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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA – INTERVENÇÕES. Manaus 2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIASSELVI-PÓS ROZEANE CAMPOS DA SILVA ROZEANE CAMPOS DA SILVA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM ESDUCAÇÃO INCLUSIVA - INTERVENÇÕES. Relatório de Estágio, apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso de Especialização em Neuropsicopedagogia em convênio entre as instituições Centro Universitário Leonardo da Vinci e UNIASSELVI – Sociedade de Pós-Graduação Ltda. Orientador (a): João da Silva Lopes MANAUS 2019 ROZEANE CAMPOS DA SILVA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Relatório de Estágio, apresentado como requisito parcial para conclusão do Curso de Especialização em Neuropsicopedagogia em convênio entre as instituições Centro Universitário Leonardo da Vinci e UNIASSELVI – Sociedade de Pós-Graduação Ltda. Orientador (a): João da Silva Lopes CIDADE 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. .....05 2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA...................................................................................06 2.1. CONTEXTUALIZANDO O AMBIENTE ESCOLAR.............................................06 3. BREVE RELATO SOBRE AS EXPERIENCIAS DE ESTÁGIO......................................08 3.1. CONFRONTO ENTRE TEORIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA....................................08 4. INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS........................................................................10 4. 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................10 4.2. BREVE HISTÓRICO SOBRE INCLUSÃO ESCOLAR.................................................10 4.3. HISTÓRICO DO PRECESSO DE INCLUSÃO NO ENSINO REGULAR.....................12 5. COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS......................................................21 6. INTERVENÇÕES................................................................................................................25 6.1. REGISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES..........................................................25 6.2. ALUNO L.V.J.S.................................................................................................................25 6.3. ALUNO L.A.D.D.C...........................................................................................................27 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................29 REFERNCIAS..........................................................................................................................30 ANEXOS..................................................................................................................................31 5 1 - INTRODUÇÃO O presente relatório há informações referentes á prática na Educação Especial realizado na Escola IDAAM com o propósito de fazer intervenção a ações partir de observações realizadas em sala de aula, o autismo é uma síndrome complexa que afeta três importantes áreas do desenvolvimento humano que é a comunicação, a socialização e o comportamento. Ainda não se sabe a causa ao certo, nem se há cura, até o presente momento apresenta apenas tratamento. Porém, há um consenso mundial de que quanto mais cedo for diagnosticadas e tratadas, melhor, são as possibilidades de qualidade de vida da pessoa diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista. Diante desses dados, neste trabalho tentarei mostrar o resultado da pesquisa, que tem como um dos principais objetivos, em compreender como ocorrem as relações sociais, didáticas e metodológicas para inclusão da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a partir da educação infantil nas séries iniciais, com ênfase em um aluno do Ensino Fundamental 2, analisando do ponto de vista do desenvolvimento cognitivo, afetivo e histórico-cultural em unidade de atendimento da educação de crianças entre 07 e 17 anos de idade, em uma Unidade das Escolas IDAAM – Instituto de Dados do Amazonas denominada Unidade Cidade Nova. Por isso, dentro desta pesquisa estarei compreendendo as políticas públicas que tratam da inclusão da criança com TEA, analisando o estudo de caso com a mesma na unidade de ensino pesquisada, dentre elas suas relações e interações, relatando como é desenvolvido o processo de inclusão. Mostrando como se dá interação social do autista com as outras crianças e professores. Relatando a observação do ambiente escolar, quanto aos aspectos pedagógicos, didático e metodológico, que orientam a prática educativa e uma profunda análise dos materiais e recursos propostos ao desenvolvimento dos processos de inclusão escolar da criança com TEA na instituição de ensino. Por isso, pretendo analisar qual a é importância da educação inclusiva na escola e na comunidade escolar para que ocorra a inclusão do autista a partir da educação infantil. 6 2 – INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA. 2.1 – CONTEXTUALIZANDO O AMBIENTE ESCOLAR. Como instrumento e análise de dados a observação em uma escola particular de Manaus, que ocorreu no mês de setembro de 2018. Conforme a LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008, que dispõe em seu artigo 1º que: “Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, (lei Nº 11.788, de 25/09/2008). Durante o estágio, foi possível observar que as salas possuem sistema de internet, pois as chamadas são feitas no sistema escolar e se o aluno não responder no primeiro tempo de aula automaticamente o sistema envia mensagem de texto aos responsáveis informando que o aluno não respondeu a chamada, essa é uma forma de manter o pai informado sobre tudo que acontece na escola, tem sistema de som. Há ainda um laboratório de informática e de Ciências, uma sala MASP com cinco Televisores e é o local onde são realizadas as aulas de Robótica do Ensino Fundamental I e II. A escola possui rampa de acesso e portas largas para acessibilidade para pessoas com necessidade especial. A escola possui também um sistema de câmeras de segurança e agente de portaria. O horário de funcionamento da escola é de 12h30min horas às 20h00minh, de segunda à sexta, e aos sábados de 08h00min horas as 12h00min horas. Atendendo crianças com faixa etária de 7 a 17 anos de idade para a modalidade Ensino Fundamental I e Ensino Fundamental II e ainda do Ensino Médio, possui um total de 250 alunos matriculados. Todas as salas são climatizadas e possuem iluminação adequada. O Estágio Supervisionado em Educação Básica, com ênfase em Educação Especial foi em uma das unidades das Escolas Idaam - Lima E Fregapani Empreendimentos Educacionais Ltda. CNPJ: 09.379.563/0001-07, situada na Rua Dessana, 26, Qd 71 Bairro Cidade Nova Etapa 01, Cidade Nova, Manaus, AM, CEP 69095-200, Brasil, tendo como gestora a professora Rozely de Araújo Cruz de Luna desde agosto de 2015. A Escola atende crianças de família de classe média, da zona norte de Manaus. O bairro possui ruas com asfalto, água encanada, energia elétrica, comércio e etc. A escola localiza-se num complexo escolar que compreende a Educação Básica, possuindo um estacionamentoconsiderado confortável na área externa da 7 escola, não possui espaço de garagem para os professores e funcionários, possuindo também segurança quanto aos portões com fechaduras eletrônicas e um agente de portaria. O espaço interno é bem aconchegante, mas é limitado e nos horários de entrada, lanche e saídas os alunos aguardam na quadra esportiva, onde são realizadas as Aulas Práticas de Educação Física. Nos horário de entrada, lanche e saídas dos alunos a escola disponibiliza Jogos considerados pedagógicos para o entretenimento e socialização das crianças. As salas de aula são todas climatizadas e os banheiros possuem acessibilidade. O refeitório que fica na quadra da escola possui mesas adequadas à faixa etária dos alunos, ventiladores, pias para higiene das mãos, bebedouro, cantina. Os alunos tem o livre arbítrio de adquirir o lanche na cantina da escola ou levarem de casa, é uma decisão familiar. Existe também banheiro para os funcionários, salas de aula com iluminação adequada, uma sala MASP com cinco computadores onde os professores realizam as atividades práticas e de Robótica, nessa sala há cinco televisores, Laboratório de Informática e de Física/Química/Biologia, sala dos professores, Sala onde fica a Gestora e duas Pedagogas, Sala do pessoal do Serviço de Manutenção, Sala da Enfermaria, Secretaria/Atendimento escolar. As salas de aula possuem caixas de som, computadores com