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HIGIENE DO TRABALHO

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
HIGIENE DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
0800 283 8380 
 
www.ucamprominas.com.br 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
2 
 
 
Site: www.ucamprominas.com.br 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 03 
 
UNIDADE 2 – RISCOS X HIGIENE DO TRABALHO ...................................... 06 
 
UNIDADE 3 – RISCOS FÍSICOS ..................................................................... 09 
 
UNIDADE 4 – RISCOS QUÍMICOS/ GASOSOS ............................................. 17 
 
UNIDADE 5 – VENTILAÇÃO ........................................................................... 31 
 
UNIDADE 6 – RISCOS BIOLÓGICOS ............................................................ 37 
 
UNIDADE 7 – RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO, ARMAZENAGEM E 
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS – INSALUBRIDADE/ 
PERICULOSIDADE ......................................................................................... 47 
 
UNIDADE 8 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ............. 59 
 
UNIDADE 9 – PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR .................... 65 
 
UNIDADE 10 – INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO ................... 88 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Ao se tratar da segurança e saúde do trabalho nas organizações, sempre 
nos lembramos do setor responsável pelas atividades prevencionistas, o SESMT – 
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – 
que segundo a Norma Regulamentadora NR 4 do Ministério do Trabalho, possui “a 
finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de 
trabalho”. 
A existência ou não deste setor é vinculada à graduação de risco da 
atividade principal da empresa e ao número total de empregados que trabalham no 
estabelecimento, sendo este entendido como cada uma das unidades da empresa, 
funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria usina, escritório, 
oficina e depósito. 
Este setor deve ser composto por profissionais com formação na área, 
devendo a empresa exigir no ato da contratação a qualificação necessária para a 
investidura no cargo. Os profissionais que formam este serviço são os seguintes: 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do 
Trabalho, Técnico de Enfermagem do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do 
Trabalho e o Técnico de Segurança do Trabalho (UNESP, 2006). 
As competências do SESMT nas organizações, conforme a NR 4, estão 
baseadas nas aplicações e conhecimentos sobre prevenção de acidentes e doenças 
no ambiente de trabalho e todos seus componentes, de modo a eliminar os riscos 
existentes. Deve também determinar medidas de controle, indicar equipamentos de 
proteção individual e coletiva, colaborar nos projetos e implantação de novas 
tecnologias da empresa, promover atividades de conscientização, educação e 
orientação, esclarecer e conscientizar os empregados dos riscos, analisar os 
acidentes e registrar os dados. 
Outro apoio para a prevenção nas empresas é a CIPA – Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes, que tem como tarefa a “prevenção de acidentes e 
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o 
4 
 
 
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trabalho com a preservação da vida dos empregados e do empregador, sendo os 
primeiros eleitos em escrutínio secreto e os outros indicados pela empresa. À CIPA 
cabe apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança 
existentes na organização. 
Apesar do apoio fornecido por este setor especializado, no caso do SESMT, 
e orientador, no caso da CIPA, verifica-se a necessidade da criação de uma cultura 
organizacional que seja voltada para a segurança e saúde. A ideia deve partir da 
alta gerência da empresa, integrando nos esforços da organização, ações efetivas 
voltadas para segurança, saúde e bem-estar e moral de seus funcionários, através 
de uma abordagem estruturada para a avaliação e o controle dos riscos no trabalho. 
A alta administração deve definir, documentar e ratificar sua política de 
segurança e saúde no trabalho, reconhecendo este tema como parte integrante do 
desempenho de seu negócio, fornecendo recursos adequados e responsabilizando 
os gerentes de linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão, pelo 
cumprimento desta política. 
Os profissionais que compõem o serviço de segurança e medicina do 
trabalho devem ter o papel de assessores da empresa, contribuindo para o 
processo, a formação de ideias e a conscientização. Seu papel será o de, além de 
cumprir a legislação, orientar e contribuir com novas ideias (SILVA, 2008). 
Esta pequena introdução vem mostrar a importância dos serviços de 
segurança no trabalho, e ao longo desta apostila discorreremos sobre os riscos aos 
quais os trabalhadores estão sujeitos e os vários programas que devem ser 
observados pelas empresas, não só para atender às exigências legais, mas 
principalmente visando a segurança dos seus empregados que são o bem mais 
importante de qualquer organização, os quais irão de encontro ao nosso objetivo 
principal: prevenir as doenças que surgem em decorrência do trabalho. 
O arcabouço está assim construído: riscos físicos, químicos, gasosos, 
biológicos, conceitos, classificações, medidas de controle, manuseio; ventilação; 
riscos relativos ao manuseio, armazenagem e transporte de substâncias agressivas; 
5 
 
 
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equipamentos de proteção individual; programas de saúde do trabalhador; 
insalubridade e periculosidade; inspeção e fiscalização do trabalho. 
Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores 
e temas ligados aos programas que existem na área de medicina e segurança no 
trabalho e tomamos o cuidado de disponibilizar ao final da mesma, várias 
referências que podem complementar o assunto e sanar possíveis lacunas que 
vierem a surgir. 
Desejamos bons estudos a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
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UNIDADE 2 – RISCOS X HIGIENE DO TRABALHO 
 
2.1 Conceitos, classificação e reconhecimento 
Higiene Ocupacional, industrial ou do trabalho é uma técnica preventiva que 
atua na exposição do trabalhador a um ambiente agressivo com o objetivo de evitar 
doenças profissionais. 
Por definição, é a ciência e a arte dedicada à prevenção, reconhecimento, 
avaliação e controle dos riscos existentes ou originados dos locais de trabalho, os 
quais podem prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho, enquanto 
considera os possíveis impactos sobre o meio ambiente geral. 
Mas, o que são riscos? 
Na epidemiologia, o conceito de risco corresponde à probabilidade de um 
indivíduo, de uma população definida, desenvolver uma determinada doença, em um 
período de tempo também estabelecido. 
Os riscos estão presentes nos locais de trabalho e em todas as demais 
atividades humanas, comprometendo a segurança e a saúde das pessoas e a 
produtividade da empresa. 
No entendimento de Pignati (2007), os fatores de risco provocam cargas à 
saúde dos trabalhadores e se transformam em situações de risco que, quando não 
eliminadas, ocasionam eventos de riscos ou acidentes de trabalho (típicos, trajetos e 
doenças do trabalho), cujos efeitos podem atingir suas famílias, a população e o 
ambiente do entorno ou da região. Estas situações de risco têm origem na 
organização dos processos de trabalho influenciados por dinâmicas sociais, 
tecnológicas e de promoção de saúde, que necessitam serem vigiadas pelos 
trabalhadores, pela população afetada/agravada e pelo Estado, no sentido de serem 
eliminadas num processo de vigilância à saúde no trabalho. 
A noção de risco “ocupacional”, que tem orientado muitas intervenções nos 
ambientes de trabalho, apresenta como limitações a dependência do conhecimento 
prévio sobre os determinantes de agravos e a menor viabilidade de uso desta noção 
7 
 
