Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Painel / Meus cursos / Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos / Módulo 2 - Contrato Administrativo / Exercício Avaliativo 2 Iniciado em quinta, 3 mai 2018, 19:35 Estado Finalizada Concluída em quinta, 3 mai 2018, 19:54 Tempo empregado 18 minutos 46 segundos Notas 9,00/10,00 Avaliar 27,00 de um máximo de 30,00(90%) Questão 1 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Das opções abaixo, assinale a alternativa que não é uma característica do contrato administrativo. a. Possibilidade de modificação unilateral de cláusulas b. Presença de cláusulas exorbitantes c. Garantia de equilíbrio econômico-financeiro d. Procedimento legal e forma prescrita em lei e. Presença de interesses convergentes das partes Essa é a resposta correta. A presença de interesses convergentes entre os partícipes é uma característica dos convênios e não dos contratos. A propósito, esse é um dos principais fatores que os diferencia. Os contratos administrativos se diferenciam dos contratos em geral pela presença da Administração Pública em um dos polos da relação. Essa presença os torna peculiares, quando comparados com os contratos de direito privado, ante o desequilíbrio da relação contratual, no sentido de dar à Administração prerrogativas inadmitidas se a relação fosse firmada entre particulares. As chamadas cláusulas exorbitantes propiciam a aplicação do princípio da prevalência do interesse público sobre o interesse privado. Isso não significa, no entanto, que a Administração possa atuar com excesso de poderes, fora dos ditames da lei, ignorando direitos do particular. O maior exemplo dessa limitação, em que pese a presença das cláusulas exorbitantes é a impossibilidade de administração alterar unilateralmente cláusulas do contrato, com impacto na relação econômico-financeiro estabelecida inicialmente, sem recompô-la, pois essa relação deve se manter inalterada ao longo do contrato, ainda que se tenha ocorrido alterações na quantidade ou qualidade dos produtos e serviços contratados incialmente pela Administração. Gabarito: Presença de interesses convergentes das partes Essa é a resposta correta. A presença de interesses convergentes entre os partícipes é uma característica dos convênios e não dos contratos. A propósito, esse é um dos principais fatores que os diferencia. Questão 2 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Há uma diferença conceitual entre Contrato e Termo de Contrato. Os ajustes firmados entre duas ou mais pessoas como objetivo de regular interesses e obrigações entre as partes são Contratos. Já o Termo de Contrato é o documento que atende às formalidades legais para a o registro escrito dos termos do contrato. Para Marçal Justen Filho, "... a existência de um contrato administrativo não depende da forma adotada para sua formalização". Os contratos administrativos adotam a forma escrita como regra, e o art. 62 da Lei 8.666/1993 regula as hipóteses de obrigatoriedade ou não do Termo de Contrato nas contratações públicas. Acerca do tema, escolha a alternativa correta. a. O que determina a obrigatoriedade de um Termo de Contrato é o valor da contratação, independente do objeto ou do tipo de prestação do serviço contratado. b. A modalidade de escolha do contratado é o fator determinante para a formalização do Termo de Contrato c. Para verificar a obrigatoriedade ou não de um Termo de Contrato, há que se analisar somente os aspectos qualitativos do objeto do contrato. Essa não é a resposta correta. Os aspectos qualitativos dizem respeito ao tipo de objeto contratado: se é um bem de pronta entrega ou um serviço, a ser executado ao longo de um período. Dessa forma, além de verificar o objeto do contrato, há que se verificar o valor desse contrato (aspecto quantitativo), pois se estiver dentro no limite da modalidade Convite, a Lei faculta a formalização ou não do Contrato. d. O art. 62 da Lei 8.666/1993 determina que o Termo de Contrato é obrigatório apenas nos casos de contratação que tenha sido precedida de licitação nas modalidades Concorrência ou Tomada de Preços. e. Para se verificar se o Termo de Contrato é obrigatório ou não, há que se verificar os aspectos qualitativos e quantitativos da licitação. A definição quanto à obrigatoriedade ou não da formalização da contratação por meio do instrumento próprio, no caso o Termo de Contrato, tem algumas condicionantes legais, ditadas pelo caput do art. 62 e seu § 4º: Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. (...) § 4o É dispensávelo "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Assim, as contratações de objetos que não importem em obrigações futuras estão dispensadas de serem formalizadas por meio do Termo de Contrato. Mas atenção: isso não significa que não haja contratação, apenas foi dispensado o instrumento chamado Termo de Contrato e substituído por um dos instrumentos que