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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA EQUIPE I ANDRESSA MARIA JACKIW BEATRIZ RODRIGUES SILVA LEILA HACK PAOLA KNESOWITSCH VALERIA CRISTINA SEZANOSKY P. INTEGRAÇÃO V: DIMENSIONAMENTO DE TORRES DE DESTILAÇÃO CURITIBA 2016 ANDRESSA MARIA JACKIW BEATRIZ RODRIGUES SILVA LEILA HACK PAOLA KNESOWITSCH VALERIA CRISTINA SEZANOSKY P. INTEGRAÇÃO V: DIMENSIONAMENTO DE TORRES DE DESTILAÇÃO Trabalho apresentada como requisito parcial à obtenção de nota na disciplina de Integração V, Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná. Orientadores: Profª. Drª. Agnes Scheer e Prof. Dr. Alexandre Santos. CURITIBA 2016 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – INTERNO DE UMA COLUNA DE PRATOS ______________________________ 2 FIGURA 2 - TIPOS DE PRATOS _________________________________________________ 3 FIGURA 3 - PRINCIPAIS TIPOS DE RECHEIOS RANDÔMICOS _______________________ 4 FIGURA 4 - PRINCIPAIS RECHEIOS ESTRUTURADOS _____________________________ 5 FIGURA 5 - DESTILADORAS DO PROCESSO _____________________________________ 6 FIGURA 6 - RETAS "Q" PARA CADA TIPO DE ALIMENTAÇÃO ________________________ 9 FIGURA 7 - FLUXOGRAMA DA COLUNA SHORTCUR PARA DESTILADORA 1 _________ 11 FIGURA 8 - GRÁFICO DA RAZÃO DE REFLUXO EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE ESTÁGIOS PARA DESTILADORA 1 ______________________________________________________ 12 FIGURA 9 - FLUXOGRAMA DA COLUNA RADFRAC PARA DESTILADORA 01. _________ 14 FIGURA 10 – PERFIL DE COMPOSIÇÃO NA FASE LÍQUIDA ________________________ 16 FIGURA 11 – PERFIL DE COMPOSIÇÃO NA FASE VAPOR _________________________ 17 FIGURA 12 - DADOS PARA SIMULAÇÃO DA DESTILADORA 1 VIA ASPENPLUS _______ 19 FIGURA 13 - FLUXOGRAMA DA DESTILADORA 2 _________________________________ 22 FIGURA 14 - GRÁFICO DA RAZÃO DE REFLUXO EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE ESTÁGIOS PARA DESTILADORA 2 ______________________________________________________ 24 FIGURA 15 – COMPOSIÇÃO MOLAR DOS COMPONENTES EM FUNÇÃO DO NÚMERO DO ESTÁGIO NA FASE LÍQUIDA __________________________________________________ 27 FIGURA 16 – COMPOSIÇÃO MOLAR DOS COMPONENTES EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE ESTÁGIOS NA FASE VAPOR __________________________________________________ 28 FIGURA 17 – CORRELAÇÃO K1 DE INUNDAÇÃO _________________________________ 33 FIGURA 18 – CORRELAÇÃO K2 DE GOTEJAMENTO ______________________________ 37 FIGURA 19 – FRAÇÃO DE ARRASTE PARA PRATOS PERFURADOS _________________ 40 FIGURA 20 - GRÁFICO DA CORRELAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO VALOR DE C0 _______ 42 FIGURA 21 – FLUXOGRAMA DE CONTROLE DO PROCESSO ______________________ 50 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - COMPOSIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO ____________________________________ 8 TABELA 2 – RAZÃO DE REFLUXO E NÚMERO DE ESTÁGIOS PELO MÉTODO SHORTCUT PARA DESTILADORA 1 ______________________________________________________ 13 TABELA 3 - RESULTADOS OBTIDOS PELO MÉTODO SHORTCUT PARA DESTILADORA 01. __________________________________________________________________________ 13 TABELA 4 – RESULTADOS DO MÉTODO RIGOROSO PARA A DESTILADORA 1. _______ 15 TABELA 5 - COMPARAÇÃO DAS TEMPERATURAS ENTRE OS MÉTODOS SHORTCUT E RIGOROSO ________________________________________________________________ 16 TABELA 6 - DIMENSIONAMENTO DA DESTILADORA 1 PELO TRAYSIZING ___________ 19 TABELA 7 – COMPOSIÇÕES E VAZÕES, POR COMPONENTE, DA CORRENTE DE ENTRADA DA DESTILADORA 2 ________________________________________________ 21 TABELA 8 – RESULTADOS PARA RAZÃO DE REFLUXO E NÚMERO DE ESTÁGIOS PARA A DESTILADORA 2 PELO MÉTODO SHORTCUT ___________________________________ 24 TABELA 9 - RESULTADOS ENCONTRADOS PARA A DESTILADORA 2 PELO MÉTODO SHORTCUT ________________________________________________________________ 25 TABELA 10 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A DESTILADORA 2 COM O MÉTODO RIGOROSO ________________________________________________________________ 26 TABELA 11 – DIMENSIONAMENTO DA DESTILADORA 2 PELO TRAYSIZING __________ 29 TABELA 12 - ÁREAS CALCULADAS DA DESTILADORA 2 __________________________ 31 TABELA 13 – VELOCIDADES DE OPERAÇÃO DO VAPOR EM CADA ESTÁGIO DA DESTILADORA 2 ____________________________________________________________ 32 TABELA 14 - VELOCIDADES DE INUNDAÇÃO (UV,F) DO VAPOR EM CADA ESTÁGIO DA DESTILADORA 2 ____________________________________________________________ 34 TABELA 15 – FATORES DE INUNDAÇÃO PARA A DESTILADORA 2 __________________ 35 TABELA 16 – VELOCIDADES MÍNIMAS DE GOTEJAMENTO ________________________ 38 TABELA 17 - VALORES CALCULADOS PARA ENCONTRAR A PERDA DE CARGA TOTAL (HT) ______________________________________________________________________ 43 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO _____________________________________________ 1 1.1 TORRES DE PRATOS _______________________________________ 2 1.2 TORRES DE RECHEIO ______________________________________ 3 1.3 OBJETIVOS _______________________________________________ 6 2 MÉTODOS UTILIZADOS NAS SIMULAÇÕES ____________________ 7 2.1 MÉTODO SHORTCUT _______________________________________ 7 2.2 MÉTODO RIGOROSO _______________________________________ 7 3 DIMENSIONAMENTO DESTILADORA 1 _________________________ 8 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO _________________________ 8 3.2 COMPONENTES CHAVE-LEVE E CHAVE-PESADA ______________ 10 3.3 MÉTODO SHORTCUT - DSTWU ______________________________ 10 3.4 MÉTODO RIGOROSO – RADFRAC ___________________________ 13 3.5 INTERNOS DA COLUNA ____________________________________ 17 3.6 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DA COLUNA __________________ 18 4 DIMENSIONAMENTO DESTILADORA 2 ________________________ 21 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ________________________ 21 4.2 COMPONENTES CHAVE-LEVE E CHAVE-PESADA ______________ 22 4.3 MÉTODO SHORTCUT ______________________________________ 22 4.4 MÉTODO RIGOROSO – RADFRAC ___________________________ 25 4.5 INTERNOS DA COLUNA ____________________________________ 28 4.6 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DA COLUNA __________________ 29 5 ÁREAS, INUNDAÇÃO, GOTEJAMENTO E ARRASTE NA DESTILADORA 2 30 5.1 CÁLCULO DAS ÁREAS _____________________________________ 30 5.2 VERIFICAÇÃO DA INUNDAÇÃO ______________________________ 31 5.3 VERIFICAÇÃO DO GOTEJAMENTO ___________________________ 36 5.4 VERIFICAÇÃO DO ARRASTE ________________________________ 39 6 PERDA DE CARGA NA DESTILADORA 2 ______________________ 41 7 NÚMERO REAL DE ESTÁGIOS NA DESTILADORA 2 ____________ 45 8 ALTURA DA DESTILADORA 2 _______________________________ 47 9 ESTRATÉGIA DE CONTROLE _______________________________ 48 10 CONCLUSÃO _____________________________________________ 51 REFERÊNCIAS _______________________________________________ 53 ANEXO 1 – PLANTA DE CLOROMETANO _________________________ 56 ANEXO 2 – FOLHA DE ESPECIFICAÇÃO DA COLUNA D 02 __________ 57 1 1 INTRODUÇÃO A operação unitária de destilação faz parte do conjunto das operações baseadas na transferência de massa. O mecanismo regente desta operação de separação é o do equilíbrio líquido/vapor. Ao fornecer calor a uma mistura líquida, pode-se promover a vaporização parcial, obtendo assim duas fases composições diferentes, líquida e vapor. A diferença de composição das duas fases resulta da diferença de volatilidades dos vários componentes da mistura líquida inicial. Quanto maior for essa diferença entre as volatilidades,maior será a diferença de composição entre a fase líquida e vapor, facilitando a separação por destilação (FCTUC, 2013). O efeito final é o aumento da concentração do componente mais volátil no vapor e do componente menos volátil no líquido (FOUST, 2008). A coluna de destilação fracionada é o equipamento que promove a transferência de massa e de calor entre correntes líquidas e de vapor saturado. Ela possui um corpo cilíndrico, onde dentro se encontram diversos estágios entre os quais circulam líquido e vapor em contracorrente. No topo da coluna há, normalmente, um condensador, responsável por condensar o vapor proveniente da coluna, sendo que parte do condensado é reenviado para o prato superior através de uma corrente de refluxo. A destilação pode ocorrer em colunas de vários tipos; entre as mais usadas estão as de pratos ou recheadas (CALDAS, 2007). Tanto os pratos como os recheios são utilizados para promover o contato íntimo entre o líquido descendente e o vapor ascendente, sem que haja decréscimo da capacidade da coluna de destilação. A grande diferença entre pratos e recheios é porcentagem de abertura entre esses dois tipos de dispositivos de contato líquido-vapor. O prato tem uma área aberta de 8-15 % da área da seção reta da torre, enquanto para um projeto típico de torres recheadas essa relação é de 50 %. Também, no caso de recheios, o contato entre o líquido-vapor se dá em toda a coluna e não em pontos específicos como nas torres de pratos (JÚNIOR, 2007). 