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A constante dos gases Carlos Augusto H. Candido, Laís Cristina P. Ferreira, Vitor G. Bigelli, Vitor S. Fiorin. Engenharia de Materiais – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Londrina – Paraná - Brasil e-mail: vitorbigelli@hotmail.com Resumo. Neste relatório apresenta-se como através de um experimento “simples”, é possível determinar a constante dos gases para o gás hidrogênio. Para tal determinação foi necessário partir do volume de tal gás obtido em uma reação entre HCl e magnésio, o valor desse volume foi adquirido através de cálculos baseados nos dados verificados experimentalmente em laboratório. Palavras chave: experimento, constante dos gases, gás hidrogênio. Introdução Torricelli foi o primeiro a iniciar o estudo dos gases. Tal feito ocorreu quando este mediu a pressão de um gás apresentando posteriormente explicações relativamente adequadas a tal fenômeno. Apesar do “ponta pé” de Torricelli, os gases perfeitos obedecem em geral as seguintes leis: Lei de Boyle, Lei de Gay-Lussac (Lei de Charles) e Lei de Clapeyron. A lei de Boyle resumidamente diz: “a temperatura constante a pressão de um gás é inversamente proporcional ao volume”[2]. Gay-Lussac elaborou uma lei conhecida como lei de Charles e através desta mostrou que todos os gases expandem proporcionalmente ao aumento da temperatura [3] . Clapeyron, relacionando tais leis estabeleceu uma relação entre as variáveis de estado de um gás (pressão, temperatura, volume) através de uma equação. Em função desta equação foi possível estabelecer uma lei que relaciona estados diferentes de uma transformação gasosa. Tal lei passou a ser denominada como sendo a “Lei geral dos gases perfeitos”[3] e é dada por: Onde: P = Pressão na qual o sistema se encontra; V = Volume do gás; n = Número de mols do gás; T = Temperatura do sistema; R = Constante dos gases ideais. Analogamente, temos: ( ) Outra lei muito importante , quando se refere ao comportamento de gases é a lei das pressões parciais de Dalton, que diz que “em uma mistura gasosa, a pressão de cada componente é independe da pressão dos demais”. Desta forma, tendo em mãos conhecimentos prévios sobre tal experimento, buscou-se fazer uma relação entre os conceitos referentes às leis dos gases, para que assim fosse possível determinar a constante dos gases ideias. Variáveis como: temperatura, pressão e volume foram de suma importância para que fossem obtidos resultados satisfatórios. Os dados obtidos de forma experimental foram introduzidos nos resultados através da lei dos gases ideiais. Como pode ser observado nos resultados e discussão deste experimento. Procedimento Experimental Materiais Utilizados 1. Suporte Universal, garra e anel; 2. Funil; 3. Duas mangueiras de silicone; 4. Pipeta pipeta graduada de 25mL; 5. Erlenmeyer de 125mL com rolha; 6. Proveta de 10mL; 7. 2 béqueres de 50 mL; 8. Linha de costura e fita adesiva; 9. Fita de magnésio; 10. Solução 6M de HCl; 11. Solução de corante; Procedimento Conectou-se cada mangueira de silicone em uma das pontas da pipeta graduada e fixou-se a mesma no suporte universal com o auxílio de uma garra. Em seguida, prendeu-se o anel no suporte e encaixou-se o funil. A seguir, a mangueira que estava encaixada na parte inferior da pipeta graduada teve sua outra extremidade encaixada no funil. Despejou-se a solução de corante de forma que os níveis estivessem alinhados no centro do funil e no “zero” da pipeta graduada. A mangueira superior foi encaixada no erlenmeyer. O sistema montado está ilustrado na figura abaixo. Figura 1: Esquema experimental No erlenmeyer adicionou-se aproximadamente 75ml de água, 5 ml de solução de HCl 6M e uma gota de solução de sulfato de cobre como catalisador. Lixou-se uma fita de magnésio e pesou-se aproximadamente 0,015g da mesma. A fita foi amarrada com uma linha de costura e presa na rolha com fita adesiva de forma que não entrasse em contato com a solução contida do frasco. Verificou-se o alinhamento da água com corante e, com o erlenmeyer devidamente vedado, inclinou- se o mesmo de forma a solução entrar em contato com a fita e corroê-la. Durante a corrosão da fita seguiu-se alinhando o funil ao nível de água da pipeta de forma a manter a pressão constante. O procedimento foi realizado em duplicata. Resultados e Discussão Com o volume deslocado de