lei enumera, exemplificativamente, no caput do artigo acima transcrito. Nas palavras de Marçal Justen Filho (in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 15ª Ed. p. 862): "Não é raro imaginar-se que o art. 62 restringe as hipótese em que existirá contrato administrativo. Alguns pensam que as regras sobre contrato administrativo apenas se aplicam quando for assinado um termo de contrato, concepção incompatível com a ordem jurídica. Essa colocação é totalmente incorreta e pode ter efeitos muito graves. Deve ter-se em vista que a existência de um contrato administrativo não depende da forma adotada para a sua formalização." No entanto, a permissão legal para a dispensa do instrumento próprio para regular a contratação deve, também, submeter-se ao princípio e aos limites da razoabilidade. Isso significa que, ainda que a Lei permita a não formalização em um Termo de Contrato (ou seja, que ele seja opcional), uma determinada situação prática pode indicar no sentido contrário. Assim, mesmo que a Lei considere em algumas situações o Termo opcional, o Administrador poderá decidir por elaborá-lo de modo a resguardar- se de forma a aumentar a chance de que as condições da contratação sejam efetivamente atendidas. Por fim, lembrar que as contratações precedidas da modalidade Pregão se submetem às disposições do art. 62 ora comentado, devendo haver o Termo de Contrato quando o objeto licitado importar em obrigações futuras pelo contratado. Gabarito: Para se verificar se o Termo de Contrato é obrigatório ou não, há que se verificar os aspectos qualitativos e quantitativos da licitação. Essa é a resposta correta. Os aspectos qualitativos dizem respeito ao tipo de objeto contratado: se é um bem de pronta entrega ou um serviço, a ser executado ao longo de um período. Já os aspectos quantitativos dizem respeito ao valor da contratação. Assim, é obrigatória a formalização por meio do respectivo instrumento para as contratações que não se encerram com a entrega do objeto (aspecto qualitativo) e cujo valor esteja acima do limite da modalidade Convite. Questão 3 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Para fins de prestação do serviço de transporte de servidores, após regular processo licitatório, na modalidade Tomada de Preços, foi feita a contratação de empresa, para o período de 12 meses (de janeiro a dezembro), pelo valor mensal de 45 mil reais. O Edital previu a possibilidade de prorrogação por até 60 meses.Foi proposta a prorrogação sumária do contrato, por meio de aditivo que teve fundamento no inciso II, do art. 57, da Lei 8.666/93, que afirma o seguinte: a duração dos contratos ficará submetida à vigência dos respectivos créditos orçamentários exceto quando relativos à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a 60 meses; Como gestor do contrato, você foi chamado a opinar sobre a regularidade ou não da proposta de prorrogação sumária. Escolha a alternativa que melhor descreve a boa técnica e de modo a não cometer irregularidade alguma. a. A prorrogação pode ser feita na forma como foi proposta, pois o serviço é de natureza continuada, cuja vigência pode se estender até 60 meses. b. A prorrogação pode ser feita, desde que as condições de execução e de preço se mostrem ainda vantajosos para a administração, que deverá verificar a compatibilidade dos preços com os praticados no mercado à época da prorrogação. c. A prorrogação não pode ser feita, pois o valor final da contratação, após a prorrogação, extrapolará o limite de R$ 650.000,00 da modalidade Tomada de Preços adotada na licitação. A resposta está certa. A escolha da modalidade licitatória que esteja atrelada a valor da futura contratação deve ser de acordo com o valor total do contrato, já incluída possíveis prorrogações previstas no edital. No caso em análise, para que a prorrogação sumária pudesse ser feita, além da vantajosidade da proposta, a licitação deveria ter sido feita na modalidade Concorrência ou Pregão. d. A prorrogação pode ser feita, desde que seja pelo mesmo período de 12 meses, bastando para isso o apostilamento da prorrogação. e. A prorrogação não pode ser feita, pois a vigência dos contratos administrativos deve estar adstrita aos correspondentes créditos orçamentários. Observar que quando a licitação for na modalidade pregão não há a restrição apontada, pois a escolha da modalidade não está atrelada a valor, mas à contratação de bens e serviços comuns, como, via de regra, a prestação de serviço de transporte de servidores é considerada. Assim, para que a vigência do contrato possa ser prorrogada, é preciso verificar se o limite da modalidade da licitação que precedeu à contratação não será extrapolado, e se a contratação ainda é vantajosa para a Administração. Observar ainda o limite máximo de prorrogação de 60 meses e a formalização por meio de aditivo. Vale reforçar dois conceitos importantes para a melhor compreensão: Bens