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Grandes Áreas da Administração Pública

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Processo Administrativo 
e Gestão de Operações 
no Setor Público
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Fabiano Siqueira dos Prazeres
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Grandes Áreas da Administração Pública
• Grandes Áreas da Administração Pública
• Recursos Humanos
• Recursos Financeiros
• Marketing
• Administração de Materiais e Serviços
 · O objetivo central desta unidade é apresentar as grandes áreas da 
Administração Pública com o intuito de garantir aos seus gestores o 
funcionamento da atividade administrativa de maneira consistente, 
visando alcançar os objetivos propostos pelo governo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Olá aluno(a)!
Nesta Unidade, você encontrará informações sobre as Grandes Áreas da 
Administração Pública.
Faça uma leitura concisa do material disponível, pois contém informações 
importantes para sua formação profissional. Não se esqueça também de 
acessar o material complementar e realizar todas as atividades propostas.
Bom estudo!
ORIENTAÇÕES
Grandes Áreas da Administração Pública
UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
Contextualização
Na visão tradicional, uma organização pública é organizada e controlada por 
autoridade legítima, que estabelece objetivos, define estrutura, escolhe e administra 
os dirigentes e busca formas de garantir seu funcionamento de maneira consistente 
com os objetivos do governo.
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Grandes Áreas da Administração Pública
Na sequência da disciplina Processo Administrativo e Gestão de Operações no 
Setor Público, referente ao curso de Gestão Pública EAD, iniciam-se, agora, os 
ensinamentos relativos ao tema Grandes Áreas da Administração Pública.
O conteúdo da unidade constará de assuntos pertinentes aos Recursos Humanos, 
Recursos Financeiros, Marketing e Administração de Materiais e Serviços, conforme 
Figura abaixo:
Figura 1 – Grandes Áreas da Administração Pública
Fonte: elaborada pelo autor.
Na visão tradicional, uma organização pública é organizada e controlada 
por autoridade legítima, que estabelece objetivos, define estrutura, escolhe 
e administra os dirigentes e busca formas de garantir seu funcionamento de 
maneira consistente com os objetivos do governo. Contudo, para atingir esses 
objetivos, é necessária a divisão do trabalho em especialidades da administração, 
a fim de aperfeiçoar a estrutura e o funcionamento das organizações públicas. 
(SALDANHA, 2006).
A seguir, seguem os ensinamentos divididos por áreas, a fim de tornar a leitura 
mais didática e agradável.
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UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
Recursos Humanos
Para iniciar o assunto Recursos Humanos, torna-se necessário trazer à baila um 
pouco da sua historicidade, muito bem descrita, a seguir, por Saldanha (2006):
A função recursos humanos, surgida nos Estados Unidos sob o Nome de 
administração de pessoal, em 1983, com a criação da Comissão do Serviço Público, 
tinha a finalidade de proteger o sistema de mérito contra intromissões políticas.
Ao final do século XX, quando falhavam patentemente as instituições e a 
máquina governamental, a tendência era culpar as deficiências morais dos políticos 
e daqueles que ocupavam os postos burocráticos de responsabilidade.
Desde o início da administração de pessoal no serviço público até a década 
de 1960, nos Estados Unidos, esse tipo de gestão havia se caracterizado pelas 
seguintes diretrizes: a luta antiempreguista, o critério da eficiência e a influência 
das relações humanas.
No Brasil, a administração de pessoal passou a ser organizada em 1936, com 
a lei do reajustamento. Criou-se o Conselho Federal do Serviço Público Civil, 
subordinado ao Presidente da República, e instituiu-se, em cada Ministério, uma 
comissão de eficiência. Naquela época, a organização do serviço de pessoal foi 
padronizada, contando com as seguintes seções: administrativa, de controle, 
financeira e de assistência social.
Em meados da década de 1980, a noção de administração de pessoal começou 
a ser substituída pela de administração de recursos humanos. Na gestão pública, 
esse tipo de administração tem sido descrito como a função de planejar, coordenar 
e controlar a obtenção de mão de obra necessária à organização pública.
Basicamente, a função de recursos humanos atém-se a todos os problemas 
associados à eficiente aquisição de mão de obra e ao uso dos recursos humanos 
disponíveis para manter ou ampliar as atividades de uma organização pública.
