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PROFESSOR X MÍDIA: A GRANDE INFLUÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DO PERFIL DO DOCENTE

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1 
 
 
PROFESSOR X MÍDIA: A GRANDE INFLUÊNCIA NA 
CONSTRUÇÃO DO PERFIL DO DOCENTE 
 
Layla dos Santos Raffoul 
Graduanda em Rádio, TV e Internet – Centro Universitário Teresa D’Ávila 
 
Lucas André Santana 
Graduando em Rádio, TV e Internet – Centro Universitário Teresa D’Ávila 
 
Maria Julia de Souza Matos 
Graduanda em Rádio, TV e Internet – Centro Universitário Teresa D’Ávila 
 
 
 
 
CITELLI, Adilson (Org.). Educomunicação: imagens do professor na mídia. São 
Paulo: Paulinas, 2012. 
 
 
Como parte da Coleção Educomunicação, nesta edição o professor Dr. 
Adilson Citelli, junto de seus alunos, aborda o tema “Imagens do professor na mídia”. 
Como o título já diz, são discutidas algumas situações em que a imagem do 
professor é retratada na mídia. A mídia é mostrada como rádio, televisão (programas 
e publicidade) e Internet. 
2 
 
 
Cada capítulo do livro é escrito por um autor diferente, os autores são alunos 
de mestrado e doutorado orientados pelo professor. Para cada capítulo é escolhido 
um assunto pertinente ao tema "Imagens do professor na mídia", e o autor da vez 
aborda de forma clara dando exemplos do assunto, fazendo comparações 
apropriadas. 
De fato, a mídia possui um poder muito grande de manipulação sobre a 
sociedade e é isso que o livro nos apresenta, como a mídia formula e constrói a 
imagem do professor utilizando diversos tipos de meios, que vai desde a meio 
impresso, caminhando para a televisão e rádio, apresentando todas as suas 
características. Os exemplos contidos no livro foram retirados de artigos de revistas, 
reportagens jornalísticas, propagandas comerciais e governamentais, entre outros. 
Cada um constrói uma imagem, um conceito sobre o professor, desde o 
jaleco branco com as mãos sujas de giz até os dias atuais quando se utiliza da 
tecnologia para dar as aulas. Sua imagem não se restringe apenas ao ambiente 
escolar, mas também na integração de narrativas, na venda de produtos ou na 
protagonização de notícias que serão vinculadas, do jornal impresso às redes 
sociais. 
 
A imagem do professor na mídia 
A educação tem se apresentado de forma frequente nos meios de 
comunicação, sempre oscilando entre temas bons ou ruins. As pessoas costumam 
utilizar a mídia como forma de se expressar e sugerir ideias para a melhoria do 
ensino e costumam criticar pontos em que eles acreditam que devem melhorar na 
educação, como por exemplo: 
• Má formação do aluno; 
• Revolução tecnológica; 
• Professor desinteressado e malformado; 
• Busca de produtividade; 
• A incapacidade de lecionar e se adequar aos novos tempos; 
• Remuneração dos professores conforme cumprimento de metas. 
 
Na maioria das vezes a representação dos professores pelos meios de 
comunicação pode ganhar contornos clichês. Como por exemplo quando nos 
3 
 
 
lembramos daquele professor que anda sempre cansado e cheio de livros nas mãos. 
E os clichês negativos como: 
• Os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem; 
• Professores desinteressados em ensinar por conta do mau salário. 
 
