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TEORIA GERAL DO CRIME 1

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UNIVERSIDADE TIRADENTES 
COLEGIADO DE DIREITO 
FUNDAMENTOS E TEORIA DO CRIME 
Prof. RONALDO MARINHO 
 
TEORIA GERAL DO CRIME 1 
 
I - Conceito de Crime 
 
1. Conceito Formal 
 
O Conceito formal de crime, segundo Capez, “resulta 
da mera subsunção da conduta ao tipo legal e, portanto, considera-
se infração penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, 
pouco importando o seu conteúdo” (2003; p. 106). É um fato típico 
e antijurídico. 
 
2. Conceito material 
 
Para Manzini “delito é a ação ou omissão, imputável a 
uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido, 
constituída de determinados elementos e eventualmente integrada 
por certas condições, ou acompanhada de determinadas 
circunstâncias previstas em lei” (DAMASIO;2003, p. 150). 
 
 
3. Conceito Analítico 
 
Crime é a ação típica e ilícita. Ficando a culpabilidade 
como mero pressuposto da pena. 
Para Bitencourt (2004; p. 192) “crime é ação típica, 
antijurídica e culpável”. 
 
 
II – A definição legal de Crime. 
 
“Considera-se crime a infração penal a que a lei comina 
pena de reclusão ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa 
ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração 
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, 
ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. (art. 1º da Lei de 
Introdução ao Código Penal – Decreto-Lei nº 3.914/41). 
 
III. Classificação das infrações penais 
 
1. Classificação tripartida e bipartida: 
 
Segundo a classificação tripartida as infrações penais se 
dividem em crimes, delitos e contravenções, de acordo com a sua 
gravidade. Adotam esta divisão: Alemanha e Rússia, entre outros. 
Para aqueles que adotam a classificação bipartida ou 
dicotômicas as infrações penais se dividem em crimes ou delitos, 
como sinônimos, e contravenções. 
 
2. Crime doloso, culposo ou preterdoloso: 
 
a) doloso: quando o agente quis o resultado ou assumiu 
o risco de produzi-lo (art. 18, I do CP); 
 
b) culposo: quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia (art. 18, II do CP); 
 
c) preterdoloso ou preterintencional: quando há a 
conjugação de dolo (no antecedente) e culpa (no conseqüente). Ou 
seja, o agente produziu um resultado mais grave do que pretendia. 
 
3. Crime comum, próprio e de mão-própria: 
 
a) comum: é o que não exige qualidade especial do 
sujeito ativo, podendo ser praticado por qualquer pessoa; (ex: art. 
122, 157 do CP) 
 
b) próprio: é o que exige uma qualidade ou condição 
especial do sujeito ativo. Admite autoria mediata, a participação e 
co-autoria; (ex: art. 123 do CP) 
 
c) de mão-própria: é aquele que só pode ser praticado 
pelo agente pessoalmente, não podendo utilizar-se de interposta 
pessoa. Só admite participação. (ex: art. 342 do CP) 
 
De acordo com o magistério de Damásio, a diferença 
entre os crimes próprios e os de mão própria é que “nos crimes 
próprios, o sujeito ativo pode determinar a outrem a sua execução 
(autor), embora possam ser cometidos apenas por um número 
limitado de pessoas; nos crimes de mão-própria, ninguém os 
comete por intermédio de outrem” (2003; p. 170 do CP) 
4. Crime de Dano e de Perigo: 
 
a) Dano: exige uma efetiva lesão ao bem jurídico para a 
sua consumação; (ex: art. 121, 155 do CP) 
 
b) Perigo: para a consumação, basta a possibilidade do 
dano, basta a simples criação do perigo para o bem jurídico 
protegido. Aqui o agente não quer o dano, nem assume o risco de 
causá-lo. O perigo pode ser Abstrato ou Concreto. (ex: art. 130, 
250 do CP) 
 
5. Crime comissivo, omissivo e comissivo-omissivo: 
 
a) comissivo: é o praticado por meio de uma ação; (ex: 
art. 312 do CP) 
 
b) omissivo: é o praticado por meio de omissão. (art. 
135 do CP) 
 
c) omissivo-comissivo ou omissivo impróprio: o agente 
tinha o dever jurídico de evitar o resultado e, portanto, por este 
responderá (art. 13, § 2º do CP). 
 
