Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processo Administrativo e Gestão de Operações no Setor Público Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Fabiano Siqueira dos Prazeres Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan Grandes Áreas da Administração Pública • Grandes Áreas da Administração Pública • Recursos Humanos • Recursos Financeiros • Marketing • Administração de Materiais e Serviços · O objetivo central desta unidade é apresentar as grandes áreas da Administração Pública com o intuito de garantir aos seus gestores o funcionamento da atividade administrativa de maneira consistente, visando alcançar os objetivos propostos pelo governo. OBJETIVO DE APRENDIZADO Olá aluno(a)! Nesta Unidade, você encontrará informações sobre as Grandes Áreas da Administração Pública. Faça uma leitura concisa do material disponível, pois contém informações importantes para sua formação profissional. Não se esqueça também de acessar o material complementar e realizar todas as atividades propostas. Bom estudo! ORIENTAÇÕES Grandes Áreas da Administração Pública UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública Contextualização Na visão tradicional, uma organização pública é organizada e controlada por autoridade legítima, que estabelece objetivos, define estrutura, escolhe e administra os dirigentes e busca formas de garantir seu funcionamento de maneira consistente com os objetivos do governo. 6 7 Grandes Áreas da Administração Pública Na sequência da disciplina Processo Administrativo e Gestão de Operações no Setor Público, referente ao curso de Gestão Pública EAD, iniciam-se, agora, os ensinamentos relativos ao tema Grandes Áreas da Administração Pública. O conteúdo da unidade constará de assuntos pertinentes aos Recursos Humanos, Recursos Financeiros, Marketing e Administração de Materiais e Serviços, conforme Figura abaixo: Figura 1 – Grandes Áreas da Administração Pública Fonte: elaborada pelo autor. Na visão tradicional, uma organização pública é organizada e controlada por autoridade legítima, que estabelece objetivos, define estrutura, escolhe e administra os dirigentes e busca formas de garantir seu funcionamento de maneira consistente com os objetivos do governo. Contudo, para atingir esses objetivos, é necessária a divisão do trabalho em especialidades da administração, a fim de aperfeiçoar a estrutura e o funcionamento das organizações públicas. (SALDANHA, 2006). A seguir, seguem os ensinamentos divididos por áreas, a fim de tornar a leitura mais didática e agradável. 7 UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública Recursos Humanos Para iniciar o assunto Recursos Humanos, torna-se necessário trazer à baila um pouco da sua historicidade, muito bem descrita, a seguir, por Saldanha (2006): A função recursos humanos, surgida nos Estados Unidos sob o Nome de administração de pessoal, em 1983, com a criação da Comissão do Serviço Público, tinha a finalidade de proteger o sistema de mérito contra intromissões políticas. Ao final do século XX, quando falhavam patentemente as instituições e a máquina governamental, a tendência era culpar as deficiências morais dos políticos e daqueles que ocupavam os postos burocráticos de responsabilidade. Desde o início da administração de pessoal no serviço público até a década de 1960, nos Estados Unidos, esse tipo de gestão havia se caracterizado pelas seguintes diretrizes: a luta antiempreguista, o critério da eficiência e a influência das relações humanas. No Brasil, a administração de pessoal passou a ser organizada em 1936, com a lei do reajustamento. Criou-se o Conselho Federal do Serviço Público Civil, subordinado ao Presidente da República, e instituiu-se, em cada Ministério, uma comissão de eficiência. Naquela época, a organização do serviço de pessoal foi padronizada, contando com as seguintes seções: administrativa, de controle, financeira e de assistência social. Em meados da década de 1980, a noção de administração de pessoal começou a ser substituída pela de administração de recursos humanos. Na gestão pública, esse tipo de administração tem sido descrito como a função de planejar, coordenar e controlar a obtenção de mão de obra necessária à organização pública. Basicamente, a função de recursos humanos atém-se a todos os problemas associados à eficiente aquisição