acesso à internet e Retroprojetor de Imagens. Na sala da Coordenação e na Secretaria/Atendimento há impressora. A escola possui rampa e portas largas para acessibilidade para pessoas com necessidade especial, e também a sinalização para o acesso de pessoas cegas, apesar de não haver entre os alunos matriculados nenhuma criança cega, porém há com baixa visão mesmo com uso de óculos de grau. A escola possui também um sistema de câmeras de segurança e agente de portaria. O horário de funcionamento da creche é de 11h30minutos as 20h20minutos, de segunda à sexta, e no sábado de 07h00min. Às 12h00min. Atende crianças com faixa etária de 07 a 17 anos de idade para a modalidade de Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio e possui um total de 265 alunos matriculados. A escola possui um livro de regimentos e normas escolares com direitos e deveres dos alunos denominado Manual da Família, neste contém normas e entre elas a considerada pela escola mais importante é o respeito, sendo a falta do mesma considerada falta gravíssima, não sendo tolerada essa falta por alunos ou qualquer funcionário da escola. Para que as normas do Manual da Família sejam obedecidas às pedagogas, conhecidas na escola como Coordenadoras fazem palestras de orientações de conscientização aos alunos e no caso da falta de respeito os responsáveis são chamados e aluno tem sansão disciplinar aplicada 8 podendo até ser suspenso de suas atividades escolares sem direito a reposição das aulas perdidas. A maioria dos professores trabalha em duas unidades, no turno matutino em uma e no turno Vespertino em outra unidade, são professores excelentes e que tem como objetivo o reconhecimento de seu trabalho no reflexo das aprovações, como na obtida em 2018 onde a escola foi reconhecida pelo IDEB como a instituição número1em Educação do Ensino médio, pois sabemos que para se ter um bom desenvolvimento no ensino, a educação nas séries iniciais deve ser sem traumas e lacunas que possam refletir ao longo de sua vida de educando. Já em 2019, a escola já conta com 201 aprovações, sendo 09 em medicina, 18 em direito e 83 em engenharias e entre essas aprovações em instituições públicas 29 delas ocupam o 1º lugar. Fato que enche todos os professores, gestores, e toda a equipe pedagógica cheia de orgulho, pois sabem que isso é reflexo de um trabalho desenvolvido em conjunto onde todos trabalham com o mesmo objetivo que é uma educação de qualidade e a formação plena de seus educandos preparando-os para a vida e para exercer seus direito estando cientes de seus deveres. No período de história da escola já houve casos em que alunos com especificidades foram aprovados em universidades públicas, é uma escola conceituada e a procura por seus serviços educacionais crescem com a divulgação de seus resultados pela equipe de marcketing. Pois sabem usar muito bem as vantagens da escola a seu favor, por exemplo, cada aula diferenciada é registrada e postada no site da escola, embora não disponibilizem as fotos por se tratar de crianças, no ato da matrícula o pai autoriza a escola a postar as fotos de seus filhos, portanto no site e nas páginas sociais da instituição há diversas postagens das aulas na sala de recursos – aulas práticas de física, química e biologia, onde os alunos fazem uso de recursos como o microscópio para visualizarem detalhes que não seria possível observar sem o uso do equipamento. Na sala MASP para as aulas de Aprendizagem Baseada em Problemas – PBL, Robótica, aulas de realidade aumentada e o uso de respondedores onde os professores trabalham de forma dinâmica e trabalhando a capacidade de cada aluno em buscar caminhos para a resolução de determinado problema. Os alunos do ensino médio a partir do segundo semestre letivo começam a trabalhar conteúdos de materiais elaborados com base nos editais de processos seletivos das Universidades Públicas Estaduais e Federais, como o Processo Seletivo Contínuo – PSC da UFAM – Universidade Federal do Amazonas e o Sistema de Ingresso Seriado – SIS – da Universidade Estadual do Amazonas – UEA. 9 A escola visa à prestação de um serviço de qualidade, tanto que é capaz de aprovar alunos com especificidade para ocupar vagas nas universidades públicas embora sejam alunos vistos por muitos como incapazes de se desenvolver, a instituição trabalha para trabalha para que esse pensamento preconceituoso seja desfeito e que os alunos com necessidades educacionais especiais são alunos extremamente inteligentes embora para alguns essa possibilidade seja um tanto difícil, devido ao preconceito do próprio aluno que julga incapaz desse feito. Quando há a identificação de um aluno que faz um mau julgamento de si mesmo dizendo ser incapaz, a equipe de professores, coordenadores e gestores agem como uma equipe multidisciplinar para que possa trabalhar a autoestima desses educandos e fazer ou pelo menos tentar fazer com que os mesmos possam compreender sua capacidade de alcançar objetivos inimagináveis. Esse trabalho é desenvolvido com todos os alunos em especial com aqueles diagnosticados com algum transtorno, pois para a instituição se trata de crianças e clientes que merecem uma prestação de serviço de qualidade. 2.2 - BREVE RELATO SOBRE AS EXPERIÊNCIAS DE ESTÁGIO Sair da teoria e fazer esse confronto com prática é muito importante, e também impactante, o acadêmico estar em sala e aprende que a sociedade precisa se adequar a convivência de pessoas com necessidades especiais e de repente se ver em uma realidade totalmente diferente onde os alunos que deveriam estar em processo de inclusão na verdade estão em processo de inserção, pois são inseridos em escolas regulas regulares sem uma preparação adequada para recebê-los e por mais que os profissionais tenham força de vontade para lidar com as situações que sempre ocorre, pois as crianças de forma geral precisam estar sempre sendo supervisionados por um olhar adulto e às vezes acostumados com uma turma de alunos ditos “normais” e de repente se veem obrigados a conviver com alguém por eles considerado diferente. E a falta de uma formação voltada para o atendimento de alunos com necessidade de educação especial dar espaço para que ocorram alguns equívocos que poderiam ser evitados. No desenvolvimento deste relatório faço relatos sobre o teórico Wygotsky. Porque ao longo da vida acadêmica muito se falou sobre alguns autores dentre eles o citado por mim, que confessosó ouvi sobre o mesmo ao iniciar a vida acadêmica, e que em diversas pesquisas pude observar que sua teoria tem muito em comum com a realidade vivida no período de 10 estágio desde a Graduação até agora ao estagiar na área de Neuropsicopedagogia e porque a escola escolhida para o estágio também se embasa na teoria Sócio interacionista, que diz que o sujeito se desenvolve a partir da convivência social, pois para o autor para que o sujeito se desenvolva cognitivamente é necessário que haja uma interação social, isto é, o mesmo necessita interagir com o meio e com outros sujeitos. No decorrer do estágio tive a oportunidade de acompanhar os alunos com laudo conforme registrado no anexo 7 – Roteiro de intervenção. Posso dizer que foi um privilégio poder constatar que conforme a teoria de Lev Vygotsky, com a convivência esses alunos se desenvolvem socialmente, pois segundo relato dos outros auxiliares /estagiários, muitos desses alunos eram totalmente alheios aos outros colegas, mas que com o passar do tempo e a convivência passam a interagir não só com os colegas, como também com os profissionais da instituição. Posso afirmar que quando cheguei para acompanhá-los pude observar que me olhavam com desconfiança, afinal, era alguém que ainda não haviam visto por ali, haja vista são alunos do Ensino Fundamental II, mas que já estão na escola desde as séries iniciais, já que escola tem da Educação Infantil à Pós Graduação, embora trabalhe a preparação de seus alunos para ocuparem as primeiras vagas em Intuições de Ensino Superior Públicas. A escolha desse tema foi devido à convivência com alunos que convivem num mesmo contexto escolar e que verdadeiramente necessitam de orientações para aprenderem a conviver com os alunos com necessidades especiais e para que possam adquirir uma consciência da suma importância do respeito independente da situação ou condição do aluno, pois o respeito deve ser direcionado entre as pessoas para que possamos ter uma convivência harmoniosa e é algo que deve ser trabalhado em casa e apenas reforçado na escola, mas sabemos que na verdade a escola assume esse papel na educação de alunos que trazem um comportamento totalmente inadequado de casa e nem ao menos admitem ser desrespeitoso, e sim ser melhor que alguma com alguma limitação seja ela, motora, cognitiva ou sensorial. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 O CONCEITO DE INCLUSÃO ESCOLAR ou DISCUTINDO A INCLUSÃO ESCOALR Há muito se discute sobre educação inclusiva, porém esse ainda é um tema que gera polêmica, pois quando aprendemos a teoria tudo funciona a criança com especificidade tem seus direitos respeitados e tudo parece tão lindo. De repente saímos da teoria para vivenciar a 11 prática e nos deparamos com realidades na maioria das vezes totalmente diferentes, onde o aluno com especificidade enfrenta muitas dificuldades, uma delas é a falta de compreensão e aceitação de seus colegas de turma e por mais incrível que pareça até de alguns profissionais da instituição incluindo professores. As a escolas de ensino regulares estão cheias de alunos com necessidades de educação com atendimentos especializados e profissionais sem nem uma preparação para lidar com situações que podem ocorrer quando lidamos com alunos que necessitam de uma atenção a mais de seus professores, coordenadores, gestores e qualquer profissional com os quais tenham contato. Por mais que os professores tenham força de vontade e alguns uma boa bagagem como experiência em sala de aula, a ausência de uma formação voltada para a Educação Especializada os deixa sem saída em algumas situações, por exemplo, às vezes esses alunos têm dificuldades em aceitar algumas situações de mudança de rotinas e consequentemente ficando agitado, o que acaba despertando a atenção da turma gerando uma agitação em todos. Inclusão é a nossa necessidade de entender e reconhecer o outro, e assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as memórias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Inclusão é a interação com o outro (Fernanda Germani e Juliana Silveira 2012, p. 109, apud CAVALCANTE, 2005, p. 94). Inclusão é o processo em que todos participam de uma sociedade cada qual com sua diferença, pois todos nós possuímos singularidades e de certa forma especificidade, e, conviver com crianças com necessidades de educação especial é ter conforme Fernanda Germani e Juliana Silveira, o privilégio de aprender com elas uma forma de ver o mundo com outros olhos, um mundo cheio de alegria em compartilhar suas experiências com seus colegas de turma, e da escola como um todo. Mas sabemos que nos dias de hoje há ainda uma grande dificuldade para que essas crianças sejam aceitas por seus colegas, as vezes por uma orientação de seus responsáveis que enxergam crianças com necessidades especiais como o diferente e até mesmo mal educado. Já Maria Tereza Eglér Mantoan (2003, p.12) diz que a incluir, gera, portanto, a transformação do modelo de educação atual, para que se encaixe no mapa da educação escolar que estamos retraçando. Diz ainda: Que a escola se entupiu do formalismo da racionalidade e cindiu-se em modalidades de ensino, tipos de serviço, grades curriculares, burocracia. Uma ruptura de base em sua estrutura organizacional, como propõe a inclusão, é uma saída para que a escola 12 possa fluir, novamente, espalhando sua ação formadora por todos os que dela participam (Mantoan, 2003, p. 12). Conforme a literatura pesquisada, para que haja a inclusão de alunos com algum tipo de necessidade especial no ensino regular, não basta dizer que se quer incluir alunos, é necessário oferecer a qualificação dos profissionais para que possam estar habilitados para que possam oferecer a esses indivíduos o devido tratamento que merecem receber, para que possam se desenvolver plenamente. Transformando suas estruturas físicas para que possam de fato oferecer acessibilidade. Segundo Mantoan (2003, p.11), o mundo dá voltas, e estar em constantes mudanças, sendo estas às vezes violentas às vezes nem tanto, mas nos envolvem com a convivência do novo, por mais que nem ao menos consigamos perceber isso, porém pessoas com maior sensibilidade estão sempre conectados com essas voltas e são os primeiros a dar o sinal de há algo necessitando de uma atenção á mais e que um ser com uma capacidade de se desenvolver apenas precisa ser entendido, não como o anormal e sim como alguém com algumas limitações, mas que não tem limites para dar seu melhor em prol de si mesmo, para que não entregar-se à morte, à perda de tempo e a não ter vontade de viver. Na experiência vivenciada pude perceber que essas crianças não tem muitas das vezes a compreensão de seus colegas de turma e sendo julgadas e vistas como mal educadas e mimadas, quando na verdade lutam para ser aceitas, para tal buscam ser sempre o centro das atenções. Isso não é inclusão e sim uma inserção de alunos em sociedade, seja ela escolar social ou familiar para que possam se desenvolver. Logo apesar da busca por aceitação ainda enfrentam a segregação, sendo isoladas pelos próprios colegas de turma, ou seja, são vítimas em sua maioria de Bullyng, embora discreto ou até mesmo não intencional, por que as crianças recebem orientação dos responsáveis para não se juntar com o “doidinho” da sala. Mantoan, (2003, p.13), fala de forma clara quando diz que: A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber escolar. Ocorre que a escola se democratizou abrindo-se a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos.Exclui, então, os que ignoram o conhecimento que ela valoriza e, assim, entende que a democratização é massificação de ensino e não cria a possibilidade de diálogo entre diferentes lugares epistemológicos, não se abre a novos conhecimentos que não couberam, até então, dentro dela. O artigo terceiro, inciso quinto da Constituição, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios possuem como principal objetivo “promover o bem de todos, 13 sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de descriminação”. Dentre eles o artigo 205 que define: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 2017, p. 144). Sabemos que muitos são os desafios enfrentados pelas escolas que se propõem a realmente abraçar e traçar caminhos para que a inclusão de fato aconteça. A iniciar pela transformação de sua estrutura física, pois para atender a crianças com especificidade a escola necessita sofrer inúmeras transformações e, a primeira antes é em sua estrutura para que possa facilitar o acesso de crianças especiais, também em seu currículo escolar e em formação voltada para o atendimento das mesmas, com tratamento adequado independente de qualquer limitação que a mesma possa ter, pois como cito anterior nossa a Constituição Federal de 2005 estabelece que todos independente da cor, raça, crença religiosa, deficiência física ou mental. Se formos observar e confrontar teoria e realidade, podemos ver que ainda há muito que se melhorar para que possamos dizer que a inclusão de fato ocorre. 3.2 UMA BREVE HISTÓRIA “O AVANÇO DA LEGISLAÇÃO RUMO A INCLUSÃO) Partindo do pressuposto de que a escola é o primeiro contato que uma criança tem com a sociedade, as crianças com alguma especificidade, não deveriam ter esperado tanto para ter reconhecido o à inclusão na sociedade e principalmente na escola. Pois, dessa forma, todas aprenderiam conviver com suas diferenças e superar suas dificuldades. No início da década de 70, algumas escolas começam a aceitar crianças com necessidades especiais, desde que os mesmos conseguissem se adequar ao plano de ensino da instituição, dando início ao processo de inclusão de alunos especiais no ensino regular. Uma grande conquista para esses seres especiais, uma vez que na antiguidade as pessoas com necessidades especiais eram vistas como diferentes, sem capacidade alguma, ou seja, inferiores. Sabemos que há diversos documentos que tratam de forma especial e com bastante atenção sobre o tema, mas sabemos ainda que há uma necessidade de fiscalização para que sejam cumpridos e verdadeiramente colocados em prática no meio escolar em que se tem alunos com necessidades especiais em processos de inclusão, como forma trabalhar a conscientização de todos no que tange a conviver com o diferente e ao respeito a diversidade, como podemos ver. 14 Declaração Mundial de Educação para Todos. Documentos internacionais passam a influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva. Entretanto, mesmo que a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “toda pessoa tem direito à educação” e os esforços de muitos países do mundo em assegurá-lo, pois é árdua realidade de muitos países, dentre eles o Brasil. Portanto, depende de todos nós, educadores, conhecermos os esforços mundiais e acompanharmos as políticas e ações públicas brasileiras para assegurar que as metas e demandas