é o Juízo "a quo" que, em 
contato com as provas dos autos, possui melhor condição de aferir valor 
probante a estas. 
Assim, no caso em questão, o Juízo em seu julgamento considerou o 
laudo pericial, o qual concluiu que: "...a patologia Síndrome do Túnel do 
Carpo, apresentada pelo Reclamante tem relação causal com as atividades 
realizadas na Reclamada, sendo o trabalho um fator contributivo na gênese 
da doença, tratando-se assim de doença do trabalho, classe II de Schiling. 
No caso da Osteoartrose trata-se de doença de caráter degenerativo, não 
ocupacional. Entretanto, levando em conta as atividades laborativas do 
Reclamante na Reclamada, considero que o trabalho atuou como fator 
agravante de uma condição preexistente, sendo assim estabelecido o nexo 
causal, classificado como doença ocupacional classe III de Schilling. Em 
relação à perda auditiva não há evidências, do ponto de vista técnico legal 
da ocorrência de agravamento do quadro audiológico apresentado pelo 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Reclamante na admissão, de forma que o trabalho na Reclamada não tem 
relação de nexo causal com a patologia apresentada...". 
Logo, o Reclamante ficou afastado em auxílio previdenciário 
acidentário (B91) de 08/10/2007 até 02/06/2008 para tratamento de 
Síndrome do Túnel do Carpo e, após a análise das provas adunadas aos autos, 
restou incontroversa a responsabilidade civil subjetiva da Reclamada quanto 
a este período. 
Quanto ao período de 11/05/2010 até 08/01/2011, quando o obreiro 
ficou afastado em Auxílio previdenciário doença-comum (B31), para 
tratamento da Osteoartrose de Quadril, também restou incontroverso que o 
labor na Ré foi fator de risco contributivo para a doença multicausal, 
conforme afirmado pela própria perita no laudo. 
Ressalte-se ainda que a história funcional do mesmo descortina o nexo 
causal entre as patologias diagnosticadas e as atividades desenvolvidas no 
ambiente laboral. Com efeito, durante o tempo em que trabalhou na sobredita 
empresa, o Reclamante laborou na função de Condutor Mecânico, realizando 
atividades de manutenção e reparos de máquinas e equipamentos, estando 
exposto a diversos riscos ocupacionais, conforme evidenciado nos ASO's: 
Físico (ruído), Químicos (óleos, graxas, derivados do petróleo), 
Ergonômicos (torção de corpo, desvio ulnar, carregamento/levantamento de 
cargas, subir/descer escadas constantemente). 
Assim, não há dúvida que há nexo causal entre a sua ocupação e a 
natureza das enfermidades adquiridas ao longo do contrato, ainda que possa 
ter contribuído minimamente para o dano apontado. 
A concausa, assim, pode ser considerada na responsabilização por 
danos decorrentes da enfermidade que acometeu o empregado do mesmo 
modo que a causa principal, em face do que dispõe o art. 21 da Lei 8.213/91, 
segundo o qual "equiparam-se também (...) para efeitos desta lei: acidente 
ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda 
da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção 
médica para a sua recuperação". 
Há relação de concausalidade entre a moléstia diagnosticada e o labor, 
provocada exatamente pela inadequação do ambiente de trabalho. 
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Como já ressaltado, a perita concluiu não ser a enfermidade apenas de 
causa ocupacional, mas a esse respeito a doutrina das concausas aplica-se ao 
caso, porquanto se destina às hipóteses em que o trabalho é um elemento a 
mais na ocorrência da enfermidade; não é a única, mas se agrega às demais e 
essa agregação, indubitavelmente, está demonstrada nas provas documentais 
adunadas aos autos. 
Ademais, o benefício gozado pelo obreiro em cinco meses durante a 
relação de emprego foi de auxílio-doença, ou seja, o INSS não reconheceu 
como doença ocupacional, pois não o enquadrou no código B 91. 
Evidenciado o dano e o nexo causal com as atividades laborais do 
obreiro, deve-se analisar a existência ou não de culpa ou dolo do empregador 
para que subsista o direito de indenizar. 
Pois bem. A Reclamada teve ciência do quadro do Autor, mas não 
adotou qualquer medida profilática a fim de evitar que o mesmo 
desenvolvesse ou agravasse os efeitos do labor nas doenças adquiridas. 
Conclui-se que, se confirmado o ato ilícito ensejador de um dano e o 
nexo de causalidade entre o ato omissivo e o prejuízo sofrido, a empresa 
Reclamada está sujeita a reparar o dano causado, na forma do art. 186 do 
Código Civil. 
De fato, é obrigação do empregador prover todos os meios adequados à 
realização das atividades com o máximo de segurança à vida e integridade 
física e mental dos seus empregados. Afinal, como afirma o mestre Pinho 
Pedreira, em sua matéria A Reparação do Dano Moral no Direito do 
Trabalho, Ltr, vol, 55., maio/91, "enquanto nas contratações privadas se 
acham normalmente emjogo valores econômicos e como exceção podem ser 
afetados bens pessoais dos contratantes, geralmente de forma indireta, no 
contrato de trabalho o trabalhador, pela situação de dependência pessoal 
em que se encontra, arrisca permanentemente seus bens pessoais mais 
valiosos (vida, integridade física, honra, dignidade, etc.)". 
(...) 
Logo, nada a reformar. 
 
