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Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho Disciplina de Ergonomia Prof. Wander Pacheco Vieira ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO SETOR DE OFICINA MECÂNICA AUTOMOTIVA (TRABALHO FEITO COM SUPOSIÇÕES FEITAS PELO PROFESSOR. EX: A OFICINA DEVE SER FEITA NO ESPAÇO DE UMA SALA DE AULA; O LEVANTAMENTO DE PESO DEVE SER O REALIZADO NA AULA PRATICA DE LABORATÓRIO...) Integrantes do grupo: Cássio Rigo Altoé Márcio Cardozo Van Der Put Junior Rosa Eurídice Rodrigues de Oliveira Vila Velha - ES 2018 CÁSSIO RIGO ALTOÉ MÁRCIO CARDOZO VAN DER PUT JUNIOR ROSA EURÍDICE RODRIGUES DE OLIVEIRA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO SETOR DE OFICINA MECÂNICA AUTOMOTIVA Trabalho realizado à disciplina de Ergonomia do curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade de Vila Velha, como requisitos para avaliação. Prof. Mcs. Wander Pacheco Vieira VILA VELHA 2018 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................. 5 3 ORGANOGRAMA DA EMPESA ................................................................................... 6 4 OBJETIVOS .................................................................................................................. 7 4.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 7 4.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 7 5 METODOLOGIA UTILIZADA ........................................................................................ 7 5.1 Análise ergonômica oficina mecânica – método NIOSH ....................................... 8 5.2 Análise dos registros posturais do método NIOSH................................................ 8 5.3 Avaliação do ambiente .......................................................................................... 9 5.4 Avaliação e observação da tarefa ......................................................................... 9 5.4.1 Descrição da tarefa ..................................................................................... 10 5.5 Analise do homem ............................................................................................... 11 5.6 Análise de NIOSH ............................................................................................... 12 5.7 Análise alturas mobiliários ................................................................................... 18 5.8 Condições ambientais de trabalho ...................................................................... 21 5.8.1 Ruído ........................................................................................................... 21 5.8.2 Temperatura e umidade .............................................................................. 22 5.8.3 Ventilação .................................................................................................... 23 5.8.4 Iluminação ................................................................................................... 23 6 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 26 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 27 4 1. INTRODUÇÃO Ergonomia é um estudo multidisciplinar e busca promover o equilíbrio interagindo o homem com o trabalho afim de tornar essa experiência prazerosa e sem danos à saúde. Quando uma empresa está engajada nesse assunto, ela não só está colaborando com um bom rendimento dos seus funcionários, mas também, está proporcionando uma mudança significativa na qualidade de vida das pessoas e consequentemente a produção da empresa pode aumentar significativamente. Todo trabalhador está inserido em um ambiente cada vez mais exigente tanto mental como fisicamente. Um trabalhador comum passa quase um terço do dia no seu ambiente de trabalho, e é por isso que temos que dar atenção para a ergonomia. Para garantir nossa qualidade de vida, durante o expediente o cuidado com nossa postura deve ser encarado com muita atenção, pois nesse período os trabalhadores assumem inúmeras posturas diferentes e demandam esforços físicos que