 
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quando se desconhece uma relação direta entre o agente de risco e o efeito à saúde 
(AYRES, 2002). 
Na toxicologia, o conceito de risco está associado à estimativa da 
probabilidade de desenvolvimento de uma doença como resultado de uma 
determinada exposição (FUNASA, 2002). 
Se pensarmos em termos de agentes agressivos, a exposição causa, dentre 
outros agravos, enfermidade profissional, fadiga, acidentes no trabalho, 
envelhecimento, desgaste prematuro e insatisfação. 
Tanto por isso, podemos elencar como objetivos da higiene do trabalho: 
 Eliminar ou reduzir os agentes agressivos de natureza química, física ou 
biológica encontrados no ambiente de trabalho, capazes de acarretar 
doenças profissionais ou qualquer outro prejuízo a saúde do trabalhador. 
São fases da higiene do trabalho: 
• Antecipação - F ase de prevenção de riscos – São considerados os riscos 
ambientais que poderão ocorrer nos ambientes de trabalho, visando a introdução de 
sistemas de controle durante as fases de projeto, instalação, ampliação, modificação 
ou substituição de equipamentos ou processos; 
• Reconhecimento - Identificação dos riscos – Identificar os riscos ambientais 
que podem influenciar a saúde dos trabalhadores. Nesta fase torna-se necessário 
um estudo sobre matérias-primas, produtos e subprodutos, métodos e 
procedimentos de rotina, processos produtivos, instalações e equipamentos 
existentes. É a primeira avaliação qualitativa do ambiente de trabalho; 
 Avaliação - Constatação da presença do agente com quantificação – É 
a fase da avaliação quantitativa dos riscos ambientais através de medições de curto 
ou longo prazo nos ambientes de trabalho e comparação com os limites de 
tolerância. As avaliações devem ser realizadas após a elaboração de estratégias de 
amostragem que devem estar de acordo com as técnicas de avaliação e análise 
selecionadas; 
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• Controle - Medidas a serem adotadas após a comparação – O controle 
deve ser dimensionado levando-se em consideração os recursos técnicos e 
financeiros, sendo preferencialmente recomendados os controles de engenharia. 
Esta é a fase mais importante, devendo ser iniciada, sempre que possível, durante 
as fases de antecipação e reconhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 – RISCOS FÍSICOS 
 
3.1 Conceito, tipos, limites de tolerância, medidas de controle 
 
No grupo dos riscos físicos, podemos encaixar diversas formas de energia, 
como: ruídos; temperaturas excessivas; vibrações; pressões anormais; radiações 
ionizantes e radiações não ionizantes; frio; calor; umidade. 
Os riscos físicos podem ser enumerados dependendo dos equipamentos de 
manuseio do operador ou do ambiente em que se encontra no laboratório. Não 
devem ser confundidos com os riscos de acidentes. 
 
Ruídos 
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos 
que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar 
sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da 
sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se 
imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o 
tempo de exposição ocupacional. 
Abaixo temos os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente: 
Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível 
85 8 horas 
86 7 horas 
87 6 horas 
88 5 horas 
89 4 horas e 30 minutos 
90 4 horas 
91 3 horas e 30 minutos 
92 3 horas 
93 2 horas e 40 minutos 
94 2 horas e 40 minutos 
95 2 horas 
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96 1 hora e 45 minutos 
98 1 hora e 15 minutos 
100 1 hora 
102 45 minutos 
104 35 minutos 
105 30 minutos 
106 25 minutos 
108 20 minutos 
110 15 minutos 
112 10 minutos 
114 8 minutos 
115 7 minutos 
 
O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: 
 fadiga nervosa; 
 alterações mentais – perda de memória, irritabilidade, dificuldade em 
coordenar ideias; 
 hipertensão; 
 modificação do ritmo cardíaco; 
 modificação do calibre dos vasos sanguíneos; 
 modificação do ritmo respiratório; 
 perturbações gastrointestinais; 
 diminuição da visão noturna; 
 dificuldade na percepção de cores. 
Além dessas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo 
causando a perda temporária ou definitiva da audição. 
Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, 
podem ser adotadas as seguintes medidas: 
11 
 
 
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 Medidas de proteção coletiva – enclausuramento da máquina 
produtora de ruído; isolamento de ruído; 
 Medida de proteção individual – fornecimento de equipamento de 
proteção individual - EPI (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser 
fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida 
complementar; 
 Medidas médicas – exames audiométricos periódicos, afastamento do 
local de trabalho, revezamento; 
 Medidas educacionais – orientação para o uso correto do EPI, 
campanha de conscientização; 
 Medidas administrativas – tornar obrigatório o uso do EPI (controlar 
seu uso). 
 
Vibrações 
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem 
vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. 
As vibrações podem ser: 
 Localizadas (em certas partes do corpo) – são provocadas por ferramentas 
manuais, elétricas e pneumáticas; 
 Consequências – alterações neurovasculares nas mãos, problemas 
nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância 
óssea); 
 Generalizadas (ou do corpo inteiro) – as lesões ocorrem com os operadores 
de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores; 
 Consequências – Lesões na coluna vertebral; dores lombares. 
Para evitar ou diminuir as consequências das vibrações é recomendado o 
revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição). 
12 
 
 
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Radiações 
São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A 
absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de 
diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos: 
Radiações ionizantes – os operadores de raios-X e radioterapia estão 
frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou 
se manifestar nos descendentes das pessoas expostas; 
Radiações não ionizantes – são radiações não ionizantes, a radiação 
infravermelha, proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilênica, 
radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios 
laser, micro-ondas, etc. 
Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), 
queimaduras, lesões na pele, etc. 
Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso 
que se tome: 
- Medidas de proteção coletiva – isolamento da fonte de radiação (ex: 
biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação 
(ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x); 
- Medidas de proteção individual – fornecimento de EPI adequado ao risco 
(ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para 
operadores de forno); 
- Medida administrativa – exemplo: dosímetro de bolso para técnicos de raio-
x. 
- Medida médica – exames periódicos. 
 
Existem equipamentos que podem gerar calor ou chama, como por exemplo, 
estufas, banhos de água, bico de bunsen, lâmpadas infravermelha, manta 
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aquecedora, agitadores magnéticos com aquecimento, chapas aquecedoras, 
termociclador, incubadora elétrica, forno de micro-ondas, esterilizadores de alças ou 
agulhas de platina, autoclave, portanto, sua instalação deve ser feita em local 
ventilado, longe de materiais inflamáveis, voláteis, termossensíveis. 
Ao operar equipamentos geradores de calor, o operador deve se proteger 
com luvas adequadas (resistentes ou revestidas com material isolante) e avental. O 
manuseio de destiladores com substâncias voláteis ou perigosas deve ser feito 
dentro da capela de segurança química e exaustão e devem-se utilizar máscaras 
com filtros adequados para substâncias voláteis. 
Um equipamento bastante comum no laboratório é a chama de aquecimento 
e a manta aquecedora. Por ser portátil e os usuários terem facilidade em deslocá-lo, 
podem causar queimaduras nas mãos com certa frequência. A colocação de um 
aviso de advertência de que pode estar quente é providencial para todos os 
usuários. 
Ainda com relação ao fogo e suas consequências, são medidas 
recomendadas para sua proteção: 
 Identificar a localização do chuveiro, dos extintores e dos baldes de areia; 
 Identificar a localização dos quadros elétricos e da torneira geral do gás; 
 Saber que aquecer produtos a altas temperaturas pode provocar 
queimaduras; 
 Conhecer como se deve acender o bico de gás; 
 Nunca abandonar um bico ou lamparina acesa; 
 Evitar movimentá‐los quando acesos; 
 Flamejar os instrumentos e os tubos com cuidado para evitar formação de 
aerossóis; 
 Não usar material facilmente inflamável nas proximidades da chama; 
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 Evitar exposição aos vapores da autoclave quando de sua abertura, pois pode 
provocar queimadura; 
 Usar luvas isolantes para remover materiais da autoclave. 
Para baixas temperaturas: 
 Determinados experimentos devem ser realizados dentro de câmaras frias, 
portanto, quando o operador executar tais tarefas por um período prolongado 
recomenda-se o uso de roupas térmicas com capuz, uma vez que o frio 
também pode danificar os cabelos; 
 Frascos que contêm nitrogênio líquido e gelo seco quando inadequadamente 
manipulados ou transportados também provocam acidentes graves como as 
queimaduras (ODA; ÁVILA, 1998) 
 
