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O trabalho com alunos com deficiência nas aulas de educação física.
Curso de Graduação em Educação Física
Nos últimos anos foi assegurado o direito dos alunos com deficiência a frequentarem as escolas de ensino regular, pois, perdurou durante muito tempo a máxima de que aluno com deficiência deveria frequentar apenas instituições especiais, ditas exclusivamente preparadas a atender tão somente este público. Com isto, as escolas, os professores, enfim a comunidade escolar teve que se preparar, ou ao menos deveria se preparar. Desde a sua estrutura física a recursos humanos e pedagógicos para receber e oferecer um ensino de qualidade para este público seleto. 
Através das entrevistas realizadas com estes professores, ficou evidente que suas formações acadêmicas em meados de 2006, 2007, não tiveram uma formação realmente aprofundada, direcionada, adequada em seus cursos de licenciatura, não foram na prática preparados para lecionar para as pessoas com deficiência, eram limitados a apenas algumas aulas práticas que poderiam ser passadas a um cadeirante por exemplo. Hoje o que se vê é que os cursos já tem aprofundado a estudar cada deficiência, suas singularidades e pluralidades, bem como seus efeitos. Logo, os professores formados em épocas em que não se recebia essa educação satisfatoriamente para a realidade atual, ficam no dever de aprofundar-se neste tema, através de cursos de especialização, capacitação ou até mesmo em pesquisas particulares. Dever este, que não demora a se tornar um tanto quanto prazerosa e recompensador quando o professor percebe os avanços no desenvolvimento destes alunos.
A educação física é de fundamental importância para o desenvolvimento das pessoas com deficiência. É perceptível nas respostas dos professores que suas vivências práticas os levam aos resultados e que isso os faz buscar mais conhecimento ainda que por si mesmos, sem incentivo de suas instituições. 
A educação física trabalha as habilidades cognitivas, motoras e físicas, incentiva as crianças, as ajudam a tornar-se independentes, a superar seus limites ou no mínimo a compreender que suas dificuldades são possíveis a superação. Melhora a sua autoestima, a questão psicológica, a sua socialização com a comunidade escolar, elas aprendem, se aceitam, mas, mais do que isso elas ensinam, pois, seus colegas crescem aprendendo com elas a conviver com as pessoas diferentes.
As deficiências podem ser as mais diferentes possíveis e as experiências destes professores também, entre as deficiências pode até haver alguma singularidade sobre seus reflexos, mas quase que num todo cada caso se torna único. Uma criança com síndrome de Down, por exemplo, pode ter algumas coisas em comum, mas outras completamente diferentes, umas mais sociáveis, outras com muita dificuldade de socialização. Paralisia Cerebral em diferentes níveis, uma criança mais afetada, mais dependente, outra mais solta, independente, porém também mais geniosa, decidida.
Percebe-se que a presença de um professor auxiliar faz toda a diferença e que uma das maiores dificuldades é dispendiar atenção a todos de forma mais igualitária quando se tem uma situação dessas em sala, pois todos são crianças em formação e que exigem também as suas atenções individuais, querem as vezes serem tratadas com particularidades e que nem em todas as aulas isto acaba sendo possível, já que a atenção a qual exige a pessoa com deficiência é muito maior e isto pode gerar dificuldades na inclusão, na socialização. Ainda assim na maioria dos casos, fica evidente que as crianças ditas normais interagem bem com a pessoa com deficiência, criam um certo carinho e acabam por conviver bem.
As escolas públicas estão num processo de evolução e oferecem, de acordo com a necessidade e a deficiência, um professor auxiliar para o professor regente, o que contribui positivamente na formação, educação e desenvolvimento dos alunos. Logo, chega-se a conclusão que a escola publica, ainda que tenha muitas dificuldades, está aberta e se preparando para atender esta demanda que a cada ano tem se mostrado ainda maior.
Os dois professores entrevistados demonstraram seu entusiasmo ao falar sobre o assunto, eles realmente gostam, e procuram se aprimorar a cada caso que recebem. Aceitam o desafio, independentemente do reconhecimento ou não daqueles que os pagam, demonstram amor, são dedicados e criativos, buscam diversificar para atender a todos os seus alunos ainda que em sala tenham um ou dois com deficiência. 