no futuro podem causar doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT). Vieira (2008), descreve que trabalhadores que desempenham suas funções em pé e com os braços erguidos acima da linha dos ombros podem desenvolver dores na coluna e nos membros superiores. A profissão do mecânico de automóveis é uma das profissões que tem essa característica, pois o trabalho é desenvolvido de forma manual com o auxilio de ferramentas específicas para cada tarefa. Diariamente este profissional necessita realizar manutenções na parte inferior do veículo, obrigando-o a adotar posturas inadequadas o que pode causar fadiga muscular. Pode-se citar como resultado dessas discussões, a NR17 (Norma Regulamentadora 17) em seu item 17.1 que visa estabelecer: “parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente” (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2008). 5 A partir dos estudos da importância da ergonomia nos postos de trabalho foi proposto planeja uma oficina mecânica automotiva em um espaço onde atualmente é uma sala de aula. Nesse planejamento serão discutidos os possíveis problemas ergonômicos, avaliação da postura dos trabalhadores e as características do ambiente de trabalho. 2. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RAZÃO SOCIAL: RMC Oficina Mecânica Ltda RAMO DA ATIVIDADE: CNAE 4520-0/01 SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO MECÂNICA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES NÚMERO DE TRABALHADORES: 3 (três) GRAU DE RISCO: 3 (três) – Tabela Nr 4 (SESMT CNAE 4520-0) ENDEREÇO: Rua das Flores, nº 10 – Bairro Belo Jardim-Vila Velha – ES Telefone: 27 35347060 A RMC oficina é uma pequena empresa familiar ciada pelo patriarca da família e nela hoje trabalha 03 funcionários, um mecânico, um lanterneiro e um pintor. O espaço onde a oficina funciona é um local que foi adaptado de uma sala de aula com pouca mais de 29 m² de área. Essa adaptação foi feita buscando um melhor modo de funcionamento e otimização do espaço. A mudança pode ser vista nos esquemas a seguir: 6 FIGURAS 01 a 04: plantas do ambiente de trabalho 3. ORGANOGRAMA DA EMPRESA PROPRIETÁRIO\DIRETOR MECÂNICO LANTERNEIRO PINTOR 7 CBO / Função Descrição 9144-05 - Mecânico de veículos Elaboram planos de manutenção; realizam manutenções de motores, sistemas e partes de veículos automotores. Substituem peças, reparam e testam desempenho de componentes e sistemas de veículos. Trabalham em conformidade com normas e procedimentos técnicos, de qualidade, de segurança e de preservação do meio ambiente. 9913-05 - Lanterneiro de automóveis Analisam o veículo a ser reparado, realizam o desmonte 9913-15 - Pintor de veículos e providenciam materiais, equipamentos,ferramentas e condições necessárias para o serviço. Preparam a lataria do veículo e as peças para os serviços de lanternagem e pintura. Confeccionam peças simples para pequenos reparos. Pintam e montam o veículo. Trabalham seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. Tabela 01: Função dos funcionários 4. OBJETIVOS 4.1 Objetivos gerais: O objetivo principal do trabalho é mostrar que a empresa atende aos requisitos da NR 17 compreendendo aos aspectos: ambientais, tecnologia, fatores humanos e modo operatório. 4.2 Objetivos Específicos: Este trabalho tem como objetivo fazer uma avaliação ergonômica do posto de trabalhos de uma oficina mecânica no setor serviços mecânicos compreendendo avaliação de ruído, temperatura, luminosidade, esforço físico e postura. Sempre se levando em conta a intensidade, frequência e duração. 