Consequências de temperaturas extremas – quente e frio 
Altas temperaturas Baixas temperaturas 
Altas temperaturas podem provocar: 
- desidratação; 
- erupção da pele; 
- câimbras; 
- fadiga física; 
- distúrbios psiconeuróticos; 
- problemas cardiocirculatórios; 
- insolação. 
Baixas temperaturas podem provocar: 
- feridas; 
- rachaduras e necrose na pele; 
- enregelamento: ficar congelado; 
- agravamento de doenças reumáticas; 
- predisposição para acidentes; 
- predisposição para doenças das vias 
respiratórias. 
 
Para o controle das ações nocivas das temperaturas extremas ao 
trabalhador, é necessário que se tome medidas: 
 de proteção coletiva – ventilação local exaustora com a função de 
retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio; 
 de proteção individual – fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, 
luvas especiais para trabalhar no frio). 
15 
 
 
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Pressões anormais 
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a 
pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão 
atmosférica a que normalmente estamos expostos. 
Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica 
normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No 
Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco. 
Altas pressões: são as que se situam acima dapressão atmosférica normal. 
Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de 
perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: 
caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, 
rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do 
caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens. 
A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano quando 
o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos 
sanguíneos e morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica 
(NR-15) a ser obedecida. 
 
Umidade 
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas, 
com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, 
são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de 
verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de 
controle. 
A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho 
respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. Para o 
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controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de 
proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, 
colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção 
individual (como o fornecimento do EPI – luvas de borracha, botas, avental para 
trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza, etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – RISCOS QUÍMICOS/GASOSOS 
 
4.1 Definição de contaminantes químicos e reconhecimento 
Os mais diversos produtos químicos que chegam a nós vêm da 
transformação de alguma matéria-prima presente na natureza como o petróleo, gás 
natural, carvão; da biomassa (madeira, cana de açúcar etc.), de minerais retirados 
das rochas; da água do mar (sal) e de depósitos naturais como os de salgema, 
fosfato e enxofre de fontes naturais (o ar e a água). 
A partir de cerca de dez matérias-primas são produzidos mais de vinte 
produtos básicos, como o etileno, propeno, butadieno, benzeno, gás sintético, 
acetileno, amônia, ácido sulfúrico, hidróxido de sódio (soda cáustica) e cloro. 
Dos produtos básicos são obtidos mais de 300 intermediários que darão 
origem às substâncias refinadas e aos produtos destinados ao consumidor final. 
As substâncias químicas podem ser encontradas nas formas: 
 sólida (menor risco de contaminação); 
 poeira (pequenas partículas sólidas); 
 líquida (à temperatura ambiente, como ácidos e dissolventes); 
 vapor (fase gasosa de um material líquido em condições normais); 
 neblina (pequenas gotas de líquido em suspensão no ar); 
 gases (substância gasosa em seu estado natural ou líquida e sólida que se 
transformam em gás quando aquecida). 
A forma como uma substância é utilizada e as suas propriedades físico- 
químicas determinam o risco que representa para a saúde e o meio ambiente. 
No caso de substâncias químicas, por exemplo, o risco, vai depender de 
uma série de características e condições, como: 
 A quantidade e o tipo de produto (suas características físico-químicas); 
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 Da toxicidade; 
 O modo como os produtos são recebidos na empresa, armazenados; 
 A forma e as condições de uso (enclausuradas ou não, aquecidas ou 
pressurizadas); 
 A destinação dos seus resíduos durante e após o uso; 
 O meio e a condição de transporte, tanto dentro da empresa como até a 
entrega ao comprador, etc. 
As substâncias químicas constituem um dos principais fatores de risco nos 
ambientes de trabalho, ao lado de outros como o calor, o barulho, a radiação 
ionizante e a não ionizante, etc. Devido a sua ampla gama de aplicações, os 
produtos químicos e os riscos a eles relacionados podem ser encontrados em quase 
todos os segmentos industriais, como: metalurgia e galvanoplastia; gráfica e 
impressão; mineração e extração; vidros; madeira e móveis; construção civil; papel e 
celulose; alimentação, etc. 
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as substâncias 
perigosas matam ao redor de 438.000 trabalhadores anualmente e, estima-se que 
10% dos cânceres de pele são decorrentes da exposição às substâncias perigosas 
no local de trabalho. 
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 
aproximadamente 125 milhões de trabalhadores estão expostos ao amianto em nível 
mundial, resultando em cerca de 90.000 mortes por ano, em uma tendência 
crescente. Desconhece-se, além disso, o alcance real das doenças ocupacionais 
relacionadas à exposição às substâncias químicas perigosas (BRASIL, 2006). 
Os riscos existentes relacionados à exposição a substâncias químicas são 
complexos e requerem aprofundamento para sua contextualização em razão das 
dificuldades de se correlacionar as dimensões, em particular: 
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• As medições atmosféricas de concentrações de produtos em volume 
apenas expressam potencialidades de contato e de contaminação, não sendo retrato 
da realidade; 
• Há interação entre os agentes químicos e o corpo humano onde as 
reações adversas ou de homeostase ocorrem de acordo com padrões em que a 
variabilidade é dada, como regra, pela suscetibilidade individual; 
• É possível estabelecer padrões de reação em relação ao tipo de efeito e 
órgão-alvo e, quanto maior a exposição, maiores os efeitos em termos 
epidemiológicos; 
• Entretanto, em termos individuais, a reação é medida por variáveis cíclicas 
e constantes relativas ao histórico de vida e patrimônio genético dos indivíduos, e a 
regra, também aqui, é sempre a variabilidade; 
• Os limites de tolerância não são capazes de dar conta destas variações e 
têm uma margem de falhas que comprometem seu uso como instrumento para a 
prevenção de danos à saúde. 
O reconhecimento e a análise dos riscos relacionados a agentes químicos 
são atividades prioritárias para qualificar a intervenção na defesa da saúde do 
trabalhador: quem não reconhece não pode avaliar e prevenir o risco. Quem melhor 
conhece o ambiente e os riscos a que está submetido é o trabalhador e sua 
participação é fundamental em todas as ações que envolvam sua saúde (BRASIL, 
2006). 
O quadro abaixo materializa os danos à saúde, principalmente à saúde do 
trabalhador, causados pelos agentes químicos. 
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Fonte: Freitas(2010) 
 
