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Aula 04 Direito Constitucional p/ TJ-PE (Técnico - Função Administrativa) - Com videoaulas Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale !ULA 04 DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS Sumário Direitos Políticos .............................................................................................................................. 2 1‑ Conceitos Iniciais: .................................................................................................................... 2 2‑ Direitos Políticos Positivos: ................................................................................................... 3 3‑ Direitos Políticos Negativos: ................................................................................................ 10 4‑ Princípio da anterioridade eleitoral: ................................................................................... 23 Partidos Políticos ............................................................................................................................ 24 Questões Comentadas ................................................................................................................... 28 LISTA DE QUESTÕES ................................................................................................................. 50 Gabarito ........................................................................................................................................... 61 Ol, amigos do Estratgia Concursos, tudo bem? Na aula de hoje, encerraremos o estudo dos direitos fundamentais. Falaremos sobre os direitos polticos e os direitos relacionados organizao e funcionamento dos partidos polticos. Um grande abrao, Ndia e Ricardo Para tirar dvidas e ter acesso a dicas e contedos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Facebook do Prof. Ricardo Vale: https://www.facebook.com/profricardovale Facebook da Profa. Ndia Carolina: https://www.facebook.com/nadia.c.santos.16?fref=ts Canal do YouTube do Ricardo Vale: 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q Direitos Polticos 1- Conceitos Iniciais: Para iniciarmos nosso estudo sobre os direitos polticos, nada melhor que defini-los, no mesmo? Os direitos polticos so aqueles que garantem a participao do povo no processo de conduo da vida poltica nacional. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, Òso o conjunto de regras que disciplina as formas de atuao da soberania popularÓ.1 So direitos relacionados ao exerccio da cidadania e, segundo Gilmar Mendes, formam a base do regime democrtico.2 Os direitos polticos so, portanto, instrumentos de exerccio da soberania popular, caracterstica dos regimes democrticos. Esses regimes podem ser de trs diferentes tipos: a) Democracia direta: aquela em que o povo exerce o poder diretamente, sem intermedirios ou representantes; b) Democracia representativa ou indireta: aquela em que o povo elege representantes3 que, em seu nome, governam o pas; c) Democracia semidireta ou participativa: aquela em que o povo tanto exerce o poder diretamente quanto por meio de representantes. Trata-se de um sistema hbrido, com caractersticas tanto da democracia direta quanto da indireta. adotada no Brasil, que utiliza certos institutos tpicos da democracia semidireta, tais como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis. A doutrina classifica os direitos polticos em duas espcies: i) direitos polticos positivos e; ii) direitos polticos negativos. 1 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9» edio. So Paulo, Editora Atlas: 2010, pp. 538. 2 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10a edio. So Paulo, Saraiva: 2015, pp. 715. 3 Na representao, o representante exerce um mandato e no fica vinculado vontade do povo (mandato livre), diferentemente do que ocorre no mandato imperativo, em que o representante se vincula vontade dos representados, sendo apenas um veculo de transmisso desta. Alm disso, ele no representa apenas os seus eleitores, mas toda a populao de um territrio (mandato geral). 