De acordo com Chiavenato (2006), o mundo mudou, os negócios também e 
muitas organizações ficaram para trás nesse processo de corrida e de transformação 
contínua e progressiva. Na administração pública não é diferente. Existe hoje 
uma forte e urgente necessidade de talentos e competências humanas. Assim, 
no mundo moderno, a administração pública precisa se equiparar aos talentos e 
competências para poder acompanhar a forte mudança e evolução. Saber alcançar 
a excelência na prestação dos serviços públicos não depende apenas de conquistar, 
reter, aplicar, desenvolver, motivar e recompensar talentos, mas, principalmente, 
de gerir competência e alcançar resultados significativos por meio delas.
Ainda há que se atentar para o advento da gestão de pessoas, no caso, aplicada 
à Gestão Pública. O Quadro, abaixo, apresenta alguns tópicos mencionados por 
Chiavenato (2006) que devem ser observados no processo de gestão de pessoas:
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Quadro 1 – Gestão de Pessoas
Fonte: Chiavenato (2006). Adaptado pelo autor.
Chiavenato (2006) discorre sobre cada tópico da seguinte forma:
Liderança: é um fenômeno social que ocorre exclusivamente em grupos 
sociais. Ela é definida como uma influência interpessoal exercida em uma dada 
situação e dirigida pelo processo de comunicação humana para a consecução de 
um ou mais objetivos específicos.
Avaliação de desempenho: é uma responsabilidade gerencial que procura 
monitorar o trabalho da equipe e de cada membro e os resultados alcançados 
para compará-los com os resultados esperados. Preocupa-se com a eficiência e 
com a eficácia, com a qualidade e com a produtividade.
Treinamento e desenvolvimento: a modernização da organização deve 
começar pelas pessoas que nelas trabalham. A modernização passa antes pela 
cabeça das pessoas e pela sua competência para chegar posteriormente às 
máquinas, equipamentos, métodos, processos, produtos e serviços. Estas são as 
consequências da modernização.
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UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
Neste sentido, o treinamento faz parte do desenvolvimento das pessoas. Em 
outras palavras, é um aspecto específico do desenvolvimento de pessoal que, 
por seu lado, é um aspecto específico do desenvolvimento organizacional, que 
pode ser definido como a mudança planejada da organização, seja da sua cultura, 
dinâmica ou estrutura.
Recompensas e punições: as recompensas oferecem incentivos para 
estimular certos tipos de comportamentos que a organização deseja obter e 
valorizar em seus participantes; enquanto as punições aplicam os castigos e as 
penalidades, reais ou potenciais, para coibir certos tipos de comportamentos 
não desejados pela organização. Ambos servem para balizar o comportamento 
das pessoas na organização.
Recrutamento e seleção: recrutamento é um conjunto de técnicas e 
procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e 
capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema 
de informação, por meio da qual a organização divulga e oferece ao mercado 
recursos humanos as oportunidades de emprego que pretende preencher. 
A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que 
apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que 
apresentam características desejadas pela organização.
Gestão de conflitos: as pessoas nunca têm objetivos e interesses idênticos.As 
diferenças de objetivos e de interesses pessoais sempre produzem uma espécie 
de conflito. O conflito é inerente à vida de cada indivíduo e faz parte da natureza 
humana, constitui o lado oposto da cooperação. A palavra conflito está ligada à 
discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo.
Gestão de Competências: competência significa a qualidade que uma pessoa 
possui e que é percebida pelos outros. Não adianta possuir competências, é 
necessário que as outras pessoas reconheçam sua existência. As competências 
básicas sejam na forma de conhecimentos, habilidades ou atitudes são as 
características individuais essenciais para o desempenho da atividade profissional e 
que diferenciam enormemente o desempenho das pessoas.
Gestão do conhecimento e capital intelectual: na era da informação, o 
recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro para ser o capital 
intelectual, baseado no conhecimento. Isso significa que o recurso mais 
importante, na atualidade, não é mais o dinheiro, mas o conhecimento. O 
conhecimento conduz a novas formas de trabalho e de comunicação, a novas 
estruturas e tecnologias e a novas formas de interação humana.
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Recursos Financeiros
Partindo do conceito, a administração financeira, em uma organização pública, 
centraliza-se na captação, na aplicação e na distribuição eficiente dos recursos 
necessários para satisfazer aos anseios da população e aos objetivos e metas aos 
quais se propõe o governo. (SALDANHA, 2006).