4.2 Classificação das substâncias químicas de acordo com o efeito 
Dependendo do efeito no organismo, as substâncias químicas podem ser 
classificadas como: 
 Corrosivas – destroem os tecidos com os quais entram em contato, sejam 
eles superficiais como a pele, internos (dentro do corpo) ou dos olhos; 
 Irritantes – provocam inflamação da pele, olhos ou membranas mucosas. Este 
efeito pode aparecer de imediato ou após um período prolongado; 
 Causadoras de efeitos dermatológicos – provocam diferentes tipos de 
dermatites na pele, como, por exemplo o cromo; 
 Asfixiantes – impedem o aproveitamento do oxigênio pelas células dos 
organismos vivos, dividindo-se em “simples” (se acumulam no ambiente e 
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provocam a diminuição da concentração de oxigênio) e “químico” (atuam no 
organismo, impedindo o fornecimento de oxigênio aos tecidos); 
 Anestésicos – atuam no sistema nervoso central, fundamentalmente no 
cérebro; 
 Tóxicas sistêmicas – quando a ação da substância se desenvolve em órgão 
ou tecido do organismo após a absorção, elas recebem esta classificação, 
podendo ser: 
a) hepatotóxica – exerce ação sobre o fígado. Ex.: tetracloreto de carbono 
que pode produzir necrose; tetracloroetano que pode produzir atrofia aguda, etc. 
b) nefrotóxica – exerce ação sobre os rins. Ex.: cloreto de mercúrio. 
c) neurotóxica – ação sobre alguma parte do sistema nervoso. Ex.: n-hexano 
que provoca neuropatia periférica. 
d) hematotóxica – exerce ação sobre o sangue e o sistema hematopoiético 
(formador de sangue). Ex.: arsina, que produz hemólise ou destruição das células 
vermelhas do sangue com derramamento da hemoglobina nela contida; benzeno, 
que atua na medula óssea, afetando todo o sistema formador de sangue podendo 
provocar vários tipos de danos tais como leucopenia (diminuição das células 
brancas), anemia (diminuição de células vermelhas), plaquetopenia (diminuição de 
plaquetas responsáveis pela coagulação do sangue), leucemia (câncer do sangue) 
etc. 
e) ototóxicas – exercem ação sobre a audição. Ex.: os solventes e alguns 
metais como o mercúrio e o chumbo, podem provocar perdas auditivas. Vários 
estudos mostram que a exposição ocupacional a solventes e ao ruído ao mesmo 
tempo, provoca perda auditiva muito maior do que a exposição a qualquer um 
destes agentes isoladamente. Há nestes casos uma ação sinergética, isto é, um 
dano maior do que a simples soma dos danos individuais de cada agente. 
 Causadoras de danos pulmonares – segundo o efeito que ela pode provocar 
no pulmão, podendo se classificar em: 
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a) pneumoconiótica – que produz enfermidades crônicas pulmonares, 
caracterizadas por um endurecimento do parênquima devido à ação irritativa 
prolongada causada por inalação crônica de pós de ação danosa. A pneumoconiose 
provocada pode ser considerada benigna ou nociva: fibrótica ou não fibrótica. Ex.: 
sílica, amianto, etc. 
b) incômoda - não produz pneumoconiose. 
 Genotóxicas – que podem provocar danos ao material genético; 
 Mutagênicas – quando uma substância é capaz de causar qualquer 
modificação relativamente estável no material genético, DNA. Muitas destas 
podem ser também cancerígenas; 
 Cancerígenas – que são capazes de produzir câncer, um tumor maligno que é 
composto de células que se dividem e se dispersam através do organismo. 
Ex.: benzeno, amianto/asbesto, formaldeído; 
 Alergizantes – substância capaz de produzir reação alérgica, resultante de 
uma sensibilização do organismo produzida por contatos anteriores com a 
substância, que gera uma resposta imunológica, manifestada através de 
erupções de pele, asma química, dermatites diversas, etc.. Ex.: dermatites de 
contato produzidas pelo cromo, níquel etc. 
 Disruptores endócrinos – comportam-se no organismo como hormônios 
sexuais, principalmente o estrógeno, hormônio feminino. Podem provocar 
características femininas em seres do sexo masculino, e em mulheres 
aumentam a probabilidade de câncer de mama, por exemplo (FREITAS, 
2010). 
 
4.3 Tolerância aos agentes químicos 
 
O reconhecimento e avaliação dos agentes de risco devem ser feitas através 
de métodos científicos e objetivos cujos resultados possam ser comparados com 
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valores preestabelecidos. Entretanto, vários agentes ainda não possuem tais 
métodos sendo ainda avaliados pelo sentimento do avaliador. 
Em higiene ocupacional, concentrações de agentes químicos são expressas 
em termos volumétricos e massa. 
As unidades adotadas são: 
 Parte Por Milhão (PPM) = partes do contaminante por milhão de partes de ar; 
 Porcentagem (%) = Volume de contaminante em relação ao volume total de 
ar; 
 Miligrama por Metro Cúbico (Mg/M3) = Massa de contaminante, em 
miligrama, por metro cúbico de ar. 
Dependendo do meio adotado para amostragem e análise, da forma como 
são expressos os resultados e da unidade de medida adotada como padrão para 
comparação com os limites de exposição, eventualmente, é necessário fazer a 
conversão para a unidade de referência. 
Para conversão, é necessário lembrar que os valores padrão, normalmente, 
são expressos para condições de temperatura de 25ºC e pressão atmosférica de 
760 mmHg. 
Assim, para conversão de PPM para %, ou vice-versa, como a relação é de 
volume para volume, não é necessário nenhum ajuste prévio, ou seja: 
− PPM para % = PPM x 100 / 1.000.000 = % 
− % para PPM = % x 1.000.000 / 100 = PPM 
Já, para conversão de PPM ou % para Mg/m3, ou vice-versa, como a 
relação é de massa por volume, é necessário ajustar o volume, em função do peso 
molecular do contaminante. Para tanto, é necessário lembrar que 1 (um) grama-mol 
de qualquer gás perfeito ocupa um volume de 22,4 litros, a uma temperatura de 0 
(zero)ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg. Para a condição padrão de 
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temperatura de 25ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg, o valor do Mol é de 24,45 
litros, que equivale aos seguintes ajustes: 
Conversão da temperatura de ºC (Celsius) para ºK (Kelvin) = ºC + 273 
Correção do volume de 1 (um) grama-mol de gás a 0 (zero) ºC ou 273 ºK 
para 25 ºC ou 298 ºK, que será = ((25 + 273) x 22,4) / 273 = 24,45 = Mol 
Assim, para conversão dos valores de concentração nas diferentes unidades 
que normalmente são utilizadas em higiene ocupacional, o procedimento é o 
seguinte: 
PPM = (Mg/m3 x Mol) / Pm 
PPM = (% x 1.000.000) / 100 
Mg/m3 = PPM x (Pm / Mol) 
Mg/m3 = (% x 1.000.000) / 100 x (Pm / Mol) 
% = (PPM x 100) / 1.000.000 
% = ((Mg/m3 x Mol) / Pm) x 100) / 1.000.000 
Onde: 
PPM = Parte Por Milhão (volume/volume) 
Mg/m3 = Miligrama por Metro Cúbico (massa/volume) 
Pm = Peso Molecular da Substância 
Mol = Volume ocupado por 1 (um) grama-mol de um gás,a 760 mmHg e 25 
ºC 
Limite de exposição se refere a um valor genérico, podendo englobar todos 
os limites, dentre eles o limite de curta exposição, limite de tolerância, valor teto, etc., 
não tendo portanto um valor absoluto e englobando os seguintes valores: 
 O limite de tolerância é o valor limite da concentração do agente dentro 
do qual a maioria dos trabalhadores poderia permanecer exposta 8 horas 
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diárias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem apresentar 
nenhum sintoma de doenças; 
 Para o cálculo da concentração dos agentes químicos, a legislação 
brasileira admite a possibilidade de amostragem contínua e/ou instantânea. 
Para o caso da amostragem contínua os valores serão ponderados, em 
função do tempo de amostragem. Para o caso da amostragem instantânea, a 
exigência é de no mínimo 10 amostragens com intervalo de 20 minutos entre 
cada uma e o resultado expresso como a média aritmética das 10 
amostragens. Nenhum dos resultados pode ultrapassar o “valor máximo”; 
 O valor “teto” é o valor estabelecido na legislação brasileira que não 
pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este 
valor é igual ao “limite de tolerância”; 
 Valor Máximo é o valor estabelecido na legislação brasileira e que não 
pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este 
valor é calculado como segue: 
valor máximo = LT X FD 
onde: 
LT = limite de tolerância do agente químico 
FD = fator de desvio, segundo o quadro abaixo: 
LT 
(PPM ou MG/m3) 
FD 
0 a 1 3 
1 a 10 2 
10 a 100 1,5 
100 a 1000 1,25 
Acima de 1000 1,1 
 