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Os direitos polticos positivos esto relacionados participao ativa dos indivduos na vida poltica do Estado. So direitos relacionados ao exerccio do sufrgio. Por outro lado, direitos polticos negativos so as normas que limitam o exerccio da cidadania, que impedem a participao dos indivduos na vida poltica estatal. So as inelegibilidades e as hipteses de perda e suspenso dos direitos polticos. 2- Direitos Polticos Positivos: Os direitos polticos positivos, conforme j afirmamos, esto relacionados participao ativa dos indivduos na vida poltica do Estado. A essncia desses direitos traduzida pelo art. 14, incisos I a III, CF/88. Art. 14. A soberania popular ser exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. Os direitos polticos positivos esto relacionados ao exerccio do sufrgio. Ao contrrio do que muitos pensam, sufrgio no sinnimo de voto. O sufrgio um direito pblico e subjetivo. O voto o instrumento para o exerccio do sufrgio. Direito de sufrgio a capacidade de votar e de ser votado; em outras palavras, o sufrgio engloba a capacidade eleitoral ativa e a capacidade eleitoral passiva. A capacidade eleitoral ativa representa o direito de alistar- se como eleitor (alistabilidade) e o direito de votar; por sua vez, a capacidade eleitoral passiva representa o direito de ser votado e de se eleger para um cargo pblico (elegibilidade). De acordo com a doutrina, o sufrgio pode ser de dois tipos:4 4 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10a edio. So Paulo, Saraiva: 2015, pp. 716. CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA SUFRÁGIO 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale a) Universal: quando o direito de votar concedido a todos os nacionais, independentemente de condies econmicas, culturais, sociais ou outras condies especiais. Os critrios para se determinar a capacidade de votar e de ser votado so no-discriminatrios. A Constituio Federal de 1988 consagra o sufrgio universal, assegurando o direito de votar e de ser votado a todos os nacionais que cumpram requisitos de alistabilidade e de elegibilidade. b) Restrito (qualificativo): quando o direito de votar depende do preenchimentode algumas condies especiais, sendo atribudo a apenas uma parcela dos nacionais. O sufrgio restrito pode ser censitrio, quando depender do preenchimento de condies econmicas (renda, bens, etc.) ou capacitrio, quando exigir que o indivduo apresente alguma caracterstica especial (ser alfabetizado, por exemplo). Voltando ao art. 14, da CF/88, percebe-se que a CF/88 explica que a soberania popular ser exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis. O voto, como j se disse, o instrumento para o exerccio do sufrgio. A CF/88 estabelece que este dever ser direto, secreto, universal, peridico (art. 60, ¤ 4¼, CF), obrigatrio (art. 14, ¤ 1¼, I, CF) e com valor igual para todos (art. 14, caput). Dentre todas essas caractersticas, a nica que no clusula ptrea a obrigatoriedade de voto, ou seja, a nica que pode ser abolida mediante emenda constitucional. E o que so plebiscito e referendo? Tanto o plebiscito quanto o referendo so formas de consulta ao povo sobre matria de grande relevncia. A diferena entre esses institutos reside no momento da consulta. No plebiscito, a consulta se d previamente edio do ato legislativo ou administrativo; j no referendo, a consulta popular ocorre posteriormente edio do ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo ratificar (confirmar) ou rejeitar o ato.5 Segundo Gilmar Mendes, Òno ordenamento jurdico brasileiro, o sufrgio abrange o direito de voto, mas vai alm dele, ao permitir que os titulares 5 No Brasil, j se utilizou o referendo por ocasio da edio da Lei n¼ 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Na ocasio, 63,94% dos eleitores foram contra a proibio da comercializao de armas. O plebiscito tambm j foi utilizado, no ano de 1993, para definir a forma de governo (repblica ou monarquia) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) a vigorar no Brasil. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale exeram o poder por meio de participao em plebiscitos, referendos e iniciativas popularesÓ.6 2.1- Capacidade eleitoral ativa: A capacidade eleitoral ativa a aptido do indivduo para exercer o direito de voto nas eleies, plebiscitos e referendos. No Brasil, a capacidade eleitoral ativa adquirida mediante a inscrio junto Justia Eleitoral; depende, portanto, do alistamento eleitoral, a pedido do interessado. com o alistamento que se adquire, portanto, a capacidade de votar. Alm da capacidade de votar, a qualidade de eleitor d ao nacional a condio de cidado, tornando-o apto a exercer vrios outros direitos polticos, como ajuizar ao popular ou participar da iniciativa popular de leis. Destaque-se, todavia, que o alistamento eleitoral, por si s, no suficiente para que o indivduo possa exercer todos os direitos polticos. Com o alistamento eleitoral, o cidado garante seu direito de votar, mas no o de ser votado, uma vez que o alistamento apenas uma das condies de elegibilidade. Assim, para usufruir de todos os direitos polticos, necessrio o preenchimento de outras condies, que estudaremos mais frente. O alistamento eleitoral est regulado pelo art. 14, CF/88. Nesse dispositivo, encontramos as situaes em que o alistamento eleitoral obrigatrio, facultativo ou mesmo proibido. Vejamos: Art. 14............................................................................................ ¤1¼ - O alistamento eleitoral e o voto so: I - obrigatrios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. ¤ 2¼ - No podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o perodo do servio militar obrigatrio, os conscritos. A Constituio Federal determina que apenas brasileiros (natos ou naturalizados) podero se alistar; os estrangeiros so inalistveis e, portanto, no podem votar e ser votados. Em outras palavras, os estrangeiros no podem ser titulares da capacidade eleitoral ativa, tampouco da capacidade eleitoral passiva. Destaque-se que os portugueses equiparados, por receberem tratamento equivalente ao de brasileiro naturalizado, podero se alistar como eleitores. 6 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10a edio. So Paulo, Saraiva: 2015, pp. 715. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale O alistamento eleitoral tambm vedado aos conscritos, durante o servio militar obrigatrio. Para seu melhor entendimento (e memorizao), esclareo que conscrito, em linhas gerais, o brasileiro que compe a classe de nascidos entre 1¼ de janeiro e 31 de dezembro de um mesmo ano, chamada para a seleo, tendo em vista a prestao do servio militar inicial obrigatrio. Alm disso, o TSE considera conscritos os mdicos, dentistas, farmacuticos e veterinrios que prestam servio militar obrigatrio.7 O alistamento eleitoral obrigatrio para os maiores de 18 (dezoito) anos. Por outro lado, ser facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 (setenta) anos e os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos. A jurisprudncia do TSE considera que tero direito a votar aqueles que, na data da eleio, tenham completado a idade mnima de 16 anos.8 O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotou posio importante sobre o voto dos portadores de deficincia grave cuja natureza e situao impossibilite ou torne extremamente oneroso o exerccio de suas obrigaes eleitorais. Ao analisar esse caso, o TSE observou que o legislador constituinte, ao estabelecer como facultativo o voto para os maiores de 70 anos, levou em considerao as provveis limitaes fsicas decorrentes da idade avanada. Ora, um portador de deficincia grave, como os tetraplgicos e os deficientes visuais podem se encontrar em situao mais dificultosa do que a dos idosos. Em razo disso, o TSE considerou que havia lacuna no texto constitucional (e no um silncio eloquente!) e editou a Resoluo TSE n¼ 21.920/2004, que dispe que Òno estar sujeita a sano a pessoa portadora de deficincia que torne impossvel ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigaes eleitorais, relativas ao alistamento e ao exerccio do votoÓ. Destaque-se, todavia, que a prpria Resoluo TSE n¼ 21.920/2004 fez questo de destacar que o alistamento eleitoral e o voto so obrigatrios para todas as pessoas portadores de deficincia. Outra questo relevante analisada pelo TSE, que deu origem Resoluo no 20.806/2001 diz respeito exigncia de comprovao de quitao do servio militar para fins de alistamento dos indgenas. Constatando lacuna na legislao, o Tribunal considerou que somente os ndios integrados (excludos os isolados e os em via de integrao) seriam obrigados comprovao de quitao do servio militar para poderem se alistar. 