Nas razões do recurso de revista, a reclamada alega 
que não foram comprovados o nexo causal nem o ato ilícito praticado pela 
empregadora, que pudessem ensejar danos morais. 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Argumenta que a empregadora tomou todas as medidas 
necessárias para a preservação da saúde do reclamante, inexistindo culpa. 
Sustenta que o reclamante não se desincumbiu do seu 
ônus de comprovar suas alegações. 
Invoca os arts. 5.º, II, da Constituição Federal, 818 
da Consolidação das Leis do Trabalho, 373, I, do Código de Processo Civil, 
186, 187, 927 e 944, parágrafo único, do Código Civil. 
Consta no acórdão recorrido que o laudo pericial 
revelou que a Síndrome do Túnel do Carpo e a Osteoartrose possuem nexo 
causal (concausa) com o labor realizado pelo reclamante; que a reclamada 
teve ciência do quadro de saúde do reclamante, mas não adotou medidas 
de profilática com a finalidade de evitar que o trabalhador desenvolvesse 
ou agravasse os efeitos do labor nas doenças adquiridas (ato omissivo). 
Verifica-se que o Colegiado a quo evidenciou os 
elementos necessários para configuração da responsabilidade civil 
subjetiva da reclamada (dano – doença do trabalho); nexo causal entre 
a atividade laborativa e as patologias do reclamante – concausalidade 
- e culpa do reclamado – ato omissivo, por não adotar medidas para evitar 
o desenvolvimento ou o agravamento das patologias), portanto, impõe-se 
a manutenção do acórdão quanto aos danos morais, com fundamento nos arts. 
186, 927, caput, do Código Civil. 
Ademais, para se constatar ausência dos elementos 
configuradores da responsabilidade subjetiva (dano, nexo causal e culpa 
do reclamado) seria necessário o revolvimento do conjunto 
fático-probatório dos autos, procedimento vedado nesta instância 
recursal de natureza extraordinária, nos termos da Súmula 126 do TST. 
Também não diviso a alegação de violação aos arts. 818 
da CLT e 373, I, do Novo CPC, porquanto o Tribunal Regional não decidiu 
com fundamento na distribuição do ônus da prova, pelo contrário, o acórdão 
recorrido considerou as provas dos autos, notadamente, o laudo pericial. 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Por fim, não diviso a violação ao art. 5, II, da 
Constituição Federal, porquanto, a reclamada não foi compelida a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
NÃO CONHEÇO. 
 
1.2 – QUANTUM INDENIZATÓRIO. DANOS MORAIS. DOENÇA 
OCUPACIONAL. 
 
O Tribunal Regional consignou: 
 
(...) 
Quanto à fixação do valor dos danos morais, com efeito, o critério para 
a fixação do quantum reparatório não pode apenas ser o de punição com o 
arbitramento indiscriminado de vultosas indenizações, posto que as ações de 
responsabilidade civil, visando a reparação de anos não devem ser 
transformadas em "loterias jurídicas", o que de certa forma poderia ter efeito 
inverso, ao estimular ações que, ao invés de buscarem na prestação 
jurisdicional uma reparação pelo prejuízo sofrido, venham, antes, buscar o 
enriquecimento sem causa. 
Deve o julgador, diante do caso concreto, levar então em conta as 
condições latu sensu do autor e do réu, como também, a reprovabilidade da 
conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela 
vítima, a capacidade econômico-financeira do agressor e as condições 
sociais, a sua permanência e seus reflexos no presente e no futuro, devendo, 
no entanto, ter o cuidado de não fixar valores ínfimos que não sirvam para 
desestimular as práticas ofensivas, nos casos em que o réu seja detentor de 
grande patrimônio econômico. 
Desse modo, levando em conta a capacidade financeira e a 
culpabilidade mitigada da Ré, o fato do tempo de exposição do Autor ao 
ambiente estressor, entende esta Relatoria ser razoável a indenização no 
importe de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) para o Reclamante. 
 
