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Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
Departamento de Ciências Sociais – DECISO.
Curso de Bacharelado em Ciências Sociais
Elementos de Introdução à Sociologia
	Observações Iniciais:
	Este texto está escrito de forma telegráfica, em função de iniciar as reflexões entre estudantes do curso Economia, na disciplina de “Sociologia Rural”. Indicando-se a seguir a leitura do texto “Uma bússola sociológica”, In: Sociologia: sua bússola para um mundo novo, Robert Brym e outros autores. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
Sociologia pode ser considerada a ciência que estuda as relações sociais; as formas como os grupos humanos e as classes sociais se relacionam em função de produzir, distribuir e utilizar os bens e riquezas, materiais e simbólicos, culturais e políticos, necessários à reprodução da vida humana e social.
Portanto, estuda fundamentalmente:
As classes sociais e os diversos agrupamentos humanos, na sua relação com a produção e apropriação dos bens e riquezas;
Os grupos, segmentos sociais ou o conjunto da sociedade na sua criação de vínculos, alianças, disputas, negociações, acordos... em função de reproduzir a convivência social e a estrutura das relações sociais;
 As “minorias sociais” ou segmentos da sociedade destituídos de poder, bem como os diversos agrupamentos sociais excluídos, oprimidos, desprezados ou discriminados;
As minorias dominantes ou elites (muitas vezes oligarquias), em suas ações, métodos, alianças, estratégias de reprodução e dominação social e política;
As maiorias marginalizadas ou desconsideradas social e politicamente;
Questões diversas que envolvem relações sociais, vínculos, conflitos, colaborações, como: sexualidade e gênero; relações étnico-raciais; conflitos geracionais; cultura e identidade; educação e emancipação; reforma, mudança ou transformação social.
Em todos os casos acima citados, a sociologia se preocupa com o estudo dos instrumentos e das condições para a construção e vivência de identidades coletivas; de ações, representações, mobilizações, em função da manutenção ou transformação da realidade; apatia e conformismo frente às estruturas de dominação e opressão; construção de associações e outras instituições sociais e políticas, princípios e valores, normas e leis necessárias à convivência social ou a sua transformação.
Principais Correntes sociológicas Clássicas (Fundadores da sociologia):
	Karl Marx (1818 – 1883)
	Emile Durkheim (1858 – 1917)
	Max Weber (1864 – 1920)
	Análise da sociedade a partir das classes sociais, do lugar que estes agrupamentos humanos ocupam frente à produção e distribuição de riquezas. Desde o princípio da humanidade que a sociedade se move e se transforma pelo conflito, pela luta de classes (homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, sempre: opressores e oprimidos). 
No modo de produção capitalista, esta contradição se dá entre os que têm a propriedade dos meios de produção (propriedade privada) e os que têm a força de trabalho, portanto entre burgueses e operários.
Uma das grandes descobertas de Marx foi a dos mecanismos que possibilitam a obtenção de mais-valia, como a burguesia baseia sua exploração sobre os trabalhadores para ampliar infinitamente suas riquezas.
Por sua vez, descobre que cabe à classe operária transformar esta realidade, através da união e da associação. Nesta união e luta esta classe consegue conquistas contra a exploração capitalista (melhores salários e condições de trabalho) e avanços para transformação global do modo de produção capitalista, emancipando não só a classe operária, mas toda a sociedade, no rumo para uma sociedade sem classes, sem exploração, a sociedade socialista.
É, portanto, a práxis social, marcada por elementos objetivos e subjetivos que determina as ações individuais e coletivas, bem como os processos de transformação.
	O fato social, ou seja, a experiência de viver em sociedade é explicado a partir dos processos engendrados pela própria sociedade, como um conjunto integrado e coeso (agimos de acordo com a vontade desse conjunto). Portanto, a experiência social coletiva é o objeto fundamental dos estudos sociológicos, contra a idéia de que os indivíduos determinariam os fatos sociais.
Para ele, A vida comum é atraente ao mesmo tempo que é coercitiva. Sem dúvida a coação é necessária para levar o homem a ultrapassar-se a si mesmo, a juntar-se aos demais para a vivência coletiva, esta tem dissabores, mas, sobretudo, garantias de reprodução e de convivência seguras.
A experiência coletiva é consolidada através da solidariedade, que assume formas diferentes de acordo com a evolução da sociedade. A solidariedade social se transformou, passando de uma forma mecânica para uma forma orgânica e contratual, por meio do desenvolvimento da divisão do trabalho social. Dürkheim nutria a convicção de que o avanço da ciência, a modernização do direito e a crescente industrialização seriam vetores confiáveis e seguros do progresso social. Nutria especial entusiasmo para com a empresa industrial, como fonte de uma dinâmica coesionadora da sociedade, ou como portadora de ingredientes necessários à coesão social. Mas conferiu, igualmente, importância especial às convicções éticas e morais, inclusive ao fator religioso, para a integração da sociedade. 
	A sociedade e a ação social são resultado de relações inter-individuais, portanto não há estruturas externas que determinam a ação dos indivíduos ou grupos humanos. Por isso, é objetivo da sociologia estudar justamente, a ação social, como ação compreensível (racional) com forte subjetividade (intenções) dos indivíduos. As formações sociais (família, Estado, cooperativa) são resultados das iniciativas das pessoas.
A ação cultural e a racionalidade (sociologia compreensiva) humana são engendradas a partir de suas próprias relações e determinam as formas de convivência social.
Nestas condições os seres humanos criam regras e normas de convivência capazes de manter a estrutura social, treinando as pessoas para exercer e reproduzir suas funções nesta estrutura; mas estas regras podem ser mudadas a partir da racionalidade dos próprios seres humanos através de suas associações e instituições.
Para manter ou mudar a realidade considera que há formas de dominação que são legítimas e reconhecidas socialmente: 
- Dominação tradicional;
- Dominação carismática;
- Dominação legal.
Quanto à Sociologia Rural, considera-se que ela não é uma disciplina autônoma, mas é um ramo da sociologia geral aplicada a uma análise específica da realidade social, portanto estuda todas as questões que são objetos de preocupação da sociologia, contudo, vinculados às questões do mundo social rural. Desta forma se diz que ela é uma aplicação do método e das problemáticas da sociologia junto aos estudos das sociedades camponesas.
Sendo assim, a sociologia rural relaciona-se, por um lado com a sociologia geral (seus métodos, objetos, temáticas), e por outro lado, com outras ciências sociais ou da natureza, que atuam no mundo rural, como a geografia, a economia, a agronomia, a história, a biologia... constituindo a necessária interdisciplinaridade como condição para uma análise profunda do mundo rural. Assim, por exemplo, um objeto de estudo da sociologia geral, como “os grupos, segmentos sociais na sua criação de vínculos, alianças, disputas, negociações, acordos... em função de reproduzir a convivência social e a estrutura das relações sociais”, a sociologia rural estuda estes grupos específicos no meio rural, como as comunidades quilombolas, as associações de produtores rurais, as mulheres camponesas, etc. E por outro lado, quando se diz que a sociologia geral estuda “as minorias dominantes ou elites (muitas vezes oligarquias), em suas ações, métodos, alianças, estratégias de reprodução e dominação social e política”, a sociologia rural se ocupa especificamente do estudo dos grandes fazendeiros, usineiros, oligarquias agrárias, “coronéis”...com suas estratégias de ação para manutenção e reprodução das relações estabelecidas.
Paulo Afonso Barbosa de Brito
Recife, 23 de setembro de 2014.

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