6. Crime material, formal ou de mera conduta: 
 
a) material ou de resultado: o crime só se consuma com 
a produção do resultado naturalístico, isto é, é indispensável a 
produção do dano efetivo para sua consumação; (art. 129, 124 do 
CP) 
 
b) formal: o tipo não exige a produção do resultado, não 
obstante ser possível a sua ocorrência. Basta a ação do agente e a 
vontade de concretizá-lo; (ex: art. 158, 159 do CP) 
 
c) de mera-conduta: são os crimes que não prevêem 
resultado naturalístico. (ex: art. 150 do CP) 
 
 
 
 
 
 
7. Crime instantâneo, permanente e instantâneo de efeitos 
permanentes: 
 
a) instantâneo: é o que se esgota com a ocorrência do 
resultado, num dado instante, sem continuidade no tempo; (ex: art. 
163 do CP) 
 
b) permanente: o momento consumativo se alonga no 
tempo, dependendo da atividade do agente, que poderá cessar 
quando este quiser; (art. 148, 159 do CP) 
 
c) instantâneo de efeitos permanentes: consuma-se em 
um dado instante, mas seus efeitos se perpetuam no tempo. (ex: 
art. 121 do CP) 
 
8. Crime habitual 
É o composto pela reiteração de atos que revelam um 
estilo de vida do agente. (ex: art. 229, 282 do CP) 
 
 
9. Crime funcional 
É o cometido por funcionário público. Pode ser próprio 
ou impróprio. (Título XI, Capítulo I do CP) 
 
 
10. Crime a distância, de espaço máximo ou de trânsito e crime 
plurilocal: 
a) Crime à distância, de espaço máximo ou de trânsito: 
é aquele em que a execução do crime dá-se em um país e o 
resultado em outro; 
b) Crime plurilocal: é aquele em que a conduta se dá em 
um local e o resultado em outro, mas dentro do mesmo país. 
 
 
IV. Do fato típico 
 
É o fato material que se amolda perfeitamente aos 
elementos constantes do modelo previsto na lei penal. 
 
Os quatro os elementos do tipo: 
 
a) conduta dolosa ou culposa; 
b) resultado (só nos crimes materiais); 
c) nexo causal (só nos crimes materiais); 
d) tipicidade. 
 
1. A conduta punível: Conduta é a ação ou omissão, 
consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. 
 
 
1.1. Teorias da ação 
 
a) Teoria causal-naturalista da ação: Segundo 
Bitencourt, “a ação consiste numa modificação causal do mundo 
exterior, perceptível pelos sentidos, e produzida por uma 
manifestação de vontade, isto é, por uma ação ou omissão 
voluntária”. (2004; p. 199). Assim, a manifestação de vontade, o 
resultado e a relação de causalidade são os três elementos do 
conceito de ação. Ex: suicida que pulasse na frente de um veículo 
em movimento. Esta teoria já está superada; 
 
 
b) Teoria final da ação: esta teoria se opõe ao conceito 
causal da ação. De acordo com Welzel, citado por Bitencourt (2004; 
p. 202/3): 
 
 “a ação humana é o exercício de atividade final. A ação 
é, portanto, um acontecer ‘final’ e não puramente causal. A 
‘finalidade’ ou o caráter fianl da ação baseia-se em que o homem, 
graças a seu saber causal, pode prever, dentro de certos limites, as 
conseqüências possíveis de sua conduta. Em razão de seu saber 
causal prévio pode dirigir os diferentes atos de sua atividade de tal 
forma que oriente o acontecer causal a um fim e assim o determine 
finalmente”. No que diz respeito as críticas sofridas com relação aos 
crimes culposos, afirmou Welzel que “o conteúdo decisivo do injusto 
nos delitos culposos consiste, por isso, na divergência entre a ação 
realmente pretendida e a que devia ter sido realizada em virtude do 
cuidado necessário”; 
 
 
c) Teoria social da ação ou teoria da adequação social: 
“propõe a teoria da adequação social que um fato considerado 
normal, correto, justo e adequado pela coletividade, não pode ao 
mesmo tempo produzir algum dano a essa mesma coletividade, e, 
por essa razão, ainda que formalmente enquadrável em um tipo 
incriminador, não pode serconsiderado típico” (CAPEZ: 2003; p. 
118). 
 
 
1.2. Formas de conduta: Ação ou omissão. 
 
1.2.1 a ação é a que se manifesta por intermédio de um 
movimento corpóreo tendente a uma finalidade. 
 
1.2.2 a omissão é a não-realização de um 
comportamento exigido que o sujeito tinha possibilidade de 
concretizar. A omissão dó terá relevância quando o sujeito 
abastem-se de realizar o comportamento, tendo o dever jurídico de 
agir. Pode ser: 
 
a) omissivos próprios (ou puros): são os que se 
perfazem com a simples omissão negativa do sujeito, independente 
da produção de qualquer conseqüência posterior. Ex: arts. 135, 236 
(‘ocultando-lhe’), 244, 246, 257 (‘ocultar’), 269, 299 (‘omitir’) etc. 
 
b) omissivo impróprios ou comissivos por omissão: 
são os delitos em que a punibilidade advém da circunstância de o 
sujeito, que a isto se encontrava obrigado, não ter evitado a 
produção do resultado, embora pudesse fazê-lo. É necessário que 
tenha o dever jurídico de evitar o resultado. (art. 13, § 2º CP). 
 
