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Direito Financeiro e Tributário II (casos concretos)


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Direito Financeiro e Tributário II 
Planos de Aula 1 a 10
PLANO DE AULA 1
José Manuel contratou um contador para fazer a sua declaração de imposto de renda. O contador lhe solicitou todos os documentos e informações necessários e conferiu todos os dados, com base em possíveis cruzamentos de informações. Como resultado da declaração apresentada, restou apurado o dever de recolher pouco mais de três mil reais. O contador entrega a José Manuel a declaração impressa e em versão digital, acompanhada da guia de recolhimento da primeira parcela, dentro do prazo legal e orienta ele a recolher as demais parcelas. José Manuel recebe e paga a primeira parcela, mas se esquece de fazer qualquer pagamento nos meses seguintes. José Manuel se habilita em um certame público para prestar serviços públicos como temporário em virtude de grande evento esportivo que ocorrerá em sua cidade, conduzido pelas forças armadas. Para isso, lhe é solicitada a entrega de certidões que comprovem sua regularidade fiscal. José Manuel solicita este documento à receita federal e recebe a informação de que em seu nome consta dívida ativa inscrita pelo não pagamento de imposto de renda declarado. Insurge-se e entra em contato com seu contador que lhe relembra que deveria pagar as demais parcelas pela declaração feita recentemente, mas ele reclama, pois, a RFB inscreveu seu nome sem sequer lhe notificar antes. Indaga-se: 
1) o caso concreto trata de que espécie de lançamento? 
Lançamento por Homologação, onde o contribuinte realiza sozinho todos os atos necessários para o lançamento, cabendo a autoridade administrativa homologar. 
2) A inscrição é regular ou deveria haver alguma notificação prévia?
A inscrição é regular, porém não existe norma obrigando o fisco a notificar o contribuinte antes e depois de promover a inscrição dos créditos em dívida ativa, conforme prevê a Súmula 439 do STJ. 
Súmula 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
Questão Objetiva 
A alíquota do ITR, em 1995, era de 1,5%; em 1996, de 2%; e em 1997, de 1%. Durante o ano de 1997, o Fisco Federal, verificando que Joaquim de Souza não pagara o ITR de 1995, efetuou o lançamento à alíquota de 2% e promoveu a notificação. Joaquim entende que a alíquota aplicável é de 1%. Na verdade: 
d) a alíquota correta é a da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, 1,5%; 
PLANO DE AULA 2
Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado de ilegalidade, Cremildo Bulgar impetra Mandado de Segurança com pedido de liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário referente ao imposto de renda, que monta em R$ 20.000,00. Deferida a liminar, o Juízo de Primeiro Grau leva 3 anos para julgar o mérito, e, ao fazê-lo, denega a segurança. O contribuinte, então, interpõe Apelação, acreditando que, ao ser recebida no duplo efeito, esta preservará os efeitos da liminar. A Fazenda, por sua vez, ajuíza a competente execução fiscal para a satisfação do seu crédito, que a esta altura já alcança R$ 24.000,00, por estar acrescido de juros de mora e devidamente corrigido monetariamente. Na execução, o contribuinte alega que a mesma deve ser extinta em face da existência de mandado de segurança ainda não transitado em julgado. Pergunta-se: 
a) Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem resolução de mérito? 
Não, pois com o julgamento do MS denegando a ordem, a liminar foi revogada e o recurso de apelação não é recebido em duplo efeito, portanto, a Execução Fiscal deve prosseguir, pois o crédito passa a ser exigível.
Súmula 405 STF Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.
b) Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança? 
Efeito Ex-tunc, ou seja, seus efeitos são retroativos à época da origem dos fatos a ele relacionados.
c) No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária?
Sim, de acordo com o entendimento do STJ. No período compreendido entre a concessão de medida liminar e a denegação da ordem incide correção monetária e juros de mora ou a Taxa SELIC, se for o caso. Afastada a imposição de multa de ofício.