e serviços comuns - a Lei os define como "aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado" (parágrafo único, do art. 1º, da Lei 10.520/2002). Já o TCU, na obra Licitações e Contratos. Orientações e Jurisprudência, esclarece que:"Bem ou serviço será comum quando for possível estabelecer, para efeito de julgamento das propostas, por intermédio de especificações utilizadas no mercado, padrões de qualidade e desempenho peculiares ao objeto. O estabelecimento desses padrões permite ao agente público analisar, medir ou comparar os produtos entre si e decidir pelo melhor preço." Serviços de natureza continuada - como vimos em nosso material de estudos, não há uma definição na Lei 8.666/1993 do que venham a ser exatamente esses serviços, mas a doutrina os classifica como "aqueles imprescindíveis ao funcionamento das atividades institucionais e que se interrompidos podem causar a solução de continuidade, a exemplo: limpeza, manutenção elétrica predial". A Instrução Normativa MPOG 02/2008, traz a seguinte definição de serviços continuados: são aqueles cuja interrupção possa comprometer a continuidade das atividades da Administração e cuja necessidade de contratação deva estender-se por mais de um exercício financeiro e continuamente. O TCU, por meio da Portaria 297/2012, que disciplina a fiscalização dos seus contratos de prestação de serviços terceirizados de natureza continuada, ao conceituar o contrato de tais serviços (inciso I, do art. 2º), define os serviços contínuos como "atividades acessórias, instrumentais e complementares". Gabarito: A prorrogação não pode ser feita, pois o valor final da contratação, após a prorrogação, extrapolará o limite de R$ 650.000,00 da modalidade Tomada de Preços adotada na licitação. A resposta está certa. A escolha da modalidade licitatória que esteja atrelada a valor da futura contratação deve ser de acordo com o valor total do contrato, já incluída possíveis prorrogações previstas no edital. No caso em análise, para que a prorrogação sumária pudesse ser feita, além da vantajosidade da proposta, a licitação deveria ter sido feita na modalidade Concorrência ou Pregão. Questão 4 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Acerca dos prazos de duração dos contratos, marque a alternativa correta. a. Os prazos de duração dos contratos de natureza continuada poderão ter suas vigências prorrogadas por iguais e sucessivos períodos, até o limite de 60 meses, findo os quais, em hipótese alguma, poderão ser novamente prorrogados. b. As obras contempladas em projetos de programas constantes do Plano Plurianual poderão ser prorrogados além do exercício financeiro em que foram iniciadas, desde que essa prorrogação tenha sido prevista no instrumento convocatório. Essa é a resposta correta. A regra geral dos contratos administrativos impõe que a vigência dos ajustes coincida com os créditos orçamentários, mas as obras que integram os programas constantes dos Planos Plurianuais constam das exceções a essa regra, conforme inciso I, do art. 57, da Lei 8.666/1993. c. Os contratos de aluguel de equipamentos de informática estão dentre as exceções do art. 57, da Lei 8.666/1993, razão pela qual a vigência desses contratos não está adstrita ao respectivo crédito orçamentário, podendo ser prorrogados por até 60 meses. d. A possibilidade de prorrogação da vigência de um contrato administrativo atende ao critério qualitativo, ou seja, depende do objeto do ajuste, podendo variar de um mínimo de 12 meses até os de prazo indeterminado, sempre com vistas à obtenção das melhores condições de execução. e. Os prazos de todos os contratos administrativos devem coincidir com o dos créditos orçamentários das despesas incorridas por esses contratos Os prazos de vigência dos contratos administrativos estão disciplinados no art. 57 da Lei 8.666/1993, devendo-se atentar para as quatro exceções à regra geral quanto à vinculação aos créditos orçamentários (incisos I a V)*: - projetos com produtos contemplados no Plano Plurianual (PPA) - serviços de natureza continuada - aluguel de equipamento e utilização de programas de informática - material de segurança e defesa nacional, inovação e complexidade tecnológica * o inciso III foi vetado quando da sanção da Lei Esses créditos são condições para a contratação pública, ou seja, não se pode sequer licitar sem que se tenha os recursos orçamentários necessários para cobrir as despesas decorrentes da contratação. Os créditos orçamentários são definidos e fixados na lei orçamentária anual (LOA) que tem vigência coincidente com o ano civil, que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Assim, a regra é que os contratos devem respeitar a mesma vigência do crédito orçamentário que irá 'cobrir' as despesas decorrentes da contratação, daí o que a Lei chamou de vinculação (adstrito) aos respectivos créditos orçamentários. Para os contratos decorrentes das situações