de mão de obra e ao uso dos recursos humanos disponíveis para manter ou ampliar as atividades de uma organização pública. De acordo com Chiavenato (2006), o mundo mudou, os negócios também e muitas organizações ficaram para trás nesse processo de corrida e de transformação contínua e progressiva. Na administração pública não é diferente. Existe hoje uma forte e urgente necessidade de talentos e competências humanas. Assim, no mundo moderno, a administração pública precisa se equiparar aos talentos e competências para poder acompanhar a forte mudança e evolução. Saber alcançar a excelência na prestação dos serviços públicos não depende apenas de conquistar, reter, aplicar, desenvolver, motivar e recompensar talentos, mas, principalmente, de gerir competência e alcançar resultados significativos por meio delas. Ainda há que se atentar para o advento da gestão de pessoas, no caso, aplicada à Gestão Pública. O Quadro, abaixo, apresenta alguns tópicos mencionados por Chiavenato (2006) que devem ser observados no processo de gestão de pessoas: 8 9 Quadro 1 – Gestão de Pessoas Fonte: Chiavenato (2006). Adaptado pelo autor. Chiavenato (2006) discorre sobre cada tópico da seguinte forma: Liderança: é um fenômeno social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Ela é definida como uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida pelo processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Avaliação de desempenho: é uma responsabilidade gerencial que procura monitorar o trabalho da equipe e de cada membro e os resultados alcançados para compará-los com os resultados esperados. Preocupa-se com a eficiência e com a eficácia, com a qualidade e com a produtividade. Treinamento e desenvolvimento: a modernização da organização deve começar pelas pessoas que nelas trabalham. A modernização passa antes pela cabeça das pessoas e pela sua competência para chegar posteriormente às máquinas, equipamentos, métodos, processos, produtos e serviços. Estas são as consequências da modernização. 9 UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública Neste sentido, o treinamento faz parte do desenvolvimento das pessoas. Em outras palavras, é um aspecto específico do desenvolvimento de pessoal que, por seu lado, é um aspecto específico do desenvolvimento organizacional, que pode ser definido como a mudança planejada da organização, seja da sua cultura, dinâmica ou estrutura. Recompensas e punições: as recompensas oferecem incentivos para estimular certos tipos de comportamentos que a organização deseja obter e valorizar em seus participantes; enquanto as punições aplicam os castigos e as penalidades, reais ou potenciais, para coibir certos tipos de comportamentos não desejados pela organização. Ambos servem para balizar o comportamento das pessoas na organização. Recrutamento e seleção: recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema de informação, por meio da qual a organização divulga e oferece ao mercado recursos humanos as oportunidades de emprego que pretende preencher. A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que apresentam características desejadas pela organização. Gestão de conflitos: as pessoas nunca têm objetivos e interesses idênticos.As diferenças de objetivos e de interesses pessoais sempre produzem uma espécie de conflito. O conflito é inerente à vida de cada indivíduo e faz parte da natureza humana, constitui o lado oposto da cooperação. A palavra conflito está ligada à discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo. Gestão de Competências: competência significa a qualidade que uma pessoa possui e que é percebida pelos outros. Não adianta possuir competências, é necessário que as outras pessoas reconheçam sua existência. As competências básicas sejam na forma de conhecimentos, habilidades ou atitudes são as características individuais essenciais para o desempenho da atividade profissional e que diferenciam enormemente o desempenho das pessoas. Gestão do conhecimento e capital intelectual: na era da informação, o recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro para ser o capital intelectual, baseado no conhecimento. Isso significa que o recurso mais importante, na atualidade, não é mais o dinheiro, mas o conhecimento. O conhecimento conduz a novas formas de trabalho e de comunicação, a novas estruturas e tecnologias e a novas formas de interação humana. 