2 1.1 TORRES DE PRATOS A torre de pratos é composta de uma carcaça cilíndrica vertical, comumente denominada de casco, no interior do qual são montados os diversos pratos. Estes, também conhecidos como bandejas, estão geralmente separados por distâncias iguais. Os pratos podem ser de diversos tipos, tendo sempre como objetivo principal promover um bom contato entre as fases. Os produtos vaporizados sobem na torre através das bandejas, por aberturas para tal destinadas, descendo o líquido por outras aberturas em contracorrente com o vapor que sobe (ASSIS, 2013). A transferência de massa em um prato ocorre por meio de bolhas formadas pela passagem de vapor pela fase líquida. Este contato ocorre quando o líquido chega ao prato através do downcomer, uma espécie de canal que leva o líquido de um prato superior ao inferior, como mostrado na Figura 1. No prato, o líquido encontra o vapor que está passando pelos furos existentes na bandeja, formando assim uma espuma, que irá percorrer o prato e passar por um novo downcomer, onde a espuma é quebrada e o líquido passa para o prato inferior. Acima do prato o vapor segue para o prato superior (CALDAS, 2007). FIGURA 1 – INTERNO DE UMA COLUNA DE PRATOS FONTE: FCTUC, 2013. 3 Os principais tipos de pratos presentes nas colunas são os pratos perfurados, os pratos com válvulas e os pratos com borbulhadores. Os pratos com borbulhadores foram comercializados pela primeira vez em 1818, mas devido ao seu alto preço e queda de pressão, estão em desuso. Em substituição, optou-se pela utilização de pratos perfurados ou valvulados. O primeiro foi usado pela primeira vez em 1832, devido à queda de pressão, atualmente, seu uso é bastante raro. Já os pratos valvulados são dispositivos com maior flexibilidade e sua aplicação é mais ampla que os anteriores. Segundo Caldas (2007), pratos com borbulhadores são vantajosos em torres de pequenos diâmetros. Já os pratos perfurados, possuem eficiência cerca de 15% menor do que prato com borbulhadores, e os pratos valvulados são mais vantajosos e baratos do que os com borbulhadores. Os tipos de pratos disponíveis estão demonstrados pela FIGURA 2 - TIPOS DE PRATOS Fonte: HENLEY, 2011 1.2 TORRES DE RECHEIO Nesse tipo de coluna, o recheio forma um leito poroso através do qual o líquido (alimentado no topo) e o gás escoam em contracorrente, sendo que o contato entre essas duas fases é promovido de maneira contínua. O recheio 4 cumpre a função de sustentar o filme da fase líquida da mesma forma que permite o adequado contato entre as fases (CALDAS, 2007). Segundo Caldas (2007), nas colunas de recheio, a seção transversal é completamente ocupada pelo recheio, formando um leito poroso, no qual o líquido descendente escoa na forma de um filme líquido na superfície do recheio, e o gás escoa em contracorrente, o que permite um bom contato entre as fases. Tais recheios podem ser randômicos ou estruturados. FIGURA 3 - PRINCIPAIS TIPOS DE RECHEIOS RANDÔMICOS Fonte: Henley, 2011. Em princípio, qualquer material que permita ser molhado pelo liquido e que não ofereça muita resistência à passagem do vapor pode ser utilizado como 5 recheio de uma coluna. Para encher uma coluna de destilação com recheio, é necessária uma grande quantidade dos mesmos. Por isso, colunas de recheio são recomendadas somente para diâmetros pequenos (menor ou igual a 1 m). FIGURA 4 - PRINCIPAIS RECHEIOS ESTRUTURADOS Fonte: Henley, 2011. 6 1.3 OBJETIVOS Para dar continuidade ao processo de integrar as diversas disciplinas do curso de engenharia química, nesta etapa, pretende-se dimensionar as duas colunas de destilação presentes na planta de produção de clorometano (Anexo 1). Os equipamentos em questão, estão demonstrados na Figura 5. FIGURA 5 - DESTILADORAS DO PROCESSO Utilizando o software AspenPlus®, ambas as destiladoras devem ser dimensionadas a partir dos métodos Shortcut e Rigoroso. Para tal, se faz necessário escolher, primeiramente, os internos que compõe as colunas. Além disso, é requerido determinar a perda de carga, inundação, gotejamento, arraste para a torre 2 e sua folha de especificação. Por fim, dever- se-á apresentar uma estratégia de controle para as colunas de destilação estudadas. 7 2 MÉTODOS UTILIZADOS NAS SIMULAÇÕES 2.1 MÉTODO SHORTCUT O método shortcut - DSTWU é um método em que existe uma corrente de alimentação à coluna de destilação e duas correntes de saída. Este método estima a razão de refluxo mínima e o número teórico de pratos da coluna de destilação. Pode determinar também a razão de refluxo para um dado número de pratos e qual o prato de alimentação (MARTINS, 2009). Ele se baseia na análise da volatilidade relativa entre os componentes utilizando o conceito dos componentes “chave-leve” e “chave-pesado”. Para uma boa escolha dos componentes chave, é necessário assegurar que os mesmos estão distribuídos ao longo de toda a coluna. Quando feita de maneira correta, essa escolha nos garante que os componentes com volatilidade maior que o chave-leve saiam apenas no destilado e os com volatilidade menor que o chave- pesado saiam apenas no fundo. Além disso, o método assume que tanto as volatilidades relativas dos compostos como as vazões molares do líquido e do gás são constantes ao longo da coluna (JAFAREY, et al. 1979). 2.2 MÉTODO RIGOROSO O método rigoroso - RADFRAC foi desenvolvido para calcular colunas com várias alimentações e vários produtos intermediários, além da troca de calor em andares intermédios e calor trocado no condensador e no evaporador. São estabelecidos balanços de massa e energia para cada estágio de equilíbrio. Isso permite obter as vazões de destilado, do produto de fundo, composições e temperatura ao longo da coluna (ROMARO, et al. 2014). Esse método utiliza poucas simplificações, sendo a mais importante delas a de considerar todos os estágios ideais (LISTIK, et al. 2014). A escolha dos componentes chave se dáda mesma maneira que é realizada para o método short-cut, e o número de estágios teóricos e da razão de refluxo são obtidos através da simulação pelo método shortcut, utilizados como chute inicial. 8 3 DIMENSIONAMENTO DESTILADORA 1 A destiladora 01 tem por objetivo separar o clorometano dos outros componentes, visto que é o produto de interesse do processo. Sendo assim, esse equipamento deve ser dimensionado a fim de obter uma recuperação de 98% de clorometano no topo da coluna. Para projetar a destiladora foram feitas simulações utilizado o método Shortcut e o método Rigoroso, os quais foram realizados a partir do software AspenPlus®. A alimentação provém da corrente de fundo de uma unidade de separação de clorados, que no trabalho anterior foi definido como um tanque Flash. Essa corrente de entrada é composta por clorometano, diclorometano, triclorometano e tetraclorometano, possuindo uma vazão de 7000 kmol/h. A Tabela 1 apresenta os dados de alimentação. TABELA 1 - COMPOSIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO Componente Fração Molar Vazão (kmol/h) CH3Cl 0,88 6160 CH2Cl 0,06 420 CHCl3 0,05 350 CCl4 0,01 70 TOTAL 1 7000 A condição de pressão de entrada foi especificada para 9 bar. Já a temperatura foi arbitrária para que parte da corrente fosse vaporizada, o que aumenta a velocidade de vapor dentro da coluna, diminuindo seu diâmetro. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO Para o projeto da destiladora, é necessário saber as características da corrente de entrada. Sendo assim, avalia-se a qualidade de alimentação, definida pela variável “q”, a qual indicará o seu estado físico da seguinte forma: 9 Líquido subresfriado: q > 1; Líquido saturado: q = 1; Vapor + líquido: 0 < q < 1; Vapor saturado: q = 0; Vapor superaquecido: q < 0. A Figura 6 mostra as retas de “q” para cada situação. FIGURA 6 - RETAS "q" PARA CADA TIPO DE ALIMENTAÇÃO Para determinar o valor dessa variável, aplica-se a equação (1). 𝑞 = 𝐿𝐹 𝐹 = 𝐻0 − 𝐻𝐹 𝐻0 − 𝐻𝑏 (1) Sendo: q: Qualidade de alimentação; LF: Vazão de líquido na alimentação; F: Vazão de alimentação; H0: Entalpia da mistura no ponto de orvalho; HF: Entalpia da mistura na alimentação; Hb: Entalpia da mistura no ponto de bolha. 10 Tendo que a alimentação total corresponde a 7000 kmol/h e que a vazão de líquido dessa corrente é de 3859 kmol/h, substitui-se esses valores na equação (1), obtendo: 𝑞 = 3859 7000 = 0,55 Como “q” ficou entre 0 e 1, pode-se afirmar que a alimentação é composta por uma mistura líquido-vapor. 