Situação absurda, que chama muita atenção é o fato de que mesmo por lei, muitas escolas ainda não se encontram regulares com a lei da acessibilidade e as crianças, pais e professores tem que fazer verdadeiros malabarismos para que as pessoas com deficiência possam ao menos chegar em suas salas de aula ou espaços da escola como um todo. Latentes são as faltas de materiais e recursos específicos para este público, bem como a falta de investimento por parte das instituições na formação dos professores neste tema específico e os professores reconhecem a necessidade imediata, urgente de serem melhores capacitados para que possam lidar com maior facilidade em suas salas de aula. Durante a entrevista isso foi algo que chamou muita atenção, a humildade por parte deles em reconhecer as suas próprias deficiências no trato com este tema.
Outra questão interessante é que a formação para a educação das crianças com deficiência não parece ser necessária tão somente aos professores, mas também a família, que acaba por superproteger estas crianças, criando o medo, a dificuldade, a baixa estima. Os pais por questões até óbvias se preocupando com o bem estar de seus filhos tem boa parcela de responsabilidade na dificuldade dos professores. Chega-se a conclusão que este é um tema que não deve ser tratado apenas internamente nas escolas ou nas secretarias de educação, mas, sim um tema que deve ser ampliado a comunidade a família como um todo.
Com relação aos primeiros socorros, ambos professores tiveram curso de primeiros socorros durante seus cursos de graduação, e constantemente são chamados a atender as situações de acidentes que ocorrem dentro da escola, tais como choques, quedas, escoriações, torções. Ambos possuem kit de primeiros socorros nas respectivas escolas, mas um dos professores reconheceu que precisa se atualizar, pois sabe que houveram mudanças nos protocolos de atendimento.
 
Entrevista I
Professora
Data formação Dezembro de 2007. Licenciatura e bacharelado em Ed. Física.
7 anos lecionando
Escola 
Na sua graduação, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com
alunos com deficiência?
Sim
 Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos?
A Educação física auxilia o trabalho pedagógico já realizado na escola, ela visa trabalhar habilidades cognitivas, motoras e físicas. Incentiva a pessoa com deficiência no sentido de tentar fazer tornar-se o mais independente possível e para que ele possa desenvolver a socialização, cooperação entre ele e os colegas, melhora sua autoestima, a aceitação da sua situação. 
Você tem ou já teve alunos com deficiência em suas aulas? Quais foram as deficiências com as quais você trabalhou? (Caso a resposta seja sim). Fale umpouco sobre essa experiência.
Sim, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down e deficiente visual.
Com o que tinha paralisia cerebral, era uma escola particular, não tinha professor auxiliar, era extremamente complicado, pois haviam 24 alunos na sala e eu tinha que atende-lo de forma especial, logo essa dosagem era delicada. Ele gostava muito de participar das aulas mas não tinha sustentação do pescoço, cadeirante, não tinha controle motor, usava fraldas. Os outros alunos gostavam da sua participação, havia uma boa socialização, havia muita alegria por parte deste garoto. Eu adaptava todas as atividades para inseri-lo. Com a de síndrome de Down foi em escola publica e Down não tem direito a professor auxiliar, ela era dispersa e por mais que eu tentasse inseri-la e adaptasse as atividadesela não demonstrava interesse, não se socializava. O que ela gostava era de ficar correndo ao redor da quadra e quando se cansava ela queria uma bola apenas para ela, ela queria brincar apenas sozinha. Com deficiente visual, em escola publica, com professor auxiliar, a deficiência visual foi adquirida, enxergou até os 8 anos de idade, ele sente muito medo e insegurança de participar das atividades práticas, mas consigo inseri-lo, detalho todas as atividades para ele, o coloco sempre em dupla para que sempre seja orientado, trabalhamos o Goal Ball, porém vejo que sua família não contribui no processo colocando muito medo nele. Adapto as aulas teóricas pra ele, sempre usando recursos de áudio. Montamos um esqueleto com caixa de ovo para que ele identificasse os ossos, enfim, é uma experiência muito boa, de muita superação da minha parte, mas principalmente da minha.
Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência?