De acordo com Rezende (2001), as funções do governo na economia expandi-
ram-se bastante no século XX, refletindo uma evolução dos princípios teóricos que 
recomendavam a necessidade de intervenção governamental no sistema econômico, 
bem como modificações nas preferências da coletividade quanto à intervenção do 
governo em atividades relacionadas à distribuição da renda nacional.
Para Musgrave (1980), como resultado dessa evolução, ampliou-se o elenco das 
atribuições econômicas governamentais. Assim, nos Estados modernos, a política 
de gastos, ou política fiscal do governo, tem três principais funções: distributiva, 
estabilizadora e alocativa.
Figura 2 – Funções
Fonte: elaborada pelo autor.
Função Distributiva
A função distributiva é a mais complexa das três, ocupando uma posição de 
destaque na determinação da política fiscal e dos pagamentos de transferências. 
Ela tem como objetivo distribuir a renda e a riqueza à população de modo mais 
equilibrado, minimizando as diferenças que o sistema de mercado provoca em 
sua distribuição. Teoricamente, a ótima distribuição de renda seria aquela que 
maximizaria os diferentes níveis de utilidade da população. No entanto, tais níveis 
não são de fácil alcance, pois o padrão correto de distribuição varia de sociedade 
para sociedade. (MUSGRAVE, 1980).
Função Estabilizadora
A função estabilizadora, proposta pela teoria keynesiana, tem por objetivo alcançar 
um elevado nível de emprego, uma razoável estabilidade no nível de preços, o equilíbrio 
na balança de pagamentos e uma aceitável taxa de crescimento econômico. Essa 
função regula a sintonia entre a oferta e a demanda. (MUSGRAVE, 1980).
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UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
Função Alocativa
A função alocativa diz respeito ao fornecimento de bens públicos, que são 
aqueles cuja utilização por um indivíduo não implica a indisponibilidade para os 
outros indivíduos. Como o mercado não tem mecanismos de fornecimento e 
financiamento desses bens, o governo deve oferecê-los à sociedade. Como exemplos 
de bens públicos figuram: praças, iluminação pública, policiamento, estradas. Há 
ainda bens que possuem características tanto de bens públicos como de privados, 
e que podem ser financiados pela iniciativa privada, como educação e saúde, mas 
que devem ser universalizados pelo governo devido aos seus benefícios tanto para 
o indivíduo como para a sociedade. (MUSGRAVE, 1980).
Marketing
Neste tópico, será apresentado o marketing público, aplicado pelas organizações 
públicas; o marketing de negócios, utilizado pelas organizações privadas; e o 
marketing social, empregado pelas organizações não governamentais. Explica-
se a necessidade de mencionar a utilização do marketing por todos os tipos de 
organizações a fim de compreendê-lo em meio à gestão pública.
Inicialmente, para melhor interpretação do conceito de marketing, faz-se 
necessário citar alguns autores renomados que já se dedicaram aos seus estudos:
Em concepção ampla, Saldanha (2006), ensina que marketing é “[...] a área do 
conhecimento do saber administrativo incumbida de estudar o relacionamento de 
uma organização com os mercados e públicos aos quais está ligada.”
No caso da gestão pública, utiliza-se um bem ou um serviço, como iluminação 
pública ou um transporte coletivo, pouco se preocupa em saber como foi analisado, 
planejado e estabelecido aquele ponto de luz ou aquela linha de ônibus. Contudo, 
sabe-se que esses produtos ou serviços foram criados para satisfazer às necessidades 
da população. Essa versão é a mais moderna do marketing. A versão anterior 
estava relacionada à definição de fluxo do bem ou do serviço ao cidadão final. Isso 
mostra que, enquanto uma versão estava mais preocupada com o processo, a versão 
moderna preocupa-se com os resultados (SALDANHA, 2006).
No entanto, a busca do atendimento aos anseios da população não é uma atividade 
simples. Ela depende de uma série de fatores, como a pesquisa, o desenvolvimento 
de produtos, a distribuição, a tarifa, a promoção e a venda. Trata-se de fatores 
que definem uma série de atividades coordenadas pelo setor público, isto é, pela 
Administração Direta e Indireta, a fim de produzir determinado bem ou prestar certo 
serviço público. (SALDANHA, 2002).