 
4.4 Medidas de controle 
 
Muitos são os obstáculos ao se iniciar a implementação de medidas para 
controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho. Por essa razão, muitas 
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vezes esse processo é ignorado. Dentre os principais obstáculos identificados, pode-
se citar: 
 Insuficiente conscientização de empregadores e empregados; 
 Falta de procedimentos documentados e organizados de maneira sistemática; 
 Rotulagem inapropriada ou inexistente dos produtos químicos; 
 Falta de informação adequada sobre qualidade, quantidade, e toxicidade dos 
produtos em uso; 
 Falta de treinamento apropriado; 
 Recursos humanos e financeiros escassos; 
 Dificuldade ao acesso de informações. 
Para dar início a implementação de medidas para controle dos agentes 
químicos no ambiente de trabalho é preciso: 
 Conhecer as propriedades físico-químicas de todos os agentes químicos 
armazenados e utilizados na empresa; 
 Conhecer as quantidades frequentemente utilizadas; 
 Calcular as quantidades realmente utilizadas no processo produtivo; 
 Avaliar as quantidades perdidas e/ou desperdiçadas; 
 Identificar situações onde utilização da substância tenha potencial para 
causar danos à saúde do trabalhador; 
 Identificar se há alternativa de substituição de produtos classificados como 
muito tóxicos por produtos menos tóxicos; 
 Identificar meios de utilizar os produtos químicos de modo mais eficiente e 
seguro; 
 Monitorar a implementação de ações para melhoria contínua das condições 
de SST da empresa; e, 
 Quantificar os resultados alcançados. 
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A primeira etapa para criação de um processo sistemático para 
implementação de medidas de controle dos agentes químicos no ambiente de 
trabalho é identificar todas as situações de perigo na empresa, deve-se analisar 
desde a estocagem dos produtos, sua utilização no processo, até o descarte de 
material. 
Uma maneira prática de identificar tais situações é seguir o “fluxo” dos 
produtos químicos dentro da empresa: aquisição, recebimento/entrega, 
armazenagem, manuseio, processamento e descarte. 
Para tanto, deve-se programar “passeios exploratórios” pelos diversos 
setores da empresa, durante diferentes dias e horários da semana e em diferentes 
semanas. Durante tais passeios, deve-se analisar as atividades dos trabalhadores e 
as condições de utilização dos produtos químicos. 
A segunda etapa do processo para implementação de medidas de controle 
dos agentes químicos no ambiente de trabalho consiste em, uma vez conhecendo 
todo o fluxo dos produtos químicos dentro da empresa, criar um inventário dos 
mesmos. 
Para criar um inventário, inicialmente é preciso saber quais informações 
sobre os produtos químicos utilizados a empresa tem à disposição. Lembrar que 
devem ser discriminados TODOS os produtos químicos existentes e/ou gerados 
dentro da empresa, tais como: 
 
 Matéria-prima; 
 Preparações especiais; 
 Vapores emanados durante o manuseio e preparação de produtos; 
 Fumos, poeiras, névoas gerados durante as atividades/processos; 
 Substâncias coadjuvantes (catalisadores, corantes, tintas, adesivos, secantes, 
etc); 
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 Substâncias utilizadas na limpeza dos equipamentos e do local de trabalho 
(resíduos); e, 
 Produto final. 
Com todos esses dados em mãos (Figura 1 e Figura 2 abaixo), a próxima 
etapa é definir quais são as ações que devem ser adotadas para implementar um 
sistema efetivo de controle da exposição aos agentes químicos no ambiente de 
trabalho. 
 
Figura 1 – Ficha descritiva: utilização de produtos químicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2- Inventário dos produtos químicos 
 
 
Fonte: Fundacentro (2007) 
Ainda que o ideal seja a eliminação completa de qualquer agente ou fator de 
risco que possa afetar a saúde nos ambientes de trabalho, isto nem sempre é 
possível. A proposta ao se implementar um sistema efetivo de controle da exposição 
aos agentes químicos no ambiente de trabalho é buscar a redução máxima da 
exposição e, consequentemente, do risco. A fonte de perigo, a propagação através 
do ambiente de trabalho, e a exposição do trabalhador devem ser interrompidas de 
alguma forma. Durante o processo de avaliação é necessário levar em consideração 
a seguinte hierarquia de controle: 
 
 
 
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Eliminação – É possível evitar o uso do produto químico perigoso? É 
possível modificar o processo ou a maneira de trabalhar? 
Substituição – É possível substituir uma substância perigosa por outra? Ou 
ainda, utilizar a mesma, mas sob outra forma,de modo que não haja mais risco 
inaceitável? 
Controle – É possível controlar de maneira eficaz a exposição? 
EPI – É possível oferecer proteção adequada? 
Se houver controle técnico da exposição (exaustão, por exemplo), é 
necessário que ele seja reforçado por um sistema de manutenção periódica. Para 
completar, um controle eficiente da exposição a substâncias nocivas à saúde se faz 
supervisionando e treinando aqueles que irão lidar com as mesmas 
(FUNDACENTRO, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 – VENTILAÇÃO 
 
5.1 Importância da ventilação para o ser humano, equipamentos de controle 
É notória a importância do ar para o homem é por demais conhecida, sob o 
aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo. Por outro lado, a 
movimentação de ar natural, isto é, através dos ventos, é responsável pela troca de 
temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região. 
A movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no principal 
objetivo dos equipamentos de ventilação, ar condicionado e aquecimento, 
transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou mesmo transportando material, 
atuando num padrão de grande eficiência sempre que utilizado em equipamentos 
adequadamente projetados. 
A forma pela qual se processa a transferência de energia é que dá ao ar 
capacidade de desempenhar determinada função. A velocidade, a pressão, a 
temperatura e a umidade envolvem mudanças nas condições ambientais, tornando-
as propícias ao bem-estar do trabalhador. 
A ventilação industrial tem sido e continua sendo a principal medida de 
controle efetiva para ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo 
da higiene do trabalho, a ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de 
contaminantes no ambiente industrial, bem como diluir concentrações de gases, 
vapores e promover conforto térmico ao homem. Assim sendo, a ventilação é um 
método para se evitarem doenças profissionais oriundas da concentração de pó em 
suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, vapores, etc. 
O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada 
ventilação das operações e processos industriais (máquinas, tornos, equipamentos, 
etc.), seguindo-se uma escolha conveniente de um coletor dos poluentes (filtros, 
ciclones, etc.). Todavia, ao se aplicar a ventilação numa indústria, é preciso verificar 
antes, as condições das máquinas, equipamentos, bem como o processo existente, 
a fim de se obter a melhor eficiência na ventilação. A modernização das indústrias, 
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isto é, mecanização e/ou automação, além de aumentar a produção melhora 
sensivelmente a higiene do trabalho com relação a poeiras, gases, etc. 
5.2 Conceito e aplicação da ventilação 
 