5. METODOLOGIA UTILIZADA A atividade de prestação de serviços de manutenção em veículos automotores necessita de profissionais habilitados e capacitados a desenvolverem essa função, 8 chamada de mecânico automotivo. Os profissionais desta área devem receber treinamentos específicos para cada tarefa a ser desenvolvida. Diversas são as tarefas desenvolvidas pelo mecânico de automóveis. Na oficina foram realizadas medições locais a fim de verificar parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, como descrito na Norma Regulamentadora 17. O software Ergolândia versão 3.0 foi desenvolvido pela FBF Sistemas e possui vários métodos e ferramentas ergonômicas que auxiliam na avaliação dos postos de trabalho, aumentando sua produtividade e diminuindo os riscos ocupacionais. A avaliação das condições ergonômicas do posto de trabalho dos mecânicos automotivos foi feita utilizando o método NIOSH. Este método foi utilizado neste trabalho porque tem como premissa básica ser um método simples, possibilitando facilidade no seu uso e no seu aprendizado. 5.1 Análise ergonômica oficina mecânica – método NIOSH Este trabalho destina-se à avaliação ergonômica das atividades mais frequentes de uma oficina mecânica de autos. 5.2 Análise dos registros posturais do método NIOSH A oficina mecânica ambiente desta análise é uma empresa situada no município de Vila Velha – ES. Seu expediente é de segunda a sexta-feira das 8 às 18h, e sábado das 8 as 12h. Existem pausas programadas para descanso de almoço (1h) e duas de ½ hora nos períodos da manhã e tarde. A equipe é formada por 1 mecânico, 1 lanterneiro e 1 pintor. Iremos somente analisar as tarefas do mecânico. Abaixo ser visto a tabela com os dados dos funcionários da oficina. 9 Função Experiência na função (anos) Formação Sexo Idade Altura Peso Mecânico Pleno 20 Tecnico Masc. 54 1,87 98 Lanterneiro 12 Tecnico Fem. 40 1,64 45 Pintor 2 Tecnico Masc. 26 1,82 75 Tabela 02 – Dados dos empregados da oficina mecânica. Pelo levantamento das ordens de serviço da oficina podemos verificar que temos um total de 92 tipos de serviços prestados, sendo o mais frequente o de “troca de disco de freio”. Iremos basear nossa análise nesta tarefa. 5.3 Avaliação do ambiente Procuramos fazer uma análise detalhada do local de trabalho para detectar qualquer deficiência de iluminação, excesso de ruído, temperatura adequada. Fizemos duas avaliações: noite as 19:00 hs e de dia as 10:00 hs. As avaliações de iluminação, ruído, temperatura, ventilação e vibração estão na parte inicial do trabalho. Instalações de apoio: verificamos a existência de vestiários e banheiros em bom estado de limpeza e conservação. Além de área com mesas, bebedouro, forno de micro-ondas e pia para as refeições. 5.4 Avaliação e observação da tarefa Objetivo nesta etapa é a análise da detectar qualquer sobrecarga física no trabalho, esforços repetitivos, postura inadequada, Levando-se em conta a frequência, intensidade e duração das tarefas. Na primeira etapa fizemos o levantamento documental (ordens de serviço, padrões, normas internas, etc.) das etapas deste serviço através de seus padrões operacionais. Após analise dos documentos, fizemos uma entrevista com os 10 funcionários e pedimos aos mesmos que descrevessem o serviço. E por fim acompanhamos em loco o serviço sendo realizado. Tivemos a oportunidade de acompanhar três trocas dos discos de freio. A troca do disco de freio é feita em sete etapas: desmontagem, limpeza, medição do desgaste, envio para usinagem, conferencia após usinagem, montagem e teste. Também notamos que existem vários modelos de disco de freio, dependendo do tipo de veículo. Variando em tamanho, formato e peso. Sendo o mais passado o de caminhonete. No estudo a seguir utilizamos o de maior peso. Na comparação entre descrição de tarefa e no acompanhamento da tarefa propriamente dita, verificamos que existem pontos de melhoria na etapa de desmontagem e envio para usinagem. Nesta etapa do serviço, quando após a medição do desgaste é detectado que se faz necessário uma usinagem, o disco de freio é enviado ao setor de usinagem anexo ao galpão em questão. 5.4.1 Descrição da tarefa Medir o desgaste do disco e empeno. Se o desgaste for maior do que 10% da espessura original e o empeno maior do que 3mm o disco deve ser removido para usinagem; Desmontar o disco de freio; Coloca-lo no pallet de discos para envío a usinagem; De todas as tarefas, verificamos que esta última, a de colocação do disco no pallet requer o maior esforço. Todos os discos danificados são colocados em um canto da oficina e depois o mecânico levanta disco a disco do nível do piso colocando na mesa, girando o corpo em 90 graus. 