Kotler (2012), um dos maiores estudiosos do tema, ministra que o marketing 
envolve a identificação e satisfação das necessidades humanas e sociais. Pode-se dizer 
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que uma das mais sucintas e melhores definições de marketing é suprir necessidades 
gerando lucro. Neste sentido, os profissionais de marketing se envolvem na gestão da 
troca de diferentes tipos de produtos: bens, serviços, eventos, experiências, pessoas, 
lugares, propriedades, organizações, informações e ideias. Assim, o marketing pode 
ser visto como a identificação, criação, comunicação, entrega e monitoramento do 
valor para o cliente. 
Segundo Drucker (1991), o Marketing é tão básico que não pode ser considerado 
uma função separada no contexto da gestão. É um negócio como um todo visto do 
ponto de vista como um resultado final, isto é, do ponto de vista do consumidor.
Conforme os autores Eztel, Walker e Stanton (2001), o marketing pode ocorrer 
no momento em que uma unidade social (pessoa ou organização) se esforça 
para trocar alguma coisa de valor com outra unidade social. Assim, a essência 
do marketing é uma transação ou uma troca. Nesse sentido amplo, o marketing 
consiste de atividades desenvolvidas para gerar e facilitar trocas que pretendem 
satisfazer as necessidades e os desejos humanos.
Para Cobra (1992), o papel do marketing é então identificar necessidades 
não satisfeitas, de modo a disponibilizar no mercado produtos ou serviços que, 
ao mesmo tempo, proporcionem satisfação dos consumidores, gerem resultados 
auspiciosos aos acionistas e ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas e 
da comunidade em geral.
Já Las Casas (2006), evocando definição da American Marketing Association, 
cita que marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, 
promoção e distribuição de ideias, bens e serviços, organizações e eventos para 
criar trocas que venham satisfazer objetivos individuais e organizacionais.
De acordo com Kotler (1994, p. 25), marketing é um processo social e gerencial 
pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através dacriação, 
oferta e troca de produtos de valor com outros. Para ele tal definição se baseia 
em alguns conceitos centrais como necessidades, desejos, demandas, produtos, 
mercados e trocas.
O ser humano possui necessidades e desejos. Para sobreviver, as pessoas 
precisam satisfazer suas necessidades básicas como alimentação, vestuário, saúde, 
moradia e segurança. Além disso, elas desejam educação, lazer, conforto, entre 
outros, dando prioridade para algumas marcas específicas de bens ou serviços, 
satisfazendo as necessidades peculiares. Exemplificando, uma criança necessita de 
certos alimentos essenciais para crescer saudável, porém, deseja profundamente 
comer hambúrguer e batatas fritas. (ALVES, 2015).
Os desejos se transformam em demandas quando são sustentados pela disposição 
e a própria possibilidade de execução de compra. Demanda é o poder de compra 
que as pessoas possuem em relação aos seus desejos. A compra de uma casa ou 
carro só poderá se concretizar a partir do momento em que alguém decida e tenha 
condições financeiras para tanto. São as demandas por produtos oferecidos no 
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UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
mercado e, para satisfazer as necessidades e desejos das pessoas, são oferecidos 
produtos, bens e serviços disponíveis no mercado. (ALVES, 2015).
Ainda segundo os ensinamentos de Kotler (1994, p. 28), [...] o mercado 
consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de necessidades 
e desejos específicos, dispostos e habilitados para fazerem trocas que satisfaçam 
estas necessidades, estes desejos.
De acordo com Alves (2015), a decisão das pessoas em satisfazerem suas 
necessidades e desejos somente será concretizada se houver a troca dos bens ou 
serviços por algo que, no caso do marketing de negócios, é o capital. Para o autor 
é [...] justamente, nesse momento, que surge o marketing.
Com relação ao marketing social, o mesmo autor ensina:
O marketing social, ao contrário, difere-se do marketing de negócios 
essencialmente no momento da troca, quando não há o lucro: ao invés 
do capital, a formação do capital social, da mesma forma o atendimento 
das necessidades e desejos da coletividade, e não as individuais. Em 
suma, o marketing social é aquele utilizado pelas organizações do TS 
com o intuito de auxiliá-las a cumprir os objetivos sociais, atendendo às 
necessidades da coletividade, das demandas sociais, não visando lucro. 