9 Esquematizando: 7 Resoluo do TSE no 15.850/89. 8 Resoluo TSE n¼ 14.371. 9 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10a edio. So Paulo, Saraiva: 2015, pp. 718.47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale (PC / DF Ð 2015) Suponha-se que Maria tenha 18 anos de idade completos e no saiba escrever o seu prprio nome, sendo considerada como analfabeta. Nesse caso, o alistamento eleitoral de Maria obrigatrio. Comentrios: Para os analfabetos, o alistamento eleitoral facultativo. Questo errada. (FUB Ð 2015) Os direitos polticos so titularizados e livremente exercidos por todos os brasileiros e garantem a participao na vida poltica e a influncia nas decises pblicas. Comentrios: Nem todos os brasileiros so titulares de direitos polticos. Isso porque nem todos tm o direito de votar e de ser votado. Questo errada. (PC / CE Ð 2015) O alistamento eleitoral e o voto so obrigatrios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos e os maiores de sessenta anos. Comentrios: O alistamento eleitoral e o voto so facultativos para os maiores de 70 (setenta) anos. A questo falou em Òmaiores de sessenta anosÓ e, por isso, ficou errada. ALISTAMENTO E VOTO OBRIGATÓRIOS • MAIORES DE 18 ANOS ALISTAMENTO E VOTO FACULTATIVOS • ANALFABETOS; • MAIORES DE SETENTA ANOS; • MAIORES DE DEZESSEIS E MENORES DE DEZOITO ANOS. ALISTAMENTO E VOTO VEDADOS • ESTRANGEIROS • DURANTE O SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO, CONSCRITOS. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 2.2 - Capacidade eleitoral passiva: A capacidade eleitoral passiva est relacionada ao direito de ser votado, de ser eleito (elegibilidade). Para que o indivduo adquira capacidade eleitoral passiva, ele deve cumprir os requisitos constitucionais para a elegibilidade e, alm disso, no incorrer em nenhuma das hipteses de inelegibilidade, que so impedimentos capacidade eleitoral passiva. E quais so as condies (requisitos) de elegibilidade? A resposta est no art.14, ¤3¼, CF/88: ¤ 3¼ - So condies de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exerccio dos direitos polticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domiclio eleitoral na circunscrio; V - a filiao partidria; VI - a idade mnima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Como se percebe, a elegibilidade somente ser possvel pelo cumprimento cumulativo de todos os requisitos acima relacionados. O inciso I exige como requisito para a elegibilidade a nacionalidade brasileira. Assim, os brasileiros natos ou naturalizados podero ser eleitos a mandatos eletivos; os estrangeiros, por sua vez, no podero ser eleitos, ressalvados os portugueses equiparados, que recebem tratamento equivalente ao de brasileiro naturalizado. Cabe destacar, todavia, que h certos cargos polticos que so privativos de brasileiros natos (art. 12, ¤ 3¼, CF/88). O inciso II menciona que o pleno exerccio dos direitos polticos condio de elegibilidade. Os indivduos que incorrerem em alguma hiptese de perda ou suspenso de direitos polticos no sero elegveis. Um exemplo de suspenso de direitos polticos a improbidade administrativa. O inciso III estabelece que o alistamento eleitoral um requisito de elegibilidade. Nesse sentido, os inalistveis (estrangeiros e os conscritos) no sero elegveis, isto , no podem ser votados. Assim, percebe-se que a 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale capacidade eleitoral passiva est condicionada ao exerccio da capacidade eleitoral ativa. O inciso IV determina que o domiclio eleitoral na circunscrio requisito de elegibilidade. Assim, aquele que pretenda se candidatar deve ter seu domiclio eleitoral no local no qual ir concorrer s eleies. Exemplo: Joaquim pretende concorrer a Governador de Minas Gerais, logo, ele dever ter