elencadas nos incisos I, II, IV e IV a Lei abriu exceções, disciplinando os prazos de vigência de acordo com suas peculiaridades ou necessidades. Gabarito: As obras contempladas em projetos de programas constantes do PlanoPlurianual poderão ser prorrogados além do exercício financeiro em que foram iniciadas, desde que essa prorrogação tenha sido prevista no instrumento convocatório. Essa é a resposta correta. A regra geral dos contratos administrativos impõe que a vigência dos ajustes coincida com os créditos orçamentários, mas as obras que integram os programas constantes dos Planos Plurianuais constam das exceções a essa regra, conforme inciso I, do art. 57, da Lei 8.666/1993. Questão 5 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Durante o trabalho de inspeção anual realizado pela Controladoria do município, em janeiro de 2014, foi constatada a existência do Contrato de Limpeza nº 001/2009 (Tomada de Preços nº 10/08), assinado e publicado no dia 01 de janeiro de 2009, com gastos mensais de R$ 10.833,00 e prorrogável até 60 meses. Em sua última prorrogação, o contrato de limpeza foi prorrogado até o final de 2014, sem qualquer justificativa, bem como as sucessivas prorrogações foram feitas de forma automática. Diante do exposto e com base na legislação vigente, marque abaixo a alternativa que melhor descreve a conclusão que se poderia chegar. a. O contrato não pode ser enquadrado como serviço continuado e a vigência deveria ser anual. b. O contrato não poderia ser prorrogado até dezembro de 2013. c. A vigência deveria ter sido de apenas um ano. d. As sucessivas prorrogações deveriam ser precedidas da comprovação da vantajosidade para Administração, bem como não houve justificativa e demonstração da situação excepcional para prorrogação acima de 60 meses. Este item está correto! As sucessivas prorrogações deveriam ser justificadas por escrito e previamente autorizadas pela autoridade competente (art. 57, §2º da Lei 8.666/93), demonstrada nos autos do processo a vantajosidade da prorrogação e a compatibilidade do preço com o mercado. A prorrogação após sessenta meses é uma excepcionalidade prevista no § 4º do art. 57, que demanda uma justificativa e autorização da autoridade superior. e. Quando justificadas por escrito, previamente autorizadas pela autoridade competente, demonstrada a vantajosidade da prorrogação e a compatibilidade do preço com o mercado, não há limite de prazo para as prorrogações. Por isso, não há irregularidades na situação descrita. A duração dos contratos administrativos é o período estipulado para que os contratos possam produzir direitos e obrigações entre as partes. A regra é que o prazo de vigência seja limitado ao exercício em que foram iniciados, adstrito à vigência dos créditos orçamentários, conforme previsto no art. 57, caput, da Lei 8.666/93. O inciso II do citado artigo prevê que à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para Administração Pública, limitada a sessenta meses. Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. Já o parágrafo 4º estabelece em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização superior, que o prazo de sessenta meses poderá ser prorrogado em até doze meses. Alerta: é importante verificar se o valor total do contrato, incluindo as prorrogações, fica dentro do limite da modalidade de licitação utilizada para a contratação. No caso de Pregão, não há limite de valores máximos, ou seja, as contratações de objetos de qualquer valor podem ser feitos pela modalidade Pregão. Gabarito: As sucessivas prorrogações deveriam ser precedidas da comprovação da vantajosidade para Administração, bem como não houve justificativa e demonstração da situação excepcional para prorrogação acima de 60 meses. Este item está correto! As sucessivas prorrogações deveriam ser justificadas por escrito e previamente autorizadas pela autoridade competente (art. 57, §2º da Lei 8.666/93), demonstrada nos autos do processo a vantajosidade da prorrogação e a compatibilidade do preço com o mercado. A prorrogação após sessenta meses é uma excepcionalidade prevista no § 4º do art. 57, que demanda uma justificativa e autorização da autoridade superior. Questão 6 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Em um contrato de prestação de serviços de limpeza e conservação com vigência inicial de 12 meses, o órgão público contratante solicitou da empresa, no décimo mês de iniciada a execução, manifestação por escrito quanto ao interesse na prorrogação do contrato, conforme previsto no edital. A empresa concordou com a prorrogação, mas fez um pedido de reajuste de preço, indicando a variação do salário mínimo como o indexador de correção dos valores do contrato. Com base no que foi estudado, escolha a opção correta. a. O contrato pode ser prorrogado e o reajuste concedido, pois nos contratos de fornecimento de mão-de-obra, o salário mínimo pode ser usado como referência