(ALVES, 2015).
Kotler (1978, p. 288), apresenta a seguinte definição:
O marketing social é o projeto, a implantação e o controle de programas 
que procuram aumentar a aceitação de uma ideia ou prática social num 
grupo-alvo. Utiliza conceitos de segmentação de mercado, de pesquisa 
de consumidores, de configuração de ideias, de comunicações, de 
facilitação de incentivos e a teoria da troca, a fim de maximizar a reação 
do grupo-alvo.
Alves (2015) esclarece que no início dos anos 1990, com o aprofundamento 
dos estudos acerca do Terceiro Setor, as técnicas de marketing começaram a ser 
utilizadas pelas ONGs com o intuito de propiciar o alcance de seus objetivos.
Segundo o autor:
Nesse período, seu uso era limitado a poucas organizações do Terceiro 
Setor, comumente partidos políticos ou ONGs com fins culturais. Na 
atualidade, diversas organizações utilizam o marketing como forma de 
dar publicidade a temas sociais como educação, saúde, meio ambiente, 
inclusão, entre outros. Tais técnicas, quando aplicadas por ONGs e voltadas 
tão somente à melhoria de condições sociais, recebem a denominação 
de marketing social. No entanto, ainda há muito que se aprender a fim 
de utilizar o marketing social como vetor determinante de geração de 
mudanças nas demandas desassistidas. Salienta-se que, na maioria das 
vezes, as pequenas entidades ainda não têm acesso a essa ferramenta de 
gestão, restringindo a aplicabilidade somente às grandes ONGs. 
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Manzione (2006, p. 43) reforça tal afirmação quando diz:
As atividades de marketing no Terceiro Setor vêm se tornando cada vez 
mais profissionais. Esse fato é visível, porém só no que tange às grandes 
entidades. Uma organização como o Greenpeace conquistou visibilidade 
internacional a partir de atividades de marketing coordenadas. O mesmo 
ocorre, localmente, com a SOS Mata Atlântica.
Para Saldanha (2006), na literatura da Gestão Pública, podem-se encontrar três 
tipos de marketing: o tradicional, o social e o político. A saber:
Figura 3 – Tipos de Marketing no Setor Público
Fonte: Elaborada pelo autor.
Marketing Tradicional
O marketing tradicional no setor público é a análise, o planejamento, a 
implementação e o controle de programas cuidadosamente formulados e planejados 
por uma gestão para proporcionar trocas voluntárias de valores com a população-
alvo, no propósito de atingir os objetivos organizacionais.
O objetivo básico da função de marketing tradicional é estabelecer e manter a 
ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou população. 
Para tais fins, deverá valer-se do estudo da oferta, condicionada à necessidade 
da população-alvo e da correta determinação do preço ou tarifa, da propaganda 
e da distribuição. A esses fatores dá-se o nome de composto de marketing. 
(MAXIMIANO, 2004).
Marketing Social
O marketing pode ser visualizado como um processo social em que as necessidades 
naturais de uma sociedade são identificadas, expandidas e servidas por um conjunto 
de instituições. (TOMAZELLI, 1986).
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UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
O marketing social visa, principalmente, à mudança do comportamento do 
público, para a solução de problemas como: analfabetismo, dependência de 
drogas, alcoolismo, gravidez na adolescência, difusão de doenças transmissíveis 
e desnutrição.
Marketing Político
Do ponto de vista político, o marketing é um conjunto de técnicas que tem como 
objetivo favorecer a adequação de um candidato ao seu eleitorado potencial, torná-
lo conhecido do maior número de eleitores e de cada um deles, criar a diferença 
em relação aos concorrentes e, com um mínimo de recursos, otimizar o número 
de sufrágios que é necessário ganhar durante a campanha. (BONGRAND, 1986)
Finalmente, resta mencionar a diferença fundamental entre o marketing do 
setor público e o marketing do setor privado, qual seja:
Na iniciativa privada, o consumidor deve ser convencido a comprar o produto ou 
serviço. Já no serviço público, o cidadão busca o serviço por necessidade, exceto 
em estatais com características empresariais. (SALDANHA, 2006).
