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Resumo Expandido Escala de Stress para Adolescentes VD

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ESCALA DE STRESS PARA ADOLESCENTES (ESA) NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
VAZ M. B. A. C.*, MEDEIROS V. R. D.*, EYGO, H.*
Graduanda em Psicologia pela CEULP/ULBRA. Graduada em administração pela UNITINS. 
E-mail: bia@amazonagro.com.br
Graduanda em Psicologia do CEULP/ULBRA. E-mail: vanessarobertadiasmedeiros@gmail.com
Psicólogo, Especialista em Saúde Pública, Docente no curso de Psicologia do CEULP/ULBRA. E-mail: hudsoneygo@gmail.com
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise crítica do que a literatura traz sobre a ESA (Escala de Stress para Adolescentes), instrumento que avalia o estresse nessa fase do ciclo vital, para isso foi realizada uma pesquisa básica, de natureza qualitativa, bibliográfica de cunho explicativo. Os principais fatores relacionados ao estresse na adolescência identificados foram: área acadêmica e vocacional, ambiente familiar, introspecção, baixa autoestima e senso de responsabilidade exagerada. 
PALAVRAS CHAVE: Adolescente, Stress, Psicologia
INTRODUÇÃO: O stress é considerado como uma resposta do indivíduo a quebra no equilíbrio do organismo. Segundo Oliveira apud Lipp e Malagris (2011, p. 14) o stress envolve “reações físicas, psicológicas, mentais e hormonais frente a qualquer evento que seja interpretado pela pessoa como desafiante. ” A adolescência é marcada como a fase do desenvolvimento humano entre a infância e a vida adulta, carregada de muitas mudanças físicas, psicológicas e sociais. Para Erikson (1971), no decorrer do ciclo vital  os seres humanos atravessam crises psicossociais de desenvolvimento, e a adolescência seria marcada pela crise de identidade x confusão de papéis. A identidade se estabelece em três níveis, no sexual, profissional e ideológico. A resolução prepara o indivíduo para etapa posteriores, no entanto o perigo dessa fase está na confusão de papéis que o impedirá de projetar-se como um realizador, imobilizando e trazendo consequências para fase futuras.  Aberastury e Knobel (1981), postulam que a adolescência é um fenômeno observado em diferente sociedades e culturas, período confuso e doloroso. Segundo os autores, o adolescente encontra-se com uma multiplicidade de identificações contemporâneas e contraditórias. Durante essa crise um dos principais fatores de risco ao desenvolvimento é o estresse. A Escala de Estresse para Adolescentes (ESA) é um instrumento psicológico importante para o diagnóstico do estresse na adolescência, a partir dele é possível planejar intervenções e orientações que promovam a redução do estresse contribuindo para um desenvolvimento mais saudável (TRICOLI; LIPP, 2006). É de extrema importância a utilização da avaliação psicológica nas áreas de atividades da profissão do psicólogo, uma vez que para prosseguir com qualquer intervenção psicológica deve-se realizar a avaliação do indivíduo. De forma sistemática e metodológica, com base teórica e em estudos (NUNES et al, 2012). No mesmo sentindo, Alchieri e Cruz (2003) complementam que a avaliação psicológica parte de procedimentos diagnósticos e prognósticos para aferir fenômenos e processos psicológicos. Guzzo e Pasquali (2001) acrescenta que a avaliação psicológica não deve ser realizada nem vista como procedimento único para a análise do que se pretende investigar, uma vez que reflete um período específico da vida do indivíduo. Dentre as metodologias para a realização da avaliação psicológica Alchieri e Cruz (2003) dissertam sobre alguns procedimentos, entre eles: definir a finalidade da avaliação; estabelecer o número de sessões; escolher as questões a serem respondidas (de acordo com a demanda solicitada); seleção dos instrumentos/técnicas de avaliação; compreensão dos construtos psicológicos a serem investigados; e por fim, coleta de informações (triagem; anamnese; entrevistas; dinâmicas; observações; testes psicométricos e/ou projetivos, visitas institucionais). No que condiz os testes psicométricos e/ou projetivos, o SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes) como sistema regulador dos testes