10 11 Recursos Financeiros Partindo do conceito, a administração financeira, em uma organização pública, centraliza-se na captação, na aplicação e na distribuição eficiente dos recursos necessários para satisfazer aos anseios da população e aos objetivos e metas aos quais se propõe o governo. (SALDANHA, 2006). De acordo com Rezende (2001), as funções do governo na economia expandi- ram-se bastante no século XX, refletindo uma evolução dos princípios teóricos que recomendavam a necessidade de intervenção governamental no sistema econômico, bem como modificações nas preferências da coletividade quanto à intervenção do governo em atividades relacionadas à distribuição da renda nacional. Para Musgrave (1980), como resultado dessa evolução, ampliou-se o elenco das atribuições econômicas governamentais. Assim, nos Estados modernos, a política de gastos, ou política fiscal do governo, tem três principais funções: distributiva, estabilizadora e alocativa. Figura 2 – Funções Fonte: elaborada pelo autor. Função Distributiva A função distributiva é a mais complexa das três, ocupando uma posição de destaque na determinação da política fiscal e dos pagamentos de transferências. Ela tem como objetivo distribuir a renda e a riqueza à população de modo mais equilibrado, minimizando as diferenças que o sistema de mercado provoca em sua distribuição. Teoricamente, a ótima distribuição de renda seria aquela que maximizaria os diferentes níveis de utilidade da população. No entanto, tais níveis não são de fácil alcance, pois o padrão correto de distribuição varia de sociedade para sociedade. (MUSGRAVE, 1980). Função Estabilizadora A função estabilizadora, proposta pela teoria keynesiana, tem por objetivo alcançar um elevado nível de emprego, uma razoável estabilidade no nível de preços, o equilíbrio na balança de pagamentos e uma aceitável taxa de crescimento econômico. Essa função regula a sintonia entre a oferta e a demanda. (MUSGRAVE, 1980). 11 UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública Função Alocativa A função alocativa diz respeito ao fornecimento de bens públicos, que são aqueles cuja utilização por um indivíduo não implica a indisponibilidade para os outros indivíduos. Como o mercado não tem mecanismos de fornecimento e financiamento desses bens, o governo deve oferecê-los à sociedade. Como exemplos de bens públicos figuram: praças, iluminação pública, policiamento, estradas. Há ainda bens que possuem características tanto de bens públicos como de privados, e que podem ser financiados pela iniciativa privada, como educação e saúde, mas que devem ser universalizados pelo governo devido aos seus benefícios tanto para o indivíduo como para a sociedade. (MUSGRAVE, 1980). Marketing Neste tópico, será apresentado o marketing público, aplicado pelas organizações públicas; o marketing de negócios, utilizado pelas organizações privadas; e o marketing social, empregado pelas organizações não governamentais. Explica- se a necessidade de mencionar a utilização do marketing por todos os tipos de organizações a fim de compreendê-lo em meio à gestão pública. Inicialmente, para melhor interpretação do conceito de marketing, faz-se necessário citar alguns autores renomados que já se dedicaram aos seus estudos: Em concepção ampla, Saldanha (2006), ensina que marketing é “[...] a área do conhecimento do saber administrativo incumbida de estudar o relacionamento de uma organização com os mercados e públicos aos quais está ligada.” No caso da gestão pública, utiliza-se um bem ou um serviço, como iluminação pública ou um transporte coletivo, pouco se preocupa em saber como foi analisado, planejado e estabelecido aquele ponto de luz ou aquela linha de ônibus. Contudo, sabe-se que esses produtos ou serviços foram criados para satisfazer às necessidades da população. Essa versão é a mais moderna do marketing. A versão anterior estava relacionada à definição de fluxo do bem ou do serviço ao cidadão final. Isso mostra que, enquanto uma versão estava mais preocupada com o processo, a versão moderna preocupa-se com os resultados (SALDANHA, 2006). No entanto, a busca do atendimento aos anseios da população não é uma atividade simples. Ela depende de uma série de fatores, como a pesquisa, o desenvolvimento de produtos, a distribuição, a