Questão Objetiva
O depósito do montante integral, previsto no art. 151, II do Código Tributário Nacional é: 
c) direito subjetivo da parte concedido por lei; 
PLANO DE AULA 3
Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através do extinto DAC (Departamento de Aviação Civil) tabelou os preços das passagens aéreas que as empresas cobrariam dos passageiros, e na composição daquele preço o ICMS não foi incluído. Não obstante, os Estados cobravam das Cias aéreas uma vultosa quantia a título de ICMS. Posteriormente, aquele ICMS veio a ser considerado inconstitucional, sendo possível, em tese, o pedido de restituição. Imediatamente a CIA AÉREA VOE BEM - tempestivamente - pleiteou a restituição, via ação de repetição de indébito, em dobro, do ICMS indevidamente recolhido. A Fazenda Estadual, no entanto, contestou o pedido alegando, em preliminar, a ilegitimidade da CIA AÉREA, por descumprimento do art. 166 do CTN, uma vez que o ICMS é imposto indireto, no qual ocorre a transferência do encargo financeiro, bem como ocorreu a prescrição. No mérito, sustenta a impossibilidade de devolução do valor pago em dobro. Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e aborde, com fundamento na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são procedentes ou improcedentes as alegações apresentadas. 
Terá direito a repetição de indébito de acordo com o art. 166 do CTN. Tem como uma das exigências que a companhia não repassou o valor do ICMS, a empresa não tem direito a repetição de indébito em dobro por causa do previsto no art. 167, a prescrição ocorre de acordo com o art. 168, II do CTN.
Questão Objetiva 
João realizou pagamento a maior do IPVA relativo ao fato gerador ocorrido em 2007. Tendo consultado o valor do imposto em relação ao fato gerador ocorrido em 2008, o contribuinte identificou que o valor pago a maior em 2007 é suficiente para quitar o tributo devido em 2008. Diante disso, pretende requerer a seu Estado a utilização do excesso pago em 2007 para liquidar o imposto de 2008. Considerando que inexiste lei específica disciplinando a matéria no Estado, marque a alternativa correta: 
a) João deverá proceder ao pagamento do IPVA/2008 e requerer a restituição do IPVA/2007 pago a maior; 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
PLANO DE AULA 4
Em 10/05/2010, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA. para recolher ICMS relativo a fatos geradores ocorridos no período de 01/06/2008 a 31/12/2008. Este tributo deveria ter sido recolhido, conforme legislação estadual até o dia 10 do mês subsequente à data da ocorrência do fato gerador. A notificada impugnou, sem sucesso, a autuação e recorreu tempestivamente ao Conselho de Contribuintes, em 20/06/2010. Em face da sobrecarga de processos na 2ª instância administrativa, o recurso restou paralisado, sem qualquer despacho nem petição das partes, até 20/09/2010, vindo a ser julgado, também desfavoravelmente ao contribuinte, em 10/10/2010. Publicada a decisão (e o aresto unânime) em 15/10/2010, foi a sociedade dela notificada, esgotando-se o prazo para pagar o débito em 22/10/2010. Não advindo pagamento nem pedido de parcelamento, foi o crédito tributário inscrito em dívida ativa, em 22/11/2016, vindo, contudo, a execução fiscal a ser ajuizada somente em 29/11/2016. Citada, a executada ofereceu bens suficientes à penhora e, efetuada esta, ajuizou embargos à execução, alegando haver ocorrido a decadência e, ad argumentandum,a prescrição. Pergunta-se: 
a) Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu? 
Não. Pois o fator gerador foi no período compreendido entre 01/06/2008 a 31/12/2008, sendo o 1º dia do exercício seguinte o prazo para efetuar o lançamento, o qual, 1/1/2009. A contagem da decadência é de 5 anos, logo teremos a decadência em 1/1/2014. No caso em tela a constituição do crédito, ou seja, o lançamento do crédito que ocorreu de ofício foi em 10/05/2010. Desta forma não temos que falar em decadência pois está dentro do prazo.
b) Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido? 