sejam atendidas e cumpridas, ou pelo menos nos esforçar e batalhar para que essa realidade possa acontecer em nosso cotidiano escolar. Em seu Artigo 3º a Declaração discorre sobre universalização do acesso à educação e do princípio de equidade. Diretamente relacionado à educação dos alunos com deficiência, o documento diz: As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiência requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte do sistema educativo (p. 4). É de conhecimento geral que todo ser tem direito a educação de qualidade e significativa não somente em alguns segmentos, da sociedade, embora saibamos que as coisas ainda não funcionam como deveriam. Sabemos ainda que em pleno século XI, muitos pais têm as portas fechadas ao dizer que necessitam de uma educação especial para seu tutelado devido ao fato de que o mesmo ser pessoa com deficiência, pois muitas escolas não aceitam crianças com deficiência, negando a elas o direito a estudos e a educação. Vale ressaltar que o governo tem criado algumas metas e planos para mudar os rumos educação apenas com o nome inclusiva e transformá-la em educação inclusiva de qualidade. De acordo com o Ministério da Educação (MEC) no Brasil, as pessoas com alguma deficiência começaram a ter seu atendimento garantido na época do Império. E nesse período duas instituições foram criadas: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX funda-se então o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. (Ministério da Educação). Atualmente existem normas estabelecidas que, visam a acessibilidade dentro das escolas como a construção de rampas, de elevadores, corrimãos e outros elementos 15 facilitadores da vida dos deficientes físicos. As diretrizes também colocam o ensino de libras nos currículos dos cursos superiores, entre outras ações que visam impulsionar a inclusão escolar. A Inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular ganhou importância no Brasil após assinatura de Convenção da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Críticos querem manter dois sistemas paralelos. O Plano Nacional de Educação (PNE, 2014/2024) brasileiro prevê a inclusão de crianças com necessidades especiais em escolas regulares, mas a medida ainda é controversa no país quando se comemora o 16º Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, promovido pelas Nações Unidas (3/12). A polarização fica entre governo, apoiado por defensores da inclusão, e entidades que defendem a permanência de dois sistemas de ensino: o regular e o especial. Muitos críticos preferem a manutenção dos dois sistemas (ensino regular, e ensino especializado), pois pensam que a decisão da melhor escola para essas crianças cabe somente a seus pais. A educação inclusiva ganhou importância na agenda do governo federal em 2008, depois de o Brasil assinar a Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Desde então, o país determinou medidas para a inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular. Segundo o Ministério da Educação (MEC), em 2012, 76% das crianças com necessidades especiais em idade escolar estão matriculadas no ensino regular, representando um crescimento de mais que o triplo em relação a 2003, quando as matrículas somavam 28%. Nós como professores devemos explorar a curiosidade dessas crianças, de modo a instigar sua busca pelo desconhecido deixando-as com vontade de pesquisar sobre os conteúdos trabalhados em sala. Como? – Com uma aula dinâmica e participativa, para isso devemos buscar novos métodos de ensino fugindo da mesmice e monotonia do dia-a-dia em salade aula. Pois o TEA é um aluno que mesmo tendo uma condição limitada, é sim capaz de a seu tempo aprender e discutir temas com os ditos “NORMAIS”, portanto os instigamos e deixamos as coisas acontecerem. Muito se houve falar em inclusão escolar de alunos com especificidade ou de como seria bom para a criança estar inserida no sistema de ensino regular, e quando você passa a conviver com esse tipo de realidade escolar temos a certeza de uma criança não só com autismo, mas com qualquer outro tipo de necessidade ao conviver com crianças ditas “normais” tem uma facilidade de se desenvolver melhor sua aprendizagem e também sua forma de lidar com situações e até a afetividade. 16 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Determina que se deva “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV). Estabelece, ainda, no artigo 205, a educação como um direito de todos, presando por seu desenvolvimento pleno como pessoa, o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208). Em seu Artigo 5º, a Constituição garante o princípio de igualdade: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” (BRASIL, 1988). Esse tema deve ser visto com um olhar especial, pois um autista não é coitadinho, mas sim alguém extremamente inteligente, que em seu desenvolvimento escolar chega até mesmo a obter melhor resultado que um colega sem nenhum tipo de necessidade. É maravilhoso conviver e ver a progressão que essas crianças apresentam a cada dia, pois se outrora arredias e sem querer proximidade, agora chegar e fazer um afago. Essa é a maior gratificação que alguém possa receber. Mas, se formos estudar com mais atenção podemos perceber que este é um tema muito difícil para se falar, pois se cada pessoa possui sua singularidade os autistas em particular, devido à necessidade da interação social em seu processo de desenvolvimento da aprendizagem e do contato com o concreto nas questões de raciocínio, convivendo com essas crianças pode se perceber que apesar de gostar do isolamento, se lidarmos de forma carinhosa e fazendo com que se sinta amado essa barreira do isolamento é quebrada criando-se um laço de afetividade entre professor aluno. A Lei nº 7.853/89. Trata sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social. Definindo, ainda, como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90. O artigo 55 reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. E no atrigo 56 rege que os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental deverão “comunicar ao conselho 17 tutelar” em casos de: em seu inciso I – maus tratos de seus alunos, II – a reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares, e no inciso II – elevados níveis de repetência. (BRASIL, 1990) Para se falar de inclusão de TEA, primeiramente se busca entender um pouquinho sobre o mundo desses seres especiais, que ao ouvem barulhos, seja ele qual for, buscam a fuga como forma de resolver, tem fala difícil de entender, fixam em algo como o mesmo assunto, filmes de décadas passadas e são capazes de contar com riqueza de detalhes. Mas com um pouco de atenção e compreensão podemos auxiliar para desenvolvimento dessas crianças, por exemplo, antes não suportava ser tocado, hoje ao chamar alguém para conversar, ele mesmo (autista) a segura pelo braço e acaricia sua mão, lhe mostrando receptividade. É apaixonante o convívio com esses seres tão especiais que muito tem a nos ensinar, pois sendo ditos “normais” somos quem mais precisa de compreensão. A constituição Federal garante, ainda, uma educação de qualidade nas escolas de ensino regular nas redes públicas e privadas de ensino a todos incluindo as pessoas com necessidades especiais. No entanto, não há como incluir crianças com necessidades educativas especiais no ensino regular sem apoio especializado e sem oferecer aos professores orientação e assistência para melhor desenvolver seu trabalho e lidar com possíveis situações que eventualmente possam ocorrer no cotidiano da sala de aula. Como podemos observar no fascículo 4 da Revista Inclusão, uma obra do Ministério da Educação A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. (Revista Inclusão, p, 15). (citem tem autor cite ele, não a revista) O tema de educação inclusiva escolar ainda causa muita discussão por que envolve a relação exclusão e inclusão, além de ser um tema que exige muita atenção, pois se não for trabalhado de forma que possa conscientizar os colegas quanto a chegada de uma criança especial em sua sala, essa chegada pode gerar transtorno para todos inclusive para a própria criança, que se sentirá como um estorvo e sem amigos ao ver todos reunidos, mas sem aceita- lo como amigo, pensando no bem-estar de todos e com o intuito de conscientizar toda a sociedade a (ONU) – Organização das Nações Unidas criou em outubro de 1992, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, sendo a partir de então comemorada no dia 03 de dezembro, nos levando a uma reflexão sobre os direitos das pessoas com deficiência, seja ela qual for, devemos respeitar cada pessoa com suas singularidades, pois não há valor maior que o respeito. 