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
Nas razões do recurso de revista, a reclamada postula 
a exclusão ou a redução da indenização a título de danos morais. 
Invoca os arts. 5.º, II, da Constituição Federal, 818 
da Consolidação das Leis do Trabalho, 373, I, do Código de Processo Civil, 
186, 187, 927 e 944, paragrafo único, do Código Civil. 
O Tribunal de origem, manteve a sentença, que deferiu 
ao reclamante a indenização por danos morais no valor de R$ 60.000,00, 
em razão da concausa das patologias adquiridas pelo trabalhador e o labor 
na reclamada. 
A jurisprudência desta Corte admite rever o valor 
fixado nas instâncias ordinárias a título de indenização por danos 
morais, todavia, essa atividade deve ser exercida de forma cautelosa, 
visando a reprimir apenas as quantificações desproporcionais, evitando 
que a condenação imposta não implique em mero enriquecimento ou 
empobrecimento sem causa das partes. 
Infere-se do acórdão regional que a fixação do quantum 
indenizatório pautou-se pelo princípio da razoabilidade, obedecendo aos 
critérios de justiça e equidade. O Eg. Tribunal Regional registrou que 
levou em consideração o poder econômico da Reclamada, a culpabilidade 
mitigada da Ré e o tempo de exposição do autor ao ambiente estressor, 
circunstâncias fáticas que atraem a incidência da Súmula 126 desta Corte. 
Desse modo, correto está o entendimento do Colegiado 
Regional, não se justificando a excepcional intervenção desta Corte 
Superior. 
NÃO CONHEÇO. 
 
1.3 – DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. 
 
O Tribunal Regional consignou: 
 
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Pleiteia a Ré a modificação da sentença a fim de que seja indeferido o 
pagamento de indenização por danos materiais, haja vista que não restaram 
preenchidos os pressupostos necessários para reconhecimento da 
responsabilidade civil. 
Afirma a Ré que é necessária a alteração da decisão, a qual deferiu a 
pretensão do Autor no que se refere à indenização por danos materiais em 
relação a "diferença da remuneração atual e aquela que venha a perceber na 
função reabilitada", uma vez que não há qualquer responsabilidade de sua 
parte. 
Pugna ainda pela retificação da decisão em relação ao pagamento de 
indenização pelos danos relacionados a "despesas médicas, hospitalares, 
exames, fisioterapia e medicamentos e o que mais se fizer necessário para 
controlar a evolução da doença", ressaltando-se que a doença que provocou 
a intervenção cirúrgica e a lesão do Autor não mantém relação com as 
atividades laborais, até porque o Reclamante sempre dispôs de assistência 
médica custeada parcialmente pela Transpetro. 
Aduz ainda que, além do Recorrido não comprovar as despesas 
supostamente suportadas pelo mesmo, motivo pelo qual o Juiz "a quo" 
arbitrou o quantum indenizatório, o mesmo dispunha de plano de saúde, não 
existindo qualquer comprovação de que o mesmo tenha efetuado pagamento 
de qualquer valor para tais procedimentos, além da sua cota de pagamento do 
plano de Saúde que usufrui. 
Por fim, afirma que o Reclamante não está incapacitado para laborar, 
tendo inclusive sido encaminhado para o programa de reabilitação, nada 
obstante não tenha concluído o respectivo curso. 
À análise. 
Primeiramente, ressalte-se que já foi analisada a responsabilidade civil 
subjetiva da Reclamada, estando preenchidos os pressupostos necessários 
para seu reconhecimento, tendo sido, inclusive, reconhecida a 
concausalidade entre a moléstia diagnosticada (Osteoartrose de Quadril) e o 
labor. 
Ademais, também não há a determinação na sentença alegada pela ora 
Recorrente no que se refere à indenização por danos materiais em relação a 
"diferença da remuneração atual e aquela que venha a perceber na função 
reabilitada". O que defere o Juízo "a quo" é o pagamento de indenização por 
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danos materiais correspondentes à pensão mensal em montante equivalente 
aos valores das verbas que perceberia o reclamante se em atividade estivesse 
nos períodos em que gozou de benefícios previdenciários. 
Quanto ao dano material referente às despesas médicas, a prova do 
prejuízo material é imprescindível para o reconhecimento do direito à 
indenização. Isso deriva de que a fixação do valor da indenização por dano 
material não é presumível. Não decorre do livre arbítrio do julgador. 
Para configuração do dano material é imprescindível que o prejuízo 
venha delimitado, materializado nos autos, através de documentos ou 
planilhas que deixem patente a quantificação do dano pretensamente sofrido. 
Não basta a pura e simples alegação de sua ocorrência para que o julgador 
presuma existir realmente o dito prejuízo, que não pode ser objeto de 
arbitramento sem bases probatórias concretas e aptas para tanto No caso dos 
autos, embora não exista prova das despesas efetuadas, fundamentou o Juiz 
de origem qual seria o prejuízo mensal do Autor calculando-o pelo tempo em 
que perduraram os afastamentos previdenciários (aproximadamente 30 
meses). Nesse passo, considerando estes fundamentos, concorda esta 
Relatoria com a quantia calculada a título de indenização por danos materiais 
no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). 
Assim, mantém-se a decisão impugnada. 
 
