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ABORDAGEM HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO - 1927 - EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE Teve início com George Elton Mayo – cientista social australiano (1880- 1949) e Fritz J. Roethlisberger (1898-1974), ambos pesquisadores e professores da Universidade de Harvard iniciaram os estudos na Western Eletric Company, empresa localizada em Chicago. A Experiência de Hawthorne – (1927 a 1932) – Quatro fases: 1ª FASE: 1927 (foram escolhidos dois grupos de operários que fariam o mesmo trabalho, em condições idênticas. O 1º grupo – o experimental – trabalhou sob luz variável em intensidade, e o outro – grupo de controle – trabalhou sob a luz de intensidade constante. Objetivo: Conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento. Resultados: Um dos fatores descobertos foi o psicológico: os operários reagiam à experiência com suposições pessoais, isto é, julgavam que deviam produzir mais quando a intensidade da iluminação aumentava, e, ao contrário, quando esta diminuía. Conclusões: A produtividade era proporcional à intensidade de luz sob a qual os operários supunham trabalhar. Assim, comprovava-se a predominância do fator psicológico sobre o fator fisiológico: a relação entre condições físicas e a eficiência dos operários pode ser afetada por condições psicológicas. 2ª FASE: (1927 – Sala de Experiência de Montagem de Relés). Foram convidadas seis moças de nível médio – nem novatas, nem peritas para constituírem o grupo de observação (experimental): 5 montavam os relés, enquanto a sexta fornecia as peças. A sala de prova era separada do departamento (onde estava o grupo de controle). Objetivos – Verificar a fadiga no trabalho, mudança de horários, introdução de intervalos de descanso – aspectos basicamente fisiológicos. A pesquisa foi dividida em 12 períodos: – 1º Período: foi registrada a produção de cada moça no local de origem. (2.400 unidades semanais por moça). (2 semanas) – 2º Período: o grupo foi isolado na sala de provas, mantendo-se as mesmas condições anteriores. (Verificar efeitos da mu- dança de local de trabalho). (5 semanas) – 3º Período: fez-se uma modificação no sistema de pagamento. Pagamento por tarefas em grupo - elas perceberam que seus esforços individuais repercutiam diretamente no salário. (Houve aumento de produção). (8 semanas) – 4º Período: intervalo de 5 minutos de descanso nos dois turnos. (A produção continuava aumentando). – 5º Período: intervalos aumentados para 10 minutos. (Verificou- se novo aumento de produção). – 6º Período: três intervalos de 5 minutos nos dois turnos (não houve aumento de produção e as moças reclamaram quanto à quebra do ritmo de produção. – 7º Período: passou-se novamente a 10 minutos de intervalos nos dois turnos, servindo em um deles um lanche leve. (A produção aumentou novamente). – 8º Período: foram oferecidas as mesmas condições e o grupo passou a trabalhar até as 16h30. (Houve um aumento acentuado na produção). – 9º Período: o grupo passou a trabalhar até às 16 horas. (A produção permaneceu estacionária). –10º Período: o grupo voltou a trabalhar até a 17 horas, como no 7º período. (A produção aumentou bastante). –11º Período: estabeleceu-se uma semana de cinco dias, com o sábado livre. (A produção continuou a subir). –12º Período: voltou-se as mesmas condições do 3º período, tirando-se todos os benefícios. (Aumento jamais alcançado – 3.000 unidades). Conclusões: As moças alegavam gostar de trabalhar na sala de provas, porque era divertido e a supervisão branda. Havia um ambiente amistoso e sem pressões, onde a conversa era permitida, aumentando a satisfação no trabalho. Não havia temor ao supervisor e nem ao observador, apesar de terem maior supervisão na sala do que no departamento. Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e essas amizades se estendiam para fora do trabalho. O grupo desenvolveu liderança e objetivos comuns. 3ª FASE: (1928 – Programa de Entrevistas). Objetivos – conhecer atitudes e sentimentos dos trabalhadores; – ouvir opiniões quanto ao trabalho e tratamento; – ouvir sugestões. Resultados: – Em fevereiro/1929 foi criada a Divisão de Pesquisas Industriais. – Entre 1928-30 foram entrevistados 21.126 empregados dos 40.000 existentes. – Em 1931 o sistema adotou a técnica de entrevista não diretiva: os operá- rios falavam livremente sobre aquilo que desejassem. – Surge a organização informal. A organização informal: Produção controlada por padrões que os próprios operários estabeleciam e consideravam normal; Punições aplicadas pelo grupo aos operários que ultrapassavam aqueles padrões; Uso de expressões que traduziam suas insatisfações; Liderança informal, que mantinha os grupos unidos e assegurava o respeito às regras de conduta; Preocupações fúteis com relação a promoções; Contentamentos e descontentamentos exagerados em relação aos superiores imediatos. 