de valor. b. O contrato pode ser prorrogado, mas o pedido da empresa não pode ser atendido, pois nos contratos de natureza continuada o instituto de ajuste dos preços é a repactuação. Essa é a alternativa correta. A prorrogação de contratos de natureza continuada é possível e tem amparo legal, conforme art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993. Ela é uma das exceções à regra de duração dos contratos vinculados à vigência dos respectivos créditos orçamentários. A revisão do contrato deve se dar por repactuação dos preços, com base nos elementos fornecidos pela empresa contratada nos quais estejam demonstradas as variações dos custos desde o orçamento ou da última repactuação. c. O contrato não pode ser prorrogado, pois o art. 57 da Lei 8.666/1993 impõe que a vigência dos contratos administrativos deverá ser a mesma dos créditos orçamentários pelos quais as despesas foram realizadas, obedecendo ao princípio da anualidade adotado no orçamento público no Brasil. d. O contrato pode ser prorrogado, devendo a Administração, de ofício (ou seja, por iniciativa própria), conceder o reajuste. Deve verificar, no entanto, a variação dos insumos que compõe o preço do serviço, em vez de utilizar a variação do salário mínimo, ante a impossibilidade de usá-lo como indexador. e. O contrato não pode ser prorrogado, pois a prorrogação implicaria em aceitação do pedido de reajuste com base no salário mínimo, o que acarretaria em uma contratação a preços maiores do que o praticado no mercado em razão de os índices de correção do salário mínimo serem maiores do que a inflação do período. O ajuste dos preços de contratos de natureza continuada se dá, ordinariamente, por meio do instituto da repactuação, quando a empresa pleiteia a alteração de preços com base na apresentação da variação dos preços dos insumos desde a data-base da proposta até a data do pedido. Lembrando que não cabe à administração verificar, de ofício (por iniciativa própria), a variação de custos dos insumos do serviço, sendo obrigação da empresa contratada demonstrar essa variação, por meio da apresentação de planilha com essa variação, quando do pleito de repactuação de preços do contrato. Já para os demais contratos, quando previsto no edital, e sua execução se estender por mais de 12 meses, aplica-se o instituto do reajustamento de preços, que consiste na aplicação de um índice setorial, previamente definido, sobre o valor original da contratação. O mecanismo objetiva, em verdade, à manutenção do valor contratado ao longo da vigência do ajuste, ou seja, os efeitos da inflação do setor são anulados por meio da correção do valor inicial do contrato. Conforme voto condutor do Acórdão 1105/2008-TCU-Plenário, a "diferença entre repactuação e reajuste é que este é automático e deve ser realizado periodicamente, mediante a simples aplicação de um índice de preço, que deve, dentro do possível, refletir os custos setoriais. Naquela [repactuação], embora haja periodicidade anual, não há automatismo, pois é necessário demonstrara variação dos custos do serviço" Gabarito: O contrato pode ser prorrogado, mas o pedido da empresa não pode ser atendido, pois nos contratos de natureza continuada o instituto de ajuste dos preços é a repactuação. Essa é a alternativa correta. A prorrogação de contratos de natureza continuada é possível e tem amparo legal, conforme art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993. Ela é uma das exceções à regra de duração dos contratos vinculados à vigência dos respectivos créditos orçamentários. A revisão do contrato deve se dar por repactuação dos preços, com base nos elementos fornecidos pela empresa contratada nos quais estejam demonstradas as variações dos custos desde o orçamento ou da última repactuação. Questão 7 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Uma das características dos contratos administrativos é a possibilidade de ser alterado, unilateralmente pela Administração Pública. Uma dessas alterações unilaterais permitidas é a de quantitativos do objeto contratado. No entanto, essas alterações encontram limites quantitativos e qualitativos, além de decorrências para as partes contratantes como consequência dessas alterações. Acerca do tema, indique a alternativa correta. a. Os acréscimos e supressões, quando resultante de acordo entre as partes poderão ser firmados livremente, desde que essa possibilidade tenha sido prevista anteriormente no edital. b. Em nenhuma hipótese pode haver acréscimos acima do limite de 25% inicialmente contratado, ainda que por acordo entre as partes. c. Nos contratos de reforma de edifício, o contratado está obrigado a aceitar supressões até o limite de 50%. d. Os acréscimos e supressões de até 25% são alterações unilaterais, das quais o contratado não pode se esquivar de cumprir, sob pena de caracterizar descumprimento de obrigação previamente assumida. Essa é a resposta