Atualmente a falta de acessibilidade, dada a quantidade alta de alunos em sala há muita limitação na atenção devida as pessoas com deficiência. Há em algumas turmas uma certa dificuldade de aceitação dos alunos com deficiência. A maioria destes alunos se sentem inferiores aos outros e talvez por insegurança da família passada a eles, têm medo de se machucar, etc.
Você se sente preparado para trabalhar com alunos com deficiência?
Sinceramente, hoje faço pós na área educação especial inclusiva e percebo que minha formação de licenciatura em educação física, não nos preparou suficientemente para lidar com este publico, então temos que buscar sempre uma forma diferente para adaptar e ou trabalhar com as mais diversas deficiências.
Quais as situações mais comuns que necessitam de primeiros socorros durante a aula de educação física? 
 Quedas, torções, quando o aluno se choca um com outro, escoriações.
Quando ocorre, na escola, uma situação que é necessária prestar primeiros
socorros, quem realiza esse atendimento? A escola dispõe de um kit de
materiais para este fim?
Primeiramente quem esta com este aluno, juntamente com a coordenação, mas normalmente chamam os professores de educação física e se algo mais grave chamamos a unidade de resgate ou encaminhamos de meios próprios para a unidade de saúde mais próxima com autorização dos pais. Sim a escola dispõe de um Kit.
Durante a graduação teve alguma disciplina sobre primeiros socorros?
Sim
Professor 
Data formação . Licenciatura e bacharelado em Ed. Física.
8 anos lecionando
Escola 
Na sua graduação, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com alunos com deficiência?
Sim
Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos?
Ajuda muito para a formação destas crianças, eu sinto felicidade no olhar na maioria delas. Tentamos mostrar a elas como ser independentes, a ver que conseguem fazer aquilo que achavam que não por conta de suas limitações. Ajudamos a melhorar sua parte motora, psicológica, social, física, enfim. Consigo a iniciar um preparo para a vida que vai muito além da escola. Elas aprendem a respeitar e ser respeitadas e aprendem a se aceitar. 
Você tem ou já teve alunos com deficiência em suas aulas? Quais foram as deficiências com as quais você trabalhou? Caso a resposta seja sim). Fale um pouco sobre essa experiência.
Sim, Paralisia Cerebral, auditivo, Down.
A aluna com paralisia cerebral participava bem das aulas, exceto algumas e quando decidia não adiantava insistir, com ela eu não precisava adaptar as aulas porque não tinha comprometimento físico apenas motor e cognitivo, 
O auditivo tem um professor auxiliar, que me ajuda muito não comunicação de libras com o aluno, já que eu não tenho conhecimento. Nas atividades sempre falava e também demonstrava o que fazer. 
Down tem muita dificuldade em executar e aceitar novas atividades, sempre quer a mesma atividade de aulas anteriores, apenas aquilo que ele realmente gosta, ele não aceita o novo. Relaciona-se bem com os colegas e tem uma boa coordenação, por mais que às vezes eu adapte alguma aula a ele, fico sempre na dependência de ele aceitar fazer ou não.
Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência?
Falta de capacitação contínua deste tema, recursos materiais, falta de acessibilidade, superproteção da família.
Você se sente preparado para trabalhar com alunos com deficiência?
Sim, muito mais porque me sinto desafiado, buscando conhecimento a cada aluno que recebo. Gosto da recompensa por ver o processo de desenvolvimento destes alunos. Mas se me perguntar especificamente se fui preparado para isso, direi que não.
Quais as situações mais comuns que necessitam de primeiros socorros durante a aula de educação física?
Lesões nas pernas, braços, quedas, hematomas, etc.
Quando ocorre, na escola, uma situação que é necessária prestar primeiros socorros, quem realiza esse atendimento? A escola dispõe de um kit de materiais para este fim?
A coordenação me chama na maioria dos casos, quando não é nada grave, algo que um gelo resolve encerro por ali. Mas se vejo a necessidade real chamo o socorro especializado. Sim a escola possui.
Durante a graduação teve alguma disciplina sobre primeiros socorros?
Sim, mas muito básica e sei que ainda hoje é assim e que de lá pra cá os protocolos mudaram.