liquido pela geração do gás hidrogênio, pode-se determinar o volume de gás que foi gerado. Com a massa de fita de magnésio gerada é possível determinar o número de mols que foi consumido e, portanto, determinar a número de mols de H2(g) gerado, utilizando a estequiometria da reação a seguir: ( ) ( ) Sabendo que a pressão atmosférica em Londrina é de 1,017x10 5 Pa e a temperatura na qual o experimento foi realizado era de 26,5ºC, pode-se determinar o valor de R (constante dos gases) para cada um dos experimentos utilizando a lei dos gases ideais (I). Experimento 1: Para o experimento 1, a massa de fita de magnésio utilizada foi de 0,0174g e o volume deslocado foi de 24,1mL. Desta forma temos: 24,3 g de Mg ----------------------- 1 mol 0,0174g de Mg ---------------------- x mol x = 7,16x10 -4 mol de Magnésio Portanto, temos que foi gerado 7,16x10 -4 mol de gás Hidrogênio. Dessa forma temos, pela equação (I) temos: ( [ ]) ( [ ]) ( [ ]) ( [ ]) [ ] Experimento 2: Para o experimento 2, a massa de fita de magnésio utilizada foi de 0,0154g e o volume deslocado foi de 18,9 mL. Desta forma temos: 24,3 g de Mg ----------------------- 1 mol 0,0154g de Mg ---------------------- x mol x = 6,34x10 -4 mol de Magnésio Sendo assim, temos que foi gerado 6,34x10 -4 mol de gás Hidrogênio. Desse modo temos, pela equação (I) temos: ( [ ]) ( [ ]) ( [ ]) ( [ ]) [ ] Porém, para a obtenção de um valor mais próximo do esperado que coincidirá com o valor real de R para o experimento, não pode-se considerar que a pressão atmosférica é igual à pressão do gás envolvido no experimento, no caso, o gás hidrogênio. Para isso é necessário utilizar a Lei das pressões parciais, ou Lei de Dalton. Segundo ele, “a pressão total de uma mistura gasosa é dada pela soma das pressões de cada gás que a compõe”[4]. Equacionando temos: No experimento realizado Ptotal seria a pressão atmosférica, e as pressões parciais somadas seriam PH2 (Pressão do gás hidrogênio) e PH20 (Pressão de vapor de água) que para a temperatura de 26,5º C equivale a aproximadamente 3488,75Pa. Sendo assim, para o caso do experimento temos duas pressões que seriam igualadas à pressão atmosférica do local. Portanto, poderíamos obter a verdadeira pressão do gás hidrogênio pela equação: Aplicando a nova pressão nas equações, os novos valores de R para cada um dos experimentos é: - Experimento 1: - Experimento 2: Sabendo que, o valor para a constante dos gases na bibliografia é de 8,314 J.mol -1. K -1 , há algumas explicações para o valor obtido ser diferente do esperado:- O valor de R encontrado na bibliografia é dado para um gás ideal (perfeito), e não para um gás real; - Durante o experimento 1, houve a necessidade de se estimar a quantidade de gás gerado pois este excedeu a graduação dada na pipeta; - Há a possibilidade de ter ocorrido uma variação na temperatura do sistema, já que este não estava isolado termicamente; - Durante o experimento pode ter ocorrido algum vazamento de gás que não foi detectado; - A pressão atmosférica no local pode ser diferente da estimada para o mesmo. Conclusão Com o experimento pode-se concluir que o método utilizado não apresenta boa precisão para determinação da constante dos gases, tendo em vista a diferença entre o valor obtido e o esperado. Isso porque, a literatura afirma que gases reais como hidrogênio e hélio apresentam comportamento muito semelhante ao de um gás ideal. Pôde-se determinar a importância de se manter o nível da solução de corante sempre alinhado, de forma a manter a pressão externa e interna sempre igual, para que a pressão atmosférica pudesse ser utilizada nos cálculos. Concluiu-se, portanto, que o experimento contribuiu para a determinação da importância de certas variáveis como temperatura e pressão na determinação da constante dos gases. Referencias [1] Gay-Lussac, Joseph Louis (1778-1850). Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/pers on/g-lussac.htm>. Acesso em: 12 set. 2014. [2] Lei de Boyle-Mariotte, Disponível em: <http://www.stefanelli.eng.br/webpage/p_boyle.ht ml>. Acesso em: 12 set. 2014. [3] CASTELLAN, Gilbert William. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 1986 [4] Lei das Pressões Parciais – Química – InfoEscola, Disponível em: <http://www.infoescola.com/quimica/lei-das- pressoes-parciais/>. Acesso em: 19 set. 2014.
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