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Apostila Saneago 2018

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Saneamento de Goiás S.A.
SANEAGO
Agente de Operação e Agente de Saneamento
Edital N. 01/2017
DZ084-2017
DADOS DA OBRA
Título da obra: Saneamento de Goiás S.A. - SANEAGO
Cargo: Agente de Operação e Agente de Saneamento
(Baseado no Edital N. 01/2017)
• Língua Portuguesa
• Matemática
• Noções de Informática
• Conhecimentos Gerais
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
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*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.
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PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado no 
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O código encontra-se no verso da capa da apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-17
PASSO 3
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de textos de diferentes gêneros: efeitos de sentido, hierarquia dos sentidos do texto, situação 
comunicativa, pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem 
não verbal. .................................................................................................................................................................................................................01
2. Modos de organização do texto: descrição, narração, exposição, argumentação, diálogo e esquemas retóricos 
(enumeração de ideias, relações de causa e consequência, comparação, gradação, oposição, etc.). ................................... 01
3. Estrutura textual: progressão temática, parágrafo, período, oração, pontuação, tipos de discurso, mecanismos de 
estabelecimento da coerência, coesão lexical e conexão sintática. ..................................................................................................... 39
4. Gêneros textuais: análise das características composicionais de editorial, notícia, reportagem, resenha, crônica, carta, 
artigo de opinião, relatório, parecer, ofício, charge, tira, pintura, placa, propaganda institucional/educacional, etc. .... 62
5. Estilo e registro: variedades linguísticas, formalidade e informalidade, formas de tratamento, propriedade lexical, 
adequação comunicativa. .....................................................................................................................................................................................71
6. Língua padrão: ortografia, formação de palavras, pronome, advérbio, adjetivo, conjunção, preposição, regência, 
concordância nominal e verbal. ......................................................................................................................................................................... 75
Matemática
1. Conjuntos Numéricos: Números naturais e números inteiros: operações, relação de ordem, divisibilidade, máximo 
divisor comum, mínimo múltiplo comum e decomposição em fatores primos; Números racionais e irracionais: 
operações, relação de ordem, propriedades e valor absoluto; Números complexos: conceito, operações e representação 
geométrica; Situações-problema envolvendo conjuntos numéricos. ............................................................................................... 01
2. Progressão Aritmética e Progressão Geométrica: Razão, termo geral e soma dos termos; Situações-problema 
envolvendo progressões. ....................................................................................................................................................................................07
3. Noções de Matemática Financeira: Razão e Proporção; Porcentagem; Juros simples e composto. ................................ 15
4. Equações e Inequações: Conceito; Resolução e discussão. .............................................................................................................. 30
5. Funções: Conceito e representação gráfica das funções: afim, quadrática, exponencial e modulares; Situações-
problema envolvendo funções. ........................................................................................................................................................................ 35
6. Sistemas de equações: Conceito; Resolução, discussão e representação geométrica; Situações-problema envolvendo 
sistemas de equações. ..........................................................................................................................................................................................41
7. Análise Combinatória: Princípio fundamental de contagem; Combinações e permutações; Situações-problema 
envolvendo análise combinatória. ................................................................................................................................................................... 41
8. Noções de Estatística: Apresentação de dados estatísticos: tabelas e gráficos; Medidas de centralidade: média 
aritmética, média ponderada, mediana e moda. ........................................................................................................................................ 50
9. Geometria: Figuras geométricas planas: ângulos, retas, polígonos, circunferências e círculos; Relações métricas nos 
polígonos; Perímetro de polígono e comprimento de circunferência; Área de polígono e do círculo; Resolução de 
problemas envolvendo geometria. ................................................................................................................................................................... 65
Noções de Informática
1. Sistemas operacionais Windows: recursos básicos de utilização: janelas, menus, atalhos, ajuda e suporte gerencia-
mento de pastas e arquivos; pesquisas e localização de conteúdo; gerenciamento de impressão; instalação e remoção 
de programas; configuração no Painel de Controle; configuração de dispositivos de hardware; configuração de aplica-
tivos. ............................................................................................................................................................................................................................01
2. Aplicativos para edição de textos por meio de software livre e de software comercial: ambiente do software; opera-
ções básicas com documentos; edição e formatação do texto; tratamento de fontes de texto; verificação ortográfica e 
gramatical; impressão; utilização de legendas, índices e figuras. ....................................................................................................... 12
3. Navegadores de Internet e serviços de busca na Web: redes de computadores e Internet; elementos da interface 
dos principais navegadores de Internet; navegação e exibição de sítios Web; utilização e gerenciamento dos principais 
navegadores de Internet. ......................................................................................................................................................................................614. Hardware, periféricos e conhecimentos básicos de informática: tipos de computador; tipos de conectores para dis-
positivos externos; dispositivos de entrada, saída, armazenamento e comunicação de dados. ............................................. 94
SUMÁRIO
Conhecimentos Gerais
1. Temas políticos, econômicos e sociais em evidência no mundo e no Brasil na atualidade; ................................................. 01
2. Desenvolvimento sustentável; ....................................................................................................................................................................... 24
3. Globalização e regionalização mundial; ..................................................................................................................................................... 25
4. Mercado Comum do Sul (Mercosul) e política externa brasileira; ................................................................................................... 26
5. Fontes energéticas; ............................................................................................................................................................................................26
6. Os recursos hídricos no Brasil; ....................................................................................................................................................................... 27
7. Aspectos étnicos, geográficos, históricos, culturais e administrativos do Brasil. .......................................................................28
8. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, 
direitos políticos. ......................................................................................................................................................................................................37
9. Organização político-administrativa: União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios. ........................................ 67
10. Poder Legislativo: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, deputados e senadores. ............. 75
11. Poder Executivo: atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado. ......................................................... 87
