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FERIAS E SEUS REFLEXOS

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CONCEITO: 
 “Por férias entende-se o direito do empregado de paralisar a prestação dos serviços, por iniciativa do empregador, durante certo número de dias em cada ano, ou seja, é o período do contrato de trabalho em que o empregado não presta serviços, mas tem direito à remuneração do empregador após ter adquirido o direito no decurso de 12 meses, a fim de lhe proporcionar a recuperação psíquica e física, além do convívio social”; (
FÉRIAS E SEUS REFLEXOS
2. NATUREZA JURÍDICA: 
 
“Quanto à natureza jurídica das férias anuais remuneradas, é dupla, pois o empregador possui duas obrigações: permitir o descanso do empregado durante o lapso temporal mínimo fixado por lei ou dar o pagamento dos salários equivalente ao repouso. Para o empregado, há o direito de exigir a concessão desse período de descanso do empregador, bem como a obrigação de não trabalhar durante o gozo das férias”; 
A CF/88 e a CLT asseguram aos trabalhadores o gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos um terço a mis do que o salário normal – é o chamado terço constitucional;
As férias dever observar um período de 30 (trinta) dias corridos para todos os tipos de empregados;
Artigo 131, CLT - O período de férias pode sofrer descontos em razão de faltas injustificadas dos empregados na seguinte proporção: 
 Artigo 130, CLT – “Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção”:
FALTAS
PERÍODO DE FÉRIAS
5
30 dias
6 a 14
24 dias
15 a 23
18 dias
24 a 32
12 dias
Acima de 32
Não tem direito a férias
3. PERÍODO DE FÉRIAS
Período Aquisitivo: são os 12 (doze) meses iniciais em que o trabalhador adquire seu direito às férias;
Período Concessivo: são os 12 (doze) meses subsequentes ao período aquisitivo nos quais o empregado deverá gozar suas férias;
Ex: 10/05/ 2000 (admissão) – 10/05/2001 (período aquisitivo) – 10/05/2002 (período concessivo) 
Durante o período concessivo, o empregador DEVERÁ conceder as férias ao empregado a seu único e exclusivo critério, desde que lhe avise com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, não importando pedido do empregado ou sequer sua concordância, em um só período (artigo 134 e 136 CLT); 
EXCEÇÕES: As férias poderão ser divididas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos, nas seguintes hipóteses:
 Artigo 131, inciso I, CLT; 
 Artigo 136, §§ 1º e 2º, CLT ;
 4. VENDA DAS FÉRIAS
 Artigo 143, CLT – ABONO PECUNIÁRIO – poderá o empregado converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário;
Prazo para requerer – 15 (quinze) dias de antecedência do término do período aquisitivo;
Cumprido o prazo que dita o § 1º do referido artigo pelo empregado, o empregador é obrigado a aceitar o requerimento do obreiro e comprar os dias vendidos (facultado ao empregado); 
5. FÉRIAS COLETIVAS
Artigo 139, CLT – poderão ser concedidas a todos os empregados de uma só vez;
Poderão ser dividias em dois períodos (sem excepcionalidade), contanto, que um deles não seja inferior a 10 (dez) dias;
Prazo de comunicação – antecedência mínima de 15 (quinze) dias à DRT, aos empregados e ao sindicato de classe;
6. NÃO CONCESSÃO DAS FÉRIAS
Artigo 137, CLT – sempre que as férias não forem concedidas no curso do período concessivo, o empregador pagará em dobro a remuneração do empregado + 1/3 constitucional;
7. PERDA DO DIREITO DE FÉRIAS
 O empregado perderá oseu direito de férias se tiver, durante o período concessivo, mais de 32 faltas injustificadas ao serviço;
Artigo 133 e seguintes, CLT – outros motivos para a perda desse direito;
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995)
§ 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995
Artigo 142, CLT - a base de cálculo das férias é a remuneração devida ao empregado na época da sua concessão, da reclamação para concessão das férias ou da extinção do contrato de trabalho (Súmula 7/ TST).
 Assim, as demais verbas trabalhistas é que repercutem nas férias.
As férias indenizadas não repercutem em FGTS porque estão elencadas no § 9º do art. 28 da Lei 8.212/91 (que dispõe sobre as parcelas que não integram o salário-de-contribuição para a Previdência Social). A questão está pacificada na jurisprudência (Orient. Jurisp. 195 da SDI-1/TST).

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