 
1. 3. Ausência de ação ou omissão 
 
Não é punível a simples vontade de delinqüir. Faz-
se necessário a exteriorização, um comportamento externo, pelo 
menos, o início da execução do delito. Assim, há ausência de ação 
na coação moral irresistível (vis absoluta) (CP, art. 22); atos 
reflexos; estados de inconsciência; 
 
2. Do resultado: é a modificação do mundo exterior 
provocada pelo comportamento humano voluntário. Pode ser: 
 
a) normativa ou jurídica (Crítica: lesão não é efeito do 
fato, mas atributo da conduta em face da ilicitude). 
 
b) naturalística: é a teoria seguida pelos finalistas. 
 
 
3. Relação de Causalidade: Vide art. 13 do CP. 
 
3.1. Teoria da equivalência dos antecedentes causais: 
Não há diferença entre causa e condição, entre causa e concausa, 
entre causa e ocasião. "A conduta é causa quando, suprimida 
mentalmente, o evento in concreto não teria ocorrido, como ocorreu, 
no momento em que ocorreu". 
 
3.2. Aplicação: nos crimes materiais e de forma 
vinculada. 
 
3.3. Causalidade na omissão: A causalidade na 
omissão, na verdade, constitui uma ficção jurídica, pois "o nada, 
nada causa". A causalidade na omissão ocorre quando o omitente 
tem o dever legal e a possibilidade real de impedir o resultado 
(Delmanto) e, não obstante, se omite ou pratica ato diverso. A 
causalidade na omissão reporta-se aos crimes omissivos 
impróprios. Quem tem o dever de agir: a) quem tem o dever legal; 
b) o garantidor; e c) o criador do risco. 
 
3.4. Da superveniência causal: 
 
a) causas absolutamente independentes à conduta do 
sujeito (preexistentes, concomitantes e supervenientes): excluem o 
nexo causal; 
b) causas relativamente independentes em relação à 
conduta do sujeito: 
b.1. preexistentes e concomitantes: não 
rompem o nexo causal; 
b.2. supervenientes: excluem o nexo causal (§ 
1º do art. 13 do CP). 
 
 
4. Da tipicidade: 
 
4.1 Conceito de tipicidade: "É a correspondência entre o 
fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de 
infração contida na lei penal incriminadora" (DAMÁSIO; 2003, p. 
260). 
 
4.2 Elementos objetivos ou descritivos: Referem-se ao 
modo de execução, ao tempo e lugar da infração. Os elementos 
objetivos do tipo "são os que exprimem juízos de realidade, isto é, 
fenômenos ou coisas apreensíveis diretamente pelo intérprete 
(exemplo: ‘matar’, ‘coisa’, ‘filho’, etc)" 
 
4.3. Elementos normativos do tipo: Referem-se à 
ilicitude. Apresentam-se sob a forma de franca referência ao injusto 
("indevidamente", "sem justa causa", "sem as formalidades legais"), 
sob a forma de termos jurídicos ("documento", "função pública", 
"funcionário") ou extra-jurídicos ("dignidade", "decoro", "saúde", 
"moléstia"). 
 
4.4. Elementos subjetivos do tipo: São elementos 
subjetivos os fenômenos anímicos do agente, ou seja, o dolo, 
especiais motivos, tendências e intenções. Ex: a expressão "para si 
ou para outrem" (furto, art. 155). 
 
 
V. Do Sujeito do Delito 
 
a) Sujeito ativo: é aquele que pratica o fato descrito 
como delito na norma penal incriminadora. É o ser vivo, nascido de 
mulher. Nos crimes contra o meio ambiente pode ser sujeito ativo 
pessoa jurídica. (CF/88, art. 225, § 3º). 
 
b) Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico atingido 
pela conduta delituosa. Ex: o Estado, pessoa jurídica, a 
coletividade, o ser humano. 
 
OBS: o morto não pode ser sujeito passivo de delito, 
nos crimes de vilipêndio a cadáver e calúnia contra os mortos, em 
realidade, os sujeitos passivos são os familiares do falecido, na 
mesma linha estão os animais e as coisas inanimadas. Quanto ao 
feto este pode ser sujeito passivo de crime. 
 
ATT: A pessoa pode ser simultaneamente sujeito ativo e 
passivo do crime em face de sua própria conduta? Não. Nem 
exceção há ao princípio que veda seja alguém, ao mesmo tempo, 
sujeito ativo e passivo de determinado delito. Ex: rixa, estelionato 
(CP, art. 171, V). 
 
ATT2: Não se confundem sujeito passivo e prejudicado 
pelo crime. Em alguns casos o sujeito passivo pode ser, também, o 
prejudicado pelo crime; em outros, não. Ex: Se eu empresto uma 
jóia a terceiro e vem um ladrão e a furta, o sujeito passivo é o 
terceiro, enquanto o prejudicado pelo crime fui eu. 
 
 
 
VI – Objeto do crime 
 
a) Material: É a pessoa ou coisa sobre a qual a conduta 
típica vai incidir. 
 
b) Jurídico: É o bem ou interesse juridicamente 
protegido, visado pela conduta típica. Pode haver crime sem objeto 
material (ato obsceno, p. ex.), mas não pode haver crime sem que 
haja, a priori, objeto jurídico. Os termos bem jurídico, interesse 
jurídico e objeto jurídico se equivalem.

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