correta. Ainda que impactem a execução do contrato, implicando muitas vezes na necessidade de alocação de mais material e/ou mão de obra, ou sua redução, o contratado não pode recusar o seu cumprimento. Cabe lembrar que os ajustes quantitativos nos contratos também refletirão nos valores a serem pagos ao contratado. e. Nos casos de acréscimos dento dos limites autorizados pela Lei, a Administração deverá indenizar o contratado pelos prejuízos porventura causados, desde que devidamente comprovados. As alterações quantitativas dos contratos administrativos, de natureza unilateral e de cumprimento obrigatório pelo contratado, inserem-se no âmbito das cláusulas exorbitantes desses contratos, pois impõem ao particular contratado a execução do que fora pactuado em condições diversas da que avença inicial previa, aumentando ou diminuindo as quantidades de bens e serviços do contrato. Cabe lembrar que os ajustes quantitativos nos contratos também refletirão nos valores a serem pagos ao contratado, na mesma proporção dos aumentos e das supressões. O legislador, no entanto, impôs algumas limitações, de modo a proteger o interesse público, evitando assim que se desvirtuasse o objeto licitado. Ou seja, se não houvesse essa limitação, um determinado bem ou serviço poderia ser licitado em certo quantitativo e majorado posteriormente à assinatura do contrato, indefinidamente, desvirtuando e contornando a obrigação constitucional de licitar. Por outro lado, poderia inviabilizar a execução do contrato caso as quantidades suprimidas ou acrescidas fossem de tal monta que impedisse a contratada de cumprir as novas exigências. Importa mencionar também que a cláusula exorbitante de alteração unilateral encontra proteção para o particular contratado na previsão de ressarcimento para os casos de aquisição de materiais necessários à execução do contrato prévia à supressão. Ou seja, a Administração ao suprimir quantitativos não pode impor ao particular o ônus de arcar com o prejuízo causado por essa supressão, devendo pagar pelo materiais adquirido e indenizar por eventuais prejuízos comprovados pelo particular. Gabarito: Os acréscimos e supressões de até 25% são alterações unilaterais, das quais o contratado não pode se esquivar de cumprir, sob pena de caracterizar descumprimento de obrigação previamente assumida. Essa é a resposta correta. Ainda que impactem a execução do contrato, implicando muitas vezes na necessidade de alocação de mais material e/ou mão de obra, ou sua redução, o contratado não pode recusar o seu cumprimento. Cabe lembrar que os ajustes quantitativos nos contratos também refletirão nos valores a serem pagos ao contratado. Questão 8 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Uma licitação para a contratação de serviço de vigilância armada previa que a data-base da proposta deveria ser a da última convenção ou acordo coletivo da categoria profissional de vigilantes, que fora em 1º/1/2011. A data da sessão de abertura da licitação foi em 1º/3/2011. A data do contrato e do início da execução dos serviços foi em 1º/5/2011. A finalidade da repactuação é ajustar os preços dos contratos aos praticados no mercado, por meio da correção dos valores dos custos dos insumos incidentes sobre o serviço prestado. Com base nessas informações, escolha a alternativa correta, acerca da possibilidade de repactuação dos preços do contrato. a. Desde que prevista no edital, a repactuação pode dar-se a partir de 1º/1/2012. A alternativa está correta. A previsão no edital da possibilidade de repactuação é condição primeira para sua concessão. Quanto à data da repactuação, deve contar o prazo de 12 meses da data da apresentação da proposta ou da data a que esta se referir. No caso do exemplo acima, o próprio edital fixou a data-base em 1º/1/2011, data da convenção coletiva da categoria profissional dos vigilantes. Assim, após o prazo de 12 meses dessa data, pode-se pleitear a repactuação de preços. b. A repactuação poderá ser feita a partir de 1º/1/2012, mas os efeitos financeiros só ocorrerão a partir de 1º/3/2012, quando a proposta completará 12 meses, que é o prazo mínimo para a ocorrência de reajuste de preços dos contratos administrativos. c. A repactuação só poderá ser feita a partir de 1/5/2012, pois a partir de então o contrato terá 12 meses, prazo mínimo para repactuações. d. A repactuação só poderá ser feita a partir de 1º/3/2012, mas os efeitos financeiros só ocorrerão a partir de 1º/5/2012, quando o contrato completar 12 meses de vigência. e. A repactuação só pode ser feita a partir de 1º/3/2012, pois completará um ano da data das propostas. A data-base das propostas deve ser o marco temporal para as repactuações, pois os valores colocados nas composições dos preços dos serviços tiveram como referencial essa data. Em regra, ela pode ser a data da apresentação da proposta ou uma outra data. Na contratação de serviços de natureza