seu ttulo de eleitor naquele Estado. No se pode confundir domiclio eleitoral com domiclio civil: plenamente possvel que algum resida em Braslia (domiclio civil), mas seu ttulo de eleitor seja de Belo Horizonte (domiclio eleitoral). O inciso V trata da filiao partidria como condio de elegibilidade. Sobre esse ponto, vale destacar que, no Brasil, no se admite a candidatura avulsa (candidatura desvinculada de partido poltico). Considerando-se que a filiao partidria uma condio de elegibilidade, cabe-nos questionar o seguinte: haver alguma repercusso da desfiliao partidria e da infidelidade partidria (mudana de partido) sobre o mandato? Segundo o STF, em relao aos parlamentares, a desfiliao e a infidelidade partidrias resultaro na perda do mandato, salvo justa causa (por exemplo, desvio de orientao ideolgica do partido). Todavia, segundo a Corte, essa regra no se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritrio, sob pena de violao da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.10 Por ltimo, o inciso VI trata do requisito de idade mnima, que deve ser considerada na data da posse. Vale a pena memorizar esse dispositivo, pois bastante cobrado em prova! Esquematizando: 10 ADI 5081 / DF, Rel. Min. Lus Roberto Barroso. Julg. 27.05.2015. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale (PC / DF Ð 2015) A CF exige, como idade mnima para exercer os cargos de senador e de deputado federal, que o candidato tenha, pelo menos, 21 anos de idade. Comentrios: A idade mnima para que se possa exercer o cargo de Senador de 35 (trinta e cinco) anos. Questo errada. 3- Direitos Polticos Negativos: Os direitos polticos negativos so normas que limitam o exerccio do sufrgio, restringindo a participao do indivduo na vida poltica do Estado. Podemos dividir os direitos polticos negativos em duas espcies: i) as inelegibilidades e; ii) as hipteses de perda e suspenso dos direitos polticos. 3.1- Inelegibilidades: A seguir, explicaremos em detalhes a respeito das inelegibilidades. Para cada regra, apresentaremos um exemplo, que permitir com que voc entenda o que pode ser cobrado na prova. Quer um conselho? Foque nos exemplos apenas para entender as regras! No fique divagando e criando inmeros outros exemplos na sua cabea. Se voc o fizer, estar perdendo tempo, pois as possibilidades de casos concretos tendem ao infinito! Vamos l? C O N D IÇ Õ E S D E E L E G IB IL ID A D E NACIONALIDADE BRASILEIRA PLENO EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS ALISTAMENTO ELEITORAL DOMICÍLIO ELEITORAL NA CIRCUNSCRIÇÃO FILIAÇÃO PARTIDÁRIA IDADE MÍNIMA 47991593487www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale As inelegibilidades constituem condies que obstam o exerccio da capacidade eleitoral passiva por um indivduo. A Constituio Federal estabeleceu algumas hipteses de inelegibilidade (art. 14, ¤¤ 4¼ ao 7¼), mas elas no so exaustivas. Isso porque a prpria Constituio expressamente autoriza que lei complementar estabelea outras hipteses de inelegibilidade. Podemos dividir as inelegibilidades em dois grandes grupos: a) inelegibilidades absolutas: So regras que impedem a candidatura e, consequentemente, o exerccio de qualquer cargo poltico. Esto relacionadas a caractersticas pessoais do indivduo. As inelegibilidades absolutas foram taxativamente previstas pela Constituio Federal, ou seja, no podem ser criadas novas inelegibilidades absolutas pela legislao infraconstitucional. Segundo o art. 14, ¤4¼, so inelegveis os inalistveis e os analfabetos. Veja que os analfabetos, apesar de poderem votar (voto facultativo), no podem ser votados. E que, entre os inalistveis, temos os estrangeiros e os conscritos, durante o perodo do servio militar obrigatrio. b) inelegibilidades relativas: So regras que obstam a candidatura a certos cargos polticos, em virtude de situaes especficas previstas na Constituio ou em lei complementar. No esto vinculadas condio pessoal do indivduo e, por isso, no resultam em impedimento categrico ao exerccio de qualquer cargo. Assim, o indivduo no poder se candidatar a determinados cargos, mas poder concorrer a outros. As inelegibilidades relativas previstas