Sim. Pois o lançamento definitivo ocorreu em 15/10/2015, que foi quando foi publicada a decisão do recurso, ocorrendo, então, o trânsito em julgado em 15/10/10. O prazo da prescrição também é de 5 anos, conforme a inteligência do art. 174 do CTN a prescrição é contada 5 anos da data da sua constituição definitiva que seguindo corrente majoritária, quando o lançamento não pode ser revisto na esfera administrativa e não ocorre impugnação no prazo de 30 dias.
c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da ação de cobrança do crédito tributário? (Mencione os dispositivos legais) 
INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO, A Interrupção vem no bojo do parágrafo único art. 174, do CTN. Já a Suspensão está no art. 152 do CTN, nos arts. 2º, §3º da Lei 6.830/80( Lei de Execuções Fiscais) e nos §§ 1º;2º;3º;4º;5º do art. 40 e no seu próprio caput todos da Lei 6.830/80( Lei de Execuções Fiscais).
d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue? 
O pagamento de crédito prescrito, gera direito a repetição de indébito, embasada no art. 156, V do CTN, que enuncia que a prescrição extingue o crédito tributário.
e) A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo? Respostas fundamentadas. 
A prescrição pode ser declarada de ofício, através do art. 40, §4º da Lei 6.830/80.
Questão Objetiva 
(FGV-2016) Em dezembro de 2015, a pessoa jurídica X efetuou a entrega da declaração do imposto sobre a renda pessoa jurídica (IRPJ), relativo a fatos geradores ocorridos no mês de julho de 2015, na qual reconheceu o débito fiscal, na sua integralidade. No entanto, a pessoa jurídica X não realizou o pagamento do IRPJ, vencido em dezembro de 2015. Sobre a hipótese, é correto afirmar que a União Federal deverá: 
b) constituir o crédito, por meio de lançamento, até janeiro de 2021; 
PLANO DE AULA 5
Em 2013, determinado Município concedeu isenção do ISSQN, por 10 (dez) anos, para as empresas prestadoras de serviços que viessem se instalar naquele território, gerando, em cada uma delas 25 (vinte e cinco) empregos diretos. Várias dessas empresas, atraídas por esse incentivo fiscal, lá se instalaram. E no ano de 2016, surgiu uma outra norma jurídica revogando essa isenção do ISSQN. Responda: 
a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção? 
Prazo Certo, Onerosa, Subjetiva e Condicionada.
b) Pode esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)?
De acordo com o art. 178 do CTN, a lei que concede isenção pode ser revogada, porém nas isenções de Prazo Certo e Onerosa, não cabe a revogação, pois estaria violando o Princípio da Segurança Jurídica e o princípio constitucional da anualidade (§ 29 do art. 153 da Constituição Federal de 1967).
c) É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação da isenção mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)? 
Sim. Mandado de Segurança ou Ação Declaratória. Ação de contestação dos efeitos da lei com pedido de liminar de concessão, já que a matéria não diz respeito à expectativa de direitos, mas sim de direito adquirido. Ver súmula 544 STF(Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas).
Questão Objetiva
O Tribunal de Contas: 
a) auxilia o Legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas;
PLANO DE AULA 6
Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários, a sociedade comercial Irmãos Tavares & Cia. Ltda., decidiu cerrar suas portas sumariamente, deixando de dar baixa regular em seus registros e obrigações comerciais e fiscais. Tomando conhecimento do fato, fiscais da Receita Federal verificaram não ter sido recolhido o Imposto de Renda dos dois últimos exercícios, tendo em consequência procedido ao lançamento. Notificada regularmente a empresa, na pessoa de seu sócio-gerente, deixou de defender-se administrativamente, correndo o processo administrativo-fiscal à revelia e culminando com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e imediato ajuizamento da execução fiscal. Alertado por seu antigo contador, o sócio-gerente aliena vários bens sociais. Pergunta-se: 
a) São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias? 