18 Educação inclusiva é o ramo da Educação, que se ocupa do atendimento e da educação não apenas de crianças ditas “normais”, mas, também aquelas com deficiência, como deficiência auditiva, cegos ou com deficiência mental como o TEA. A educação inclusiva realiza-se dentro do sistema regular de ensino. Porém muitas vezes essas escolas não têm profissionais com formação voltada para a educação inclusiva. O que em muitas situações os deixa perplexos com o comportamento agressivo do aluno com em questão, quando contrariados, pois, uma das características dessas crianças é não aceitar ser contrariados. Quanto aos aspectos legais: A Constituição Federal (2007) em seu art. 1º, inc. II e III elegeu como fundamentos da República e cidadania e a dignidade da pessoa humana, e como um dos seus fundamentos a promoção do bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação - art. 3º inc. IV. Garante ainda, expressamente o direito à igualdade (art. 5º) e trata, nos artigos 205 e seguintes, do direito de todos à educação. Esse direito deve visar o "pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Além disso, elege como um dos princípios para o ensino, a "igualdade de condições de acesso e permanência na escola" (art. 206, inc. I), acrescenta que o "dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo acapacidade de cada um" (art. 208, V). Portanto, toda escola, assim reconhecida pelos órgãos oficiais, deve atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência ou ausência dela. Durante muito tempo o discurso sobre inclusão existiu sem possuir uma prática que o fundamentasse. As escolas não negavam a obrigatoriedade de incluir, mas fugiam com desculpas da não existência de vagas. Professores diziam não saber lidar com crianças com necessidades de educação especial devido ao número de alunos em uma sala de aula comum. Os pais, temendo represálias e discriminação, preferiam manter seus filhos em casa. O que ainda hoje vemos acontecer, não por descriminação das escolas, más do próprio aluno que prefere não ir à escola por se sentir diferente e até mesmo a negligencia de alguns pais, por pensar estar fazendo um bem para seus filhos. Sabemos que a escola é o primeiro contato que a criança tem com a sociedade, portanto, as crianças com qualquer deficiência devem ser incluídas, pois esta é uma forma de todos aprenderem a conviver com as diferenças e a superar suas próprias dificuldades. Porém, sabemos que nem sempre as leis e decretos que foram criados em prol das crianças com 19 deficiência e de sua inclusão escolar e porque não dizer social, são obedecidas, pois muitas delas continuam tendo seus direitos negados, as vezes até mesmo pelos pais pelo simples fato de serem desconhecedores dos direitos de seus filhos. Sabemos ainda que os estados não conseguem ou não querem enxergar que esse papel da inclusão educacional não vem sendo obedecidos e que existem, são criados e crescem na sociedade as instituições de serviços sociais, e muitos destes são voltados para este público. Algumas são idôneas e desempenham seu papel com responsabilidade e são de suma importância para esses pequenos seres iluminados. Sabendo que seu papel não é fazer caridade. Uma vez que caridade é suprir uma necessidade imediata mantendo alguém dependente de ajuda sempre. E educar uma criança com deficiência em salas de aulas com outras crianças em situação semelhantes à sua, é mantê-la dependente de ajuda e tirar – lhe o direito de que ela conheça outras situações que possam fazer com que desenvolva sua independência. Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular. O Ministério Público Federal anuncia o documento com intuito de divulgar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão. Se alunos fossem atendidos individualmente ou em pequenos grupos. Frequentando a classe "comum" e a Sala de Recursos em período contrário, pois o AEE não visa substituir o ensino formal, mas propiciar suporte ao aluno, professor e família para que esse possa aprender e desenvolver-se, ao mesmo tempo, tenta encontrar e adequar um recurso que atenda às suas necessidades. Um grande desafio para quem trabalha com educação inclusiva é vencer a resistência dos professores. Trabalhar com alunos que apresentam deficiência exige trabalho e cumprimento das determinações vindas do pedagogo que atende na Sala de Recursos. Ele deve sob o risco de responsabilidade legal seguir o que a Lei determina ato à Educação Inclusiva. Alguns ainda acreditam que não vai dar certo e torcem contra. Ela é uma realidade e um processo sem volta. Outro aspecto é a família, muitos não assumem compromisso com os filhos, e por não aceitarem deixam ou procuraram assistência médica tarde demais o que prejudica anda mais o desenvolvimento dessa criança em todos os sentidos, pois, sabemos que quanto mais cedo for diagnosticada a deficiência, maiores serão os sucessos. Também a falta de assiduidade no AEE é outro agravante. Nascemos dotados de estruturas mentais que permitem o aprender. Aprendemos com a relação com o outro e inseridos dentro de uma cultura, mas é preciso que oportunidades sejam dadas. Cada um aprende do seu jeito e no seu tempo. Cabe a 20 nós, dentro da sociedade, ao professor, dentro das instituições de ensino entender isso. Muito do que se diz vem camuflado pelo preconceito, e o preconceito não está só na deficiência não, mas no diferente. O que possui características que destoam dos demais. Hoje em dia se bonito demais é discriminado: visto como antipático e arrogante; se feio é doente. Se alto demais, chama a atenção pela altura; se baixo demais vira "homenzinho, pequenino". Se gordo, é ponto de referência; se magro está canceroso ou aidético. Se falar com dificuldade, não pensa. Se não ouve, não se comunica, ou seja, vivemos em meio a muitos preconceitos. Quanto a isso temos exemplos bem atuais, como o caso de uma menina que está sendo vinculado na mídia, que foi vítima de suas próprias amigas que por inveja quase a mataram. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), descrito no capítulo V dedicado exclusivamente a Educação Especial, reafirma o direito à educação, pública e gratuita, das pessoas com deficiência, condutas típicas e altas habilidades no conjunto das políticas públicas brasileiras. Ainda segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/98, alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, terão direitos a uma educação assegurada nos sistemas de ensino com adaptações em seus planos de educação e metodologia flexível para ser adequada aos alunos com necessidades de educação com atendimento especial. Como sabemos, a educação gratuita e obrigatória é direito público e subjetivo assegurado a todo cidadão brasileiro em idade escolar, tendo como objetivo, incluir esse sujeito à convivência social, lhe proporcionar uma educação de qualidade, como podemos contatar ao buscar esse direito no (Art. 208, inc. IV, da LDB 9394/96), que o sujeito deve receber atendimento educacional, especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 208, inciso III). Logo vale ressaltar, a importância de lembrarmos que, preferencialmente, conforme descreve o texto da Constituição Federal (2007), referindo-se ao atendimento especializado, o qual é diferente do ensino escolar. Esse atendimento é complementar ou suplementar ao ensino regular, porém, sem substituir o ensino comum. Esse é o objetivo que temos em comum como educadoras, por que acreditamos na autonomia dessas crianças que, embora, aconteçam de forma mais lenta, porém se estimulados a trabalhar sua independência são capazes de aprender e conviver com as crianças ditas “normais”, por isso queremos, e vamos lutar para que a inclusão escolar esteja cada vez 21 mais presente nas instituições de educação, não apenas nas instituições privadas como estamos acostumados a ver, mais também nas intuições de educação pública. Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001. Diz que assim como as pessoas tidas como “normais” aquelas com necessidades especiais possuem os mesmos direitos humanos e liberdades, tratando como discriminação toda diferenciação ou exclusão que impedir ou ainda anular o exercício desses direitos, baseada em sua deficiência. E por fim a Lei nº 12.764. Que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Essa lei é resultado da luta de famílias, que brigavam por direitos para seus filhos com TEA. E depois de longos 40 anos de muito esforço, viram a aprovação da lei no Congresso Nacional, sendo sancionada pela presidenta Dilma e publicada no dia 28/12/2012. Resolução CNE/CP nº1/2002. Que constitui as Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecendo Formação de Professores da Educação Básica determina ainda, que as instituições de ensino superior devem prever em sua organização curricular formaçãoque possa dar aos docentes mecanismos e preparação voltada para o atendimento de qualquer pessoa e a atenção à diversidade e que tenha um olhar especial para os conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais. 4 - COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS Ao chegar à Escola Idaam – Unidade Cidade Nova, por volta de 13:00 da tarde no dia 17 de setembro de 2018, fui recepcionada pela Professora Rozelly de Araújo Cruz de Luna, Gestora da Unidade. No primeiro momento, ela recolheu a documentação de todos os estagiários que estavam ali presentes, pois havia outros acadêmicos para iniciar estágio supervisionado. E, numa roda de conversa ela nos informou que o estágio ocorreria de segunda a sexta-feira, seno 6 horas diárias, ou seja, que ocorreria no período da tarde, das 13:00 as 19:00 horas, uma vez que a unidade funciona em horário vespertino. A proposta foi aceita por todos. Logo após, fui encaminhados a uma sala onde a Pedagoga nos disponibilizou a oportunidade de conhecer e manusear alguns materiais utilizados na instituição. Dentre os documentos que pudemos manusear foi o Diário denominado Caderno de Ocorrências 22 utilizado pelos professores. Onde o professor registra diariamente as ocorrências e os conteúdos trabalhados, assim como as atividades trabalhadas em sala para ao término das aulas serem lançadas no sistema da escola chamado de intranet, e caso o aluno falte pode acompanhar e no dia seguinte entregar ao professor. O segundo dia de estágio se deu no dia 20 de setembro de 2018, onde ao iniciarmos as atividades, observamos a chegada das crianças na escola por volta de 13:00 da tarde, mas as mesmas começam a chegar a partir das 11:30 segundo a gestora, sendo acolhidas por uma pessoa com formação em pedagogia que desempenha na escola a função de Assistente de Coordenação Pedagógica. Fiquei como apoio, isto é, não tive uma turma específica, dentre as atividades que realizei, uma delas foi a de acompanhar os alunos com Laudo Médico de regra, o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH, Transtorno do Espectro Autista - TEA, pois a escola tem um número considerável de alunos com especificidades, na realização de Atividades Avaliativas, pois esses alunos apesar de frequentarem as aulas em salas de ensino regular com uma média de 30 a 39 alunos, quando em dias de Provas, são retirados de sala e realizam as Avaliações em uma sala de recurso com acompanhamento de monitores, que são estagiários de Pedagogia, de Disciplinas específicas como Biologia, Matemática, Física entre outras, e uma estagiária do Curso de Pós Graduação que no caso era eu mesma que desenvolvo esse relatório. No horário de 13horas e 05 minutos a pedagoga responsável pelo acompanhamento da chegada dos alunos, começa a organizar as turmas em filas para que possam ser conduzidos a suas respectivas salas. Após isso outra pessoa com mesma função que fica em um balcão e responsável por monitorar as trocas de professores e saída dos alunos para banheiros e bebedouros e ainda encaminhamento a enfermaria, além de postar todas as atividades, uma vez que a escola posta todas as atividades para que os responsáveis possam acompanhar a vida escolar de seu tutelado pelo sistema intranet. No terceiro observei a sala do nono ano, onde tem um aluno com laudo de TEA, dois TODA com laudo e mais dois aguardando laudo médico. Nessa turma o aluno com Transtorno do Espectro Autista tem seu temperamento muito vulnerável e por motivos banais fica transtornado e sai da sala diversas vezes para ir a enfermaria ou ao banheiro, o que acaba desconcentrando os professores e atrapalhando o andamento da aula. O L.A.D.D.C (iniciais do nome do aluno) é um aluno diagnosticado com TDAH e como característico de seu transtorno é muito agitado e não aceita a mudança de rotina sempre 23 foi orientado por uma pessoa que auxilia a Diretora, de repente passou a ser orientado por outra pedagoga, fato que o deixou extremamente contrariado, pois segundo o aluno sua atual coordenadora não o entende e não sabe responder aos seus questionamentos. L.A.D.D.C aluno é o mais agitado dos TDAH e não consegue se concentrar nas atividades, com isso seu rendimento fica prejudicado, pois o mesmo sempre vai à enfermaria e pede a enfermeira para ligar e pedir que sua responsável vá até a escola busca-lo, mas na maioria das vezes a enfermeira liga e pontua à mãe que na verdade o aluno só está ansioso e que não há necessidade de realizar a antecipação de saída do mesmo. Os responsáveis são parceiros e sempre estão de acordo com a escola, pois sabem que o trabalho é em prol do pleno desenvolvimento de seu tutelado. O quarto dia foi para observar as atividades desenvolvidas pela coordenação pedagógica, pelo que pude perceber a Coordenação juntamente com a Direção de Ensino desenvolvem um trabalho de orientação e conscientização dos alunos diariamente. A equipe está sempre nas turmas trabalhando a prevenção de ocorrências envolvendo alunos por brincadeiras inadequadas e que possam gerar prejuízo aos mesmos. Uma das pedagogas sempre passa por todas as salas fazendo vistorias para verificar se ocorre bem, se todos os professores estão em sala e se algum aluno está tendo dificuldade em acompanhar a turma, pois caso aconteça casos como descrito, primeiramente o aluno é atendido pela coordenação e depois seus responsáveis são convocados para atendimento e planejamento de ações que possam auxiliar a criança em sua aprendizagem. No quinto dia pude perceber que sair do campo teórico e vivenciar a prática nos transporta a um choque de realidade devido a inevitável comparação e divergências que existe entre essas duas realidades de um acadêmico. Enquanto não saímos da sala de aula tudo parece ser tão lindo, tão perfeito e pensamos que tudo ocorre como rege a lei, mas ao nos depararmos com a realidade percebemos que nossos alunos são inseridos e não tem o atendimento que merecem no que tange a uma educação de fato inclusiva. Essas crianças como costumamos dizer, matam um leão por dia, primeiro porque muitas delas tardam em ter um diagnóstico preciso devido a não aceitação dos pais em ter um filho com qualquer que for a deficiência, depois por que mesmo com diagnóstico os pais se recusam a aceitar a verdade e não procuram um profissional adequado para acompanhamento dessa criança que devida à ignorância de seus responsáveis em aceitar seu transtorno, passam por mal educados e difíceis de lidar. 24 Conversando um pouco com outro aluno, o L.V.J.S (iniciais do aluno Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista – TEA), após o mesmo chegar à escola chorando muito e verbalizando que não merecia estudar e que tinha que continuar sendo burro, o aluno relatou que muitas vezes a própria família segundo ele é incompreensiva e não lhe dá a atenção devida na hora de realizar as atividades de casa o que o deixa agitado e sem interesse em voltar a escola, pois sabe que o professor vai cobrar o dever de casa. Confesso que quase perdi a estrutura ao ouvir dizer: “_Tia, meu pai grita e diz que não merece isso, e isso sou eu. Tu entendes? Eu sou isso pra ele, tia”. Nesse momento seus olhos se encheram de lágrimas, por um momento silenciei buscando palavras e disse a ele que muitas vezes os pais falam coisas que não queriam falar, às vezes vem cansado de um dia inteiro de trabalho e que seu pode ter sido muito estressante. Conversamos mais um pouco e ele ficou mais calmo e voltou para sala, depois da aula a professora, disse que aquele havia sido um dia bem tranquilo, pois o L.V.J.S, ficou calmo e nem saiu muito da sala como das outras vezes, disse ainda que o aluno relatou ter tido uma conversa com alguém que o deixou mais tranquilo e que iria tentar ser sempre um bom aluno. Apesar de ser aluno com TEA, é alguém com estrema Inteligência ecompreende muito melhor que os ditos “normais”. Ao longo de minhas descrições, tenho relatado sobre o processo a que os alunos estão submetidos, pois vejo como uma inserção de alunos no sistema regular de ensino, pois para que a inclusão de fato aconteça a escola deve sofrer grandes transformações, desde sua estrutura física à formação dos profissionais que irão lidar com essas crianças. A adaptação de seu currículo, que deve ser trabalhado de forma a contribuir para o ensino aprendizado de seus educandos. Conforme Mantoan (2003 p.12), diz que: “A inclusão, portanto implica mudança nesse