psicológicos, desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2009) disponibiliza uma lista  que deve ser observada pelo profissional no momento da escolha e utilização. Dentre os testes e escalas disponíveis para a avaliação psicológica de adolescentes, citam-se: Inteligência, Atenção, Habilidades Perceptual, Memória, Raciocínio/ Habilidade Espacial e Personalidade. Nas escalas são possíveis de realização a Escala de Beck e Escala de Stress para Adolescentes, tem como vantagem ser de baixo custo e rápida aplicação. Assim, visto a relevância do tema stress na adolescência e da importância da Escala de Stress para Adolescente para compor a avaliação psicológica, o presente trabalho tem objetivo realizar uma análise crítica do tema baseado no que a literatura traz a respeito.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa pura ou básica, de natureza qualitativa, bibliográfica de cunho explicativo. Como afirma Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado e publicado, constituído principalmente de livros, revistas e artigos científicos. Quanto a sua abordagem qualitativo-explicativa, Marconi e Lakatos (2004) trazem que este método ao descrever a complexidade dos aspectos comportamentais humanos, preocupa-se com suas análises e interpretações. Inicialmente, fez-se um levantamento sistematizado do material coletado com o objetivo de fundamentar teoricamente o trabalho e subsidiar a análise e discussões do estudo. Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica as análises foram feitas através da integração dos principais subsídios teóricos disponíveis sobre o tema estudado, e por revisão metódica de literatura, onde a apresentação dos dados da pesquisa dar-se- á através da elaboração de textos reflexivos. A integração e coleta dos dados referentes a esta pesquisa foi feita manualmente, em fontes diversas, tais como: livros, revistas, monografias e artigos científicos, com o intuito de encontrar respostas para o problema de pesquisa e seus objetivos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estresse é uma reação do organismo diante de ameaças ou intensa felicidade e um chamado ao equilíbrio. Na adolescência o diagnóstico do estresse pode contribuir para orientação de intervenções que promovam sua redução e o desenvolvimento de patologias (GONZAGA, 2003). Oliveira (2011) postula que embora ocorrendo no corpo, o estresse está indissociável das emoções, uma vez que a reação do estresse segue as reações emocionais e com elas passa a coexistir. Nessa fase do desenvolvimento humano o indivíduo se encontra em estado de decisão/indecisão. Jerusalinsk (2003), comenta que a transição entre infância e vida adulta exige decisão, o abandono da segurança infantil e a exposição com sua consequência na vida adulta. Nesse sentido reforça-se a importância do cuidado psicológico nessa fase, já que as manifestações físicas são inerentes, mas as emocionais aparecem de forma subjetiva. Diante disso as ferramentas que o profissional da psicologia poderá lançar mão como a aplicação de teste ou escala não pode ser considerada de forma individual para um diagnóstico, a avaliação psicológica compõe métodos e técnicas de investigação para respaldar as informações coletadas para o desenvolvimento de hipóteses. Para Caires e Silva (2011) e Marques, Gasparotto e Coelho (2014) a área acadêmica e vocacional é a geradora de maiores níveis de stress entre adolescentes, nas pesquisas também foi concluído que mulheres em média, possuem níveis mais elevados de estresse do que os homens. Ainda segundo Marques, Gasparotto e Coelho (2014) também destacam dois tipos de fatores que podem aumentar o grau de estresse: fatores internos e externos. Os fatores internos estão relacionados a questões individuais do sujeito como introspecção, baixa autoestima, senso de responsabilidade exagerada podendo contribuir para o desinteresse nas atividades escolares, dificuldade nas relações interpessoais, sexuais e de escolha profissional. Os fatores externos estão relacionados a questõesdo ambiente como falta de diálogo no ambiente familiar e grupos de amigos que contribuem para o uso de álcool e outras drogas e também para dificuldade nas relações sociais.