Administração de Materiais e Serviços
Uma organização pública é um sistema aberto em constante intercâmbio com 
o ambiente externo e, ao mesmo tempo, é constituída internamente de outros 
subsistemas, bem como de informações que fluem dentro e fora desses sistemas, 
as quais vão acionar os fluxos de materiais necessários para a consecução dos 
respectivos objetivos programados. (SALDANHA, 2006)
Neste sentido, a administração de materiais e serviços envolve a totalidade dos 
fluxos de informações e de materiais na organização pública, desde a programação de 
tais itens, compras, recepção, armazenamento, conservação, controle, movimentação 
interna, diligenciamento e transporte externo. (SALDANHA, 2006).
Ela tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento dos materiais 
necessários e capazes de atender aos serviços executados por uma organização. 
(MESSIAS, 1989).
Martins (2005) ensina: dado que as atividades da área de materiais devem ser 
integradas, argumenta-se que todas as decisões precisam ser concentradas em um 
só órgão. E completa dizendo que as principais atribuições da área de materiais são: 
compra, programação, armazenamento e logística. Para o autor, a administração 
de materiais e serviços possuem um ciclo que, adaptado às peculiaridades da gestão 
pública, formam a figura abaixo:
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Figura 4 – Ciclo da Administração de Materiais
Fonte: Martins (2005). Adaptada pelo autor.
Conforme os ensinamentos de Martins (2005), o ciclo da administração de 
materiais ocorre da seguinte forma:
As necessidades dos contribuintes devem ser analisadas para que a empresa 
avalie se poderá atendê-las a partir dos estoques existentes ou se terá de iniciar 
um processo de reposição de material por meio da compra, em se tratando de 
produtos fornecidos por terceiros, ou de produção, no caso de produtos fabricados 
internamente pela empresa.
O recebimento dos produtos pedidos pode envolver diversas atividades, 
relativas à área fiscal e contábil, da qualidade, de verificação de quantidades 
entregues e atividades necessárias ao registro dos materiais entregues nos 
sistemas de materiais da organização.
O armazenamento de materiais é uma atividade especializada e consiste em 
armazenar adequadamente os materiais para que seja possível sua rápida recuperação 
e a manutenção dos níveis de qualidade e para que a entrega seja facilitada.
A logística de distribuição visa à entrega dos materiais no ponto certo, ao menor 
custo e no menor prazo, mantendo suas condições de qualidade.
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UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Para ampliar seus conhecimentos, consulte:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
www.ibge.gov.br
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
www.ibama.gov.br
Portal Senai São Paulo
www.sp.senai.br/
SESC SP
www.sescsp.org.br/
Agência Nacional de Telecomunicações
www.anatel.gov.br/institucional/
Fundação Nacional do índio
www.funai.gov.br
Banco Central do Brasil
www.bacen.gov.br
Conselho Administrativo de Defesa Econômica
www.cade.gov.br
Senado Federal
www.senado.gov.br
Câmara Federal
www2.camara.leg.br/
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Referências
ALVES, André Luis Centofante. Gestão de Organizações Não Governamentais. 
Curitiba: CRV, 2015.
BONGRAND, Michel. O marketing político. Lisboa: Publicações Europa-
América, 1986.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. 3.ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2006.
COBRA, Marcos Henrique Nogueira. Administração de Marketing no Brasil . 
São Paulo: Elsevier, 2009.
ETZEL, Michael J.; WALKER, Bruce J.; STANTON, William J. Marketing. São Paulo: 
Editora Makron Books Ltda, 2001.
KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, imple-
mentação e controle. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1994.
______. Administração de Marketing. 14.ed. São Paulo: Bookman, 2012.
MANZIONE, Sydney. Marketing para o terceiro setor: guia prático para implan-
tação de marketing em organizações filantrópicas. São Paulo: Novatec, 2006.
MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. São Paulo: 
Saraiva, 2005.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: 
Atlas, 2004.
MESSIAS, Sérgio B. Manual da Administração de Materiais. São Paulo: 
Atlas, 1989.
MUSGRAVE, Richard A. Finanças públicas: teoria e prática. Rio de Janeiro: 
Campus, 1980.
REZENDE, Fernando. Finanças públicas. São Paulo: Atlas, 2001.
SALDANHA, Clezio. Introdução à Gestão Pública. São Paulo: Saraiva, 2006.
TOMAZELLI, Luiz Carlos. Marketing político. Porto Alegre: Rigel, 1986.
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