No que tange à letra a, a resposta deverá fundar-se no art. 185 e seu parágrafo do CTN, que estabelece a presunção de fraude à execução dos atos de alienação e oneração de bens do sujeito passivo da obrigação tributária, praticados após a inscrição do respectivo crédito em dívida ativa, salvo se remanescerem bens ou rendas suficientes para garantir a execução fiscal. Assim, os atos do sócio-gerente alienando bens sociais são nulos de pleno direito, a não ser que haja reservado outros bens sociais bastantes para assegurar a execução.
b) Pode a Fazenda Pública requerer a falência da sociedade? 
O entendimento do STJ é no sentido de que a Fazenda Pública NÃO tem legitimidade para requerer a falência de uma empresa com débitos tributários, já que a Fazenda Pública detém um regime especial de cobrança regulado pela Lei n. 6.830/80 – a execução fiscal. Além disso, é sabido que o crédito tributário não se sujeita ao juízo da falência (art. 187, do CTN), tanto que a execução fiscal sequer é suspensa em razão da falência (art. 6º, § 7º, da LEF). Por esta razão, entende-se que não cabe o pedido de falência feito pela Fazenda Pública. De resto, este é o teor do Enunciado 56 da Jornada de Direito Comercial: A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer a falência de devedor tributário.
c) É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar identificar as irregularidades, independente de autorização judicial? 
Sim. É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar identificar as irregularidades, independente de autorização judicial pois o STF decidiu no sentido de que a autoridade fiscal não se submete a reserva de jurisdição do § 4 do art. 5º da lei complementar 105/2001.
Questão Objetiva
Em processo de falência, a ordem de preferência do crédito tributário constituído antes da decretação da falência de determinado contribuinte que deve também créditos trabalhistas anteriores à quebra, equivalentes a vinte mil reais; créditos trabalhistas anteriores à quebra, cedidos a terceiros, equivalentes a quinze mil reais; crédito garantido com hipoteca até o limite do valor do bem gravado; remuneração devida ao administrador judicial equivalente a cinco mil reais, corresponderá ao: 
d) quarto pagamento;
PLANO DE AULA 7
João Guimarães é sócio da empresa Imobiliária Irmãos Guimarães Ltda. e recebe uma citação em execução fiscal em razão de ser sócio gerente desta. O fiscal pediu o redirecionamento da execução fiscal por haver identificado que o que levou ao não pagamento do tributo foi escrituração fiscal irregular atribuída ao sócio gerente, responsável por este ato de gestão. João, depois de garantido o juízo, oferece embargos alegando a indispensabilidade de incidente de desconsideração da personalidade jurídica para redirecionamento da execução fiscal com fulcro no art. 135 do CTN. É necessário o incidente de desconsideração da personalidade jurídica? 
O encontro nacional dos juízes de Fazenda Pública entenderamque não. Não se aplica o incidente de desconsideração do art. 135 do CTN. Neste caso estamos diante de uma responsabilidade de terceiros a responsabilidade não é originariamente da sociedade e do sócio. Embora o caso seja controverso e deve ser considerado o Enunciado 53 da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados.
Questão Objetiva
Determinado contribuinte, devedor de tributo, obtém parcelamento e vem efetuado o pagamento conforme deferido. Apesar disso, sofre processo de execução fiscal para a cobrança do referido tributo. Nos embargos de devedor, o executado poderá alegar: 
d) a carência da execução fiscal, em face da suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
O parcelamento tributário é previsto no art. 151, VI do CTN como causa de suspensão do crédito tributário. Na verdade, diante de qualquer uma das hipóteses expressas nesse citado preceito, o que se suspenderá será a cobrança do crédito tributário, e não o próprio crédito. Enfim, se determinado contribuinte é devedor de tributo, porém, obtém seu parcelamento e vem efetuando o pagamento conforme deferido, não há base legal para que o sujeito ativo intente qualquer medida de cobrança, mormente ação de execução fiscal.