3.2 COMPONENTES CHAVE-LEVE E CHAVE-PESADA Os componentes-chaves são determinados em função da volatilidade dos mesmos. De acordo com a planta do processo, a corrente de topo da destiladora 01 é composta apenas por clorometano e a corrente de fundo contém diclorometano, triclorometano e tetraclorometano. Dessa forma, é possível afirmar que o clorometano corresponde ao chave-leve, enquanto que o diclorometano corresponde ao chave-pesada, visto que é o mais volátil dentre os compostos que saem na corrente de fundo. Quanto à recuperação na corrente de topo, considerou-se 0,98 para o clorometano, como dito anteriormente, e 0,0001 para o diclorometano. 3.3 MÉTODO SHORTCUT - DSTWU A primeira simulação da destiladora foi feita pelo método Shortcut através do software AspenPlus®. Foi utilizada uma coluna DSTWU, cujas correntes F, D1 e B1 referem-se às correntes de entrada, saída de topo e saída de fundo, respectivamente. A Figura 7 apresenta o fluxograma do equipamento. Com o fluxograma pronto, deve ser definido qual o modelo termodinâmico mais apropriado, como também adicionar os dados de entrada. Tais informações correspondem às vazões de alimentação mostradas na Tabela 1, os componentes chaves com suas respectivas composições, os tipos do condensador e do refervedor e também a perda de carga da destiladora. 11 FIGURA 7 - FLUXOGRAMA DA COLUNA SHORTCUR PARA DESTILADORA 1 3.3.1 Modelo Termodinâmico Com o auxílio das indicações do AspenPlus® em função das características do processo, foi escolhido o modelo termodinâmico de Peng- Robinson para as simulações de ambas as destiladoras. 3.3.2 Perda de Carga Tendo em vista que o método Shortcut serve para obter estimativas iniciais para a aplicação do método Rigoroso, considerou-se que não houve perda de carga na destiladora. Isso foi possível, visto que os resultados encontrados no primeiro método serão corrigidos quando o segundo for executado. 3.3.3 Condensador e Refervedor Condensador total é empregado quando se deseja condensar todos os componentes da corrente. Como a corrente de topo é composta apenas por clorometano, o qual deve ser totalmente condensado, observou-se que esse tipo de condensador seria o mais adequado para o processo. Da mesma forma, o refervedor parcial não irá vaporizar todos os componentes. Fato pertinente ao processo em questão, visto que é necessário 12 tornar vapor somente a fração da corrente que retornará à destiladora, o restante deverá permanecer no estado líquido para alimentar a destiladora 02. Portanto, foi determinado o uso de um refervedor parcial do tipo Kettle. Ambos os trocadores de calor operam à pressão absoluta de 9 bar. 3.3.4 Número de Estágios e Razão de Refluxo Para a simulação no software AspenPlus® é necessário fornecer o número de estágios ou a razão de refluxo. No entanto, o valor de tais variáveis é desconhecido. Então assumiu-se razão de refluxo de 1,5, a partir da qual obteve-se a razão de refluxo mínima, o número de estágios e o número de estágios mínimo. Além disso, foi construído o gráfico da razão de refluxo em função do número de estágios, o qual é utilizado para determinar o número de estágios ótimo, valor quando razão de refluxo se torna constante. A Figura 8 apresenta o gráfico obtido. FIGURA 8 - GRÁFICO DA RAZÃO DE REFLUXO EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE ESTÁGIOS PARA DESTILADORA 1 Analisando o gráfico, observa-se que o ponto para o qual a curva começa a ficar constante corresponde a 18 estágios com razão de refluxo de 0,4. Tais valores foram determinados por terem retornado a relação de 3:1 entre altura e diâmetro. DSTWU1 (DSTWU) - Results Reflux Ratio Profile Theoretical stages Ref lux rat io 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 Reflux ratio 13 Com os valores obtidos, retornou-se ao passo inicial da simulação, fornecendo número de estágios igual a 18, o que resultou em razão de refluxo de 0,38 e razão de refluxo mínima de 0,28. A Tabela 2 e a Tabela 3 e a contêm todos os resultados encontrados. TABELA 2 – RAZÃO DE REFLUXO E NÚMERO DE ESTÁGIOS PELO MÉTODO SHORTCUT PARA DESTILADORA 1 RAZÃO DE REFLUXO MÍNIMA 0,28 RAZÃO DE REFLUXO 0,38 NÚMERO DE ESTÁGIOS MÍNIMO 7,5 NÚMERO DE ESTÁGIOS 18 ESTÁGIO DE ALIMENTAÇÃO 13,69 TAXA DE DESTILADO 0,862 TABELA 3 - RESULTADOS OBTIDOS PELO MÉTODO SHORTCUT PARA DESTILADORA 01. COMPONENTE B1 D1 F VAZÃO MOLAR (kmol/h) CH3CL 123,2 6036,8 6160 CH2CL2 419,96 0,042 420 CHCL3 350 0,0022 350 CCL4 70 0,0004 70 VAZÃO MOLAR TOTAL (kmol/h) 963,16 6036,85 7000 VAZÃO MÁSSICA TOTAL (kg/h) 94437,22 304787 399224 VAZÃO VOLUMÉTRICA (l/min) 1308,16 5792,41 142065 TEMPERATURA (°C) 110,64 41,36 50 PRESSÃO (bar) 9 9 9 FRAÇÃO DE VAPOR 0 0 0,449 FRAÇÃO DE LÍQUIDO1 1 0,551 3.4 MÉTODO RIGOROSO – RADFRAC A partir das estimativas inicias obtidas no método Shortcut, foi realizada uma simulação mais precisa com o método Rigoroso. Neste caso, foi empregada uma coluna Radfrac como mostra o fluxograma da Figura 9 14 FIGURA 9 - FLUXOGRAMA DA COLUNA RADFRAC PARA DESTILADORA 01. 3.4.1 Perda de Carga Na aplicação do método rigoroso não é possível considerar a perda de carga desprezível, como foi feito para o Shortcut. É necessário levar em conta a perda de carga de cada prato, para a qual assumiu-se um valor de 5 psi/prato da coluna, número maior que o comum de 0,1 psi/prato para reduzir o diâmetro do equipamento. Além disso, também deve ser considerada a perda de carga entre a coluna e o condensador, cujo valor adotado foi de 1 bar. 3.4.2 Condensador e Refervedor Assim como no método Shortcut, também foi definido utilizar um condensador total e um refervedor parcial tipo Kettle. A diferença se encontra no condensador trabalhar à pressão de 8 bar, em função da perda de carga. 3.4.3 Números de Estágios e Razão de Refluxo Para realizar esta segunda simulação, foi utilizado como estimativas iniciais o número de estágios e a razão de refluxo obtidos no Shortcut. Além disso, também foram fornecidos os tipos de condensador e refervedor, a taxa de destilado e o fator de recuperação do clorometano (98%). O estágio de 15 alimentação pode ser escolhido desde que atenda as condições de operação, para o presente caso foi definido que ocorria no 13º estágio. Adicionalmente, foi inserido um fator de inundação igual a 0,85 a fim de reduzir o diâmetro da coluna e também o tipo de pratos utilizados, sendo escolhido o de pratos perfurados. Como todos esses dados, foi possível realizar a simulação, obtendo os resultados mostrados na Tabela 4. TABELA 4 – RESULTADOS DO MÉTODO RIGOROSO PARA A DESTILADORA 1. NÚMERO DE ESTÁGIOS 18 RAZÃO DE REFLUXO 0,42 COMPONENTE B1 D1 F VAZÃO MOLAR (kmol/h) CH3CL 123,2 6036,8 6160 CH2CL2 419,96 0,042 420 CHCL3 350 8,36E-06 350 CCL4 70 6,98E-09 70 VAZÃO MOLAR TOTAL (kmol/h) 963,16 6036,842 7000 VAZÃO MÁSSICA TOTAL (kg/h) 94437,54 304787 399224 VAZÃO VOLUMÉTRICA (l/min) 1298,58 5729,50 142065 TEMPERATURA (°C) 106,8 36,87 50 PRESSÃO (bar) 8,34 8 9 FRAÇÃO DE VAPOR 0 0 0,449 FRAÇÃO DE LÍQUIDO 1 1 0,551 Inicialmente, dever-se-ia trabalhar com 15ºC de temperatura. No entanto, foi necessário aumentar esse valor para 50ºC a fim de se obter um valor de diâmetro aceitável. Comparando os resultados obtidos em cada método, notou-se que as temperaturas das correntes de topo e de fundo do método Shortcut apresentaram leve redução quando o método Rigoroso foi aplicado. Tal observação pode ser verificada na Tabela 5. 16 TABELA 5 - COMPARAÇÃO DAS TEMPERATURAS ENTRE OS MÉTODOS SHORTCUT E RIGOROSO MÉTODO CORRENTE DE TOPO (ºC) CORRENTE DE FUNDO (ºC) Shortcut 41,4 110,6 Rigoroso 36,9 106,8 Já, com relação ao número de estágios, obteve-se o mesmo valor de 18 estágios para ambos os métodos. Da mesma forma, a razão de refluxo apresentou valores semelhantes, resultando em 0,38 para o Shortcut e em 0,42 para o Rigoroso. 3.4.4 Perfil de Composição É possível observar o comportamento das composições de cada componente na fase líquida e vapor, com relação ao número de estágios teóricos a partir de gráficos que relacionem essas duas variáveis. Os perfis de composição obtidos são apresentados na Figura 10 e na Figura 11 FIGURA 10 – PERFIL DE COMPOSIÇÃO NA FASE LÍQUIDA Block RADFRAC1: Liquid Composition Profiles Stage X (m ole frac tion ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 CH3CL (mole fraction) CH2CL2 (mole fraction) CHCL3 (mole fraction) CCL4 (mole fraction) 17 FIGURA 11 – PERFIL DE COMPOSIÇÃO NA FASE VAPOR Como afirmado anteriormente, a corrente de topo da destiladora 01 é composta apenas por clorometano, enquanto que o diclorometano, triclorometano e tetraclorometano saem pela corrente de fundo. Sendo assim, a composição de clorometano deve ser maior nos primeiros estágios (região mais alta da coluna) e a dos outros componentes deve apresentar seus valores mais baixos nos estágios finais (região mais baixa). Analisando os perfis obtidos, observa-se que estão condizentes com o esperado, visto que a composição de clorometano decai e a do restante dos componentes aumenta ao longo da coluna. 