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CONTROLE DA INFLAMAÇÃO ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTERÓIDES Prof. Cristiano Rio/2018 INTRODUÇÃO • A inflamação é um mecanismo de defesa natural do organismo à qualquer agressão eventualmente sofrida. • Sua intensidade mostra-se diretamente proporcional ao tamanho do trauma sofrido. • A resposta inflamatória costuma ser dividida em três fases: a inflamação aguda, a resposta imune e a inflamação crônica (KATSUNG, 1998). • Fisiopatologia da inflamação –inflamação como reação vital • A inflamação é uma das quatro reações vitais do organismo à lesão com efeitos protetores, • mas que também podem provocar danos: • -Inflamação • - Hemostase - Regeneração - Resposta imunitária • A inflamação é uma resposta defensiva inespecífica a uma lesão tecidual de qualquer etiologia, incluindo trauma físico, químico e infecção, com efeitos locais ou sistêmicos, cujo objectivo principal é: • - Limitar a difusão do agente patogênico e promover a sua destruição • - Remover os detritos • - Iniciar a reparação dos tecidos danificados Fisiopatologia da inflamação –tipos de reação inflamatória quanto à sua duração Fisiopatologia da inflamação – inflamação aguda Resposta versátil e localizada do organismo à agressão (tecido conjuntivo vascularizado) que envolve: Componente vascular Aumento do fluxo sanguíneo no tecido lesado e da permeabilidade nos capilares e vénulas (rubor,calor, inchaço e dor). Componente celular Transmigração de leucócitos especializados (neutrófilos e monócitos/macrófagos) para os espaços intercelulares onde inativam agentes infecciosos e removem detritos celulares. A inflamação é uma reação do organismo frente a uma infecção ou lesão dos tecidos. • As alterações na permeabilidade vascular são influenciadas pela contração das células endoteliais das vênulas, com alargamento das junções intercelulares e maior passagem de fluído e proteínas, aumentando a pressão osmótica intersticial, e reduzindo a intravascular, levando assim à maior formação de exsudado. “EDEMA” • Os anti inflamatórios não-esteroides (AINEs) são um grupo variado de fármacos que têm em comum a capacidade de controlar a inflamação, de analgesia (reduzir a dor), e de combater a hipertermia (febre). • Os antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) são indicados em processos inflamatórios, dos quais a dor, o edema e a disfunção decorrentes trazem desconforto e prejuízo funcional ao paciente. • Os antiinflamatórios não-esteróides são freqüentemente usados por pessoas com lesões. Esses antiinflamatórios são usados para controlar a inflamação imediata depois de uma lesão, ou para controlar inflamação crônica . • O conhecimento dos mecanismos de ação dos fármacos antiinflamatórios (AINEs) são de importância para que possamos apresentar aos pacientes uma opção terapêutica segura e rápida no controle dos problemas advindos da inflamação. –Seu efeito antiinflamatório vém da inibição da síntese de prostaglandinas, efetuada mediante a inativação da enzima ciclooxigenase. EFEITOS AINEs • AÇÃO ANTIPIRÉTICA ou FEBRE: (inibição da produção de prostaglandinas no hipotálamo) – Durante uma reação inflamatória, as endotoxinas bacterianas induzem os macrófagos a liberar um pirógeno - interleucina 1 ( IL-1 ). – Há evidências de que IL-1 estimula a produção, no hipotálamo, das prostaglandinas tipo E, e que estas, por sua vez, podem causar a elevação do ponto de ajuste da temperatura. – Outras evidências indicam que as prostaglandinas não são os únicos mediadores da febre; os AINEs podem, pois, ter um outro efeito antipirético por mecanismos ainda não conhecidos. 1 / 2000 Prof. Carlos Eurico Pereira Farmacologia 22 Antiinflamatórios Não-esteróides Agente Comercial Pró-dose Intervalo Diclofenaco Voltarem, biofenac, cataflam 50 mg 8/8 hs Fenoprofeno Trandor 200 mg 6/6 hs Ibuprofeno Artril/motrin 400 mg 6/6 hs Naproxeno Flanax/naprosyn 500 mg 12/12 hs Piroxicam Feldene/flogene 20 mg 24/24 hs Tenoxicam Tilatil 20 mg 24/24 hs Meloxicam Movatec 7,5/15 24/24 hs Nome comercial Princípio Ativo Apresentação Uso Posologia Voltaten® Diclofenaco Sódico 50 mg c/ 20 cp Adulto 8/8 hrs Feldene® Piroxican 20 mg c/ 10 cp Adulto 1 ao dia Spidufen® Ibuprofeno 600 mg c/ 10 env Adulto 12/12 hs Proflan® Aceclofenaco 100 mg c/ 12 cp Adulto 12/12 hs Tentando solucionar os problemas dos efeitos adversos trazidos pelas DAINES, surgiu no mercado os COXIBs, são antiinflamatórios inibidores específicos de COX2, porém ele não deixa de inibir totalmente a COX1, inibe mais COX2 e menos a COX1, o que torna a diminuição álgica em maior proporção quando comparada com os efeitos protetores diminuídos nas DAINES. Nome comercial Princípio Ativo Apresentação Uso Posologia Arcoxia® Etoricoxib 120 mg c/ 4 cp Adulto 1 ao dia Celebra® Celecoxib 200 mg c/ 10 cp Adulto 12/12 hs Prexige® Lumiracoxib 100 mg c/ 20 cp Adulto 8/8 hs Efeitos colaterais mais comuns: • TRATO GASTROINTESTINAL: é o sítio mais freqüentemente afetado pelas reações adversas • As manifestações apresentam-se como: • eritema (vermelhidão) • e erosões gástricas, ulceração gástrica e duodenal, dor epigástrica, • náuseas e vômitos, anorexia, flatulência, diarréia e perda de sangue