Resultados parecidos foram encontrados em um estudo transversal realizado na Universidade Federal de Canoas/RS por Schermannet at (2014) a fim de conhecer a prevalência do estresse em adolescentes de 14 a 18 anos e os principais fatores relacionados a este. Foi realizada a aplicação do ESA e eles também responderam um questionário com dados sociodemográficos, relações familiares, sexualidade, uso de drogas e comportamento de risco. Os principais fatores relacionados ao estresse na adolescência identificados na pesquisa foram: falta de suporte familiar na escola contribuindo para o desinteresse acadêmico; ambiente familiar conturbado levando a dificuldades nas relações interpessoais, sexuais, inclusive uso de drogas; falta de diálogo podendo levar a introspecção e uso de drogas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A presente pesquisa teve como objetivo realizar uma análise crítica do que a literatura traz a respeito do uso da Escala de Stress para Adolescentes na Avaliação Psicológica. Pode-se concluir que adolescência é marcada por conflitos relacionados à imposição de limites, conflitos familiares, introspecção e dificuldades sexuais. A probabilidade de desenvolver stress na adolescência é maior do que em outras fases da vida e também está diretamente ligado à cultura e diferenças individuais existentes. Fatores ambientais desfavoráveis podem agravar a situação podendo desencadear transtornos patológicos como depressivos, fobias, comportamentos obsessivos compulsivos, consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas (MARQUES; GASPAROTTO; COELHO, 2014). As circunstâncias que contribuem para o desenvolvimento do stress nos adolescentes podem ser relativos ao meio social em que o indivíduo vive como contexto familiar, grupos de amigos, excesso de responsabilidades, exigências escolares, escolha profissional, violência, padrões rígidos de beleza, entre outros. Também são relacionados a fatores internos como a vulnerabilidade biológica e psicológica, senso de responsabilidade exagerados e baixa autoestima. Portanto, torna-se fundamental na avaliação psicológica considerar o indivíduo como biopsicossocial, escolher instrumentos adequados considerando o constructo que deseja avaliar para a coleta de dados afim de planejar intervenções e orientações que promovam a redução do estresse visando o desenvolvimento saudável.
REFERÊNCIAS
ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artemed, 1981.
ALCHIERI, J. C; CRUZ, R. M. Avaliação psicológica: conceito, métodos e instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo. (Coleção temas em avaliação psicológica), 2003.
CAIRES, S.; SILVA, C. Fatores de stress e estratégias de coping entre adolescentes no 12º ano de escolaridade, Rev. Estudos em Psicologia, 2011. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/16153/1/Caires%20%26%20Silva%20%282010%29.pdf>. Acesso em: 26 de agosto de 2017.
Conselho Federal de Psicologia (CFP). Lista de testes.  Disponível em: <http://satepsi.cfp.org.br/listaTeste.cfm>. Acesso em 25 de agosto de 2017
ERIKSON, E. H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1971
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999
GONZAGA, L. R. V. Estresse na adolescência: problema e solução, Psicol. estud. vol.18 no.1 Maringá, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722013000100019>. Acesso em 25 de agosto de 2017.
JERUSALINSKY, A. Adolescência e contemporaneidade. Conversando sobre adolescência e contemporaneidade. In Conselho regional de Psicologia 7ª Região. Conversando sobre Adolescência e Contemporaneidade. Porto Alegre: Libretos,  p. 54-65, 2004.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARQUES, C. P.; GASPAROTTO, G. S.; COELHO, R. W. Fatores relacionados ao nível de estresse em adolescentes estudantes: uma revisão sistemática, 2015. Disponível em: <https://secure.usc.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v34_n1_2015_art_07.pdf>. Acesso em: 26 de agosto de 2017.
NUNES, M. F. O.; MUNIZ, M.; REPPOLD, C. T.; FAIAD, C.; BUENO, J. M. H.; NORONHA, A. P. Diretrizes para o ensino de avaliação psicológica. Avaliação Psicológica, v. 11, n. 2, 2012.
OLIVEIRA, E. A. Delimitando o conceito de stress, 2011. Disponível em: <http://www.medtrab.ufpr.br/arquivos%20para%20dowload%202011/saude%20mental/Delimitando%20o%20conceito%20de%20stress.pdf> Acesso em: 25 de agosto de 2017.
SCHERMANN, L. B.; BÉRIA, J. U.; JACOB, M. H. V. M. Estresse em adolescentes: estudo com escolares de uma cidade do sul do Brasil. Aletheia nº.43-44 Canoas, 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942014000100012>. Acesso em: 25 de agosto de 2017.
TRICOLI, V. A. C.; LIPP, M. E. N. Escala de Stress para Adolescentes. Casa do Psicólogo. São Paulo: 2006.

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