No entanto, embora muito se ouça na mídia sobre o professor e o que ele 
deve fazer para melhorar a educação, muito pouco se ouve do próprio professor. No 
meio político e nas mídias eles estão sempre procurando um modo de melhorar a 
educação criando novas técnicas de ensino, ou trocando e melhorando os materiais 
didáticos, mas em todas essas reuniões o professor nunca tem voz, o que acaba 
resultando em uma falta de aprimoramento nas verdadeiras necessidades da escola 
e do aluno. Ninguém sabe melhor quais as necessidades de aprendizado de um 
aluno do que o próprio professor que convive diretamente com ele, que conhece 
quais as dificuldades de cada aluno e quais as suas facilidades, e mesmo assim o 
professor nunca é incluído nas decisões de aprimoramento do ensino. 
Vários fatores podem alterar o dia a dia de aula de um professor, como a 
peculiaridade de cada aluno, suas dificuldades e facilidades em determinadas 
matérias e também o fato de ter que educar as crianças, algo que deveria estar 
sendo feito em casa mas não acontece. Além de terem que passar o tempo, que era 
destinado para o seu próprio lazer, produzindo papeladas escolares ou semanários 
e provas, têm que lidar com problemas psicológicos vividos pelos alunos em casa ou 
no ambiente escolar, como por exemplo o bullying, falta de alimentação e falta da 
presença e preocupação de pais ou responsáveis. Problemas de adaptação pela 
falta de material escolar, ou merenda, falta de um inspetor de aluno, de materiais 
para higiene básico como sabonete e papel higiênico e até muitas vezes falta de 
água. 
O professor também tem que lidar com atos de violências geradas pelos 
alunos na sala de aula e todas as complicações físicas, psicológicas e jurídicas que 
isso implica. Tudo isso altera o dia a dia de um professor e de um aluno resultando 
às vezes na impossibilidade de passar todos as matérias que haviam sido previstas 
para o dia em questão. Todas essas questões não foram avaliadas quando a revista 
Veja publicou uma matéria sugerindo que se cronometrassem as aulas, para que os 
professores fossem capazes de passar toda a matéria que o aluno deveria aprender 
por dia. 
4 
 
 
A matéria da revista acabou causando grande revolta entre os professores, 
pois não houve com eles uma consideração de efetuar uma opinião já que eles são 
grande parte envolvidas nesse processo. A melhora da educação não pode partir 
apenas de uma melhora nas condições de vida do professor, como aumento de 
salário, mas sim precisa-se que o professor tenha espaço para falar, ter voz, para 
que ele possa se expressar e trazer para o âmbito político as verdadeiras melhoras 
que devem ser feitas no ensino. 
Durante muito tempo nos programas de foco jornalístico foi aplicado a “Lei da 
Mordaça” ou "Escola sem Partido", que é um projeto de escola que remove o seu 
caráter educacional, defendendo que os professores apenas instruam para formar 
trabalhadores sem capacidade de reflexão crítica. O professor não poderia comentar 
sobre assuntos como política, religião, sexualidade, por exemplo, pois ele poderia 
não ser imparcial e acabar causando uma doutrina ideológica em seus alunos. Ou 
seja, o professor não poderia levar o aluno a pensar ou refletir. A Escola sem Partido 
foi criada em 2004 e, em 2008, já não era tão presente, mas ainda é possível ver 
traços dessa doutrina nos dias de hoje. 
Em 2010, já é possível encontrar programas de rádios que estavam de fato 
diretamente ligados à figura do professor. Mas apenas tratam do trabalho, papel e 
cotidiano do professor, questões salariais e de carreira, questões de violência nas 
escolas, perda de autoridade e valorização do magistério. Não há reconhecimento 
político dos professores pela imprensa radiofônica, ou seja, eles só podem falar de 
casos que aconteceram com eles, mas não podem dar a opinião sobre o que eles 
acham que poderia ser feito para melhorar a situação das escolas. Apesar de 
notícias sobre educação serem abundantes na mídia, são poucas as que falam do 
professor e são poucas as que ouvem de fato o que eles têm a dizer. 
 