PLANO DE AULA 8
Irmãos Souza & Cia. Ltda., grande atacadista de gêneros alimentícios, foi autuada em novembro/2008 pela fiscalização do ICMS, por recolhimentos insuficientes do imposto durante os anos de 2005 e 2006, tendo o auto de infração totalizado créditos tributários (principal, multas, juros e atualização monetária) no valor de R$ 5 milhões. Impugnado tempestivamente, o lançamento veio a ser mantido, em fevereiro/2009, pela Junta de Revisão Fiscal. Dessa decisão, recorre voluntariamente a empresa para o Conselho de Contribuintes, deixando, contudo, de efetuar depósito de 30% da quantia em discussão, bem assim de, alternativamente, oferecer fiança bancária, conforme prevê a legislação de regência, para “garantia de instância”. O processo administrativo fiscal é encaminhado ao Presidente do Conselho de Contribuintes, que detém o juízo preliminar de admissibilidade do recurso; que se vier a ser admitido, será distribuído a uma das Câmaras, a qual poderá rever a decisão vestibular de admissibilidade. Como deve o Presidente do Conselho de contribuintes proceder? Deve exigir o mencionado depósito prévio administrativo? Responda de acordo com o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal. 
O presidente do conselho de contribuintes deve admitir o recurso e remeter a uma das câmaras para julgamento. É ilegítima a exigência de depósito ou arrolamento como condição para recorrer. Tal exigência é amparada pela a Sumula 21 do STF que é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. Na ADI 1976 de relatoria do então Ministro Joaquim Barbosa, que entendeu que a exigência constitui obstáculo sério (e intransponível para consideráveis parcelas da população) ao exercício do direito de petição, além de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório, ambos previstos na CF. Ademais, a exigência converte-se, na prática, em suspensão do direito de recorrer, constituindo nítida violação ao princípio da proporcionalidade.
Questão Objetiva 
Pessoa física, contribuinte do Imposto sobre a Renda, apresenta sua declaração anual de ajuste, entendendo fazer jus à restituição de R$ 10.000,00. Processada a declaração pela Secretaria da Receita Federal durante quase três anos, é finalmente intimado o contribuinte, por via postal, de que suas deduções foram glosadas, ocasionando a expedição de notificação de lançamento do imposto pela autoridade administrativa, com penalidades e acréscimos legais, por entender o Fisco que as despesas eram indedutíveis, sendo, consequentemente, indeferida sua restituição. O contribuinte, dois dias depois de haver recebido a intimação pelo Correio, busca assistência profissional de um advogado. Indique a providência INCORRETA e que não seria tomada pelo advogado:
c) Impugnar a exigência representada pela notificação de lançamento, 60 (sessenta) dias depois da data em que tiver sido feita a intimação da exigência ao cliente, isto é, da data de recebimento, pelo cliente, da intimação por via postal; 
 
ART. 15, Decreto Federal n.º 70.235/72
Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência.
PLANO DE AULA 9
Em março de 2014, o Estado A instituiu, por meio de decreto, taxa de serviço de segurança devida pelas pessoas jurídicas com sede naquele Estado, com base de cálculo correspondente a 3% (três por cento) do seu faturamento líquido mensal. A taxa, devida trimestralmente por seus sujeitos passivos, foi criada com o objetivo de remunerar o serviço de segurança pública prestado na região. A taxa passou a ser exigível a partir da data da publicação do decreto que a instituiu. Dez dias após a publicação do decreto (antes, portanto, da data de recolhimento da taxa), a pessoa jurídica PJ Ltda. decide impugnar o novo tributo, desde que sem o risco de suportar os custos de honorários advocatícios na eventualidade de insucesso na demanda, tendo em vista que pretende participar de processo licitatório em data próxima, para o qual é indispensável a apresentação de certidão de regularidade fiscal, a qual será obstada caso a pessoa jurídica deixe de pagar o tributo sem o amparo de uma medida judicial. Considerando a situação econômica do contribuinte, indique a medida judicial adequada para a impugnação do novo tributo e a garantia da certidão de regularidade fiscal necessária à sua participação na licitação, considerando a desnecessidade de dilação probatória e indicando todos os fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso. 