11 5.5 Análise do homem Todos os três funcionários foram entrevistados individualmente. Discutidos as tarefas, condições para execução do trabalho e se sentiam algum desconforto físico ao longo das tarefas. A troca do disco de freio foi considerada a mais “cansativa” e “desgastante” pelo mecânico. A queixa unânime foi com relação a colocação dos discos que necessitam de usinagem no pallet. Ao longo do dia todos os discos são colocados ao lado pallet e um deles (decidiram fazer rodizio entre eles), levanta cada disco do piso até pallet que tem 1,40m de altura. Nesta tarefa é necessário girar o tronco de 90 graus ao se levantar. Como temos ao final dia entre 20 a 30 discos, todos reclamam muito de cansaço e dor nas costas, além de sudorese e aumento batimento cardíaco. O mais velho dos funcionários reclamou de dor nas pernas e acha que sua pressão arterial sobe muito quando é ele o designado pela tarefa. Esta tarefa de preparação e envio dos discos de freios para usinagem consideramos como “pesada” conforme tabela abaixo. Conforme descrito ela é realizada ao final do dia de trabalho, onde os discos que necessitam reparos são colocados em um pallet para envio ao setor de usinagem. Esta tarefa leva de 2 a 3 horas, dependendo do volume de serviço no dia. As outras analisadas ou forma consideradas “leve” ou “moderada”. 12 Tabela 03: Taxas de metabolismos por tipo de atividade (NR 15) 5.6 Análise de NIOSH Com o auxílio do software ERGOLANDIA, depois de levantarmos os dados da tarefa inserimos os dados no aplicativo. 13 A tarefa foi acompanhada com o mecânico 3 (mais novo dotime). Figuras 5 e 6 – Disco de freio e peso em gramas Figuras 7 e 8– Medidas da distancia H 14 Figuras 9 e 10 – Medidas da distância V e D Os seguintes dados levantados no local foram imputados no aplicativo ERGOLANDIA, conforme pode ser visto abaixo: Peso em gramas do maior disco de freio – 8.271 gr Distancia H é a distância horizontal entre as mãos e o ponto médio dos tornozelos em cm e encontramos 48,6 cm; A distância V é a vertical entre o nível do piso e as mãos e encontramos 50 cm; A distância D é a valor percorrido pela carga em cm e encontramos 100 cm; O ângulo A de torção foi encontrado 90 graus; Como fator de frequência utilizamos o valor de 0,26, pois temos uma frequência de 10 repetições por minuto para uma duração de trabalho de até 2 horas durante a jornada com um V menor do que 0,75 Consideramos a qualidade da pega “boa” e o valor foi considerado de 1; 15 Os resultados do aplicativo foi de Índice de Levantamento de (IL) 1,752, ruim pois foi acima de 1. E o Limite de Peso Recomendado (LPR) para esta atividade de 4,709. Figura 11: - Simulação ERGOLANDIA para situação atual Rodamos várias simulações alterando os valores de H, D e A. Porém em nenhuma das simulações conseguimos um valor igual ou menor para o IL, mesmo com a eliminação do ângulo de giro. 16 Figura 12 - Simulação ERGOLANDIA mesma frequência eliminando giro Somente com a redução da frequência poderíamos conseguir um valor de IL igual a 1. O menor valor de frequência seria de 4 repetições por min (contra 10 da situação atual). Figura 13 - Simulação ERGOLANDIA mesma frequência eliminando giro 17 Uma solução de baixo custo onde poderíamos manter todas as condições anteriores sem causar nenhum tipo de problema ergonômico e passivo trabalhista futuro seria uma plataforma hidráulica simples como ilustrada abaixo. Este equipamento é de fácil aquisição abaixo custo. Figura 14 – Plataforma tipo manutenção motos Figura 15 – Plataforma tipo elevação cargas 18 5.7 Análise alturas mobiliários A NR 17 também faz referência quanto aos mobiliários dos postos de trabalho, tanto para trabalho em pé quanto sentado. De acordo com a norma deve-se sempre optar por um trabalho na posição sentado. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento, ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem ter altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida, características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento, borda frontal arredondada e encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. Buscando atender os quesitos da NR17 foi feito um levantamento dos trabalhadores da oficina, onde foram encontradas as seguintes características: FUNÇÃO ALTURA (cm) MEDIA Desvio DESVIO PADRÃO (cm) MECANICO PLENO 1,87 1,78 0,09 0,12 LANTERNEIRO 1,64 -0,14 PINTOR 1,82 0,04 Tabela 04: Altura dos funcionários e desvio padrão Como a empresa tem poucos funcionários não é possível trabalhar na ideia do percentil 95% (P95). Dessa forma, o melhor jeito é enquadrando os equipamentos a todos os funcionários, ou seja, percentil de 100% (P100), portanto, todos os mobiliários (bancadas, cadeiras e outros) devem ser adequados à altura de 1,64 metros até 1,87 metros. Utilizando novamente o Ergolandia como base, encontramos os seguintes valores onde os equipamentos de mobiliário devem possuir ajustes para trabalho: 19 Figura 16: Simulação ERGOLANDIA para altura 1,626 em pé. Figura 17: Simulação ERGOLANDIA para altura 1,880 em pé. 20 Figura 18: Simulação ERGOLANDIA para altura 1,626 sentado. Figura 19: Simulação ERGOLANDIA para altura 1,880 sentado. 21 5.8 Condições ambientais de trabalho 5.8.1 Ruído Para efeito de ruído, a norma (NR17) exige que os locais de trabalho onde sejam executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendados níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, e o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. Figura 20: medição de ruídos do ambiente de trabalho A partir da medição podemos ver que para os locais citados na NBR-10152 o nível de ruído estaria comprometendo a qualidade do serviço do trabalhador. Porém, como a oficina mecânica não se enquadra nessa NBR esse valor de 74.6 DB (A) está dentro do limite aceitável. Vale ressaltar que esse valor encontrado satisfaz o nível de ruído ocupacional para NR 15 (atividades e operações insalubres), onde mostra que o ruído compromete a saúde do trabalhador após 85 DB (A). 22 5.8.2 Temperatura e umidade Sobre as características ambientais de temperatura, velocidade do ar e umidade relativa do ar a NR 17 mantém os mesmos quesitos que os níveis de ruído os quais só são verificados nas atividades onde exijam solicitação intelectual e atenção constantes. Mas foram realizadas medições para efeito de analise caso aja alguma característica extrema. Figuras 21 e 22: medição da umidade do ambiente de trabalho Com um relógio termo higrômetro foi medido a temperatura e a umidade do ambiente. Como essas características são para uma oficina mecânica os valores são aceitáveis, pois não se enquadra nas atividades estabelecidas na NR 17, que limita índice de temperatura efetiva entre 20 °C e 23 °C e umidade relativa do ar não inferior a 40 %. Já para fins ocupacionais, na NR 15, a umidade apenas seria considerada apenas em locais encharcados ou alagados, o que não é o caso, na oficina a umidade está em 79 %. Sobre a temperatura, analisando a NR 15, cabe chamar atenção para uma análise mais profunda sobre o tema, pois em um local de trabalho de situação moderada e continuo 26,7 °C é uma temperatura limite. 23 5.8.3 Ventilação Sobre ventilação, a velocidade do ar não superior a 0,75m/s nas atividades que se enquadram na NR 17, na oficina foi medido uma ventilação mínima. O valor encontrado foi 0 m/s. Figuras 23: medição da umidade do ambiente de trabalho 5.8.4 Iluminação A NR 17 também fala sobre a iluminação adequada de cada posto de trabalho. A iluminação é um fator muito importante, pois ela também é responsável pela garantia da qualidade dos serviços, pela produtividade da equipe, mas principalmente para evitar acidentes de trabalho. Assim como a acústica do ambiente, uma iluminação inadequada pode até prejudicar a saúde física, bem como psicológica do colaborador. De acordo com a NR 17, Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial,geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A iluminação 24 geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. Sobre a quantidade de iluminação de cada ambiente a NR 17 estabelece que os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413. Analisando essa NBR encontramos os seguintes valores de iluminância para oficina: - oficinas .................................... 