A ventilação é uma técnica que permite a substituição do ar de um ambiente 
interior por ar do exterior, com o objetivo de reduzir as concentrações dos 
contaminantes e/ou por razões de conforto (MAYAN, 2012). 
A concepção de um sistema de ventilação deverá, portanto, corresponder às 
exigências de higiene do local (criação de ar mais limpo), mas por outro lado tem de 
ser compatível com o ciclo produtivo e aceite pelas pessoas que permanecem no 
local. A ventilação dos locais de trabalho pode ser obtida por dois processos: 
ventilação geral ou ventilação local. 
O sistema de ventilação geral, também designado por ventilação por 
diluição, consiste na introdução de ar limpo em quantidade suficiente para que as 
concentrações dos contaminantes no ar ambiente se reduzam a níveis aceitáveis. 
Em outras palavras: a ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle 
de um ambiente ocupacional. Consiste em movimentar o ar num ambiente através 
de ventiladores; também chamada ventilação mecânica. 
Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir 
ar desse mesmo ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no 
sentido de exaurir ar de um ambiente e comumente chamado de exaustor. 
Num ambiente, a pressão atmosférica comum, a insuflação e a exaustão 
provocam uma pequena variação da pressão (considerada desprezível). Dessa 
forma, a insuflação é chamada de pressão positiva e a exaustão de pressão 
negativa. 
A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos: 
- insuflação mecânica e exaustão natural; 
- insuflação natural e exaustão mecânica; 
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- insuflação e exaustão mecânica. 
A insuflação mecânica, ventilando ar externo num ambiente, nem sempre é 
recomendável, uma vez que o ar externo pode estar contaminado de impurezas, ou 
ainda, com temperatura e umidade relativa inadequadas. 
A ventilação geral, considerando as quantidades de ar que terão de ser 
movimentadas, tem limitações, nomeadamente: 
 quando as quantidades de poluente libertadas são importantes e, portanto, 
para o controle das concentrações é necessário movimentar grandes massas 
de ar; 
 quando os postos de trabalho estão localizados muito perto da fonte emissora 
e, portanto, ser difícil apenas por diluição atingir os níveis aceitáveis. 
Este tipo de ventilação só pode ser aplicado eficazmente quando os 
contaminantes em causa são de baixa toxicidade, são libertados uniformemente e 
em pequenas quantidades, estando contraindicado no caso do controle do 
empoeiramento. Como este método não é circunscrito à fonte de poluição, mas 
abrange todo o local de trabalho, para garantir que os níveis de contaminante se 
reduzam a valores aceitáveis o volume de ar a renovar deve ser multiplicado por um 
fator de segurança. Este fator vai depender da toxicidade da substância, caudal de 
libertação e pode tomar valores compreendidos entre 3 e 10. 
A ventilação geral envolve, portanto, a movimentação de grandes massas de 
ar e como tal é preferível utilizá-la como complemento da ventilação local. 
O objetivo da ventilação local é captar os contaminantes o mais perto 
possível da sua fonte emissora e antes do trabalhador. Este processo necessita de 
movimentar quantidades de ar muito menores que a ventilação geral e, por isso, os 
custos de investimento e de manutenção são menores. Tem, contudo, um aspecto 
condicionador; uma vez instalado o sistema, o processo produtivo não deve ser 
mudado de lugar para garantir a sua eficiência. 
Na ventilação local, ou ventilação por aspiração localizada, é feita a 
captação do contaminante na fonte, a sua condução em tubagem até a um coletor 
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que o retém lançando o ar na atmosfera. Em certas situações pode não existir 
coletor do contaminante, mas sim um percurso suficiente do ar poluído de modo a 
que por diluição sejam atingidos níveis aceitáveis, mesmo para as emissões (existe 
legislação específica para as emissões).Na montagem de um sistema de ventilação por exaustão devem ser 
tomados em consideração alguns aspectos: 
 o dispositivo de captação deve ser colocado o mais perto possível da emissão 
do contaminante e de forma envolvente da fonte; 
 o trabalhador não deve estar colocado entre a captação e a fonte, ou seja, a 
deslocação do ar aspirado deve estar no sentido contrário às vias 
respiratórias do trabalhador; 
 o sistema de aspiração deve corresponder ao movimento natural dos 
contaminantes. Por exemplo, no caso de poluentes mais densos que o ar, a 
sua movimentação é no sentido descendente por isso a aspiração deve ser a 
nível inferior; 
 a velocidade de captação deve corresponder ao caudal de emissão do 
contaminante e às suas características físicas; 
 para uma captação eficiente, o ar aspirado deve ser compensado com 
entrada de ar exterior. Recomenda-se que o ar entrado tenha um caudal 10 % 
superior ao caudal de aspiração; 
 as saídas de ar poluído não devem ser colocadas perto das entradas do ar 
novo. 
No estudo da ventilação também devem ser cobertos os aspectos de 
conforto térmico, que podem obrigar a tratamento do ar insuflado, e de correntes de 
ar, que podem ser remediadas com a colocação de anteparos (MAYAN, 2012). 
 
5.3 A importância da mecânica dos fluidos 
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A mecânica dos fluidos é o ramo da mecânica que estuda o comportamento 
físico dos fluidos e suas propriedades. Os aspectos teóricos e práticos da mecânica 
dos fluidos são de fundamental importância para a solução de diversos problemas 
encontrados habitualmente na engenharia, sendo suas principais aplicações 
destinadas ao estudo de escoamentos de líquidos e gases, máquinas hidráulicas, 
aplicações de pneumática e hidráulica industrial, sistemas de ventilação e ar 
condicionado além de diversas aplicações na área de aerodinâmica voltada para a 
indústria aeroespacial. 
O estudo da mecânica dos fluidos é dividido basicamente em dois ramos, a 
estática dos fluidos e a dinâmica dos fluidos. A estática dos fluidos trata das 
propriedades e leis físicas que regem o comportamento dos fluidos livre da ação de 
forças externas, ou seja, nesta situação o fluido se encontra em repouso ou então 
com deslocamento em velocidade constante, já a dinâmica dos fluidos é responsável 
pelo estudo e comportamento dos fluidos em regime de movimento acelerado no 
qual se faz presente a ação de forças externas responsáveis pelo transporte de 
massa. 
Dessa forma, pode-se perceber que o estudo da mecânica dos fluidos está 
relacionado a muitos processos industriais presentes na engenharia e sua 
compreensão representa um dos pontos fundamentais para a solução de problemas 
geralmente encontrados nos processos industriais. 
Um fluido é caracterizado como uma substância que se deforma 
continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o 
quão pequena possa ser essa tensão. Os fluidos incluem os líquidos, os gases, os 
plasmas e, de certa maneira, os sólidos plásticos. A principal característica dos 
fluidos está relacionada a propriedade de não resistir a deformação e apresentam a 
capacidade de fluir, ou seja, possuem a habilidade de tomar a forma de seus 
recipientes. Esta propriedade é proveniente da sua incapacidade de suportar uma 
tensão de cisalhamento em equilíbrio estático. 
Os fluidos podem ser classificados como: Fluido Newtoniano ou Fluido Não 
Newtoniano. Esta classificação está associada à caracterização da tensão, como 
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linear ou não-linear no que diz respeito à dependência desta tensão com relação à 
deformação e à sua derivada. 
Os fluidos também são divididos em líquidos e gases, os líquidos formam 
uma superfície livre, isto é, quando em repouso apresentam uma superfície 
estacionária não determinada pelo recipiente que contém o líquido. Os gases 
apresentam a propriedade de se expandirem livremente quando não confinados (ou 
contidos) por um recipiente, não formando portanto uma superfície livre.A superfície 
livre característica dos líquidos é uma propriedade da presença de tensão interna e 
atração/repulsão entre as moléculas do fluido, bem como da relação entre as 
tensões internas do líquido com o fluido ou sólido que o limita. 
Um fluido que apresenta resistência à redução de volume próprio é 
denominado fluido incompressível, enquanto o fluido que responde com uma 
redução de seu volume próprio ao ser submetido a ação de uma força é denominado 
fluido compressível (RODRIGUES, 2010). 
Conhecendo a mecânica dos fluidos, o engenheiro de segurança do trabalho 
pode dimensionar as instalações de ventilação, selecionar, analisar os sistemas, 
estabelecer métodos de teste, contribuindo para a qualidade do ar para os 
trabalhadores e melhor desempenho de máquinas e equipamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 6 – RISCOS BIOLÓGICOS 
 