A imagem do professor no discurso jornalístico 
O discurso jornalístico tem como característica construir uma realidade que 
permite ao público fazer representações da sua relação com a realidade concreta. 
Ou seja, a partir do momento em que o leitor se identifica com a matéria jornalística 
lida, ele está sujeito a aceitar o que está escrito e pegar para si a opinião passada, 
perdendo assim a possibilidade de criar a sua própria opinião, consequentemente, 
ficando sujeito a alienação. E nem o próprioprofessor escapa de ter sua imagem 
retratada no jornalismo, sendo ele sensacionalista ou não. 
5 
 
 
Se pararmos para pensar são poucas as coberturas feitas sobre educação. 
Não há tantos profissionais jornalistas que são especialistas em tratar sobre o tema, 
como há para o esporte, por exemplo. Logo, falta conteúdo para certas reportagens 
que tratam sobre o assunto, uma melhor elaboração das pautas e da escolha dos 
entrevistados, por exemplo. No ano em que o livro foi escrito (2011), as apurações 
pareciam não ser levadas tão a sério, os responsáveis não procuravam educadores 
para tratar do assunto, mas sim terceiros. Dessa maneira fica difícil falar sobre o 
professor, sem escutar o próprio. 
A partir do momento em que o professor não é ouvido pela mídia, mais 
versões estereotipadas dele são criadas. Mal percebemos, mas a figura que 
construímos do professor é baseada no que lemos, ouvimos e assistimos. A 
influência que a mídia tem em nossas vidas é maior do que imaginamos. Se uma 
reportagem sobre educação é exibida em um jornal de âmbito nacional, onde certo 
professor é mostrado de forma negativa, por exemplo, a grande maioria da 
população irá acreditar naquilo que está sendo mostrado. Se o próprio professor não 
ganha o direito de ser ouvido, é pior ainda. São poucas as pessoas que têm 
consciência em procurar ouvir o lado do docente e entendê-lo. 
Portanto, os discursos jornalísticos precisam dar mais voz aos professores, 
mostrar a realidade em que eles vivem. O docente precisa ser compreendido, 
melhores apurações devem ser feitas. A proposta pedagógica de um professor não 
deve ser retratada de forma negativa só porque em algum momento ousou fugir do 
convencionalismo, por isso a necessidade de revisão de pautas. Afinal, quando a 
proposta não é compreendida pela mídia, muito menos será compreendida pelo 
público, já que é esta a responsável por passar a informação. 
 
A representação do professor nas propagandas 
As propagandas comerciais possuem a função de induzir o vendedor fazendo 
com que o mesmo compre seu produto; e no livro, os autores utilizam propagandas 
e citações para comprovar suas falas. São utilizadas propagandas televisivas e 
radiofônicas, tanto antigas como atuais, para dar uma visão mais clara e ampla 
sobre a construção da imagem do professor em diferentes épocas, mostrando a 
evolução comercial do mesmo. 
O discurso publicitário tem a força sedutora quando seu dever é de mobilizar 
os consumidores e fazê-los comprar algo ou acreditar em alguma coisa. Quando 
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vemos um comercial, já sabemos a sua finalidade: vender, por mais que o discurso 
não seja referencial. A partir disso, são criadas noções comportamentais do 
personagem em uma propaganda, trazendo consigo um contraste da realidade, isso 
quando se trata de uma propaganda comercial. 
Já na propaganda governamental, os professores são retratados como 
objetos estereotipados; uma mulher de meia-idade de pé na frente dos alunos, com 
um quadro negro cheio de anotações, entre outros aspectos. Já os alunos têm a 
característica de serem mecanizados, todos estão sentados em fileiras arrumadas 
da melhor maneira possível, com vários livros na mesa, cadernos, lápis, borracha, 
uma representação clichê da realidade. 
O governo passa uma imagem da divisão de duas tarefas: daquele que 
ensina e daquele que ouve com a cabeça baixa e aprende. Ultimamente vemos uma 
atualização do cenário educacional, onde o aluno tem voz dentro da sala de aula, 
onde ele pode se expressar, promovendo discussões de temas atuais e propícios a 
aprendizagem.

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