A peça apropriada é o Mandado de Segurança, uma vez que se trata de direito líquido e certo e a medida não comporta condenação em honorários advocatícios (Súmula 512 do STF, Súmula 105, do STJ, e Art. 25, de Lei nº 12.016/2009). Deve ser apresentado pedido de liminar para assegurar que o novo tributo não poderá impedir o impetrante de obter a certidão de regularidade fiscal da pessoa jurídica. Para tanto devem ser demonstradas a presença dos requisitos essenciais à liminar, quais sejam o fumus boni iuris (plausibilidade do direito alegado) e o periculum in mora (risco na demora da prestação jurisdicional, em decorrência da proximidade da licitação). Quanto ao mérito, deve ser alegada a inconstitucionalidade da taxa em razão da violação do princípio da legalidade (Art. 150, I, da Constituição) e ao princípio da anterioridade (tanto a anterioridade do exercício financeiro quanto a anterioridade nonagesimal – Art. 150, III, b e c, da CF). Também deve ser apontada a inconstitucionalidade do fato gerador da taxa não corresponder a serviço público específico e divisível, uma vez que o serviço de segurança pública possui caráter geral e indivisível (Art. 145, II, da Constituição). Vale destacar, ainda, que a taxa é um tributo contraprestacional/vinculado e a base de cálculo instituída pelo decreto não reflete o custo despendido pelo Estado para a prestação da atividade
Questão Objetiva
O Tribunal de Contas:
auxilia o Legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas. 
PLANO DE AULA 10
A União, por não ter recursos suficientes para cobrir despesas referentes a investimento público urgente e de relevante interesse nacional, instituiu, por meio da Lei Ordinária nº 1.234, publicada em 01 de janeiro de 2014, empréstimo compulsório. O fato gerador do citado empréstimo compulsório é a propriedade de imóveis rurais e o tributo somente será devido de maio a dezembro de 2014. Caio, proprietário de imóvel rural situado no Estado X, após receber a notificação do lançamento do crédito tributário referente ao empréstimo compulsório dos meses de maio a dezembro de 2014, realiza opagamento do tributo cobrado. Posteriormente, tendo em vista notícias veiculadas a respeito da possibilidade desse pagamento ter sido indevido, Caio decide procurá-lo(a) com o objetivo de obter a restituição dos valores pagos indevidamente. 
Para que restitua os valores pagos indevidamente, o advogado que o representar deverá elaborar a petição inicial de uma Ação objetivando a Repetição de Indébito, uma vez que se pretende a restituição do empréstimo compulsório pago indevidamente. A ação declaratória não satisfaz o interesse do cliente, visto que o objetivo não é evitar o lançamento do crédito tributário. Na hipótese, não há mais lançamento a ser realizado, visto que o tributo só seria devido pelo período de maio a dezembro de 2014. Tampouco é cabível a ação anulatória, visto que não há lançamento a ser anulado. A ação de repetição de indébito deverá ser endereçada à Vara Federal da Seção Judiciária do Estado X. O autor da ação é Caio e a ré, a União. No mérito, deverá demonstrar que o empréstimo compulsório é inconstitucional, uma vez que este tributo deve ser instituído por lei complementar, conforme o Art. 148, caput, da CRFB/88, e não por lei ordinária como na hipótese do enunciado. Ademais, o advogado deverá indicar a violação ao princípio da anterioridade, uma vez que o empréstimo compulsório referente a investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional somente pode ser cobrado no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei, em 2015, conforme o Art. 148, inc. II c/c o Art. 150, inc. III, alínea b, ambos da CRFB/88.
Questão Objetiva
Um contribuinte do Município, inconformado com a imposição de um auto de infração do ISS, decide discutir em juízo a incidência ou não do tributo, ingressa com a ação judicial que considera oportuna e efetua o depósito integral e em dinheiro do valor do crédito tributário em discussão. Nesse caso: 
d) com a decisão definitiva do processo contrária ao contribuinte, a quantia depositada deverá ser convertida em renda da Fazenda, extinguindo o crédito tributário;