12. Poder Judiciário: competências................................................................................................................................................................... 90
13. Noções de organização administrativa: administração direta e indireta; autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista. .......................................................................................................................................................................101
História e Geografia de Goiás
Em atendimento à Lei Nº 14.911 de 11 de agosto de 2004, serão cobrados conhecimentos de História Política, Econômica 
e Social do Estado de Goiás; Cultura Goiana; Aspectos Ambientais da Geografia do Estado de Goiás; Regionalização e 
Caracterização das Regiões Goianas; Urbanização, Migração e Densidade Populacional do Estado de Goiás; Realidade 
Étnica e Social do Estado de Goiás. .................................................................................................................................................................. 01
LÍNGUA PORTUGUESA
Médio
1. Leitura e interpretação de textos de diferentes gêneros: efeitos de sentido, hierarquia dos sentidos do texto, situação 
comunicativa, pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem 
não verbal. .................................................................................................................................................................................................................01
2. Modos de organização do texto: descrição, narração, exposição, argumentação, diálogo e esquemas retóricos 
(enumeração de ideias, relações de causa e consequência, comparação, gradação, oposição, etc.). ................................... 01
3. Estrutura textual: progressão temática, parágrafo, período, oração, pontuação, tipos de discurso, mecanismos de 
estabelecimento da coerência, coesão lexical e conexão sintática. ..................................................................................................... 39
4. Gêneros textuais: análise das características composicionais de editorial, notícia, reportagem, resenha, crônica, carta, 
artigo de opinião, relatório, parecer, ofício, charge, tira, pintura, placa, propaganda institucional/educacional, etc. .... 62
5. Estilo e registro: variedades linguísticas, formalidade e informalidade, formas de tratamento, propriedade lexical, 
adequação comunicativa. .....................................................................................................................................................................................71
6. Língua padrão: ortografia, formação de palavras, pronome, advérbio, adjetivo, conjunção, preposição, regência, 
concordância nominal e verbal. ......................................................................................................................................................................... 75
Superior
1. Leitura e análise de textos de diferentes gêneros textuais. Linguagem verbal e não verbal. Mecanismos de produção 
de sentidos nos textos: polissemia, ironia, comparação, ambiguidade, citação, inferência, pressuposto. Significados 
contextuais das expressões linguísticas. ......................................................................................................................................................... 01
2. Organização do texto: fatores de textualidade (coesão, coerência, intertextualidade, informatividade, intencionalidade, 
aceitabilidade, situacionalidade). Progressão temática. Sequências textuais: descritiva, narrativa, argumentativa, injuntiva, 
dialogal. Tipos de argumento. Funcionalidade e características dos gêneros textuais oficiais: ofício, memorando, e-mail, 
carta comercial, aviso, e-mail etc. Uso dos pronomes. Pontuação. Características dos diferentes discursos (jornalístico, 
político, acadêmico, publicitário, literário, científico, etc.). .................................................................................................................... 01
3. Organização da frase: Processos de coordenação e de subordinação. Verbos que constituem predicado e verbos que 
não constituem predicado. Tempos e modos verbais. Concordância verbal e nominal. Regência dos nomes e dos verbos. 
Constituição e funcionalidade do Sujeito. ..................................................................................................................................................... 39
4. Classes de palavras. Formação das palavras. Composição, derivação. Ortografia oficial. Fonemas Acentuação 
gráfica. .....................................................................................................................................................................................................................75
5. Variação linguística: estilística, sociocultural, geográfica, histórica. Variação entre modalidades da língua (fala e escrita). 
Norma e uso. .............................................................................................................................................................................................................71
1
LÍNGUA PORTUGUESA
1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS: EFEITOS DE 
SENTIDO, HIERARQUIA DOS SENTIDOS DO TEXTO, SITUAÇÃO COMUNICATIVA, 
PRESSUPOSIÇÃO, INFERÊNCIA, AMBIGUIDADE, IRONIA, FIGURATIVIZAÇÃO, 
POLISSEMIA, INTERTEXTUALIDADE, LINGUAGEM NÃO VERBAL. 
2. MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO TEXTO: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, EXPOSIÇÃO, 
ARGUMENTAÇÃO, DIÁLOGO E ESQUEMAS RETÓRICOS (ENUMERAÇÃO DE IDEIAS, 
RELAÇÕES DECAUSA E CONSEQUÊNCIA, COMPARAÇÃO, GRADAÇÃO, OPOSIÇÃO, 
ETC.).
1. LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS. 
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL. MECANISMOS DE PRODUÇÃO DE SENTIDOS 
NOS TEXTOS: POLISSEMIA, IRONIA, COMPARAÇÃO, AMBIGUIDADE, CITAÇÃO, 
INFERÊNCIA, PRESSUPOSTO. SIGNIFICADOS CONTEXTUAIS DAS EXPRESSÕES 
LINGUÍSTICAS.
2. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO: FATORES DE TEXTUALIDADE (COESÃO, COERÊNCIA, 
INTERTEXTUALIDADE, INFORMATIVIDADE, INTENCIONALIDADE, ACEITABILIDADE, 
SITUACIONALIDADE). PROGRESSÃO TEMÁTICA. SEQUÊNCIAS TEXTUAIS: 
DESCRITIVA, NARRATIVA, ARGUMENTATIVA, INJUNTIVA, DIALOGAL. TIPOS DE 
ARGUMENTO. FUNCIONALIDADE E CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS 
OFICIAIS: OFÍCIO, MEMORANDO, E-MAIL, CARTA COMERCIAL, AVISO, E-MAIL 
ETC. USO DOS PRONOMES. PONTUAÇÃO. CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTES 
DISCURSOS (JORNALÍSTICO, POLÍTICO, ACADÊMICO, PUBLICITÁRIO, LITERÁRIO, 
CIENTÍFICO, ETC.). 
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui 
alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos.
 Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir 
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ).
 Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se 
com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação 
dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu 
contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
 Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse 
tipo de recurso denomina-se intertexto. 
 Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. 
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclare-
cimento das questões apresentadas na prova.
 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste 
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
Condições básicas para interpretar
 
Fazem-se necessários: 
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; 
Observação – na semântica (significado das palavras) incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, 
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e 
- Capacidade de raciocínio.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
Interpretar X compreender 
Interpretar significa
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Compreender significa
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está 
escrito.
- o texto diz que...
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
Erros de interpretação
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de 
erros de interpretação. Os mais frequentes são:
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por 
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
 
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção 
apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do 
entendimento do tema desenvolvido. 
 
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrá-
rias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas 
e, consequentemente, errando a questão.
 Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor 
e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de 
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o 
autor diz e nada mais.
 
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que 
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. 
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um 
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome 
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer 
e o que já foi dito.
 OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-
dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do 
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; 
aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também 
de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, 
por isso a necessidade de adequação ao antecedente. 
Os pronomes relativos são muito importantes na inter-
pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. 
Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um 
pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
 - que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, 
mas depende das condições da frase.
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa)
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois 
o objeto possuído. 
- como (modo)
- onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante) 
Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria 
aparecer o demonstrativo O ).
 
Dicas para melhorar a interpretação de textos
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do 
assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa 
a leitura;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto 
pelo menos duas vezes;
- Inferir;
- Voltar ao texto quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do 
autor;
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 
compreensão;
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada 
questão;
- O autor defende ideias e você deve percebê-las.
Fonte:
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
gues/como-interpretar-textos
QUESTÕES
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 
- ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere 
o texto abaixo.
A marca da solidão
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de 
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a 
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de 
penumbra na tarde quente.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com 
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas 
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz 
de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca 
da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo 
reduzido no qual o menino detém sua atenção é
(A) fresta.
(B) marca.
(C) alma.
(D) solidão.
(E) penumbra.
3
LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
PE/2012) 
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a to-
talidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção 
de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se 
estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma 
maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus 
níveis, uma espécie desegunda revelação do mundo. 
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o 
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: 
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual 
“O riso”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
3-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) 
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge 
uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e ge-
neralizado de energia no final de 2009.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétri-
ca (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal 
Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 
km que separam Itaipu de São Paulo.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de inves-
timentos e também erros operacionais conspiraram para pro-
duzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição 
de energia do país desde o traumático racionamento de 2001.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do 
texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: 
— Carta para o 9.326!!! 
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está 
em
branco, e um outro pergunta: 
— Quem te mandou essa carta? 
— Minha irmã. 
— Mas por que não está escrito nada? 
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com 
adaptações).
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto aci-
ma decorre
A) da identificação numérica atribuída ao louco.
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a car-
ta no hospício. 
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a 
carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran-
co.
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. 
5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV 
PROJETOS/2010) 
Painel do leitor (Carta do leitor)
Resgate no Chile
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de 
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo 
de uma mina de cobre e ouro no Chile.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com su-
cesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimen-
tando seus companheiros de trabalho. Não se pode esquecer 
a ajuda técnica e material que os Estados Unidos, Canadá e 
China ofereceram à equipe chilena de salvamento, num ges-
to humanitário que só enobrece esses países. E, também, dos 
dois médicos e dois “socorristas” que, demonstrando coragem 
e desprendimento, desceram na mina para ajudar no salva-
mento.
 (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai-
nel do leitor – 17/10/2010)
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex-
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor 
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem 
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO:
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma 
mina de cobre e ouro no Chile.”
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
ceram na mina...”
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – 
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às 
questões de números 6 a 8.
Férias na Ilha do Nanja
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as ma-
las nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, 
pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissu-
ras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as 
fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de 
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contramão; 
enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver numa 
grande cidade, isto que já está sendo a negação da própria 
vida.
E eu vou para a Ilha do Nanja.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as 
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio 
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou 
vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça 
à janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adap-
tado)
*fissuras: fendas, rachaduras
4
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO 
– VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a ma-
neira como se preparam para suas férias, a autora mostra 
que seus amigos estão
(A) serenos.
(B) descuidados.
(C) apreensivos.
(D) indiferentes.
(E) relaxados.
7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – 
VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar que, 
assim como seus amigos, a autora viaja para
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
(B) escapar do lugar em que está.
(C) reencontrar familiares queridos.
(D) praticar esportes radicais.
(E) dedicar-se ao trabalho.
8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – 
VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar 
onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce 
como um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que 
viajará para um lugar
(A) repulsivo e populoso.
(B) sombrio e desabitado.
(C) comercial e movimentado.
(D) bucólico e sossegado.
(E) opressivo e agitado.
9-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E 
o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide 
opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais 
justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros? 
Prepare-se para o debate que está apenas começando.
(Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34) 
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio 
urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe-
dágio urbano.
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
porte público e estender as ciclovias.
( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
des, que não resolveu os problemas do trânsito.
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mundo 
vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estaciona-
mento, revisão....e agora mais o pedágio?
( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é 
investido no transporte público.
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pague 
pelo privilégio!
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur-
bano melhorou.
A ordem obtida é:
a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S)
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N)
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 
– ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a alternativa que 
apresenta um dito popular que parafraseia o conteúdo ex-
presso no excerto: “Se você está em casa, não pode sair. Se 
você está na rua, não pode entrar”. 
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”. 
b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”. 
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”. 
d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”. 
Resolução
1-) 
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
do cabe numa fresta.
RESPOSTA: “A”.
2-) 
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; 
ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacio-
nam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.
RESPOSTA: “CERTO”.
3-) 
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo 
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o 
qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (oração su-
bordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, temos 
uma adjetiva explicativa (generaliza a informação da oração 
principal. A construção seria: “do apagão, queatingiu pelo 
menos 1800 cidades em 18 estados do país”); quando não 
há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, delimita a infor-
mação – como no caso do exercício).
RESPOSTA: “CERTO’.
4-) 
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais 
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, 
porque nós brigamos e não estamos nos falando”. 
RESPOSTA: “D”.
5-) 
Em todas as alternativas há expressões que representam 
a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / 
Não se pode esquecer / gesto humanitário que só enobrece 
/ demonstrando coragem e desprendimento. 
RESPOSTA: “B”.
6-) 
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, 
fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre 
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar nessas 
coisas, certamente, deixa-os apreensivos. 
RESPOSTA: “C”.
7-) 
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta 
da própria autora!
RESPOSTA: “B”.
5
LÍNGUA PORTUGUESA
8-) 
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim. 
RESPOSTA: “D”.
9-) 
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
porte público e estender as ciclovias.
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
des, que não resolveu os problemas do trânsito.
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
namento, revisão....e agora mais o pedágio?
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é 
investido no transporte público.
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
gue pelo privilégio!
(S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio ur-
bano melhorou.
S - N - S - N - N - S - S 
RESPOSTA: “B”.
10-) 
Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a 
ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é: “Se 
você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não 
pode entrar”.
RESPOSTA: “A”.
Linguagem Verbal e Não Verbal
Linguagem é a capacidade que possuímos de expres-
sar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. 
Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há co-
municação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos 
de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, 
tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais 
convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por 
exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode 
ser classificada como qualquer sistema de sinais que se va-
lem os indivíduos para comunicar-se. 
A linguagem pode ser:
- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comuni-
car algo.
 
As figuras acima nos comunicam sua mensagem através 
da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a infor-
mação).
- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de co-
municação, que não são as palavras. Dentre elas estão a lin-
guagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem 
corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.
 
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comuni-
car o que representam.
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo 
composta por regras gramaticais que possibilitam que deter-
minado grupo de falantes consiga produzir enunciados que 
lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por exemplo: 
falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um 
conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada 
membro da comunidade pode optar por esta ou aquela for-
ma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma lín-
gua particular e exigir que outros falantes a compreendam. 
Dessa forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular 
a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre 
condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da lín-
gua, mas é suficientemente ampla para permitir um exercício 
criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um 
enunciado da seguinte maneira:
A família de Regina era paupérrima.
Outro, no entanto, pode optar por:
A família de Regina era muito pobre.
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às 
diversas manifestações da fala de cada um. Note, além dis-
so, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais 
da língua portuguesa, para não correrem o risco de produzir 
enunciados incompreensíveis como: 
Família a paupérrima de era Regina.
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois 
meios de comunicação distintos. A escrita representa um está-
gio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, 
abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além 
disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mí-
micas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a 
representação da língua falada, mas sim um sistema mais discipli-
nado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as 
mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos 
falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua 
devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do por-
tuguês falado por um habitante da região nordeste e outro da 
região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, tam-
bém há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande 
do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por 
um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um 
cidadão do interior do estado.
6
LÍNGUA PORTUGUESA
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a forma-
ção cultural de um indivíduo também são fatores que cola-
boram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa esco-
larizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa 
que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de 
acordo com a situação em que nos encontramos: quando 
conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que 
usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade 
de formatura.
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas ativida-
des requer o domínio de certas formas de língua chamadas 
línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas 
formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico 
de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e 
da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros espe-
cialistas.
- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre 
influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança 
não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí 
falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. 
Fala
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato indi-
vidual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, pode 
escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu 
gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contex-
to, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, 
etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande 
diversificação nos mais variados níveis da fala. Cada indivíduo, 
além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros 
falam; é por isso que somos capazes de dialogar com pessoas 
dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a lin-
guagem delas seja exatamente como a nossa. 
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar 
alguns níveis:
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das 
pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situações 
informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, 
não nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou não 
com as regras formais estabelecidas pela língua.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente uti-
lizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-se por 
um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às 
regras gramaticais estabelecidas pela língua.
Signo
É um elemento representativo que apresenta dois aspec-
tos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra “ca-
chorro”, reconhecemos a sequência desons que formam essa 
palavra. Esses sons se identificam com a lembrança deles que 
está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real 
imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o signi-
ficante do signo “cachorro”. Quando escutamos essa palavra, 
logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com 
pelos, olhos, orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente 
é o significado do signo “cachorro” e também se encontra 
armazenado em nossa memória.
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, de-
vemos obedecer às regras gramaticais convencionadas pela 
própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar 
o artigo indefinido “um” diante do signo “cachorro”, forman-
do a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível 
se quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “ca-
chorro”. A sequência “uma cachorro” contraria uma regra de 
concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa 
sentença seja rejeitada. Os signos que constituem a língua 
obedecem a padrões determinados de organização. O co-
nhecimento de uma língua engloba tanto a identificação de 
seus signos, como também o uso adequado de suas regras 
combinatórias.
Signo: elemento representativo que possui duas partes 
indissolúveis: significado e significante. Significado (é o con-
ceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do 
signo) + Significante (é a imagem sonora, a forma, a parte 
concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que 
obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao 
desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão.
Efeitos de Ironia em Textos
A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica 
que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, dei-
xando entender uma distância intencional entre aquilo que 
dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, 
a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, 
com vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlo-
cutor.
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o obje-
tivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, 
o locutor descreve a realidade com termos aparentemente 
valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia 
convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura, 
para refletir sobre o tema e escolher uma determinada po-
sição. 
A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos 
de ironia: oral, dramática e de situação.
- A ironia oral é a disparidade entre a expressão e a 
intenção: quando um locutor diz uma coisa mas pretende 
expressar outra, ou então quando um significado literal é 
contrário para atingir o efeito desejado.
- A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre a 
expressão e a compreensão/cognição: quando uma palavra 
ou uma ação põe uma questão em jogo e a plateia entende 
o significado da situação, mas a personagem não.
- A ironia de situação é a disparidade existente entre a 
intenção e o resultado: quando o resultado de uma ação é 
contrário ao desejo ou efeito esperado. Da mesma maneira, 
a ironia infinita é a disparidade entre o desejo humano e as 
duras realidades do mundo externo. 
Exemplo:
__Você está intolerante hoje.
__Não diga, meu amor!
7
LÍNGUA PORTUGUESA
É também um estilo de linguagem caracterizado por 
subverter o símbolo que, a princípio, representa. A ironia 
utiliza-se como uma forma de linguagem pré-estabelecida 
para, a partir e de dentro dela, contestá-la.
Foi utilizada por Sócrates, na Grécia Antiga, como ferra-
menta para fazer os seus interlocutures entrarem em contra-
dição, no seu método socrático.
Leia este trecho escrito por Murilo Mendes:
 
“Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente 
mal ao piano alguns estudos de Litz”.
Observe que a expressão “admiravelmente” é exatamen-
te o oposto do adjetivo posterior “mal”, deixando bastante 
clara a presença da ironia ou antífrase, figura de linguagem 
que expressa um sentido contrário ao significado habitual.
Segundo Pires, existem três tipos de ironia:
- asteísmo: quando louva;
- sarcasmo: quando zomba;
- antífrase: quando engrandece ideias funestas, erra-
das, fora de propósito e quando se faz uso carinhoso de ter-
mos ofensivos.
Veja exemplos na literatura:
“Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra 
como uma porta: um amor! (Mário de Andrade)
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar 
crianças”. (Monteiro Lobato)
Exemplo em textos falados:
“Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou 
tudo o que estava gravado?”
“Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com 
o dedo.”
“João é tão experto que travou o carro com a chave den-
tro.”
O contexto é de fundamental importância para a com-
preensão da ironia, pois, inserindo a situação onde a fala foi 
produzida e a entonação do falante, determinamos em que 
sentido as palavras estão empregadas. Veja estes exemplos:
“Olá, Carlos. Como você está em forma!”
“Meus parabéns pelo seu belo serviço!”
As duas frases só podem ser compreendidas ironica-
mente se a entonação da voz se der nas palavras “forma” e 
“belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inseríssemos 
essas afirmações nos seguintes contextos:
Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 kilos.
Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que 
dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante que rou-
bou todo o dinheiro da empresa.
Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a 
reformularmos da seguinte maneira:
“Olá, Carlos! Como você está em forma… de baleia!”
Portanto, definimos como ironia a figura de linguagem que 
afirma o contrário do que se quer dizer.
São avaliadas diversas situações onde a ironia se apresenta 
nas suas mais variadas formas, buscando apontar as melhores 
direções para o uso da mesma e quando se deve evitar a utili-
zação dela. Os resultados obtidos nessa avaliação não são de 
caráter totalmente conclusivo, sua função real é apresentar um 
panorama sobre a adequação do uso desta figura semântica. É 
necessário também ressaltar que como base para essa análise 
foi utilizado apenas material teórico, ou seja, sem nenhuma ex-
periência prática. Por fim busca-se mostrar que a ironia é uma 
“arma” que se utilizada de uma maneira inteligente possui um 
grande valor. 
Jornalismo, Literatura, Política e até mesmo em cenas coti-
dianas como conversas entre amigos ou no trabalho a ironia se 
faz presente muitas vezes.
Definir essa figura semântica nos leva a percorrer diversos 
caminhos, pois se trata de algo com múltiplas faces e conse-
quentemente com várias teorias e linhas de pensamentos.
Além da velha definição de ironia que é dizer uma coisa e 
dar a entender o contrário pode-se também a definir de outras 
maneiras como, por exemplo, a busca por dizer algo que venha 
a instigar uma série de interpretações subversivas sobre o que 
foi dito. Ter domínio do bom senso e alguma noção sobre ética 
é importante para ser irônico sem ser ofensivo, para ser “escra-
chado” e mesmo assim ser inteligente, para usar essa ferramenta 
como algo enriquecedor no contexto determinado.
O fato de ser irônico gera muitas controvérsias, certo des-
contentamento, normalmente ligado a dificuldade de entendi-
mento dessa figura linguística, o que nos remete a outras ques-
tões como raciocínio lógico, senso de humor e mente aberta.
A ironia realmente está quase que totalmente interligada 
com o humor, dentre as várias formas do mesmo, até pode se 
dizer que é preciso um certo refinamento de humor para en-
tender grande parte das questões onde se emprega elementos 
irônicos. Outra questão importante a ser ressaltada é o fato do 
domínio de contexto/situação para que possa haver uma melhor 
compreensão da ideia que está se tentando passar ao se expres-
sar ironicamente, havendo isso ocorre uma facilitação maior que 
vai possibilitar uma melhor interação entre todas as partes.
A ironia é definida por muitos teóricos como a figurade 
linguagem mais interessante que existe, tanto pelo seu caráter 
ousado e desafiador, mas também pela grande possibilidade 
de enriquecimento da fala e escrita. Seu uso feito de forma ade-
quada possui uma tendência muito forte de ser o diferencial do 
trabalho ou situação, sempre tendo em vista todas essas ques-
tões contextuais e as consequências de empregar corretamente 
esse elemento linguístico. Por se tratar de um elemento linguís-
tico com uma enorme possibilidade de uso nas mais variadas 
formas, compreender um pouco das questões do surgimen-
to da ironia e das relações desta com as situações onde é 
empregada, se torna fundamental, não só para uma melhor 
compreensão, mas também para uma melhor utilização,que 
assim terá uma maior tendência de ser melhor absorvida 
pela outra(s) parte(s) do diálogo.
8
LÍNGUA PORTUGUESA
A ironia pode ser considerada o elemento de lingua-
gem mais provocador que existe. Seu uso na maioria das 
vezes visa mesmo fazer uso dessas provocações geradas por 
essa figura linguística. Por isso mesmo é necessário muito 
cuidado ao ser irônico, pois a compreensão por parte de 
todos depende primeiramente da forma com que a ironia 
é passada. A observação bem feita do contexto/situação 
onde está ocorrendo a atividade é mais do que importante, 
é fundamental, caso contrário o tiro pode sair pela culatra, a 
arma poderosa pode ter efeito contrário e colocar por água 
abaixo uma série de questões relevantes. Então, ter um do-
mínio mesmo que mínimo desses fatos, pode ser suficiente 
para uma utilização “correta” e sem maiores perigos. Bom 
senso também é algo totalmente relevante dentro dessas 
questões.
Provocante, ousada, pra muitos até irritante. Esses são 
alguns dos muitos adjetivos que são dados a ironia, sendo 
que essa é realmente algo muito complicado de se obter 
uma definição final, não só pela sua amplitude mas também 
pela sua versatilidade.
Ambiguidade
Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais 
de um sentido, comprometendo a compreensão do conteú-
do. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclu-
sões equivocadas na interpretação do texto. A ambiguidade 
é um dos problemas que podem ser evitados.
A inadequação ou a má colocação de elementos como 
pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo 
enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, 
comprometendo a clareza do texto. Observe os exemplos 
que seguem: 
“O professor falou com o aluno parado na sala” 
Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção 
sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O 
aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar 
“parado na sala” logo ao lado do termo a que se refere: “Pa-
rado na sala, o professor falou com o aluno”; ou “O professor 
falou com o aluno, que estava parado na sala”. 
“A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos.”
 
O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o la-
drão nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do 
adjunto adverbial. Para evitar isso, coloque “na Rua Santos” 
mais perto do núcleo de sentido a que se refere: “Na rua 
Santos, a polícia cercou o ladrão”; ou “A polícia cercou o la-
drão do banco que localiza-se na rua Santos”. 
“Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequên-
cia apresentam sintomas de irritabilidade e depressão.”
Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela 
má colocação do adjunto adverbial. Assim, pode-se enten-
der que “As pessoas que, com frequência, consomem bebidas 
alcoólicas apresentam sintomas de irritabilidade e depressão” 
ou que “As pessoas que consomem bebidas alcoólicas apre-
sentam, com frequência, sintomas de irritabilidade e depres-
são”.
Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar 
num importante recurso estilístico na construção do sentido 
do texto. O apelo a esse recurso pode ser fundamental para 
provocar o efeito polissêmico do texto. Os textos literários, 
de maneira geral (como romances, poemas ou crônicas), são 
textos com predomínio da linguagem conotativa (figurada). 
Nesse caso, o caráter metafórico pode derivar do emprego 
deliberado da ambiguidade.
Podemos verificar a presença da ambiguidade como re-
curso literário analisando a letra da canção “Jack Soul Brasilei-
ro”, do compositor Lenine.
Já que sou brasileiro
E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção
Já que subi nesse ringue
E o país do suingue é o país da contradição
Eu canto pro rei da levada
Na lei da embolada, na língua da percussão
A dança, a muganga, o dengo
A ginga do mamulengo
O charme dessa nação (...)
Podemos observar que o primeiro verso (“Já que sou brasi-
leiro”) permite até três interpretações diferentes. A primeira delas 
corresponde ao sentido literal do texto, em que o poeta afirma-se 
como brasileiro de fato. A segunda interpretação permite pensar 
em uma referência ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro 
- o “Zé Jack” -, um dos maiores ritmistas de todos os tempos, 
considerado um ícone da história da música popular brasileira, 
de quem Lenine se diz seguidor. A terceira leitura para esse verso 
seria a referência à “soul music” norte-americana, que teve grande 
influência na música brasileira a partir da década de 1960.
 Na publicidade, é possível observar o “uso e o abuso” da 
linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jo-
gos de palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do 
interlocutor para a mensagem. Para entender melhor, vamos 
analisar a seguir um anúncio publicitário, veiculado por várias 
revistas importantes.
Sempre presente - Ferracini Calçados
 O slogan “Sempre presente” pode apresentar, de início, 
duas leituras possíveis: o calçado Ferracini é sempre uma boa 
opção para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini 
está sempre presente em qualquer ocasião, já que, supõe-se, 
pode ser usado no dia a dia ou em uma ocasião especial.
Coesão e Coerência
Não basta conhecer o conteúdo das partes de um traba-
lho: introdução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber 
o que se deve (e o que não se deve) escrever em cada parte 
constituinte do texto, é preciso saber escrever obedecendo 
às normas de coerência e coesão. Antes de mais nada, é ne-
cessário definir os termos: coerência diz respeito à articulação 
do texto, à compatibilidade das ideias, à lógica do raciocínio, 
a seu conteúdo. Coesão refere-se à expressão linguística, ao 
nível gramatical, às estruturas frasais e ao emprego do vo-
cabulário.
9
LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência e coesão relacionam-se com o processo de 
produção e compreensão do texto. A coesão contribui para 
a coerência, mas nem sempre um texto coerente apresenta 
coesão. Pode ocorrer que o texto sem coerência apresente 
coesão, ou que um texto tenha coesão sem coerência. Em 
outras palavras: um texto pode ser gramaticalmente bem 
construído, com frases bem estruturadas, vocabulário correto, 
mas apresentar ideias sem nexo, sem uma sequência lógica: 
há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um texto pode 
apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que no 
plano da expressão as estruturas frasais sejam gramatical-
mente aceitáveis: há coerência, mas não coesão. 
A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela 
hierarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem ori-
gem nas estruturas profundas, no conhecimento do mundo 
de cada pessoa, aliada à competência linguística. Deduz-se 
que é difícil ensinar coerência textual, intimamente ligada à 
visão de mundo, à origem das ideias no pensamento. A coe-
são, porém, refere-se à expressão linguística, aos processos 
sintáticos e gramaticais do texto.
O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de 
um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa ade-
quada relação semântica, que se manifesta na compatibilida-
de entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com 
coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo 
do texto, numa linha de sequência e comos quais se estabe-
lece um vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo 
faz-se via gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz 
por meio do vocabulário, tem-se a coesão lexical.
Coerência
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do 
texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão 
conceitual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o 
todo, com o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Coesão
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão se-
quencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as par-
tes componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das 
frases.
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade 
ou compreensão do texto. Um texto bem redigido tem pa-
rágrafos bem estruturados e articulados pelo encadeamen-
to das ideias neles contidas. As estruturas frasais devem ser 
coerentes e gramaticalmente corretas, no que diz respeito 
à sintaxe. O vocabulário precisa ser adequado e essa ade-
quação só se consegue pelo conhecimento dos significados 
possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais comuns de 
redação sejam devidos à impropriedade do vocabulário e ao 
mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por fun-
ção ligar uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos 
de impropriedade do vocabulário, colhidos em redações so-
bre censura e os meios de comunicação e outras.
“Nosso direito é frisado na Constituição.”
Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria 
estar exposta.”
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria 
estar sujeita. = correta
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.”
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensacio-
nalistas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais 
notícias. = correta
 
“Retomada das rédeas da programação.”
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que 
diz respeito à programação. = correta
O emprego de vocabulário inadequado prejudica mui-
tas vezes a compreensão das ideias. É importante, ao redi-
gir, empregar palavras cujo significado seja conhecido pelo 
enunciador, e cujo emprego faça parte de seus conhecimen-
tos linguísticos. Muitas vezes, quem redige conhece o sig-
nificado de determinada palavra, mas não sabe empregá-la 
adequadamente, isso ocorre frequentemente com o empre-
go dos conectivos (preposições e conjunções). Não basta 
saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nomi-
nais no interior das frases e que as conjunções ligam frases 
dentro do período; é necessário empregar adequadamente 
tanto umas como outras. É bem verdade que, na maioria das 
vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete aos 
problemas de regência verbal e nominal.
Exemplos:
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, in-
teração.
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos 
fatos, estar informada.
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
“Ir ao encontro” quer dizer concordar.
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de 
ideias” significa a liberdade não é ameaça; 
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de 
ideias”, isto é, a liberdade fica ameaçada.