3.5 INTERNOS DA COLUNA Com o auxílio do Simulador AspenPlus, foi possível dimensionar a coluna com pratos (pelo TraySizing) e com recheio (PackingSizing). Para ambos os casos, o diâmetro encontrado foi elevado, devido às altas vazões e ao grau de pureza desejado ser alto. Não é viável projetar colunas com recheio com diâmetros grandes, portanto foi decidido utilizar-se pratos como internos. Pratos perfurados são os mais utilizados, já que possuem menor custo e boa eficiência. Além disso, os métodos de cálculo são mais conhecidos e precisos. Também são indicados para altas vazões, tanto de líquido quanto de gás. Portanto, foram escolhidos os pratos perfurados como internos da coluna de destilação. Block RADFRAC1: Vapor Composit ion Profiles Stage Y (m ole frac tion ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 CH3CL (mole fraction) CH2CL2 (mole fraction) CHCL3 (mole fraction) CCL4 (mole fraction) 18 3.6 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DA COLUNA Após a realização da simulação RadFrac no AspenPlus, foi utilizada a ferramenta TraySizing para realizar o dimensionamento da coluna de destilação considerando pratos perfurados. Este procedimento foi realizado para os estágios 2 a 17 da destiladora 1, já que os estágios 1 e 18 representam o condensador e a refervedora, respectivamente. Considerou-se número de passe igual a 1. O espaçamento entre os pratos utilizado foi de 0,6096 m, valor padrão utilizado pelo AspenPlus e dentro da faixa usual de projeto. A melhor faixa de valores do fator de inundação está entre 0,8 e 0,85. A fim de obter o menor diâmetro possível para a destiladora, foi escolhido 0,85 como fator de inundação para ser inserido no simulador. As demais especificações foram deixadas com os valores padrões do AspenPlus. Os dados para a simulação estão demonstrados na Figura 12. 19 FIGURA 12 - DADOS PARA SIMULAÇÃO DA DESTILADORA 1 VIA ASPENPLUS Os resultados obtidos pela simulação encontram-se na Tabela 6. TABELA 6 - DIMENSIONAMENTO DA DESTILADORA 1 PELO TraySizing DIÂMETRO DA COLUNA (m) 3,94 ÁREA DOWNCOMER/ÁREA COLUNA 0,10 VELOCIDADE NO DOWNCOMER (m.s-1) 0,03 PERCURSO EQUIVALENTE DO LÍQUIDO (m) 2,70 LARGURA DO DOWNCOMER (m) 0,62 COMPRIMENTO DA BARREIRA - lw (m) 2,86 A variação do diâmetro necessário para cada estágio não foi superior a 20%, portanto a coluna foi projetada com apenas um diâmetro, igual a 3,94 m. Como dito anteriormente, o diâmetro obtido é bem elevado. Seria ideal mudar algumas condições de operação para obter um equipamento menor, e, 20 portanto, mais barato. Deve-se modificar as condições de alimentação de forma a aumentar a fração de vapor na alimentação da coluna, diminuir as vazõesou diminuir o grau de pureza desejado para se obter um diâmetro menor. No entanto, como o diâmetro é inferior a 4,5 m seria possível a construção do equipamento, caso não houvesse a possibilidade de mudar as condições de operação. 21 4 DIMENSIONAMENTO DESTILADORA 2 Na destiladora 2 há a separação do diclorometano dos outros componentes que constituem a corrente de fundo da destiladora 1, denominada de B1. Conforme as orientações recebidas para a realização do trabalho, devemos recuperar 99,9% do diclorometano na corrente de topo da segunda destiladora (D2). A vazão da corrente de alimentação da destiladora 2 é de 2500 kmol/h. Sua composição é dada pelas frações molares dos componentes que saem no fundo da destiladora 1, que foram calculadas com os dados obtidos pelo método rigoroso para a destiladora 1, multiplicadas pela vazão molar da corrente que alimentará a segunda destiladora. A Tabela 7 mostra a as frações molares e as vazões de cada um dos componentes presentes nessa corrente. TABELA 7 – COMPOSIÇÕES E VAZÕES, POR COMPONENTE, DA CORRENTE DE ENTRADA DA DESTILADORA 2 COMPONENTE FRAÇÃO MOLAR VAZÃO (KMOL/H) CH3CL 0,128 319,78 CH2CL2 0,436 1090,05 CHCL3 0,363 908,47 CCL4 0,073 181,69 TOTAL 1 2500 Novamente, foram realizadas duas simulações para a destiladora 2, uma pelo método short-cut e outra pelo método rigoroso, através do software AspenPlus®. Considerou-se que a temperatura e a pressão da corrente de entrada dessa destiladora são as mesmas da corrente do fundo da destiladora 1, sendo a temperatura de aproximadamente 106,8 °C e a pressão de 8,3 bar. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO Analogamente à destiladora 1, a caracterização da corrente de alimentação será dada pelo fator q. Utilizando a equação (1) para o cálculo do parâmetro q, 22 verificou-se que q é igual a 1, ou seja, a alimentação encontra-se como líquido saturado. 𝑞 = 𝐿𝐹 𝐹 = 2499,97 2500,00 → 𝑞 = 1 4.2 COMPONENTES CHAVE-LEVE E CHAVE-PESADA Como o intuito é separar o diclorometano dos outros componentes presentes na corrente de entrada, este foi definido como componente chave- leve. O chave-pesado determinado foi o triclorometano. Como estabelecido no início deste trabalho, a recuperação do diclorometano deverá ser de 0,999. A recuperação do componente chave- pesado, na corrente de topo, foi estabelecida como sendo de 0,0001. 4.3 MÉTODO SHORTCUT Para a primeira simulação, utilizou-se um DSTWU. As correntes são identificadas como B1 (corrente de entrada), D2 (corrente de topo) e B2 (corrente de fundo), como mostra o fluxograma disposto na Figura 13. FIGURA 13 - FLUXOGRAMA DA DESTILADORA 2 Além do fluxograma do processo, é necessário adicionar outras informações sobre o processo. Tais como as composições da corrente de 23 alimentação, e a temperatura e pressão de operação na destiladora, no condensador e no refervedor escolhidos. 4.3.1 Condensador e Refervedor Assim como na destiladora 1, o condensador utilizado é o total e o refervedor é o do tipo Kettle. A pressão desses dois equipamentos é de 3 bar. Para o método short-cut, a perda de carga é considerada desprezível. 4.3.2 Número de Estágios e Razão de Refluxo Nesta parte da simulação, o software AspenPlus® necessita que seja adotado um número de estágios ou uma razão de refluxo. Primeiramente, definiu-se uma razão de refluxo igual a 2, a fim de conhecer a razão de refluxo mínima, o número de estágios e o número de estágios mínimo. Com esses valores, plotou-se um gráfico da razão de refluxo em função do número de estágios teóricos. Analisando esse gráfico, conforme a Figura 14, optou-se por escolher um número de estágios igual a 60. Pode-se observar que com 50 estágios, a razão de refluxo já se mantém praticamente constante. Entretanto, escolheu-se um número de estágios acima do valor ótimo, com relação a razão de refluxo, justamente com a intenção de diminuir o diâmetro da coluna. 24 FIGURA 14 - GRÁFICO DA RAZÃO DE REFLUXO EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE ESTÁGIOS PARA DESTILADORA 2 Após conhecidos esses valores, voltou-se a esse passo da simulação, mas agora fixou-se o número de estágios igual a 60, obtendo assim uma razão de refluxo de mínima de 1,64 e uma razão de refluxo de 1,86. Os valores encontrados para o estágio de alimentação, número mínimo de estágios e temperatura das correntes de topo e de fundo, pelo método ShortCut, estão dispostos na Tabela 8 e na Tabela 9. TABELA 8 – RESULTADOS PARA RAZÃO DE REFLUXO E NÚMERO DE ESTÁGIOS PARA A DESTILADORA 2 PELO MÉTODO SHORTCUT RAZÃO DE REFLUXO MÍNIMA 1,64 RAZÃO DE REFLUXO 1,86 NÚMERO DE ESTÁGIOS MÍNIMO 26,55 NÚMERO DE ESTÁGIOS 60 ESTÁGIO DE ALIMENTAÇÃO 34,31 TAXA DE DESTILADO 0,564 25 TABELA 9 - RESULTADOS ENCONTRADOS PARA A DESTILADORA 2 PELO MÉTODO SHORTCUT COMPONENTE B2 D2 B1 VAZÃO MOLAR (kmol/h) CH3CL 0,00 319,78 319,78 CH2CL2 1,09 1.088,97 1.090,06 CHCL3 908,38 0,09 908,47 CCL4 181,69 0,00 181,69 VAZÃO MOLAR TOTAL (kmol/h) 1.091,2 1.408,8 2.500,0 VAZÃO MÁSSICA TOTAL (kg/h) 136.481,0 108.644,0 245.125,0 VAZÃO VOLUMÉTRICA (l/min) 1.686,5 1.504,5 3.372,3 TEMPERATURA (°C) 101,3 44,1 106,8 PRESSÃO (bar) 3 3 8,3 FRAÇÃO DE VAPOR 0 0 0,0000118 FRAÇÃO DE LÍQUIDO 1 1 0,999988 4.4 MÉTODO RIGOROSO – RADFRAC Tendo como estimativas iniciais os valores calculados anteriormente pelo método short-cut, agora a destiladora 2 será simulada por um método mais rigoroso, usando um equipamento denominado RADFRAC, pelo software simulador AspenPlus®. 