tarifa, a promoção e a venda. Trata-se de fatores que definem uma série de atividades coordenadas pelo setor público, isto é, pela Administração Direta e Indireta, a fim de produzir determinado bem ou prestar certo serviço público. (SALDANHA, 2002). Kotler (2012), um dos maiores estudiosos do tema, ministra que o marketing envolve a identificação e satisfação das necessidades humanas e sociais. Pode-se dizer 12 13 que uma das mais sucintas e melhores definições de marketing é suprir necessidades gerando lucro. Neste sentido, os profissionais de marketing se envolvem na gestão da troca de diferentes tipos de produtos: bens, serviços, eventos, experiências, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias. Assim, o marketing pode ser visto como a identificação, criação, comunicação, entrega e monitoramento do valor para o cliente. Segundo Drucker (1991), o Marketing é tão básico que não pode ser considerado uma função separada no contexto da gestão. É um negócio como um todo visto do ponto de vista como um resultado final, isto é, do ponto de vista do consumidor. Conforme os autores Eztel, Walker e Stanton (2001), o marketing pode ocorrer no momento em que uma unidade social (pessoa ou organização) se esforça para trocar alguma coisa de valor com outra unidade social. Assim, a essência do marketing é uma transação ou uma troca. Nesse sentido amplo, o marketing consiste de atividades desenvolvidas para gerar e facilitar trocas que pretendem satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Para Cobra (1992), o papel do marketing é então identificar necessidades não satisfeitas, de modo a disponibilizar no mercado produtos ou serviços que, ao mesmo tempo, proporcionem satisfação dos consumidores, gerem resultados auspiciosos aos acionistas e ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas e da comunidade em geral. Já Las Casas (2006), evocando definição da American Marketing Association, cita que marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham satisfazer objetivos individuais e organizacionais. De acordo com Kotler (1994, p. 25), marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através dacriação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Para ele tal definição se baseia em alguns conceitos centrais como necessidades, desejos, demandas, produtos, mercados e trocas. O ser humano possui necessidades e desejos. Para sobreviver, as pessoas precisam satisfazer suas necessidades básicas como alimentação, vestuário, saúde, moradia e segurança. Além disso, elas desejam educação, lazer, conforto, entre outros, dando prioridade para algumas marcas específicas de bens ou serviços, satisfazendo as necessidades peculiares. Exemplificando, uma criança necessita de certos alimentos essenciais para crescer saudável, porém, deseja profundamente comer hambúrguer e batatas fritas. (ALVES, 2015). Os desejos se transformam em demandas quando são sustentados pela disposição e a própria possibilidade de execução de compra. Demanda é o poder de compra que as pessoas possuem em relação aos seus desejos. A compra de uma casa ou carro só poderá se concretizar a partir do momento em que alguém decida e tenha condições financeiras para tanto. São as demandas por produtos oferecidos no 13 UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública mercado e, para satisfazer as necessidades e desejos das pessoas, são oferecidos produtos, bens e serviços disponíveis no mercado. (ALVES, 2015). Ainda segundo os ensinamentos de Kotler (1994, p. 28), [...] o mercado consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de necessidades e desejos específicos, dispostos e habilitados para fazerem trocas que satisfaçam estas necessidades, estes desejos. De acordo com Alves (2015), a decisão das pessoas em satisfazerem suas necessidades e desejos somente será concretizada se houver a troca dos bens ou serviços por algo que, no caso do marketing de negócios, é o capital. Para o autor é [...] justamente, nesse momento, que surge o marketing. Com relação ao marketing social, o mesmo autor ensina: O marketing social, ao contrário, difere-se do marketing de negócios essencialmente no momento da troca, quando não há o lucro: ao invés do capital, a formação do capital social, da mesma forma o atendimento das necessidades e desejos da coletividade, e não