pelo tubo digestivo • São antiagregantes plaquetários, atravessam a barreira placentária, podendo ser teratogênicos se utilizados em altas doses, • também podem prolongar o trabalho de parto, uma vez que, as prostaglandinas estão relacionadas com a contração uterina. - DEVEM SER EVITADOS DURANTE A GRAVIDEZ – • Segundo CASTILHO et al (1998), discrasias sanguíneas (sangramentos) são pouco freqüentes, aparecendo manifestações clínicas em pacientes com distúrbios hematológicos ou que fazem uso de anticoagulantes. • O uso prolongado dos AINEs pode causar distúrbios renais em pacientes com problemas de perfusão ou disfunção renal. • A nefrotoxicidade relaciona-se com a inibição de prostaglandinas renais, que agem como protetoras contra os efeitos vasoconstritores das angiotensinas e catecolaminas. • Em casos de cirrose com ascite, nefrite lúpica, síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca, os AINEs podem intensificar a redução da filtração glomerular, levando a manifestações clínicas importantes. • Os AINEs, tendo efeito antidiurético (retenção de água e sal no organismo), aumentam a volemia e predispõem a edema e descompensação de doença cardíaca. • Por essa razão, interferem também com o efeito anti-hipertensivo de diuréticos e beta- bloqueadores. • Complicações hepáticas vão desde alterações transitórias, como aumento de aminotransferases séricas, até os quadros fatais, devido à hepatotoxicidade direta ou à hipersensibilidade, segundo relatou KATSUNG (1998). Conclusões: • O uso dos antiinflamatórios não- esteróides apresenta-se como uma excelente alternativa terapêutica no controle da resposta inflamatória, seja pré- clínica, seja pós-cirúrgica, com a presença de dor e edema limitantes para o paciente. ANTIINFLAMATÓRIOS ESTERÓIDES CORTICOSTERÓIDES GLÂNDULAS ADRENAIS Hormônios do Córtex Adrenal Os esteróides adrenais constituem três grupos ou famílias de hormônios: – Mineralocorticóides: aldosterona – Glicocorticóides: cortisol ou hidrocortisona – Esteróides Sexuais: andrógenos e estrógenos Produção regulada pela liberação do ACTH ou sistema renina-angeotensina Glicocorticoide • Estrutura química do cortisol, um glicocorticóide • Osglicocorticóides são uma classe de hormônios esteróides caracterizada pela habilidade de se ligar com o receptor de cortisol e desencadear efeitos similares. • Os glicocorticóides são distintos dos mineralocorticóides e esteróides sexuais pelos seus receptores específicos, células alvos e efeitos. Tecnicamente, o termo corticosteróide se refere aos glicocorticóides e aos mineralocorticóides, mas geralmente é utilizado como um sinônimo de glicocorticóide. • O cortisol é o glicocorticóide humano mais importante. Ele é essencial para a vida e regula ou sustenta uma grande variedade de funções cardiovasculares, metabólicas, imunológicas e homeostáticas. Os receptores de glicocorticóides são encontrados nas células de quase todos tecidos de vertebrados. • Os glicocorticóides são um grupo de fármacos utilizados como imunossupressores e anti-inflamatórios. Estes efeitos são particularmente úteis nas desastrosas doenças autoimunes. Nome comercial Princípio Ativo Apresentação Uso Posologia Decadron® Dexametasona 4 mg c/ 10 cp 2mg c/ 2 amp Adulto Adulto 1 ao dia Meticorten® Prednisona 20mg c/ 10 cp Adulto 12 Ação anti-inflamatória do Cortisol O uso de cortisol é bastante difundido para o controle de inflamações instauradas e, por muitas vezes, e uso é indiscriminado que pode gerar consequências dolosas. Apesar de ser chamado inespecificamente de corticoides, os compostos usados no tratamento de inflamações são apenas uma classe dentro dos corticoides que são os glicocorticoides. Os mais utilizados são o cortisol, a cortisona(artificial), a prednisona(artificial), a metilprednisona(artificial) e a dexametasona(artificial).Os efeitos de todos esses glicocorticoides são semelhantes e por isso será explicado aqui o cortisol, que é o mais estudado, por ser produzido em nosso corpo. O cortisol atua inibindo os sinais que estimulam o início do processo inflamatório. Dentre os sinais principais estão a ativação de leucócitos através de contato com fragmentos celulares e outras substâncias como histamina, bradicinina e enzimas proteolíticas. Esses sinais informam aos leucócitos que algo está errado e que células estão sofrendo lise. Uma das ações do cortisol é impedir a degradação dessas células através da estabilização das membranas dos lisossomos, dificultando sua ruptura e a consequente lise da célula. O cortisol também reduz a permeabilidade dos vasos sanguíneos, diminuindo a diapedese de células de defesa sanguíneas, como monócitos, e diminui o extravasamento de plasma para o interstício, reduzindo os edemas. Além disso, o cortisol reduz a reprodução de linfócitos, diminuindo a ação do sistema imune, já que são os linfócitos que iniciam o processo inflamatório, reconhecendo, primeiramente os antígenos. Por conta dessas características ele é usado no tratamento de doenças auto-imunes, asma, alergias, edema cerebral, transplante de órgãos, doença de Addison, bronquite dentre outros tantos. A doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal
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