4.4.1 Perda de Carga No método rigoroso, a perda de carga dos equipamentos não pode ser desprezada. Adotou-se uma perda de carga equivalente a 0,1 psi/prato da coluna. Já entre a coluna e o condensador definiu-se a perda de carga como sendo 1 bar. 4.4.2 Condensador e Refervedor Exatamente como definido no método ShortCut, o refervedor continua sendo um modelo tipo Kettle e o condensador utilizado é o total. Inicialmente, a pressão no condensador era de 3 bar, considerando a perda de carga, a pressão nesse equipamento torna-se 2 bar. 26 4.4.3 Número de Estágios e Razão de Refluxo Para obtermos o número de estágios e a razão de refluxo tivemos que fornecer as estimativas iniciais calculadas pelo método simplificado. Dentre os parâmetros estão o tipo de condensador utilizado, a taxa de destilado, a razão de refluxo e o estágio em que ocorre a alimentação, neste caso o estágio número 34, e o fator de recuperação do diclorometano na corrente de topo, no caso de 99,9%. Novos parâmetros também tiveram que ser inseridos, como o fator de inundação, adotou-se 85%, e a escolha do tipo de interno da coluna. Neste caso optamos por pratos perfurados. Com todos os dados inseridos na simulação, encontramos os valores dispostos na Tabela 10. TABELA 10 - RESULTADOS OBTIDOS PARA A DESTILADORA 2 COM O MÉTODO RIGOROSO NÚMERO DE ESTÁGIOS 60 RAZÃO DE REFLUXO 1,81 COMPONENTE B1 B2 D2 VAZÃO MOLAR (kmol/h) CH3CL 319,78 0,00 319,78 CH2CL2 1.090,06 1,09 1.088,96 CHCL3 908,47 908,38 0,09 CCL4 181,69 181,69 0,00 VAZÃO MOLAR TOTAL (kmol/h) 2.500,0 1.091,2 1.408,8 VAZÃO MÁSSICA TOTAL (kg/h) 245.125 136.481 108.644 VAZÃO VOLUMÉTRICA (l/min) 3.372,3 1.664,4 1.471,1 TEMPERATURA (°C) 106,8 92,9 29,9 PRESSÃO (bar) 8,3 2,4 2,0 FRAÇÃODE VAPOR 0 0 0,0000118 FRAÇÃO DE LÍQUIDO 1 1 0,9999882 Analisando os resultados obtidos pelos métodos ShortCut e Rigoroso, percebem-se alterações nas temperaturas das correntes de topo e de fundo. A 27 temperatura da corrente de topo caiu de 44,1 °C para 29,9 °C. Já a corrente de fundo foi de 101,3 °C para 92,9 °C. Nos resultados apresentados na Tabela 10, podemos analisar as pressões das correntes de alimentação e de saída tanto do condensador quanto do refervedor. O número de estágios teóricos estabelecidos para os dois métodos foi de 60 estágios. A razão de refluxo de obtida pelo método ShortCut foi de 1,86, já para o método rigoroso, a razão de refluxo foi de 1,81. 4.4.4 Perfil de Composição É possível observar o comportamento das composições de cada componente na fase líquida e vapor, com relação ao número de estágios teóricos a partir de gráficos que relacionem essas duas variáveis. Os perfis de composição obtidos são apresentados na Figura 15 e na FIGURA 16. FIGURA 15 – COMPOSIÇÃO MOLAR DOS COMPONENTES EM FUNÇÃO DO NÚMERO DO ESTÁGIO NA FASE LÍQUIDA Block RADFRAC2: Liquid Composition Profiles Stage X ( m o le f rac tio n) 1 11 21 31 41 51 61 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 CH3CL (mole fraction) CH2CL2 (mole fraction) CHCL3 (mole fraction) CCL4 (mole fraction) 28 FIGURA 16 – COMPOSIÇÃO MOLAR DOS COMPONENTES EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE ESTÁGIOS NA FASE VAPOR Por meio dos gráficos apresentados, pode-se observar que, tanto na fase líquida quanto na fase vapor, a composição do clorometano e do diclorometano decai ao longo da coluna, enquanto que a composição dos outros elementos, triclorometano e tetraclorometamo, aumenta. Isso se deve ao fato de que, como o componente chave-leve é o diclorometano, este componente, assim como os que apresentarem volatilidade superior a ele, neste caso apenas o clorometano, devem sair no topo da destiladora e, por isso suas composições molares são maiores nos estágios iniciais da coluna. 4.5 INTERNOS DA COLUNA De forma análoga à destiladora 1, foi decido projetar a destiladora 2 com pratos perfurados, devido ao alto diâmetro do equipamento. Novamente, o diâmetro elevado é justificado pelas condições de operação, que incluem altas vazões e grau de pureza do destilado. Block RADFRAC2: Vapor Composit ion Profiles Stage Y ( m o le f rac tio n) 1 11 21 31 41 51 61 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 CH3CL (mole fraction) CH2CL2 (mole fraction) CHCL3 (mole fraction) CCL4 (mole fraction) 29 4.6 DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DA COLUNA Assim como com a destiladora 1, foi utilizada a ferramenta TraySizing para realizar o dimensionamento da coluna de destilação 2 considerando pratos perfurados. Este procedimento foi realizado para os estágios 2 a 59 da destiladora 1, já que os estágios 1 e 59 representam o condensador e a refervedora, respectivamente. Demais restrições foram preenchidas analogamente ao realizado para a destiladora 1, com espaçamento entre pratos igual a 0,6096 m e fator de inundação igual a 0,85. Os resultados obtidos pela simulação encontram-se na Tabela 11. TABELA 11 – DIMENSIONAMENTO DA DESTILADORA 2 PELO TraySizing DIÂMETRO DA COLUNA (m) 4,46 ÁREA DOWNCOMER/ÁREA COLUNA 0,1 VELOCIDADE NO DOWNCOMER (m.s-1) 0,0722 PERCURSO EQUIVALENTE DO LÍQUIDO (m) 3,065 LARGURA DO DOWNCOMER (m) 0,698 COMPRIMENTO DA BARREIRA - lw (m) 3,2414 Como a variação do diâmetro necessário para cada estágio não foi superior a 20%, a coluna foi projetada com apenas um diâmetro, igual a 4,46 m. Novamente, o diâmetro obtido é bem elevado, ainda maior que o da primeira destiladora. Isso acontece devido ao elevado grau de pureza do destilado, que deve conter recuperação de 99,9% de diclorometano. Para atingir uma separação tão seletiva foi necessário um alto diâmetro, além do elevado número de estágios, resultando em equipamento bem grande. Possíveis modificações para a diminuição do diâmetro seriam análogas às da destiladora 1. 30 5 ÁREAS, INUNDAÇÃO, GOTEJAMENTO E ARRASTE NA DESTILADORA 2 5.1 CÁLCULO DAS ÁREAS A área total da coluna é calculada em função do diâmetro da coluna obtido, pela equação (2). 𝐴𝑐 = 𝜋𝐷𝑐 2 4 (2) A área de downcomers é composta pela área de entrada de líquido nos downcomers que saem do prato e pela área de saída de líquido dos downcomers que chegam ao prato (CALDAS, 2007). A relação entre a área do downcomer e da área da coluna obtida foi igual a 0,1. Portanto, calcula-se a área do downcomer pela equação (3): 𝐴𝑑 = 0,1𝐴𝑐 (3) A área net representa a área líquida disponível para o contato líquido- vapor e é dada pela equação (4). 𝐴𝑛𝑒𝑡 = 𝐴𝑐 − 𝐴𝑑 (4) A área ativa é a área do prato na qual o líquido e o gás entram em contato, sendo que a maior parte da transferência de massa e calor ocorre sobre ela (CALDAS, 2007). Pode-se calculá-la pela equação (5) 𝐴𝑎 = 𝐴𝑐 − 2𝐴𝑑 (5) 31 Por fim, calcula-se a área dos furos ativos, considerando esta igual a 12% da área ativa, como mostra a equação (6). 𝐴ℎ = 0,12𝐴𝑎 (6) Assim, utilizando-se as equações (2) a (6), calculam-se as áreas para a destiladora 2, apresentadas na Tabela 12. TABELA 12 - ÁREAS CALCULADAS DA DESTILADORA 2 DIÂMETRO DA COLUNA (m) 4,461 ÁREA TOTAL DA COLUNA - AC (m) 15,630 ÁREA DOWNCOMER- AD (m) 1,563 ÁREA NET - ANET (m) 14,067 ÁREA ATIVA - AA (m) 12,504 ÁREA FUROS ATIVOS - AH (m) 1,500 5.2 VERIFICAÇÃO DA INUNDAÇÃO Para elevada vazão de líquido, existe a condição de inundação por escoamento do líquido. A necessidade de escoar essa quantidade excessiva de líquido em uma área limitada pode sobrecarregar o downcomer e as outras passagens de líquido no prato, o que também resulta no aumento do inventário de líquido e de perda de carga entre os estágios. (CALDAS, 2007) Esta situação diminui a eficiência dos pratos. A velocidade de operação de vapor (uv,op) foi calculada pela razão entre a vazão volumétrica de vapor e a área net. A vazão volumétrica foi calculada a partir da vazão mássica de vapor (Vw) e da densidade do vapor (ρv). Assim, calcula-se a velocidade de operação pela equação (7) 𝑢𝑣,𝑜𝑝 = 𝑉𝑤 𝜌𝑣 . 1 𝐴𝑛𝑒𝑡 (7) 32 Os dados de vazão mássica de vapor e suas densidades foram obtidas pela simulação realizada pelo AspenPlus. A Tabela 13 apresenta o cálculo das velocidades de operação para os 60 estágios teóricos. TABELA 13 – VELOCIDADES DE OPERAÇÃO DO VAPOR EM CADA ESTÁGIO DA DESTILADORA 2 Estágio Vw ρV uv,op Estágio Vw ρV uv,op kg/hr kg/cum m/s kg/hr kg/cum m/s ANTES DA ALIMENTAÇÃO DEPOIS DA ALIMENTAÇÃO 2 322875 6,205 1,028 34 333893 7,883 0,836 3 326122 6,258 1,029 35 337276 7,950 0,838 4 326551 6,282 1,027 36 339078 8,007 0,836 5 326633 6,302 1,023 37 340996 8,070 0,834 6 326679 6,323 1,020 38 343456 8,148 0,832 7 326728 6,343 1,017 39 346643 8,243 0,830 8 326786 6,364 1,014 40 350674 8,358 0,828 9 326859 6,385 1,011 41 355586 8,494 0,827 10 326952 6,406 1,008 42 361301 8,649 0,825 11 327071 6,428 1,005 43 367600 8,816 0,823 12 327227 6,451 1,002 44 374157 8,989 0,822 13 327433 6,474 0,999 45 380575 9,158 0,821 14 327706 6,499 0,996 46386509 9,315 0,819 15 328070 6,526 0,993 47 391715 9,455 0,818 16 328554 6,556 0,990 48 396081 9,575 0,817 17 329192 6,589 0,987 49 399613 9,676 0,816 18 330027 6,625 0,984 50 402397 9,761 0,814 19 331103 6,667 0,981 51 404552 9,831 0,813 20 332464 6,715 0,978 52 406216 9,891 0,811 21 334139 6,769 0,975 53 407517 9,944 0,809 22 336135 6,831 0,972 54 408585 9,991 0,808 23 338426 6,898 0,969 55 409551 10,036 0,806 24 340946 6,971 0,966 56 410583 10,082 0,804 25 343598 7,047 0,963 57 411925 10,135 0,803 26 346259 7,123 0,960 58 413978 10,203 0,801 27 348825 7,197 0,957 59 417432 10,300 0,800 28 351221 7,268 0,954 29 353423 7,334 0,952 30 355460 7,398 0,949 31 357419 7,459 0,946 32 359428 7,521 0,944 33 361717 7,564 0,944 33 A velocidade de inundação (uv,f), ou seja, a velocidade mínima de vapor na qual começa a ocorrer a inundação, é expressa pela equação (8). 