4ª FASE: Sala de Observações de Montagem de Terminais (Foram escolhidos 9 operadores, 9 soldadores e 2 inspetores para composição do grupo experimental, todos montadores de terminais telefônicos) – Nov./1931 a maio/32. Objetivo – analisar a organização informal. Pagamento – o sistema de pagamento era baseado na produção. Resultados: O primeiro aspecto constatado foi que os operários usavam de uma série de artimanhas, tais como: Sempre que julgavam que a produção havia atingido o normal, diminuíam o ritmo de trabalho; Ao relatarem sua produção, o faziam de tal forma que o excesso de um dia pudesse ser lançado num dia de baixo rendimento; Solicitam pagamento pelos excessos de produção. Constatou-se ainda uma certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal: Aquele que prejudicasse um companheiro era considerado delator e era punido; Faziam pressões para que os mais “rápidos” estabilizas-sem sua produção, através de punições simbólicas. O nível de produção é resultante da integração social; O comportamento social dos empregados se apóia totalmente no grupo; As recompensas e as sanções sociais são importantes; Os grupos informais são diversos; As relações humanas são intensas e constantes; A importância do conteúdo do cargo afeta o moral do trabalhador; Deve se dar ênfase aos aspectos emocionais. AS FUNÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL A função econômica – produzir bens e serviços A função social – distribuir satisfação. Uma nova linguagem passou a dominar a Administração – Motivação, liderança, comunicações, organização informal, dinâmica de grupo ao invés de conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, departamentalização, racionalização do trabalho. Surge o “homem social” ETAPAS DO CICLO MOTIVACIONAL (KURT LEWIN) TENSÃO SATISFAÇÃO EQUILÍBRIO ESTÍMULO NECESSIDADE COMPORTAMENTO CRÍTICAS À TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS Oposição Cerrada à Teoria Clássica. Inadequada Visualização dos Problemas das Relações Industriais. Concepção Ingênua e Românticado Operário. Limitação no Campo Experimental. Parcialidade nas Conclusões. Ênfase nos Grupos Informais. Enfoque Manipulativo das Relações Humanas. Características e Premissas Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas 1. Abordagem básica Engenharia Humana • adaptação do homem à má- quina e vice-versa. Ciência Social Aplicada • Adaptação do homem à organi- zação e vice-versa. 2. Modelo de homem Econômico-racional • maximizador de vantagens financeiras Racional-emocional • também motivado por senti- timentos e critérios não racionais. 3. Comportamento organi- zacional do indivíduo Animal Isolado • atomismo tayloriano • reage como indivíduo Animal Social • carente de apoio e de participação grupal. • reage como membro grupal. 4. Comportamento funcio- cional do indivíduo Padronizável • the onde best way, para todos Não Padronizável • diferenças individuais justificam métodos diferentes. 5. Incentivação Financeira (material) • maior remuneração por maior produção Psicológica • apoio, elogio, consideração CONFRONTO ENTRE AS TEORIS CLÁSSICA E DAS RELAÇÕES HUMANAS Características e Premissas Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas 6. Fadiga Fisiológica • estudo de tempos e movi- mentos, pausas adequadas. Psicológica • monotonia, robotização • ausência de criatividade • subutilização de aptidões • programação excessiva. 7. Unidade de Análise Cargo • a tarefa, tempos e movimentos • avaliação de cargos e salários • ênfase nas relações intercargos Grupo • a equipe • avaliação do moral grupal • ênfase nas relações entre pessoas no trabalho 8. Conceito de Organiza- ção Estrutura Formal • conjunto de órgãos, cargos e tarefas Sistema Social • conjunto de papéis 9. Representação Gráfica Organograma, Fluxograma • relação entre órgãos e funções Sociograma • relações percebidas, deseja- das, rejeitadas e reais entre as pessoas CONFRONTO ENTRE AS TEORIS CLÁSSICA E DAS RELAÇÕES HUMANAS
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