continuada, pode-se adotar a data da última convenção ou acordo coletivo conhecida da categoria profissional contratada em razão de ser o principal custo dentre os insumos que compõem o preço ofertado. Com a fixação da data-base das propostas a data da última convenção coletiva da categoria, evita-se, por exemplo, que na formulação das propostas sejam inseridos custos ainda não conhecidos, onerando-as e tornando a contratação mais cara para a Administração Pública. Explica-se: se não fosse permitida a fixação da data da última convenção coletiva da categoria profissional como a data-base do contrato, as empresas participantes da licitação teriam que estimar de quanto seria o próximo aumento do salário normativo e inseri-lo no preço a ser ofertado, de modo que, quando da sua entrada em vigor, pudessem suportar a variação de custos decorrente do aumento salarial. Como essa estimativa é feita com base em informações passadas e em indicadores econômicos, e levando em consideração princípios da atividade privada como otimização dos lucros e prudência contábil, naturalmente, essas estimativas seriam feitas a maior, onerando as propostas. Com a possibilidade de apropriaros custos de uma aumento salarial na planilha de preços contratados em valores de fato havidos e quando de sua efetiva ocorrência (na data de entrada em vigor dos novos salários normativos), as propostas refletem de forma mais precisas os custos da contratação, evitando prejuízos para a Administração e para as empresas eventualmente contratadas. Atenção: não há impedimento legal, nem na jurisprudência do TCU, de que o edital determine que a data da apresentação da proposta seja a data-base do contrato (vide, por exemplo., o Acórdão 1563/2004-TCU-Plenário), mas a adoção da data da convenção coletiva da categoria profissional se mostra mais vantajosa para a Administração e para a gestão do contrato. Por fim, lembrar que o prazo de 12 meses da data-base da categoria profissional vale como marco para a primeira repactuação. Para as eventuais repactuações posteriores, conta-se 12 meses a partir da data da última repactuação. Gabarito: Desde que prevista no edital, a repactuação pode dar-se a partir de 1º/1/2012. A alternativa está correta. A previsão no edital da possibilidade de repactuação é condição primeira para sua concessão. Quanto à data da repactuação, deve contar o prazo de 12 meses da data da apresentação da proposta ou da data a que esta se referir. No caso do exemplo acima, o próprio edital fixou a data-base em 1º/1/2011, data da convenção coletiva da categoria profissional dos vigilantes. Assim, após o prazo de 12 meses dessa data, pode-se pleitear a repactuação de preços. Questão 9 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 A lei 8.666/1993 prevê duas formas de formalização das alterações contratuais: a lavratura de termo aditivo e o apostilamento. Usa-se uma ou outra forma de acordo com a alteração contratual havida, de modo que se atenda aos princípios da publicidade, da economicidade e da eficiência. Isto posto, assinale a alternativa em que o instrumento utilizado está de acordo com a alteração efetuada no contrato. a. Termo aditivo, no caso de suplementação de dotação orçamentária da despesa havida com o contrato até o limite do valor corrigido. b. Apostilamento, quando da prorrogação de prazo de vigência do contrato de natureza continuada. c. Termo aditivo, no caso de alteração do razão social da empresa contratada. Essa é a resposta correta. A razão social é elemento essencial do contrato, de modo que, se houve alteração admitida, há que se adotar as formalidade do aditamento, inclusive com a respectiva publicação. d. Apostilamento, no caso de alteração do valor do contrato em razão do aumento de quantitativo de serviços, dentro dos limites legais. e. Termo aditivo, no caso de alteração do valor do contrato por aplicação da cláusula de reajuste. A escolha dentre as opções de formalização, além do caráter obrigatório, em face de disposições legais que regram a matéria, tem que ser vista também sob o ponto de vista do controle social em articulação com princípios administrativos como o princípio da economicidade, da eficiência e da formalidade moderada. Simples alterações ou correções de erros materiais, sem impacto na execução do contrato, se fossem feitas por meio das formalidades exigidas para os termos aditivos, além de ferir a eficiência administrativa, imporiam à Administração gastos com publicação de extratos que em nada contribuiriam para o controle social que o princípio da publicidade visa privilegiar. No caso de apostilamento, basta o registro em adendo ao próprio termo de contrato ou documento que o vincule. De modo diverso, quando a alteração muda as condições iniciais pactuadas, que foram amplamente conhecidas na fase da licitação, há que se formalizar por meio de termo aditivo e proceder a correspondente publicação. Segundo