as individuais. Em suma, o marketing social é aquele utilizado pelas organizações do TS com o intuito de auxiliá-las a cumprir os objetivos sociais, atendendo às necessidades da coletividade, das demandas sociais, não visando lucro. (ALVES, 2015). Kotler (1978, p. 288), apresenta a seguinte definição: O marketing social é o projeto, a implantação e o controle de programas que procuram aumentar a aceitação de uma ideia ou prática social num grupo-alvo. Utiliza conceitos de segmentação de mercado, de pesquisa de consumidores, de configuração de ideias, de comunicações, de facilitação de incentivos e a teoria da troca, a fim de maximizar a reação do grupo-alvo. Alves (2015) esclarece que no início dos anos 1990, com o aprofundamento dos estudos acerca do Terceiro Setor, as técnicas de marketing começaram a ser utilizadas pelas ONGs com o intuito de propiciar o alcance de seus objetivos. Segundo o autor: Nesse período, seu uso era limitado a poucas organizações do Terceiro Setor, comumente partidos políticos ou ONGs com fins culturais. Na atualidade, diversas organizações utilizam o marketing como forma de dar publicidade a temas sociais como educação, saúde, meio ambiente, inclusão, entre outros. Tais técnicas, quando aplicadas por ONGs e voltadas tão somente à melhoria de condições sociais, recebem a denominação de marketing social. No entanto, ainda há muito que se aprender a fim de utilizar o marketing social como vetor determinante de geração de mudanças nas demandas desassistidas. Salienta-se que, na maioria das vezes, as pequenas entidades ainda não têm acesso a essa ferramenta de gestão, restringindo a aplicabilidade somente às grandes ONGs. 14 15 Manzione (2006, p. 43) reforça tal afirmação quando diz: As atividades de marketing no Terceiro Setor vêm se tornando cada vez mais profissionais. Esse fato é visível, porém só no que tange às grandes entidades. Uma organização como o Greenpeace conquistou visibilidade internacional a partir de atividades de marketing coordenadas. O mesmo ocorre, localmente, com a SOS Mata Atlântica. Para Saldanha (2006), na literatura da Gestão Pública, podem-se encontrar três tipos de marketing: o tradicional, o social e o político. A saber: Figura 3 – Tipos de Marketing no Setor Público Fonte: Elaborada pelo autor. Marketing Tradicional O marketing tradicional no setor público é a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas cuidadosamente formulados e planejados por uma gestão para proporcionar trocas voluntárias de valores com a população- alvo, no propósito de atingir os objetivos organizacionais. O objetivo básico da função de marketing tradicional é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou população. Para tais fins, deverá valer-se do estudo da oferta, condicionada à necessidade da população-alvo e da correta determinação do preço ou tarifa, da propaganda e da distribuição. A esses fatores dá-se o nome de composto de marketing. (MAXIMIANO, 2004). Marketing Social O marketing pode ser visualizado como um processo social em que as necessidades naturais de uma sociedade são identificadas, expandidas e servidas por um conjunto de instituições. (TOMAZELLI, 1986). 15 UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública O marketing social visa, principalmente, à mudança do comportamento do público, para a solução de problemas como: analfabetismo, dependência de drogas, alcoolismo, gravidez na adolescência, difusão de doenças transmissíveis e desnutrição. Marketing Político Do ponto de vista político, o marketing é um conjunto de técnicas que tem como objetivo favorecer a adequação de um candidato ao seu eleitorado potencial, torná- lo conhecido do maior número de eleitores e de cada um deles, criar a diferença em relação aos concorrentes e, com um mínimo de recursos, otimizar o número de sufrágios que é necessário ganhar durante a campanha. (BONGRAND, 1986) Finalmente, resta mencionar a diferença fundamental entre o marketing do setor público e o marketing do setor privado, qual seja: Na iniciativa privada, o consumidor deve ser convencido a comprar o produto ou serviço. Já no serviço público, o cidadão busca o serviço por necessidade, exceto em estatais com características empresariais. (SALDANHA, 2006). Administração de Materiais e Serviços Uma organização pública é um sistema aberto em constante