𝑢𝑣,𝑓 = 𝐾1√ 𝜌𝐿 − 𝜌𝑉 𝜌𝑉 (8) A constante K1 é obtida pelo gráfico da Figura 17, em função do espaçamento entre os pratos, definido como 0,60 m para essa destiladora, e pelo fator de vazão líquido-vapor (FLV), calculado pela equação (9). FIGURA 17 – CORRELAÇÃO K1 DE INUNDAÇÃO Fonte: SINNOTT, 2005. 𝐹𝐿𝑉 = 𝐿𝑤 𝑉𝑤 √ 𝜌𝑉 𝜌𝐿 (9) Sendo Lw e Vw as vazões mássicas e ρL e ρV as densidades do líquido e do vapor, respectivamente. No entanto, esse gráfico só pode ser utilizado para tensão superficial do líquido igual a 0,02 N/m. Assim, deve-se corrigir o valor obtido de K1 pela equação (10). 𝐾1 ′ = 𝐾1 ( 𝜎 0,02 ) 0,2 𝑞 = 𝐿𝐹 𝐹 = 𝐻0 − 𝐻𝐹 𝐻0 − 𝐻𝑏 (10) 34 Utilizando as equações (8) a (10) obtém-se as velocidades de inundação para cada estágio, como mostra a Tabela 14. TABELA 14 - VELOCIDADES DE INUNDAÇÃO (uV,F) DO VAPOR EM CADA ESTÁGIO DA DESTILADORA 2 Estágio FLV σ (N/m) K1' uv,f Estágio FLV σ (N/m) K1' uv,f N/m m/s N/m m/s ANTES DA ALIMENTAÇÃO DEPOIS DA ALIMENTAÇÃO 2 0,046 0,0378 0,125 1,769 34 0,108 0,0418 0,110 1,424 3 0,047 0,0376 0,124 1,760 35 0,108 0,0417 0,110 1,417 4 0,047 0,0376 0,124 1,756 36 0,108 0,0417 0,110 1,413 5 0,047 0,0375 0,124 1,752 37 0,109 0,0418 0,110 1,408 6 0,047 0,0375 0,124 1,749 38 0,109 0,0419 0,110 1,403 7 0,047 0,0375 0,124 1,746 39 0,109 0,0420 0,110 1,397 8 0,047 0,0375 0,124 1,743 40 0,109 0,0421 0,11 1,389 9 0,047 0,0379 0,125 1,744 41 0,110 0,0423 0,110 1,381 10 0,047 0,0379 0,125 1,741 42 0,110 0,0419 0,110 1,368 11 0,047 0,0379 0,125 1,738 43 0,111 0,0421 0,110 1,358 12 0,048 0,0379 0,125 1,735 44 0,111 0,0423 0,110 1,347 13 0,048 0,0379 0,125 1,732 45 0,111 0,0424 0,110 1,337 14 0,048 0,0379 0,125 1,729 46 0,112 0,0425 0,110 1,329 15 0,048 0,0379 0,125 1,726 47 0,112 0,0426 0,110 1,319 16 0,048 0,0380 0,125 1,724 48 0,112 0,0427 0,110 1,312 17 0,048 0,0380 0,125 1,721 49 0,113 0,0427 0,110 1,306 18 0,048 0,0381 0,125 1,719 50 0,113 0,0428 0,110 1,300 19 0,048 0,0382 0,125 1,716 51 0,113 0,0428 0,110 1,296 20 0,049 0,0384 0,125 1,714 52 0,113 0,0428 0,110 1,292 21 0,049 0,0386 0,125 1,711 53 0,114 0,0428 0,110 1,289 22 0,049 0,0388 0,125 1,709 54 0,114 0,0428 0,110 1,286 23 0,049 0,0392 0,125 1,708 55 0,114 0,0428 0,110 1,283 24 0,050 0,0396 0,126 1,706 56 0,114 0,0428 0,110 1,280 25 0,050 0,0400 0,126 1,704 57 0,114 0,0428 0,110 1,277 26 0,050 0,0403 0,126 1,702 58 0,115 0,0428 0,110 1,273 27 0,051 0,0407 0,126 1,699 59 0,115 0,0429 0,110 1,268 28 0,051 0,0409 0,126 1,697 29 0,051 0,0412 0,127 1,693 30 0,052 0,0409 0,126 1,686 31 0,052 0,0410 0,127 1,683 32 0,052 0,0415 0,127 1,682 33 0,052 0,0417 0,127 1,6815 O fator de inundação (ff) é dado pela relação entre as velocidades de operação e de inundação, como mostra a equação (11). Ele deve variar entre 70 35 a 90%, sendo que o ideal seria entre 80 e 85% (SINNOTT, 2005). Os resultados para cada estágio encontram-se na Tabela 15. 𝑓𝑓 = 𝑢𝑣,𝑜𝑝 𝑢𝑣,𝑓 (11) TABELA 15 – FATORES DE INUNDAÇÃO PARA A DESTILADORA 2 Estágio uv,f uv,op Fator de inundação Estágio uv,f uv,op Fator de inundação m/s m/s m/s m/s ANTES DA ALIMENTAÇÃO DEPOIS DA ALIMENTAÇÃO 2 1,770 1,028 0,581 34 1,425 0,836 0,587 3 1,760 1,029 0,585 35 1,418 0,838 0,591 4 1,756 1,027 0,585 36 1,413 0,836 0,592 5 1,753 1,023 0,584 37 1,408 0,834 0,592 6 1,750 1,020 0,583 38 1,403 0,832 0,593 7 1,747 1,017 0,582 39 1,397 0,830 0,594 8 1,743 1,014 0,582 40 1,390 0,828 0,596 9 1,744 1,011 0,580 41 1,382 0,827 0,598 10 1,741 1,008 0,579 42 1,368 0,825 0,603 11 1,738 1,005 0,578 43 1,358 0,823 0,606 12 1,735 1,002 0,577 44 1,348 0,822 0,610 13 1,733 0,999 0,576 45 1,337 0,821 0,614 14 1,730 0,996 0,576 46 1,328 0,819 0,617 15 1,727 0,993 0,575 47 1,319 0,818 0,620 16 1,724 0,990 0,574 48 1,312 0,817 0,623 17 1,722 0,987 0,573 49 1,306 0,816 0,624 18 1,719 0,984 0,572 50 1,301 0,814 0,626 19 1,717 0,981 0,571 51 1,296 0,813 0,627 20 1,714 0,978 0,570 52 1,292 0,811 0,627 21 1,712 0,975 0,569 53 1,289 0,809 0,628 22 1,710 0,972 0,568 54 1,286 0,808 0,628 23 1,709 0,969 0,567 55 1,283 0,806 0,628 24 1,707 0,966 0,566 56 1,280 0,804 0,628 25 1,705 0,963 0,565 57 1,277 0,803 0,628 26 1,703 0,960 0,564 58 1,273 0,801 0,629 27 1,700 0,957 0,563 59 1,269 0,800 0,631 28 1,697 0,954 0,562 29 1,694 0,952 0,562 30 1,686 0,949 0,563 31 1,683 0,946 0,562 32 1,682 0,944 0,561 33 1,682 0,944 0,562 36 Analisando a Tabela 15, nota-se que as velocidades de operação são inferiores às de inundação, o que indica que não ocorre problema de inundação na destiladora 2. No entanto, os valores encontrados para o fator de inundação são próximos a 0,60, abaixo da faixa recomendada. Como consequência, tem- se uma maior perda de carga, o que diminui a eficiência dos pratos. Para alcançar um valor maior para ff, deve-se diminuir o diâmetro da coluna. 5.3 VERIFICAÇÃO DO GOTEJAMENTO O gotejamento ocorre quando existe vazamento do líquido para o prato inferior. É causado por baixas vazões de vapor e alta relação entre a área de furos e a área ativa. Como consequência, tem-se a baixa eficiência dos pratos. A velocidade do vapor através dos furos (uh) é dada em função da vazão volumétrica de vapor (Qv) e da área de furos ativos (Ah). A equação (12) mostra como calcular esse parâmetro em função da vazão mássica (Vw). 𝑢ℎ = 𝑄𝑉 𝐴ℎ = 𝑉𝑤 𝜌𝑉 . 1 𝐴ℎ (12) A velocidade mínima de vapor para que não ocorra gotejamento (�̂�ℎ) é dada pela equação (13). �̂�ℎ = 𝐾2 − 0,90(25,4 − 𝑑ℎ) 𝜌𝑉 0,5 (13) Sendo df o diâmetro dos furos, definido como 5 mm, e K2 uma constante obtida pelo gráfico da Figura 18. 37 FIGURA 18 – CORRELAÇÃO K2 DE GOTEJAMENTO Fonte: SINNOTTI, 2005. O eixo das abcissas do gráfico da Figura 18 é dado por hw + how, sendo o primeiro a altura da barreira e how a altura do líquido sobre a barreira. A faixa de valores para hw em destiladoras operando em pressões acima da atmosférica é de 40 a 50mm. Foi adotado o valor de 40mm. Calcula-se how (em mm) pela equação (14). ℎ𝑜𝑤 = 750 ( 𝐿𝑤 𝜌𝐿 . 𝑙𝑤 ) 2/3 (14) Sendo lw o comprimento da barreira, dado em metros. Esse valor é obtido pelo AspenPlus, igual a 3,241 mm. Assim, com os valores de hw e hwo para cada estágio calculados, obtém- se os valores de K2 médios para os estágios acima e abaixo da alimentação pela Figura 18 e então calcula-se a velocidade mínima de gotejamento pela equação (13).As velocidades calculadas em cada estágio são mostradas pela Tabela 16. 38 TABELA 16 – VELOCIDADES MÍNIMAS DE GOTEJAMENTO Estágio hwo K2 �̂�𝒉 min uh Estágio hwo K2 �̂�𝒉min uh mm m/s m/s mm m/s m/s ANTES DA ALIMENTAÇÃO DEPOIS DA ALIMENTAÇÃO 2 44,966 30,8 4,994 9,633 34 72,985 31,2 4,573 7,841 3 45,423 30,8 4,973 9,648 35 73,348 31,2 4,554 7,854 4 45,488 30,8 4,963 9,624 36 73,510 31,2 4,538 7,840 5 45,504 30,8 4,955 9,595 37 73,664 31,2 4,520 7,822 6 45,515 30,8 4,947 9,565 38 73,856 31,2 4,498 7,803 7 45,525 30,8 4,939 9,536 39 74,103 31,2 4,472 7,785 8 45,536 30,8 4,931 9,506 40 74,414 31,2 4,441 7,767 9 45,548 30,8 4,923 9,477 41 74,794 31,2 4,406 7,750 10 45,561 30,8 4,915 9,448 42 75,242 31,2 4,366 7,734 11 45,576 30,8 4,907 9,420 43 75,741 31,2 4,324 7,719 12 45,593 30,8 4,898 9,391 44 76,270 31,2 4,283 7,705 13 45,613 30,8 4,889 9,362 45 76,795 31,2 4,243 7,693 14 45,638 30,8 4,880 9,334 46 77,289 31,2 4,207 7,681 15 45,669 30,8 4,869 9,306 47 77,729 31,2 4,176 7,670 16 45,708 30,8 4,859 9,278 48 78,103 31,2 4,150 7,658 17 45,757 30,8 4,846 9,250 49 78,411 31,2 4,128 7,646 18 45,820 30,8 4,833 9,222 50 78,657 31,2 4,110 7,632 19 45,900 30,8 4,818 9,194 51 78,850 31,2 4,095 7,618 20 46,001 30,8 4,801 9,166 52 79,002 31,2 4,083 7,603 21 46,125 30,8 4,781 9,138 53 79,123 31,2 4,072 7,587 22 46,273 30,8 4,760 9,110 54 79,224 31,2 4,062 7,571 23 46,446 30,8 4,736 9,082 55 79,314 31,2 4,053 7,555 24 46,639 30,8 4,712 9,054 56 79,408 31,2 4,044 7,539 25 46,846 30,8 4,686 9,027 57 79,523 31,2 4,033 7,524 26 47,057 30,8 4,661 9,000 58 79,691 31,2 4,020 7,511 27 47,264 30,8 4,637 8,973 59 79,962 31,2 4,001 7,502 28 47,462 30,8 4,614 8,946 29 47,646 30,8 4,593 8,921 30 47,819 30,8 4,574 8,895 31 47,987 30,8 4,555 8,871 32 48,160 30,8 4,536 8,848 33 48,359 30,8 4,523 8,853 Como pode ser observado na Tabela 16, as velocidades de vapor através dos furos são superiores as velocidades mínimas para não ocorrer o gotejamento. Assim, conclui-se que a coluna de destilação projetada não sofre a condição de gotejamento. 