Nas razões do recurso de revista, a reclamada alega 
que não foram comprovados o nexo causal nem o ato ilícito praticado pela 
empregadora, que pudessem ensejar danos materiais. 
Sustenta que o reclamante não se desincumbiu do seu 
ônus de comprovar suas alegações. 
Postula a exclusão ou a redução da indenização a título 
de danos materiais. 
Invoca os arts. 5.º, II, da Constituição Federal, 818 
da Consolidação das Leis do Trabalho, 373, I, do novo Código de Processo 
Civil, 186, 187, 927 e 944, parágrafo único, do Código Civil. 
Em relação aos danos materiais, os art. 949 e 950 do 
Código Civil assentam que no caso em que a lesão ou ofensa à saúde, o 
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ofensor indenizará o ofendido das despesas de tratamento e dos lucros 
cessante até o final da convalescência, além de outro prejuízo que o 
ofendido prove haver sofrido, bem como, pensão correspondente à 
importância do trabalho para que o se inabilitou. 
Infere-se dos autos que o pedido de pensão mensal 
vitalícia foi indeferido, mas foi deferido o pedido de pensão mensal 
correspondente ao valor das verbas que percebia o reclamante se em 
atividade estivesse nos períodos em que gozou de benefício previdenciário 
(aproximadamente 30 meses). 
O Tribunal Regional, ao fixar o valor dos danos 
materiais, pautou-se no prejuízo comprovado pelo reclamante, 
correspondente ao período em que esteve afastado recebendo o auxílio 
previdenciário. Portanto, neste ponto, não diviso a alegação e violação 
aos arts. 818 da CLT e 373, I, do novo CPC. 
Desse modo, o valor da pensão mensal foi arbitrado de 
forma razoável e proporcional à extensão da ofensa suportada pelo 
reclamante durante o seu período de afastamento. Assim, não diviso as 
violações apontadas pela parte. 
Ademais, para não há como divergir do entendimento da 
Corte de origem, pois a mudança de julgado demandaria o revolvimento do 
conjunto fático-probatório dos autos, procedimento vedado nesta 
instância recursal de natureza extraordinária, nos termos da Súmula 126 
do TST, uma vez que o valor do dano material foi calculado nas provas 
apresentadas pelo reclamante. 
NÃO CONHEÇO. 
 
1.4 – DANOS MATERIAIS. DESPESAS MÉDICAS. 
 
Consoante os fundamentos lançados quando do exame do 
agravo de instrumento e aqui reiterados, CONHEÇO do recurso de revistapor violação ao art. 818 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
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2 – MÉRITO 
 
2.1 – DANOS MATERIAIS. DESPESAS MÉDICAS. 
 
Como consequência do conhecimento do recurso de 
revista por violação do art. 818 da Consolidação das Leis do Trabalho, 
DOU-LHE PROVIMENTO, para excluir da condenação o valor da indenização 
de R$30.000,00 (trinta mil reais) referentes aos danos matériais 
correspondentes às despesas médicas não comprovadas pelo reclamante. 
 
ISTO POSTO 
 
ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Tribunal 
Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista 
quanto ao tema “Danos Materiais. Despesas Médicas”, por violação ao art. 
818 da Consolidação das Leis do Trabalho, e, no mérito, dar-lhe provimento 
para excluir da condenação o valor da indenização de R$30.000,00 (trinta 
mil reais) referentes aos danos materiais correspondentes às despesas 
médicas não comprovadas pelo reclamante. 
Brasília, 21 de fevereiro de 2018. 
 
 
Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) 
DELAÍDE MIRANDA ARANTES 
Ministra Relatora 
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