intercâmbio com o ambiente externo e, ao mesmo tempo, é constituída internamente de outros subsistemas, bem como de informações que fluem dentro e fora desses sistemas, as quais vão acionar os fluxos de materiais necessários para a consecução dos respectivos objetivos programados. (SALDANHA, 2006) Neste sentido, a administração de materiais e serviços envolve a totalidade dos fluxos de informações e de materiais na organização pública, desde a programação de tais itens, compras, recepção, armazenamento, conservação, controle, movimentação interna, diligenciamento e transporte externo. (SALDANHA, 2006). Ela tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento dos materiais necessários e capazes de atender aos serviços executados por uma organização. (MESSIAS, 1989). Martins (2005) ensina: dado que as atividades da área de materiais devem ser integradas, argumenta-se que todas as decisões precisam ser concentradas em um só órgão. E completa dizendo que as principais atribuições da área de materiais são: compra, programação, armazenamento e logística. Para o autor, a administração de materiais e serviços possuem um ciclo que, adaptado às peculiaridades da gestão pública, formam a figura abaixo: 1617 Figura 4 – Ciclo da Administração de Materiais Fonte: Martins (2005). Adaptada pelo autor. Conforme os ensinamentos de Martins (2005), o ciclo da administração de materiais ocorre da seguinte forma: As necessidades dos contribuintes devem ser analisadas para que a empresa avalie se poderá atendê-las a partir dos estoques existentes ou se terá de iniciar um processo de reposição de material por meio da compra, em se tratando de produtos fornecidos por terceiros, ou de produção, no caso de produtos fabricados internamente pela empresa. O recebimento dos produtos pedidos pode envolver diversas atividades, relativas à área fiscal e contábil, da qualidade, de verificação de quantidades entregues e atividades necessárias ao registro dos materiais entregues nos sistemas de materiais da organização. O armazenamento de materiais é uma atividade especializada e consiste em armazenar adequadamente os materiais para que seja possível sua rápida recuperação e a manutenção dos níveis de qualidade e para que a entrega seja facilitada. A logística de distribuição visa à entrega dos materiais no ponto certo, ao menor custo e no menor prazo, mantendo suas condições de qualidade. 17 UNIDADE Grandes Áreas da Administração Pública Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Para ampliar seus conhecimentos, consulte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística www.ibge.gov.br Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis www.ibama.gov.br Portal Senai São Paulo www.sp.senai.br/ SESC SP www.sescsp.org.br/ Agência Nacional de Telecomunicações www.anatel.gov.br/institucional/ Fundação Nacional do índio www.funai.gov.br Banco Central do Brasil www.bacen.gov.br Conselho Administrativo de Defesa Econômica www.cade.gov.br Senado Federal www.senado.gov.br Câmara Federal www2.camara.leg.br/ 18 19 Referências ALVES, André Luis Centofante. Gestão de Organizações Não Governamentais. Curitiba: CRV, 2015. BONGRAND, Michel. O marketing político. Lisboa: Publicações Europa- América, 1986. CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. COBRA, Marcos Henrique Nogueira. Administração de Marketing no Brasil . São Paulo: Elsevier, 2009. ETZEL, Michael J.; WALKER, Bruce J.; STANTON, William J. Marketing. São Paulo: Editora Makron Books Ltda, 2001. KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, imple- mentação e controle. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1994. ______. Administração de Marketing. 14.ed. São Paulo: Bookman, 2012. MANZIONE, Sydney. Marketing para o terceiro setor: guia prático para implan- tação de marketing em organizações filantrópicas. São Paulo: Novatec, 2006. MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2004. MESSIAS, Sérgio B. Manual da Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1989. MUSGRAVE, Richard A. Finanças públicas: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 1980. REZENDE, Fernando. Finanças públicas. São Paulo: Atlas, 2001. SALDANHA, Clezio. Introdução à Gestão Pública. São Paulo: Saraiva, 2006. TOMAZELLI, Luiz Carlos. Marketing político. Porto Alegre: Rigel, 1986. 19
Compartilhar