39 5.4 VERIFICAÇÃO DO ARRASTE A condição de arraste é dada quando a vazão de gás é elevada. Nessa condição o escoamento gravitacional da fase líquida dificilmente ocorrerá, já que o líquido alimentado é carregado pela fase gasosa, pelo topo para fora da torre. Assim, o inventário de líquido da torre sofre um grande aumento, a perda de carga entre os estágios se torna excessivamente alta e o controle da coluna é dificultado. (CALDAS, 2007) Em torres que necessitam operar com altas vazões de líquido e gás, pode- se tolerar um certo nível de arraste no prato. As gotas de líquido que atingem o prato superior e o atravessam degradam o perfil de composição da torre, mas se o downcomer for capaz de suportar esse tráfego adicional, a coluna opera de forma estável. No entanto, o número de estágios teóricos é então reduzido. (CALDAS, 2007) A fração de arraste (ψ) pode ser obtida pelo gráfico da Figura 19, em função do fator de vazão líquido-vapor (FLV) e pelo fator de inundação ff. Esses valores já foram calculados previamente para o cálculo da velocidade de inundação. Para os estágios acima da alimentação, observa-se valores de FLV próximos de 0,05 e de ff próximos a 0,57. Pela Figura 19, obtém-se fração de arraste próxima a 0,02. Para os estágios abaixo da alimentação, os valores de FLV são próximos a 0,11, enquanto os fatores de inundação variam de 0,59 a 0,63. Assim, pelo gráfico da Figura 19 os valores de ψ são próximos de 0,01. Como os valores de fração de arraste estão abaixo de 5%, considera-se que o arraste existente é aceitável. 40 FIGURA 19 – FRAÇÃO DE ARRASTE PARA PRATOS PERFURADOS Fonte: SINNOTTI, 2005. 41 6 PERDA DE CARGA NA DESTILADORA 2 Para o cálculo da perda de carga da coluna de destilação 2, utilizou-se a equação (15) (SINNOTT, 2005). ℎ𝑡 = ℎ𝑑𝑝 + (ℎ𝑜𝑤 + ℎ𝑤) + ℎ𝑟 (15) Sendo que ht é a perda de carga total, hdp é a perda de carga do prato seco em mmH2O, e hr é a perda de carga residual referente à tensão superficial em mmH2O. Para calcular a perda de carga residual, utilizou-se a equação (16). ℎ𝑟 = 12,5𝑥103 𝜌𝑙 (16) E para a perda de carga do prato seco utilizou-se a equação (17): ℎ𝑑𝑝 = 51 ∗ [ 𝑢ℎ 𝐶0 ] 2 𝜌𝑣 𝜌𝑙 (17) O valor de C0 pode ser encontrado no gráfico da Figura 20: 42 FIGURA 20 - GRÁFICO DA CORRELAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO VALOR DE C0 FONTE: SINNOTT, 2005. A relação 𝐴ℎ 𝐴𝑝 pode ser igualada a (SINNOTT, 2005): 𝐴ℎ 𝐴𝑝 = 0,9 ( 𝑑ℎ 𝑙𝑝 ) 2 (18) A distância entre o centro dos furos (𝑙𝑝) é normalmente de 2,5 a 4 vezes o valor do diâmetro (SINNOTT, 2005). Portanto, escolhendo um valor de 𝑙𝑝 como sendo 3 vezes o diâmetro, têm-se que: 𝐴ℎ 𝐴𝑝 = 0,1 43 A razão da espessura do prato e do diâmetro do furo foi considerada 1, pois considerou-se que ambos possuem 5 mm. Com isso, encontra-se um valor de C0 de aproximadamente 0,84. Agora é possível calcular o valor de hdp, utilizando o valor das velocidades calculadas anteriormente e os valores de densidade retiradas do Aspen. Os resultados estão listados na Tabela 17. Todas as unidades estão em mmH2O. TABELA 17 - VALORES CALCULADOS PARA ENCONTRAR A PERDA DE CARGA TOTAL (ht) Estágios how hw hr hdp ht Estágios how hw hr hdp ht 1 57,49 40 10,16 31,51 139,16 31 47,99 40 9,49 32,20 129,68 2 44,97 40 9,99 33,27 128,23 32 48,16 40 9,46 32,21 129,84 3 45,42 40 10,00 33,66 129,08 33 48,36 40 9,44 32,35 130,14 4 45,49 40 10,00 33,63 129,12 34 72,99 40 9,41 26,38 148,78 5 45,50 40 10,00 33,54 129,05 35 73,35 40 9,42 26,70 149,46 6 45,51 40 10,00 33,45 128,96 36 73,51 40 9,41 26,78 149,70 7 45,52 40 10,00 33,35 128,88 37 73,66 40 9,40 26,84 149,91 8 45,54 40 10,00 33,26 128,80 38 73,86 40 9,39 26,94 150,19 9 45,55 40 10,00 33,17 128,72 39 74,10 40 9,38 27,08 150,56 10 45,56 40 10,00 33,08 128,64 40 74,41 40 9,36 27,28 151,05 11 45,58 40 10,00 32,99 128,56 41 74,79 40 9,33 27,53 151,66 12 45,59 40 10,00 32,90 128,49 42 75,24 40 9,31 27,85 152,40 13 45,61 40 10,00 32,81 128,42 43 75,74 40 9,29 28,20 153,23 14 45,64 40 9,99 32,72 128,35 44 76,27 40 9,26 28,58 154,12 15 45,67 40 9,99 32,64 128,30 45 76,80 40 9,24 28,96 155,00 16 45,71 40 9,98 32,56 128,24 46 77,29 40 9,23 29,32 155,83 17 45,76 40 9,97 32,48 128,20 47 77,73 40 9,21 29,63 156,57 18 45,82 40 9,95 32,41 128,18 48 78,10 40 9,20 29,88 157,19 19 45,90 40 9,93 32,34 128,17 49 78,41 40 9,20 30,08 157,68 20 46,00 40 9,90 32,29 128,19 50 78,66 40 9,19 30,22 158,07 21 46,12 40 9,86 32,24 128,23 51 78,85 40 9,19 30,31 158,35 22 46,27 40 9,82 32,20 128,30 52 79,00 40 9,19 30,37 158,56 23 46,45 40 9,78 32,18 128,41 53 79,12 40 9,19 30,40 158,71 24 46,64 40 9,74 32,17 128,55 54 79,22 40 9,19 30,42 158,83 25 46,85 40 9,69 32,17 128,71 55 79,31 40 9,19 30,42 158,92 26 47,06 40 9,65 32,18 128,88 56 79,41 40 9,18 30,43 159,02 27 47,26 40 9,61 32,19 129,06 57 79,52 40 9,18 30,46 159,17 28 47,46 40 9,57 32,19 129,23 58 79,69 40 9,18 30,55 159,41 29 47,65 40 9,54 32,20 129,38 59 79,96 40 9,17 30,73 159,86 30 47,82 40 9,51 32,20 129,53 60 31,38 40 9,15 0,00 140,53 Σ= 8432,43 44 O AspenPlus não forneceu o valor da densidade do vapor no estágio 60, e devido a isso, ela foi considerada nula. Portanto, o valor encontrado para aperda de carga total do sistema foi de 8432,43 mmH2O, que corresponde a 0,83 bar. 45 7 NÚMERO REAL DE ESTÁGIOS NA DESTILADORA 2 O simulador AspenPlus nos dá o número de estágios teóricos, então é preciso calcular o número de pratos reais, através da sua eficiência, como mostra a equação (19). 𝐸 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜𝑠 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑖𝑠 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 (19) Para o cálculo da eficiência utilizou-se a correlação de O’Connel, que está definida na equação (20). 𝐸 = 0,492(𝜇�̅��̅�) −0,245 (20) Onde 𝜇�̅� é a viscosidade média do líquido em mNs/m 2 e �̅� é a volatilidade relativa média. A viscosidade do líquido é obtida através de uma média geométrica das viscosidades no topo e no fundo da coluna. Considerou-se os estágios 2 e 59, pois o estágio 1 corresponde ao condensador e o 60 corresponde ao refervedor. Os valores das viscosidades foram novamente retirados do AspenPlus, e o resultado está demonstrado a seguir: √𝜇𝑙,2. 𝜇𝑙,59 = 𝜇�̅� = 0,320 𝑐𝑃 = 0,320 𝑚𝑁𝑠 𝑚2 O mesmo é feito com a volatilidade relativa média, porém deve-se utilizar os valores volatilidade do componente chave-leve e do componente chave- pesada, utilizando a equação (21): 𝛼 = 𝐾𝐿𝐾 𝐾𝐻𝐾 (21) 46 Onde KLK é a volatilidade do componente chave-leve e KHK é a volatilidade do componente chave-pesada. No estágio 2, KLK = KCH2Cl2 = 0,807 e KHK = KCH3Cl = 0,400. Enquanto que no estágio 59 têm-se que KLK = 1,888 e KHK = 1,044. Novamente esses parâmetros foram retirados do AspenPlus. Com isso, obteve-se: 𝛼2 = 2,107 𝛼59 = 1,808 �̅� = √𝛼2. 𝛼59 = 1,910 Voltando à equação (20), encontra-se: 𝐸 = 0,555 = 55,5% Tendo o valor da eficiência, agora é possível encontrar o número de estágios reais, através da equação (19): 0,555 = 60 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 = 108 Ou seja, o número de pratos reais corresponde a 106 (desconsiderando o condensador e o refervedor). 47 8 ALTURA DA DESTILADORA 2 A altura da coluna pode ser calculada pela equação (22), onde H corresponde à altura, Nreais é o número de estágios reais (considerando apenas os pratos), h1 é a altura do primeiro prato até o topo da coluna e h2 a altura do último prato até a base da coluna. 𝐻 = 𝑁𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 ∗ (𝑇𝑆 + 𝑒) + ℎ1 + ℎ𝑛 (22) O número de pratos reais já foi definido anteriormente, correspondendo a 106. O espaçamento recomendado para colunas com diâmetro maior que 1,5 metros é de 0,6 metros (CALDAS, 2007), e a espessura utilizada foi de 0,005 metros. Como o diâmetro da nossa coluna resultou em um valor maior que 1,7 metros, a altura utilizada do primeiro prato até o topo da nossa coluna foi de 1,05 metros (CALDAS, 2007). Além disso, o valor da altura do último prato até o fundo da coluna foi de 0,75 metros (CALDAS, 2007). Com isso, obteve-se: 𝐻 = 106 ∗ (0,6 + 0,005) + 1,05 + 0,75 𝐻 = 65,93 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 48 9 ESTRATÉGIA DE CONTROLE Controlar um processo significa atuar sobre ele ou sobre as condições a que o processo está sujeito, de modo a atingir algum objetivo. Por exemplo, pode-se achar necessário ou desejável manter o processo sempre próximo de um determinado estado estacionário, mesmo que efeitos externos tentem desviá-lo desta condição. Este estado estacionário pode ter sido escolhido por atender melhor aos requisitos de qualidade e segurança do processo (PUC-RIO DEQ, s.d.). Independentemente das premissas de que algumas variáveis seguem constantes, estas mesmas também sofrem alterações. Por isso, o controle de um processo se faz necessário em toda instalação industrial, pois todas as condições de operação estão sujeitas a serem alteradas ao longo do funcionamento da unidade. O fluxograma de controle de processo está demonstrado na Figura 21. A estratégia de controle foi feita de forma análoga para as duas destiladoras, devido à similaridade entre as duas colunas. A diferença apresentada para a destiladora 1 está no trocador de calor adjacente à mesma, adicionado à planta pela necessidade de controlar a temperatura da sua corrente de entrada, garantindo sua vaporização parcial. Para isso, foi estabelecida uma malha de controle feedback, em que, caso a temperatura de corrente não esteja de acordo com o set-point, mais vapor de aquecimento é liberado para o trocador de calor. Para a pressão de topo de ambas as destiladoras, é utilizada uma malha que controla a vazão de fluido refrigerante no condensador da coluna. Caso a pressão aumente, mais fluido refrigerante é liberado ao trocador de calor, garantindo maior saída de condensado do topo da destiladora, diminuindo, assim, a pressão. O condensado gerado é, então, armazenado nos vasos 01 e 02. O nível dos vasos é controlado com a liberação de condensado para os tanques de armazenamento 01 e 02. A vazão de condensado que segue para tancagem também está atrelada à malha responsável pelo controle da razão de refluxo da destiladora. 