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Resumo HPE Keynes

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Resumo Módulo 4
Referência:
DILLARD, Dudley. Introdução; O fundo clássico; Resumo preliminar da teoria geral do emprego. Em: DILLARD, Dudley. A teoria econômica de John Maynard Keynes. 3° ed. São Paulo: Pioneira, 1976, p.03-54.
Segundo Dillard, a obra “The General Theory of Employement, Interest and Money” escrita por Keynes é um marco na história do pensamento econômico por gerar uma quebra à corrente de economistas laissez faire. Além disso, Keynes se propôs a não apenas promover uma mudança no paradigma teórico da economia, mas apresentar mudanças na economia prática. 
Esta obra representa o escrito mais amadurecido de Keynes e, talvez por esta razão, se propõe a definir fundamentos claros que guiaram toda a leitura. Dillard agrupa esses fundamentos em cinco. O primeiro tange à questão generalista da obra, que já fica explícito pelo seu próprio nome. Keynes teve a intenção de explicar as razões que determinavam emprego, inflação, juros, investimento baseando-se na relação das próprias variáveis. O segundo fundamento diz respeito a teoria ser voltada a economia monetária. Keynes explicita as funções da moeda: meio de troca, unidade de valor e reserva de valor, creditando a esta última a função mais importante. Quanto mais rica forem as pessoas, mais elas serão propensão a poupar esse excesso de renda, que pode ser acumulado de diversas formas. Segundo o autor, a forma de acumulação escolhida (entesouramento, empréstimos ou investimentos) é um reflexo das expectativas quanto ao futuro. Em terceiro, temos um fundamento que apresenta uma grande diferença quanto ao entendimento dos juros. Para Keynes, os juros são um prêmio obtido em troca do não entesouramento, não apenas uma recompensa à poupança. Assim, quanto maior for a preferência por liquidez dos acumuladores, maior será a taxa de juros cobrada para ter acesso a essa liquidez. Keynes explica também que o aumento da taxa de juros gera redução do consumo, ocasionando maior desemprego. O quarto fundamento mostra a importância do investimento sobre o emprego, visto que quanto maior o investimento, mais empregos são gerados e conservados. Por último temos o entendimento sobre as incertezas quanto ao futuro e como estas afetam as decisões econômicas.
No segundo capítulo, Dillard apresenta melhor o relacionamento da teoria keynesiana com a teoria clássica, visto que é essencial ter conhecimento da segunda para compreender as ideias de Keynes. Um dos princípios fundamentais da teoria econômica clássica é o de que a oferta cria a sua própria demanda (Lei de Say). Por este princípio, os clássicos negam as crises de superprodução e justificam possíveis crises pontuais pela interferência do Governo no mercado. A situação normal da Economia Clássica é aquela do pleno emprego de fatores baseada no laissez-faire. Assim, o desenvolvimento econômico sempre será lucrativo e acarretará no pleno emprego dos trabalhadores, desde que estes aceitem o salário que lhes é cabido (não existe desemprego involuntário). Segundo um autor clássico, Pigou, a pressão dos sindicatos e a intervenção estatal pressionavam o mercado de trabalho para manter os níveis de salários mais altos que acabavam gerando desemprego. Culpava os próprios trabalhadores pelo desemprego, que poderia ser contornado se eles aceitassem salários menores.
Keynes irá contra argumentar fortemente essas ideias de um ponto de vista prático e teórico. No que tange ao primeiro, Keynes entendia que os sindicatos faziam parte da constituição da sociedade moderna democrática e que lhes atribuir a culpa pelo desemprego era incabível. Já no que tange à questão teórica, a origem do desemprego advinha da relação da taxa de juros com a imprevisibilidade do futuro, que tornava a concretização dos investimentos ou não incertas. Sem investimentos, o desemprego surgia. 
No terceiro capítulo Dillard se propõe a apresentar um resumo da teoria geral, principalmente no que tange à compreensão sobre os fundamentos da procura efetiva. Em uma economia, quando o nível de emprego aumenta, o rendimento e o consumo crescem por consequência. Para que o nível de emprego possa continuar a crescer, é preciso que os investimentos cresçam, de forma que o rendimento e consumo possam satisfazer a crescente da procura efetiva. Para Keynes, procura significa a procura global do conjunto do sistema econômico e seu preço é definido pela quantidade de emprego. No que tange ao lado da oferta, ela é representada por uma relação entre as quantidades mínimas de rendimentos e emprego. A oferta e procura poderão ser igualadas no nível de pleno emprego, se o nível de investimento for igual a diferença entre o preço da oferta global e a disposição dos consumidores a comprar ao nível de preços definido. A procura (demanda) por consumo deriva dos rendimentos, quando este aumentar ela também aumentará e vice-versa. Esta relação é chamada de propensão a consumir por Keynes e tende a ser estável ao longo do tempo. 
Neste capítulo, Dillard também se aprofunda na questão dos investimentos. Segundo Keynes, a procura por investimentos é mais instável que aquela por consumo, visto que investir em algo significa incrementar o grau produtivo e o retorno deste incremento está sujeito a incertezas. De forma geral, podemos considerar investimentos com os incrementos realizados por homens de negócios em suas empresas em fábricas. A decisão de concretizá-lo ou não é baseada na taxa de juros, ou seja, no trade off entre promover o investimento e lidar com os riscos/incertezas e manter o dinheiro rendendo à taxa de juros. A rentabilidade do investimento é chamada de eficácia marginal do capital e, de acordo com Keynes, é caracterizada pela instabilidade no curto prazo, com tendência ao declínio no longo. Podemos considerar esta questão o ponto fundamental para a explicação dos ciclos econômicos. Como dito anteriormente, um fator determinante do investimento é a taxa de juros que é definida por um viés de procura e de oferta pelo autor. A taxa de juros depende da preferência à liquidez (desejo de manter parte do capital em forma de dinheiro pelos motivos de especulação, transação e precaução). Pelo lado da oferta, a taxa de juros também depende da quantidade de dinheiro disponível. A taxa de juros flutua conforme mudanças nas variáveis quantidade de dinheiro e preferência à liquidez.
	O capitalismo apresenta uma contradição que diversos autores clássicos tentaram explicar: como pode haver pobreza em meio à opulência de um sistema abundante? Segundo Keynes, o princípio da demanda efetiva é capaz de responder esta questão. As comunidades mais pobres não têm muita dificuldade em empregar seus recursos plenamente e transformar os rendimentos em consumo automaticamente. Já as comunidades mais ricas têm dificuldades de manter o pleno emprego, visto que a conversão dos rendimentos em consumo não se dá por inteiro.

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