6.1 Definição e reconhecimento dos riscos biológicos 
 
O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do 
processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção, eli-
minação ou controle desses riscos. Reconhecer o risco significa identificar, no 
ambiente de trabalho, fatores ou situações com potencial de dano à saúde do 
trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste dano. 
Para se obter o conhecimento dos riscos potenciais que ocorrem nas di-
ferentes situações de trabalho é necessária a observação criteriosa e in loco das 
condições de exposição dos trabalhadores. 
A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses 
agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias de 
exposição: 
1. Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou 
manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É 
conhecida também como exposição com intenção deliberada. 
Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está 
estabelecida e determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente 
simples, pois as características do agente são conhecidas e os procedimentos de 
manipulação estão bem determinados, assim como os riscos de exposição. Na área 
de saúde, alguns exemplos poderiam ser: atividades de pesquisa ou 
desenvolvimento que envolvam a manipulação direta de agentes biológicos, 
atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico, atividades 
relacionadas à biotecnologia (desenvolvimento de antibióticos, enzimas e vacinas, 
entre outros). 
2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na 
manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho. 
Nesses casos a exposição é considerada não deliberada. Alguns exemplos de 
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atividades: atendimento em saúde, laboratórios clínicos (com exceção do setor de 
microbiologia), consultórios médicos e odontológicos, limpeza e lavanderia em 
serviços de saúde. 
A diferenciação desses dois tipos de exposição é importante porque con-
diciona o método de análise dos riscos e consequentemente as medidas de 
proteção a serem adotadas. 
Consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente 
modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. 
Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo causar 
infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças autoimunes e a formação de 
neoplasias e malformações. 
Podem ser assim subdivididos: 
a. Microrganismos, formas de vida de dimensões microscópicas, visíveis 
individualmente apenas ao microscópio – entre aqueles que causam dano à saúde 
humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e vírus; 
b. Microrganismos geneticamente modificados, que tiveram seu material 
genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular; 
c. Culturas de células de organismos multicelulares, o crescimento in vitro de 
células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multicelulares em meio 
nutriente e em condições de esterilidade – podem causar danos à saúde humana 
quando contiverem agentes biológicos patogênicos; 
d. Parasitas, organismos que sobrevivem e se desenvolvem às expensas de 
um hospedeiro, unicelulares ou multicelulares – as parasitoses são causadas por 
protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e pulgas); 
e. Toxinas, substâncias secretadas (exotoxinas) ou liberadas (endotoxinas) 
por alguns microrganismos e que causam danos à saúde humana, podendo até 
provocar a morte – como exemplo de exotoxina, temos a secretada pelo Clostridium 
tetani, responsável pelo tétano e, de endotoxinas, as liberadas por Meningococcus 
ou Salmonella; 
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f. Príons, estruturas protéicas alteradas relacionadas como agentes etio-
lógicos das diversas formas de encefalite espongiforme – exemplo: a forma bovina, 
vulgarmente conhecida por “mal da vaca louca”, que, atualmente, não é considerada 
de risco relevante para os trabalhadores dos serviços de saúde. 
Não foram incluídos como agentes biológicos os organismos multicelulares, 
à exceção de parasitas e fungos. Diversos animais e plantas produzem ainda 
substâncias alergênicas, irritativas e tóxicas com as quais os trabalhadores entram 
em contato, como pelos e pólen, ou por picadas e mordeduras. 
 
6.2 Classificação e ocorrência 
A classificação dos agentes biológicos, que distribui os agentes em classes 
de risco de 1 a 4, considera o risco que representam para a saúde do trabalhador, 
sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou não de 
profilaxia e tratamento. Em função desses e outros fatores específicos, as 
classificações existentes nos vários países apresentam algumas variações, embora 
coincidam em relação à grande maioria dos agentes. 
Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em Saúde – 
CBS (Portaria nº 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as atribuições da 
Comissão, inclui-se a competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamente a 
classificação, considerando as características e peculiaridades do país. 
Considerando que essa classificação baseia-se principalmente no risco de 
infecção, a avaliação de risco para o trabalhador deve considerar ainda os possíveis 
efeitos alergênicos, tóxicos ou carcinogênicos dos agentes biológicos. A 
classificação publicada no Anexo II da NR 32 indica alguns destes efeitos. 
 
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Fonte: Brasil (2008) 
Quando a exposição é do tipo “com intenção deliberada”, devem ser 
aplicadas as normas estabelecidas para o trabalho em contenção, cujo nível é 
determinado pelo agente da maior classe de risco presente. Por exemplo, para um 
laboratório em que são manipulados agentes das classes de risco 2 e 3, o nível de 
contenção a ser adotado deverá ser o nível de contenção 3. 
Na publicação “Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com 
Material Biológico”, do Ministério da Saúde, encontram-se descritas as 
especificações de estrutura física e operacional, visando a proteção dos 
trabalhadores, usuários e meio ambiente. Esses níveis aplicam-se a laboratórios de 
microbiologia, de diagnóstico, de pesquisa, de ensino e de produção. A publicação 
esta disponível na internet, nos seguintes sítios: 
http://www.saudepublica.bvs.br/; 
http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/04_0408_M.pdf; 
http://www.anvisa.gov.br/reblas/diretrizes.pdf. 
Em atividades com exposição do tipo “não deliberada”, medidas e 
procedimentos específicos são definidos após a avaliação dos riscos biológicos, 
realizada durante a elaboração do PPRA ou em situações emergenciais, e podem 
incluir desde alterações nos procedimentos operacionais até reformas no espaço 
físico. 
 