49 No fundo das destiladoras, pelo princípio dos vasos comunicantes e, estabelecendo que o refervedor encontra-se na mesma cota de altura que a destiladora, controlando o nível no Kettle, garante-se que o fundo da destiladora não seque. Além disso, o controle de temperatura acaba por estabelecer a vazão de vapor que retorna à destiladora, variando a carga térmica disponível, como consequência da mudança de vazão de vapor. 50 FIGURA 21 – FLUXOGRAMA DE CONTROLE DO PROCESSO D 01 RV01 V01 11 LC PC 101 US Clorados TQ 01 TQ 03 10 FC 101 FC 102 LC 101 102 RC 101 13 12 TC 102 13 TC 101 12 D 02 RV02 V02 11 LC PC 102 TQ 02 10 FC 103 FC 104 LC 103 104 RC 102 13 12 TC 103 10 11 12 13 Água de torre Vapor Saturado Fluido de Aquecimento Condensado TC PC Controle de Temperatura Controle de Pressão LC RC Controle de Nível Controle de Razão D - Destiladora V - Vaso RV - Refervedor TQ - Tanque US Clorados – Unidade de Separação de Clorados PROJETO DE INTEGRAÇÃO V FLUXOGRAMA DE CONTROLE EQUIPE I FC Controle de Vazão 51 10 CONCLUSÃO Para a simulação das duas destiladoras, tanto pelo método shortcut quanto pelo método rigoroso, foi necessário definir alguns parâmetros. Os que apresentam maior relevância para a simulação são a temperatura, a pressão e a composição das correntes de entrada, a determinação de um modelo termodinâmico, os tipos de condensador e refervedor acoplados as destiladoras, a escolha dos componentes chaves leve e pesado, a perda de carga apresentada na coluna e no condensador, entre outros. A influência dessas variáveis pode ser verificada quando se trabalha com uma temperatura mais alta, por exemplo, o que resulta em maior fração de vapor, proporcionando uma coluna de menor diâmetro. Além disso, alta vazão de alimentação necessitaria de destiladora com tamanho maior, para suportar a carga recebida. Portanto, seria necessário realizar uma variação dos parâmetros, a fim de obter um equipamento viável para o processo. Quanto à definição dos componentes chaves, foi observado que a sua escolhaimplica diretamente no número de estágios necessários para ocorrer a separação e, portanto, influencia na altura da coluna. Já, com relação à razão de refluxo, tem-se que um valor alto corresponderia a uma coluna de menor tamanho, visto que a corrente de refluxo colabora com o aumento na eficiência da mesma. A qualidade da corrente de alimentação, expressa pelo fator q, também é outro fator que influencia no dimensionamento dos equipamentos de destilação deste trabalho. Parâmetro relacionado com a temperatura de alimentação, uma vez que a redução do seu valor implica em maior fração de vapor e, portanto, em menor diâmetro. O método short-cut é ótimo para se obter as estimativas iniciais utilizadas no modelo mais rigoroso. Após a simulação pelo modelo mais rigoroso chegou- se aos seguintes valores: A destiladora 1 ficou com 18 estágios e razão de refluxo de 0,42. Já a destiladora 2 com um total de 60 estágio teóricos e razão de refluxo de 1,81. Devido aos elevados diâmetros obtidos para ambas as destiladoras, foi decidido pelo uso de pratos como internos das colunas, já que é inviável a 52 construção de colunas com recheio para altos diâmetros. O tipo de prato escolhido foi o perfurado, porque este apresenta baixo custo e boa eficiência, além de ser indicado para processos com altas vazões. Utilizando-se a ferramenta TraySizing do simulador AspenPlus foi possível obter os diâmetros das destiladoras 1 e 2, iguais a 3,94 m e 4,46 m, respectivamente. Para diminuir esses diâmetros, considerados elevados, seriam necessárias mudanças nas condições de operação, como aumentar a fração de vapor da alimentação, diminuir as vazões ou diminuir a recuperação dos componentes desejados em cada destiladora. No entanto, é possível construir destiladoras com essa faixa de diâmetro se for necessário. Calculando-se as velocidades de inundação para cada estágio, conclui- se que a destiladora 2 opera em velocidade abaixo da de inundação, e, portanto, não possui problema com inundação. No entanto, os fatores de inundação estão próximos a 0,6, valor abaixo da faixa recomendada, o que diminui a eficiência dos pratos. A segunda destiladora também não sofre problema com gotejamento, já que as velocidades de vapor através dos furos são maiores que as velocidades mínimas de gotejamento, para cada estágio. Por fim, nota-se que as frações de arraste chegam no máximo na faixa de 2%, o que está abaixo do limite de 5%, indicando, portanto, que não existe arraste excessivo. A perda de carga calculada da destiladora 2 foi próxima da estipulada pelo AspenPlus, utilizando 60 estágios. Ao calcular o número de estágios reais, chegamos a 108 estágios. Esse aumento no número de estágios é devido à baixa eficiência da coluna, de 55,5%. Com isso, a altura da coluna resultou em 65,95 metros. 53 REFERÊNCIAS MARTINS, P.M.R. Recuperação do Isopentano da Gasolina Leve. Mestrado em Engenharia Química, ISEP, novembro de 2009. JAFAREY, A.; DOUGLAS, J. M.; MCAVOY, T. J. Short-cut Techniques for Distillation Column Design and Control. 1. Column design. Industrial & Engineering Chemistry Process Design and Development, v. 18, n. 2, p. 197-202, 1979. ROMARO, C. A.; BRAGA, L. D. Viabilidade Econômica da Separação de uma Mistura de Ácido Acético e Acetato de n-butila por Destilação e Estudos Iniciais Sobre o Uso da Pervaporação. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Química, São Paulo, 2014. LISTIK, E.; FRANCHI, M.G.S. Design, Dimensionamento e Análise Econômica de um Sistema de Separação para Mistura BTX Oriunda da reforma Catalítica da Nafta. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Química, São Paulo, 2014. CALDAS, J. N. 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Disponível em: < http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/492_pei_3.pdf>. Acesso em 25/11/16. GIMSCOP – GRUPO DE INTEGRAÇÃO, MODELAGEM, SIMULAÇÃO, CONTROLE E OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS. Modelagem, Simulação, Controle e Otimização de Colunas de Destilação: Vinculando o Mundo real ao Virtual. Departamento de Engenharia Química – UFRGS. Disponível em: < http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/492_coneeq_2011_sem_vide o_jot_cor.pdf>. Acesso em 25/11/16. FUCHS, S. DESENVOLVIMENTO DE UMA ESTRATÉGIA DE CONTROLE PARA COLUNAS DE SEPARAÇÃO PROPENO-PROPANO: Trabalho de Conclusão em Engenharia Química. UNVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2010. Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/35205/000792998.pdf?seque nce=1>. Acesso em 25/11/16. LABORATÓRIO VIRTUAL DE PROCESSOS QUÍMICOS – FCTUC. DESTILAÇÃO. Universidade de Coimbra. Disponível em: http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid=142&id=33&option. Acesso em: 29/11/16. ASSIS, F. 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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS – 2011. 55 56 ANEXO 1 – PLANTA DE CLOROMETANO 57 ANEXO 2 – FOLHA DE ESPECIFICAÇÃO DA COLUNA D 02 FOLHA DE DADOS Folha 1 Item D 02 Data 30/11/2016 COLUNA DE DESTILAÇÃO Nome: Assinatura: Data: Dimensões Estágios: 108 Diâmetro: 4,46 m Altura: 65,93 m Condições de Operação Pressão de Operação (bar): 3 Temperatura de Operação (°C): 107 Condições de Projeto Pressão de Projeto (bar): 5 Temperatura de Projeto (°C): 140 Alimentação Saída Destilado Saída Fundo Vazão (kg/h) 245125 108644 136481 Temperatura (°C) 106,8 29,9 92,9 Pressão (bar) 8,34 2,00 2,41 Densidade (kg/m³) 1211,5 1230,9 1366,7 Número de passes: 1 Tipo de fluxo: Cruzado Material do casco: Aço carbono Eficiência Global: 55,5% Razão de refluxo: 1,81 Perda de carga (bar): 0,83 bar Internos Material do prato: Aço carbono Área da coluna (m²): 15,63 Tipo de prato: Perfurado Área do downcomer (m²): 1,56 Arranjo: Triangular Área ativa (m²): 12,50 Diâmetro do furo (m): 0,005 Área net (m²): 14,07 Espessura do prato (m): 0,005 Área dos furos ativos (m²): 1,50 Downcomer: sim Comprimento da barreira (m³): 3,24
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