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um 
dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou 
três regências diferentes; cada uma, porém, tem um signifi-
cado específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas 
sobre o emprego da crase decorrem do fato de considerar-
se crase como sinal de acentuação apenas, quando o pro-
blema refere-se à regência nominal e verbal.
10
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos:
O verbo assistir admite duas regências: 
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assis-
tência (O médico assiste o doente):
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao 
jogo da seleção).
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi 
o jornal do dia).
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que 
fizessem silêncio).
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); 
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu 
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo 
a alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode signi-
ficar ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de 
salário).
O mau emprego dos pronomes relativos também pode le-
var à falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se 
no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do 
texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado. 
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim 
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que 
(o qual) estava sem remetente).
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sen-
sibilidade...”
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade de-
las (palavras cheias de sensibilidade).
Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das 
frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões 
para o emprego correto dos articuladores sintáticos (conjun-
ções, preposições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
- Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação 
sintática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, po-
rém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem também 
ser empregadas as conjunções concessivas e locuções prepo-
sitivas para introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: 
embora, ou muito embora, apesar de, ainda que, conquanto, 
posto que, a despeito de, não obstante.
- A articulação sintática de causa pode ser feita por meio 
de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por 
isso que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser em-
pregadas as preposições e locuções prepositivas: por, por causa 
de, em vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, por 
motivo de, por razões de.
- O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o 
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expres-
sar condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, 
desde que, a menos que, a não ser que.
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais co-
mum de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de 
juros para que a economia se estabilize” ou para a economia es-
tabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” 
Há outros articuladores que expressam finalidade: a fim de, 
com o propósito de, na finalidade de, com a intenção de, com 
o objetivo de, com o fito de, com o intuito de.
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio 
dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, 
pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. 
Para introduzir mais um argumento a favor de determinada 
conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás, além 
do mais, além disso, além de tudo, introduzem um argumento 
decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo, para justificar 
de forma incontestável o argumento contrário.
- Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvol-
vimento do que foi dito empregam-se os articuladores: isto é, 
quer dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” 
anuncia não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso, 
pois acrescenta uma informação nova, um dado novo, e se não 
acrescentar nada, é pura repetição e deve ser evitada.
- Alguns articuladores servem para estabelecer uma grada-
ção entre os correspondentes de determinada escala. No alto 
dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no plano mais 
baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
Correlação Verbal
Damos o nome de correlação verbal à coerência que, em 
uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas 
verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação tem-
poral entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira 
a expressaras ideias com lógica. Tempos e modos verbais de-
vem, portanto, combinar entre si. 
Vejamos este exemplo: 
Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição. 
No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do 
subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incer-
teza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o ver-
bo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período 
tenha lógica? 
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (apren-
deria), um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afir-
mação condicionada (que depende de algo), quando esta se 
refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não 
se realizarão. O período, portanto, está correto, já que a ideia 
transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de 
uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá. 
Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo exem-
plo, mas sem correlação verbal: 
Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição. 
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender 
está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que 
expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis. 
Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais aprende-
remos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a 
uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito 
imperfeito do subjuntivo) de dormir. 
Correlações verbais corretas
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais 
são concordantes: 
presente do indicativo + presente do subjuntivo: Exijo 
que você faça o dever. 
11
LÍNGUA PORTUGUESA
pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do 
subjuntivo: Exigi que ele fizesse o dever. 
presente do indicativo + pretérito perfeito composto do 
subjuntivo: Espero que ele tenha feito o dever. 
pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito 
composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o dever. 
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: 
Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. 
pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito 
do indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas. 
pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + 
futuro do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse 
feito o dever, eu teria lido suas respostas. 
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo: 
Quando você fizer o dever, dormirei. 
futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do 
indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido.
Atividades
1-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO - 
FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê dezenas 
de caminhões parados”, revelou o analista ambiental Geral-
do Motta. 
 Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinhados 
devem sofrer as seguintes alterações: 
(A) entrar − vira 
(B) entrava − tinha visto 
(C) entrasse − veria 
(D) entraria − veria 
(E) entrava − teria visto 
2-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
TIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas verbais 
está correta em: 
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o planeta 
não resistiu. 
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto po-
der de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso. 
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, o 
do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse distor-
ções patológicas, não haverá vícios. 
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado 
tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas. 
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia.
3-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – 
VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche adequa-
damente e de acordo com a norma culta a lacuna da frase: 
Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a pergunta 
mais deliciosa de todas.
(A) entrasse
(B) entraria
(C) entrava
(D) entrar
(E) entrou
4-) (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) 
Se a tendência se mantiver, teremos cada vez mais... 
Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso a tendência”, 
a continuação que mantém a correção e o sentido da frase original é:
a) se mantenha, teremos cada vez mais...
b) fosse mantida, teríamos cada vez mais...
c) se manter, teremos cada vez mais...
d) for mantida, teremos cada vez mais...
e) seja mantida, teríamos cada vez mais...
5-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP - AGEN-
TE OPERACIONAL – VUNESP/2012 - ADAPTADA) Assinale a 
alternativa que apresenta o trecho – ... o doutorando enviou 
seu estudo para a Sociedade Britânica de Psicologia para apre-
ciação e não esperava que houvesse tanta publicidade. – rees-
crito de acordo com a norma-padrão, com indicação de ação 
a se realizar e correta correlação verbal.
(A) ... o doutorando enviaria seu estudo para a Sociedade 
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperava que ha-
veria tanta publicidade.
(B) ... o doutorando envia seu estudo para a Sociedade 
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que 
houvesse tanta publicidade.
(C) ... o doutorando enviara seu estudo para a Sociedade 
Britânica de Psicologia para apreciação e não esperara que ha-
verá tanta publicidade.
(D) ... o doutorando enviará seu estudo para a Socieda-
de Britânica de Psicologia para apreciação e não esperará que 
haja tanta publicidade.
6-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – FCC/2012) 
Está plenamente adequada a correlação entre tempos e mo-
dos verbais na frase:
(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas 
rolantes, logo me encontraria diante da luz do sol e do ar fres-
co da manhã.
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô sa-
tisfizesse plenamente as expectativas que venho alimentando.
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente 
não terão reclamado por as expormos à luz do dia.