150 - 150 - 300 - bancadas ................................. 300 - 300 - 750 Onde a oficina representa a parte geral do ambiente a as bancadas os locais onde são feitos os ajustes ou manutenção de algum componente do veiculo. Dos 3 valores possíveis de iluminância sugeridos pela norma para o trabalho em uma oficina utiliza-se alguns critérios para sua escolha: Tabela 05: características da tarefa e dos observadores Onde o procedimento é calculado da seguinte forma: Analisar cada característica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1); Somar os três valores encontrados, algebricamente, considerando o sinal; Usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor total for igual a -2 ou -3; a iluminância superior, quando a soma for +2 ou +3; e a iluminância média, nos outros casos. 25 Observando as características dos três funcionários que trabalham na oficina encontramos os valores de Idade (0), velocidade e precisão (0) e refletância do fundo da tarefa (+1). Logo a soma dos valores encontrados ficou em +1, se enquadrando em iluminação média, dessa forma a iluminação geral da oficina deve ficar em no mínimo 150 lux e na área de bancada 300 lux. Figuras 24 e 25: Luminosidade do ambiente de trabalho A medição do ambiente foi feita através de um luxímetro seguindo as normas da NBR 5413. Após analisar as medições é possível concluir que a luminosidade do local é adequada. Na bancada, onde a exigência mínima é de 300 lux, a media encontrada foi de 530 lux e mínimo de 330 lux. Já para a área geral da oficina o mínimo pela norma é 150 lux, nas medições de metro a metro apenas um ponto obteve o valor mínimo que foi 150 lux, a media de luminosidade da oficina foi de 486,25 lux. Atendendo, dessa forma, a norma NR 17. 26 6. CONCLUSÃO A atividade de recuperação de discos de frios atingiu IL quatro vezes o limite máximo na situação atual. Algumas simulações foram feitas, porém observamos que poderiam comprometer a produtividade do serviço ou seriam de difícil implementação (redução da frequência para menos de 1 levantamento por min). Como sugestão, poderá ser feita a aquisição de um equipamento de elevação e movimentação dos discos de freios de 300 kg, visto que se mostra o melhor custo- benefício. No que tange a iluminação a oficina atende as NR-17. Quanto a temperatura/ventilação notamos que a temperatura está no limite superior e não existe ventilação (valor medido de 0 m/seg.). Como sugestão, indicamos a colocação de ventilação forçada nos quatro cantos da oficina acreditando que teremos uma ventilação que atenda a norma e com consequência na queda da temperatura que já está no limite superior. 27 REFERÊNCIAS ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-10152 - Níveis de ruído para conforto acústico. Dezembro 1987. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-5413 - Iluminância de interiores. Abril 1992. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Ergonomia. Brasília: MTE/SIR, s.d. Disponível em <http://www.mte.gov.br>. Acesso em 25 de mar. 2018. NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-17 - Ergonomia. 2009. NR, Norma Regulamentadora Ministério do Trabalho e Emprego. NR-15 - Atividades e operações insalubres. 2011. VIEIRA, Sebastião Ivone. Manual de Saúde e Segurança do Trabalho. 2º ed. São Paulo, LTr, 2008. Oliveira. Pedro Tersiguel – Projeto conceitual de dispositivo mecânico para melhoria ergonômica em indústria de pneus. – 2013. Buczek, Maria do Rocio Marinho – Melhorias das condições de trabalho em uma indústria metal mecânica. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Engenharia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. 2004
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