atual paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da educação escolar, que estamos retraçando”. Continua: “é inevitável que os velhos paradigmas da modalidades estão sendo contestados e que o conhecimento da matéria própria da educação escolar passando por uma reinterpretação”. Há também o relato dos próprios alunos, da forma como o TEA e as crianças com especificidades são excluídas dos grupos de alunos de sua turma e demais alunos da escola, se tornando vítima de brincadeiras de baixo escalão, sofrendo até comentários excludentes de alguns professores sem preparo para estar em uma escola com alunos em processo de inclusão. Vale ressaltar que a escola em que foi realizado o estágio repudia qualquer ato de 25 desrespeito seja, por alunos ou qualquer profissional. Corroborando com esse relato. Mantoan (2003 p.13) diz, que: “a exclusão escolar, manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre, o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber escolar”. “Ainda segundo a autora a escola se democratizou abrindo-se a novos grupos sociais, mas não a novos conhecimentos”. L.A.D.D.C (iniciais do nome do aluno) é um aluno que estuda na escola desde a Educação infantil e hoje está na 1ª série do Ensino Médio. É um aluno mediano e enfrenta grandes dificuldades em compreender os conteúdos trabalhados em sala por sua especificidade TDAH, é muito ansioso e está na fase adolescente e descobrindo sua sexualidade, constantemente verbaliza “estou atrás de uma “mutchatcha”, isso acaba gerando situações, pois o mesmo se aproxima de suas colegas e costuma colocar seus braços em seus ombros e algumas não aprovam a atitude do colega, e, procuram a coordenação pedagógica reclamar do colega. Em dias que antecedem as avaliações o aluno se mostra bem agitado e procura sempre ser encaminhado à enfermaria e pedir para que a enfermeira ligue para sua responsável busca-lo na escola porque necessita estudar. Seus pais Dona V. A. D.D. C e Seu J. R. D. D. C (iniciais dos nomes dos responsáveis), são parceiros da escola e sempre que solicitados comparecem para conversar e buscar o melhor caminho em prol do desenvolvimento de seu tutelado. Como aconteceu devido ao comportamento do aluno e se dispuseram a buscar melhor forma para acompanha- lo e fazer as devidas orientações quanto ao comportamento considerado pelos mesmos, desrespeitoso com as colegas. Dona V reconhece que seu tutelado é muito esperto e que muitas vezes usa sua especificidade para se sair bem de algumas situações, por exemplo, quando não quer estudar, sendo assim nem sempre que é solicitado comparece para atender ao pedido de L, apenas o orienta por telefone e o aluno retorna para a sala de aula. Dona V e seu J foram chamados à coordenação para conversar sobre a postura do aluno em querer está sempre com os braços nos ombros das colegas e se dispuseram a orientá- lo em casa e a verificar com sua psicóloga sobre a melhor forma de fazer com que o aluno compreenda que ainda é cedo para buscar sua “mutchatcha” termo usado pelo aluno quando se refere a uma namorada. Após alguns dias Dona V. procurou à coordenação da escola para dar uma devolutiva, quanto ao seu tutelado. Segundo a mesma o aluno passou por algumas seções com a psicóloga e está disposto a aprender a lidar com a situação e que compreendeu que por mais que para ele 26 a atitude de estar sempre querendo pegar em suas colegas pareça ser um ato comum, para as colegas isso possa parecer falta de respeito. L. tem se comportado adequadamente e sempre que desejar falar com alguns de seus colegas agira os chama pelo nome e não mais tocando para chamar a atenção para si. Quanto a compreensão de conteúdos os professores buscam trabalhar de forma dinâmica com o intuito de favorecer a compreensão do aluno e em comum acordo com seus pais em dias de avalições realiza em sala separada e com o auxílio de um professor ledor, podendo chamar o professor da disciplina para tirar sua dúvida, tendo o tempo que julgar necessário para realizar um boa avaliação. 4.1 - INTERVENÇÕES No dia da intervenção um aluno (com Diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista – TEA) chegou à instituição muito agitado e começou a chorar, como estavam em período de avaliações e não havia estudado o suficiente para a mesma, estava ansioso e dizendo que não iria realizar uma boa prova. O professor o retirou de sala, pois o aluno estava chamando a atenção da turma para si. Neste momento foi dado autonomia para intervir. Fomos para uma sala destinada ao atendimento dos pais. O aluno só chorava e começou a gritar para ligar para sua responsável, pois era um “BURRO”, palavra do aluno. Então o chamei pelo nome completo e o aluno ficou me olhando por alguns segundos e falou: “- Tia o que houve?”. Respondi a ele dizendo que estava ansiosa para saber o que havia acontecido e porque só chorava sem dizer nada. E o mesmo disse: “Tia eu não estudei. Sou burro e vou tirar zero”. Pedi que o aluno fosse tomar água e voltasse para conversarmos. Ao voltar o aluno disse que ria conversar, e começou a contar sobre sua vida fora da escola e em uma de suas falas pude entender o porquê de seu desespero. Sua mãe passa os dias fora de casa e deixa uma pessoa para cuidar de L, porém a criança não estava dando esse apoio e estava estudando sozinho, e por sua especificidade não consegue se concentrar e seu rendimento caiu. Orientei o aluno da seguinte forma: Organizar um cronograma de estudos e, todos os dias após as aulas tirar pelo menos 20 minutos de seu tempo para revisar os conteúdos trabalhados pelos professores e anotar as dúvidas para tirar em sala com os professores na próxima aula da disciplina. Já tranquilo o aluno foi realizar a avaliação e o acompanhei e pude perceber que se tiver o apoio necessário 27 o aluno terá um excelente rendimento, pois se mostrou dono de um potencial que não deixa a desejar aos alunos ditos “normais”. 4.2.1.REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES INTERVENÇÃO 1: Sujeito envolvido: ALUNO L. V. J. S. (Iniciais do nome do aluno Diagnosticado com TEA) Proporcionar ao aluno melhorias e avanços em seu desenvolvimento aprendizagem, pois cada um é capaz de atingir suas metas, embora uns demorem mais que os outros, devido suas limitações o que não quer dizer que seja incapaz, ao contrário, com auxílio e uso de recursos em prol de seu aprendizado e sua preparação para exercer seus direitos e conscientes de seus deveres. L.V.J.S chegou à escola chorando por problemas pessoais, a Gestora da escola não pode atendê-lo e fui designada a orientar para que pudesse se acalmar e assisti às aulas. Confesso que me assustou, pois ao retirar o aluno de sala o professor disse que o mesmo estava atrapalhando o andamento de suas aulas há vários dias e só chorava e os outros alunos. Após esse episódio resolvi conversar com os professore para saber do comportamento do aluno, e todos foram unanimes em dizer que L.V.J.S, é um bom aluno, porém extremamente agitado e com comportamento vulnerável e por motivos banais surta em sala e quer agarrar os colegas e professores para que não saiam da sala de aula e procure a coordenação pedagógica o que acaba sempre atrapalhando o andamento das aulas.Sua responsável foi chamada para conversar com a coordenação a fim de averiguar o porquê da ansiedade do aluno e buscar meios para ajuda-lo em seu desenvolvimento acadêmico, pois desde que passara a chegar à escola com sinais de descontrole emocional seu rendimento caiu. L é um aluno que apesar de ser TEA tem ótimos resultados em seu desenvolvimento e participação das atividades escolas, é claro que vez ou outra demonstrava seu nervosismo, diferente dos últimos meses. Dona M.S compareceu à coordenação e em conversa disse que por motivo de trabalho estava se ausentando muito e que seu tutelado estava ficando sob os cuidados de sua “babá”, termo utilizado para se referir a uma moça que cuida de sua casa e de seu tutelado no período em que necessita viajar. Relatou ainda que L estava sem tomar sua medicação por determinação da profissional que o acompanha, pois são medicamentos muito fortes e o estavam deixando sonolento. Foi sugerido pela Coordenadora/Diretora que a mesma consultasse a equipe que acompanha L e verificar a possibilidade da substituição da medicação por uma que não lhe 28 deixasse tão sonolento e o ajudasse a controlar sua ansiedade e consequentemente melhorasse seu rendimento. Pois a escola trabalha em prol doo pleno desenvolvimento de seus educandos de forma geral. A coordenadora disse ainda que a escola estava a disposição para qualquer dúvida e que ficaria no aguardo de uma devolutiva para