 
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6.3 Manuseio e medidas de controle 
O controle de riscos está descrito no Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais (PPRA) e tem como objetivo eliminar ou reduzir ao mínimo a exposição 
dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades 
de promoção e assistência à saúde, aos agentes biológicos. 
A identificação dos riscos biológicos deve seguir metodologia qualitativa, 
devendo ser considerados os agentes epidemiologicamente mais frequentes, tendo 
em vista o perfil epidemiológico da região, do próprio serviço e dos trabalhadores do 
serviço de saúde. 
A localização geográfica é importante para o reconhecimento dos riscos 
biológicos porque certos agentes podem estar restritos a determinadas regiões, 
enquanto que outros são de distribuição mais ampla. Dessa forma, um agente 
biológico que seja mais frequente em determinada região deve ser considerado no 
reconhecimento de riscos dos serviços de saúde localizados naquela região. 
As características do serviço de saúde envolvem as atividades desenvovidas 
no serviço e o perfil da população atendida. Em relação à atividade do serviço, os 
agentes biológicos presentes na pediatria podem ser bem diferentes daqueles que 
ocorrem em um serviço de atendimento de adultos. 
As fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias 
que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais torna-se possível a transmissão a 
um hospedeiro ou a um reservatório. 
Reservatório é a pessoa, animal, objeto ou substância no qual um agente 
biológico pode persistir, manter sua viabilidade, crescer ou multiplicar-se, de modo a 
poder ser transmitido a um hospedeiro. 
A identificação da fonte de exposição e do reservatório é fundamental para 
se estabelecerem as medidas de proteção a serem adotadas. Exemplos: o uso de 
máscara de proteção para doentes portadores de tuberculose pulmonar, a 
higienização das mãos após procedimentos como a troca de fraldas em unidades de 
neonatologia paradiminuir o risco de transmissão de hepatite A. 
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Via de transmissão é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte 
de exposição até o hospedeiro. 
A transmissão pode ocorrer das seguintes formas: 
1. Direta – transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos 
ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por 
gotículas e contato com a mucosa dos olhos; 
2. Indireta – transmissão do agente biológico por meio de veículos ou 
vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas, 
instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. 
Vias de entrada são os tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em 
um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via cutânea 
(por contato direto com a pele), parenteral (por inoculação intravenosa, 
intramuscular, subcutânea), por contato direto com as mucosas, por via respiratória 
(por inalação) e por via oral (por ingestão). A identificação das vias de transmissão e 
de entrada determina quais a medidas de proteção que devem ser adotadas. Se a 
via de transmissão for sanguínea, devem ser adotadas medidas que evitem o 
contato do trabalhador com sangue. No caso de transmissão via aérea, gotículas ou 
aerossóis, as medidas de proteção consistem na utilização de barreiras ou 
obstáculos entre a fonte de exposição e o trabalhador (exemplos: adoção de sistema 
de ar com pressão negativa, isolamento do paciente e uso de máscaras). 
Transmissibilidade é a capacidade de transmissão de um agente a um 
hospedeiro. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de tempo 
durante o qual um organismo pode transmitir um agente biológico. 
Patogenicidade dos agentes biológicos é a sua capacidade de causar 
doença em um hospedeiro suscetível. 
Virulência é o grau de agressividade de um agente biológico, isto é, uma alta 
virulência de um agente pode levar a uma forma grave ou fatal de uma doença. A 
virulência relaciona-se à capacidade de o agente invadir, manter-se e proliferar, 
superar as defesas e, em alguns casos, produzir toxinas. 
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A identificação da transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente 
no PPRA determina, além de quais medidas de proteção serão adotadas, a 
prioridade das mesmas. Na possibilidade de exposição ao meningococo, por 
exemplo, as medidas de proteção devem ser adotadas de forma emergencial devido 
à alta transmissibilidade, alta patogenicidade e alta virulência desse agente. Por 
outro lado, na exposição ao vírus da influenza, as medidas de proteção são menos 
emergenciais devido à baixa virulência do agente. 
Persistência no ambiente é a capacidade de o agente permanecer no 
ambiente, mantendo a possibilidade de causar doença. Exemplo: a persistência 
prolongada do vírus da hepatite B quando comparada àquela do vírus HIV. 
É muito importante conhecer e descrever a situação de trabalho que pode 
influenciar na segurança, na saúde ou no bem-estar do trabalhador do serviço de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à 
saúde e, para tanto, devem ser considerados: 
 aspectos físicos e de organização do local de trabalho; e, 
 aspectos psicológicos e sociais do grupo de trabalho, isto é, do conjunto de 
pessoas de diferentes níveis hierárquicos. 
O local de trabalho deve ter uma descrição física contendo, entre outros 
dados, a altura do piso ao teto, o tipo de paredes e do piso (laváveis ou não), os 
tipos e os sistemas de ventilação, a existência de janelas (com ou sem tela de 
proteção), o tipo de iluminação, o mobiliário existente (possibilidade de 
descontaminação), a presença de pia para higienização das mãos. 
Quanto à organização do trabalho é importante observarem-se os turnos, as 
escalas, as pausas para o descanso e as refeições, o relacionamento entre os 
membros da equipe e a chefia, bem como as distâncias a serem percorridas para a 
realização dos procedimentos, entre outros. 
Deve ser verificado ainda se existem procedimentos escritos e determinados 
para a realização das atividades, e em caso positivo, se os mesmos são adotados 
(diferença entre tarefa prescrita e real). 
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A observação do procedimento de trabalho é fundamental para a avaliação 
do risco. A possibilidade de exposição ocorre em função da situação de trabalho e 
das características de risco dos agentes biológicos mais prováveis. 
É importante analisarem-se as medidas já adotadas, verificando a sua 
pertinência, eficiência e eficácia. Após essa análise e a dos demais dados coletados 
anteriormente, devem ser determinadas as medidas de prevenção a serem 
implantadas. 
Ao propor uma medida preventiva, é fundamental que a informação seja 
completa, de forma a propiciar a aplicação correta. Por exemplo, não basta citar a 
necessidade de utilização de máscara, deve ser descrito qual o tipo de máscara. 
Pode-se dizer o mesmo para luvas, vestimentas, capelas químicas e cabines de 
segurança biológicas, entre outros. 
Ao propor medidas para o controle de riscos, deve-se observar a ordem de 
prioridade abaixo. 
1. Medidas para o controle de riscos na fonte, que eliminem ou reduzam a 
presença dos agentes biológicos, como por exemplo: 
 redução do contato dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como 
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com 
pacientes-fonte (potencialmente portadores de agentes biológicos), evitando-
se procedimentos desnecessários; 
 afastamento temporário dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como 
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com 
possibilidade de transmitir agentes biológicos; 
 eliminação de plantas presentes nos ambientes de trabalho; 
 eliminação de outras fontes e reservatórios, não permitindo o acúmulo de 
resíduos e higienização, substituição ou descarte de equipamentos, 
instrumentos, ferramentas e materiais contaminados; 
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 restrição do acesso de visitantes e terceiros que possam representar fonte de 
exposição; 
 manutenção do agente restrito à fonte de exposição ou ao seu ambiente 
imediato, por meio do uso de sistemas fechados e recipientes fechados, 
enclausuramento, ventilação local exaustora, cabines de segurança biológica, 
segregação de materiais e resíduos, dispositivos de segurança em 
perfurocortantes e recipientes adequados para descarte destes 
perfurocortantes. 
2. Medidas para o controle de riscos na trajetória entre a fonte de exposição 
e o receptor ou hospedeiro, que previnam ou diminuam a disseminação dos agentes 
biológicos ou que reduzam a concentração desses agentes no ambiente de trabalho, 
como por exemplo: 
 planejamento e implantação dos processos e procedimentos

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