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna, 
não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de nossas via-
gens urbanas.
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de 
trem com estas que realizássemos por meio de túneis entre 
estações subterrâneas?
RESOLUÇÃO
1-) 
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, veria = 
entrasse / veria.
RESPOSTA: “C”.
2-) 
Fiz as correções necessárias:
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o planeta 
não resistiu = resistirá 
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto po-
der de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso. 
12
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida, o 
do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse distor-
ções patológicas, não haverá = haveria
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado tão 
eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou teriam 
ficado)
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir conscien-
temente, a oferta de produtos supérfluos crescia = crescerá
RESPOSTA: “B”.
3-) 
O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, indica 
que é uma ação que, para acontecer, depende de outra. Exem-
plo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se ele entrar, eu 
farei / Caso ele entre, eu faço... 
RESPOSTA: “A”.
4-) 
Ao empregarmos o termo “caso a”, conjugaremos o ver-
bo utilizando o modo hipotético (Subjuntivo). A transformação 
será: Caso a tendência se mantenha, teremos cada vez mais...
RESPOSTA: “A”.
5-) 
O exercício quer que conjuguemos o verbo no futuro do 
presente (ação a se realizar). Como o enunciado é específico 
(quer determinado tempo verbal), não fiz as correções nas de-
mais alternativas, pois, em um concurso, perderíamos tempo 
consertando os itens que não nos interessam. Vamos à cons-
trução: o doutorando enviou (enviará) seu estudo para a So-
ciedade Britânica de Psicologia para apreciação e não espera-
va (esperará) que houvesse (haja) tanta publicidade. = enviará 
/ esperará / haja. 
RESPOSTA: “D”.
6-) 
(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas 
rolantes, logo me encontraria (encontrei) diante da luz do sol e 
do ar frescoda manhã.
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô sa-
tisfizesse (satisfaria) plenamente as expectativas que venho 
alimentando.
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente 
não terão (teriam) reclamado por as expormos à luz do dia.
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna, 
não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de nossas via-
gens urbanas. 
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de 
trem com estas que realizássemos (realizamos) por meio de 
túneis entre estações subterrâneas?
RESPOSTA: “D”.
INTERTEXTUALIDADE
A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo 
entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como 
Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gon-
çalves Dias (século XIX): 
Canção do Exílio 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar — sozinho, à noite — 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.” 
(Gonçalves Dias)
Canção do Exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
Os sururus em família têm por testemunha a
 [Gioconda 
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia. 
Ai quem me dera chupar uma carambola de 
 [verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
(Murilo Mendes) 
Nota-se que há correspondência entre os dois textos. 
A paródia piadista de Murilo Mendes é um exemplo de in-
tertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando 
como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias.
13
LÍNGUA PORTUGUESA
Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade 
é persistente. Sabemos que todo texto, seja ele literário ou 
não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qual-
quer texto que se refere a assuntos abordados em outros 
textos é exemplo de intertextualização.
A intertextualidade está presente também em outras 
áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa 
pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa: 
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.
Mona Lisa, Marcel Duchamp, 1919.
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.
Mona Lisa, propaganda publicitária.
Pode-se definir então a intertextualidade como sendo a 
criação de um texto a partir de um outro texto ja existente. 
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções 
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em 
que ela é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está 
ligado ao “conhecimento do mundo”, que deve ser compar-
tilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. 
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, 
não se restringindo única e exclusivamente a textos literá-
rios.
Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor 
barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana 
Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O qua-
dro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o 
trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido qua-
se quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o 
mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, 
reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na 
cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do 
ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro 
de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade 
na pintura.
Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre anún-
cios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se 
fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era 
“Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”. Esse 
enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa 
a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verda-
deira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse 
caso pode-se dizer que a intertextualidade assume a função 
de não só persuadir o leitor como também de difundir a 
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte 
(pintura, escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracteri-
zada por um citar o outro.
Tipos de Intertextualidade
Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:
- Epígrafe: constitui uma escrita introdutória.
- Citação: é uma transcrição do texto alheio, marcada 
por aspas.
- Paráfrase: é a reprodução do texto do outro com a 
palavra do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois o 
autor deixa claro sua intenção e a fonte.
- Paródia: é uma forma de apropriação que, em lugar 
de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou 
abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando a ironia 
ou a crítica.
- Pastiche: uma recorrência a um gênero.
- Tradução: está no campo da intertextualidade porque 
implica a recriação de um texto.
- Referência e alusão.
Para ampliar esse conhecimento, vale trazer um exemplo 
de intertextualidade na literatura. Às vezes, a superposição de 
um texto sobre outro pode provocar uma certa atualização ou 
modernização do primeiro texto. Nota-se isso no livro “Mensa-
gem”, de Fernando Pessoa, que retoma, por exemplo, com seu 
poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de 
“Os Lusíadas” de Camões. Ocorre como que um diálogo entre 
os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (can-
to paralelo), como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel 
Bandeira, do livro “Ritmo Dissoluto”, que seguramente serviu de 
inspiração e assim se refletiu no seguinte poema:
Assim como Bandeira
O que amo em ti
não são esses olhos doces
delicados
nem esse riso de anjo adolescente.
O que amo em ti
não é só essa pele acetinada
sempre pronta para a carícia renovada
nem esse seio róseo e atrevido
a desenhar-se sob o tecido.
O que amo em ti
não é essa pressa louca
de viver cada vão momento
nem a falta de memória para a dor.
O que amo em ti
não é apenas essa voz leve
que me envolve e me consome
nem o que deseja todo homem
flor definida e definitiva
a abrir-se como boca ou ferida
nem mesmo essa juventude assim perdida.
O que amo em ti
enigmática e solidária:
É a Vida!
(Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia, 
Flâmula, 2004, p. 37)
14
LÍNGUA PORTUGUESA
Madrigal Melancólico
O que eu adoro em ti
não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
(...)
O que eu adoro em tua natureza,
não é o profundo instinto maternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
(Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, 
José Olympio, 1980, p. 83)
A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no 
texto de Oswald de Andrade, escrito no século XX, “Meus 
oito anos”, quando este cita o poema , do século XIX, de 
Casimiro de Abreu, de mesmo nome.
Meus oito anos
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu)
“Meus oito anos”
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos

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