que pudessem buscar caminhos para ajudar seu aluno no que tange a seu desenvolvimento acadêmico. Alguns dias depois Dona M.S, retornou com um parecer como devolutiva para escola, informou ainda que a Psicóloga receitou um novo medicamento para observar as reações ao organismo do aluno e suas atitudes em casa e na escola, bem como sua interação com colegas, professores e demais profissionais da escola. Após o atendimento da responsável, sua visita a profissional que acompanha o aluno e o inicio do uso de novas medicações com o intuito de sanar o problema de ansiedade do aluno algo que estava contribuindo de forma negativa para seu rendimento, pois o mesmo não conseguia mais participar das aulas e chorava constantemente gerando situações junto a sua turma, pois tudo que fosse fala em sala por seus colegas era tido pelo mesmo como insulto a si. Foi constatado que seu genitor não se referia ao mesmo como “BURRO”, apenas chamava sua atenção para os estudos. L voltou a ser a criança calma e sociável de antes, pois ao contrário do que dizem os estudos relacionados aos TEAS, L gosta de conversar com seus colegas, professores e com os funcionários da instituição, seu desenvolvimento acadêmico é considerado ótimo, pois o aluno consegue se sair melhor que aqueles ditos “normais” e nem ao menos fica em recuperação no final do ano letivo, consegue sua aprovação no tempo regular do ano letivo. INTERVENÇÃO 2: Sujeito envolvido: ALUNO L. A. D. D. C. L é um aluno muito agitado o mesmo é diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Diferente do outro aluno citado no relatório, está enfrentado muita dificuldade em assimilar os conteúdos ministrados em sala e as vezes ainda tem professores que se referem ao esmo de forma desrespeitosa como ocorreu no inicio do ano letivo, onde ao passar pela dos professores ouvi uma professora se referindo ao aluno com o termo “doidela”. Imediatamente me desculpei por está sendo intrometida em sua conversa e disse a mesma: “Me desculpe, mas o nome do aluno não é esse o mesmo se chama L...” Imediatamente procurei a Direção de ensino e pedi orientação, pois, não aceito que um profissional de uma conceituada instituição de ensino que trabalha o respeito ao próximo 29 como sua regra principal, a convivência respeitando a diversidade e o convívio social, fosse extremamente desrespeitosa com o qualquer pessoa e muito menos com um aluno com diagnóstico e acompanhado por psicólogos. A professora em questão foi chamada por sua supervisão sendo orientada e estando ciente da especificidade do aluno e a importância do respeito ao próximo. 4.2.2 APROXIMAÇÕES DIAGNÓSTICAS (análise dos resultados) A escola escolhida para o estágio é muito organizada e procura aperfeiçoar seus professores e profissionais para que estejam habilitados a lidar com situações que podem surgir em ambientes com alunos em processo de inclusão, tanto está oferendo uma especialização com dupla certificação, sendo as mesmas em Psicopedagogia e Educação Inclusiva, mas o número de pessoas interessadas e participando do curso é de apenas 10% do quadro de funcionários da instituição. Quando relato sobre as divergências entre teoria e prática da no que se refere a inclusão de alunos com necessidades de Educação com atendimento especializado as experiências ao longo da vida acadêmica de minha graduação em pedagogia, pois durante os quatro anos de graduação pude vivenciar os ambientes de educação público e privado e é fato que a Educação privada busca se adequar para atender público diversificado e quando falamos em educação pública a realidade é bem diferente, pois o que presenciamos é salas muitas das vezes superlotadas e profissionais sem qualificação voltada para a Educação Inclusiva que tem que se desdobrar para dar conta de ministrar suas aulas e dar atenção a seus alunos especiais. Quanto à falta de estrutura na escola em que o estágio foi realizado os relatos são baseados em vivencias de minha vida acadêmica, pois a escola na qual realizei meu estágio é uma instituição de ensino privado e visando um atendimento de qualidade aos seus clientes, está em constantes transformações em busca de adequações para o atendimento a crianças em processo de inclusão, tanto que como dito anteriormente oferece especialização para seus funcionários voltada para a área de Educação Inclusiva. No que tange a estrutura física a escola possui rampas de acesso, banheiro de acessibilidade, apesar de não possuir entre seus alunos, alguém cego, possui sinalização em todas as áreas internas da escola. A escola possui ainda as salas MASP onde os alunos têm aulas de realidade aumentada, onde os mesmos recebem um Táblet para desenvolverem suas atividades e têm a oportunidade de assistir aulas com materiais físicos do corpo humano, podem desenvolver atividades de ciências para a utilização de microscópios, para as aluas de 30 Aprendizagem Baseada em Problemas, a escola cada unidade da escola possui uma impressora em três D e dois drones, para as aulas de PBL as escolas possuem um professor específico para tal, quanto as aulas de realidade aumentada cada professor das pode agendar um horário e trabalhar um tema relacionado a sua disciplina. Aqui você deve à luz da fundamentação teórica apresentando anteriormente, analisar e apresentar os resultados gerados por sua intervenção nesta instituição e/ou junto aos sujeitos envolvidos. Além disso, poderá apresentar os possíveis encaminhamentos para o caso analisado. Nas intervenção você pode perceber o apoio do corpo técnico da escola, pedagogos orientadores? A escola tem sala adequada para acompanhamento (sala multifuncional por exemplo) e aconselhamento dos alunos com necessidades especiais?; há na escola uma equipe multidisciplinar voltada para atender as crianças com necessidades especiais, já que são muitos ou os pais devem pagar acompanhamento particular? No contexto estudado que papel deve ter o neoropsicopedagogo no acompanhamento das crianças com necessidades especiais? São questões como estas que devem conter na sua análise, essa é a sua contribuição como pesquisadora/especialista/autora. 7- CONSIDERAÇÕES FINAIS A Inclusão gera grandes transformações nas escolas, desde suas estruturas físicas às equipes de profissionais, ou seja, não bastam adaptar suas estruturas físicas como também capacitar seus profissionais para que estejam aptosa lidar com determinadas situações a que se é suscetível em se tratando de crianças com especificidades. Atualmente, o professor tem assumido parte da responsabilidade de auxilio alunos excepcionais, quando na realidade todo o quadro escolar deve estar, como ditos relatado ao longo deste trabalho, preparado para lidar com situações envolvendo com necessidades educacionais especiais, estando aptos para administrar possíveis situações ocasionadas por circunstância de seu comportamento vulnerável e sua capacidade para desenvolver ataques de fúria por motivos às vezes considerados fúteis. A educação especial necessita de um olhar apaixonado, um olhar diferenciado, para desenvolvermos esse trabalho tão lindo e de resultados tão significantes, para pessoas com o dom especial para trabalhar com esses seres especiais e que tanto precisam de nosso apoio, mas que não é por serem crianças com TEA que os transformam em coitadinhos, pelo contrário, são crianças extremante capazes embora tenham limitações em desenvolver algumas atividades. 31 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (2017). Constituição da República federativa do Brasil. Brasília: Senado, 2017. .______ LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008. Disponível no site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11788.htm. Acessado em 03 de janeiro de 2019. Site: https://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-vygotsky/- acessado em 02 de janeiro de 2019. (veja no caderno de metodologia do trabalho científico como fazer referencias de livros, textos legislativos, artigos de revistas, principalmente as publicadas na internet. E corria. Uma regra básica é que todo autor citado no trabalho deve ser referenciado, muitos autores que você citou não foram referenciados) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11788.htm https://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-vygotsky/- 32 ANEXOS Neste item, você deverá inserir os documentos que validam o seu trabalho. São eles: 1. Carta de apresentação. 2. Termo de compromisso. 3. Termo de Consentimento. 4. Declaração de Estágio. 5. Autorização dos Pais. 6. Declaração de Estágio. 7. Laudo ou Diagnóstico. 8. Roteiro de Intervenção.
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