a Lei no 8.666/1993, a apostila pode ser utilizada nos seguintes casos: variação do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato; atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento; empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do valor corrigido. Gabarito: Termo aditivo, no caso de alteração do razão social da empresa contratada. Essa é a resposta correta. A razão social é elemento essencial do contrato, de modo que, se houve alteração admitida, há que se adotar as formalidade do aditamento, inclusive com a respectiva publicação. Questão 10 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro de um contrato administrativo conta com a proteção constitucional de que as avenças firmadas com a Administração manterão ao longo da sua vigência as condições da proposta ofertada. Um dos instrumentos utilizados é o reajustamento do valor do contrato que se prolongue por mais de 12 meses, como forma de preservar as condições iniciais que poderiam (caso não houvesse o instrumento) ter seu valor corroído, ao longo do tempo, pelos efeitos da variação dos preços dos insumos dos produtos e serviços que constituem o contrato. Nesse sentido, a sequência de fatos abaixo apresenta uma situação hipotética de uma licitação para contratação de uma obra. Assinale a alternativa correta, acerca da data em que o contratado poderá ter seus preços reajustados. Considere que foi devidamente consignada tal possibilidade, tanto no edital como no contrato. a. O contrato só poderá ser reajustado a partir de 01/04/2017, pois completa um ano da assinatura do contrato, que, por determinação legal, só pode ser reajustado após 12 meses. b. O contrato só poderá ser reajustado do dia 02/05/2017 em diante, pois completará um ano do efetivo início das obras, a partir de quando a empresa efetivamente incorrerá em dispêndios. c. O contrato só poderá ser reajustado a partir de 01/01/2017, pois completará um ano da data da proposta, sobre a qual foram calculados os custos dos serviços. d. O contrato só poderá ser reajustado a partir de 30/03/2017, pois completará um ano da homologação da licitação, que é o ato de controle da autoridade competente atestando a conformidade legal do procedimento. e. O contrato só poderá ser reajustado a partir de 15/02/2017, pois completará um ano da data limite para a apresentação das propostas, marco inicial para a validade dos preços contratados. Essa é a resposta correta. Para aqueles casos em que não exista um orçamento a ser utilizado na formação da proposta, como no caso de Convenção Coletiva de Trabalho - CCT, que fixe valores para os salários de empregados terceirizados, a anualidade será contada da data limite para a apresentação das propostas. As propostas de uma licitação para a contratação de obras envolvem uma série de procedimentos que as tornam diferentes de uma contratação de fornecimento de bens comuns, por exemplo. Enquanto estes têm um centro de custos de fácil apuração, pois envolvem, basicamente, os custos de aquisição e entrega do produto, os serviços de engenharia exigem orçamentos complexos com apuração de custos de insumos e serviços na elaboração de preços dos serviços unitários que compõem a planilha com o preço final da obra. Esses custos são referenciados em tabelas com variações mensais de preços, de modo que se adota uma data-base anterior à da sessão de abertura das propostas para a possibilitar aos interessados a sua elaboração uniforme. Essa data-base deve estar prevista no edital e no anexo em que constar o orçamento estimativo e/ou projeto básico. Dessa forma, a data-base a partir da qual, após transcorrido o prazo legal, tem-se o direito de reajustamento do contrato deve ser estabelecida previamente, devendo ser adotada por todos os licitantes como sendo a data da proposta ou do orçamento a que ela se referir. Há uma dúvida, infundada, acerca da possibilidade de a data para o reajustamento do contrato ser após um ano da sua assinatura. É preciso diferenciar o direito do contratado ao reajustamento dos preços (aspecto monetário) da vigência do contrato(aspecto temporal). Este último tem disciplina no art. 57 da Lei nº 8.666/1993, que, no caso de obras, ampara-se na possibilidade de prorrogações e se vincula ao cumprimento do objeto (a obra), enquanto aquele é uma prerrogativa constitucional de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do ajuste. Gabarito: O contrato só poderá ser reajustado a partir de 15/02/2017, pois completará um ano da data limite para a apresentação das propostas, marco inicial para a validade dos preços contratados. Essa é a resposta correta. Para aqueles casos em que não exista um orçamento a ser utilizado na formação da proposta, como no caso de Convenção Coletiva de Trabalho - CCT, que fixe valores para os salários de empregados terceirizados, a anualidade será contada da data limite para a apresentação das propostas.
Compartilhar