na Constituio podem ser de diferentes tipos: i) inelegibilidade relativa por motivos funcionais; ii) inelegibilidade relativa por motivo de casamento, parentesco ou afinidade (inelegibilidade reflexa); iii) inelegibilidade relativa condio de militar. A inelegibilidade por motivos funcionais est prevista no art. 14, ¤5¼, que dispe que Òo Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substitudo no curso dos mandatos podero ser reeleitos para um nico perodo subsequenteÓ. Com base nessa regra, os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) somente podem cumprir dois mandatos consecutivos no mesmo cargo. Destaque-se que plenamente possvel que algum cumpra trs ou mais mandatos como Chefe do Poder Executivo, desde que estes no sejam consecutivos. Assim, se o terceiro mandato vier alternado com o mandato de outra pessoa, no haver qualquer vedao eleio. Como exemplo, embora Lula tenha sido Presidente por dois mandatos consecutivos (2003 Ð 2006 e 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 2007-2010), no haveria qualquer empecilho a que ele se candidatasse novamente a Presidente em 2018. A vedao reeleio para mais de um perodo subsequente regra que se impe somente queles que cumpram mandatos de Chefe do Poder Executivo. Os mandatos no Poder Legislativo no seguem essa regra: plenamente possvel que um Deputado ou Senador seja eleito para ilimitados mandatos sucessivos. Segundo o STF, o cidado que j exerceu dois mandatos consecutivos de prefeito, ou seja, foi eleito e reeleito, fica inelegvel para um terceiro mandato, ainda que seja em municpio diferente. Veda-se, com isso, a figura do Òprefeito itineranteÓ, que exerce mais de dois mandatos consecutivos em municpios distintos. De acordo com o Plenrio, tendo em vista a segurana jurdica, esse entendimento deve ser aplicado a partir das eleies de 2012 e, portanto, no pode retroagir para alcanar o mandato de quem foi eleito dessa forma nas eleies municipais anteriores11. H, ainda, outros entendimentos importantes sobre a inelegibilidade por motivos funcionais: 1) O cidado que j foi Chefe do Poder Executivo por dois mandatos consecutivos no poder, na eleio seguinte, se candidatar ao cargo de Vice. Exemplo: Lula foi Presidente da Repblica por 2 mandatos consecutivos (2003 Ð 2006 e 2007-2010). Nas eleies de 2010, ele no poderia ter se candidatado a Vice de Dilma Rousseff. 2) Os Vices (Vice-Presidente da Repblica, Vice-Governador e Vice- Prefeito) tambm s podero se reeleger, para o mesmo cargo, por um nico perodo subsequente. Exemplo: Michel Temer foi Vice- Presidente no mandato 2011-2014, sendo reeleito para o mandato seguinte (2015-2018). No entanto, ele no poder se candidatar a um terceiro mandato consecutivo como Vice-Presidente. 3) Os Vices, reeleitos ou no, podero se candidatar ao cargo do titular na eleio seguinte, mesmo que o tenham substitudo no curso do mandato. Um caso importante, que inclusive chegou ao STF, foi o que envolveu o governo do estado de So Paulo. Mrio Covas foi eleito Governador de SP em 1994, tendo como Vice-Governador, Geraldo Alckmin. Em 1998, Covas reeleito Governador e, novamente, Geraldo Alckmin o seu Vice. At aqui, nenhum problema! Como j vimos, plenamente 11 RE 637485/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 1¼.8.2012. (RE-637485) 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale possvel dois mandatos consecutivos no mesmo cargo do Poder Executivo. Em 2001, no curso do segundo mandato, Covas veio a falecer, ocorrendo a vacncia do cargo de Governador. Alckmin assume como Governador em definitivo e completa o mandato de seu antecessor. Em 2002, Alckmin se candidata a um novo mandato como Governador e eleito. A pergunta que se faz, ento, a seguinte: estaria Alckmin cumprindo um terceiro mandato consecutivo? A polmica chegou ao STF, que entendeu que Alckmin poderia, sim, assumir o mandato de Governador nesse novo mandato. Isso porque os Vices, reeleitos ou no, podero se candidatar ao cargo do titular na eleio seguinte, mesmo que o tenham substitudo no curso do mandato. E se o Presidente, Governador ou Prefeito quiser se candidatar a outro cargo, diferente de Chefe do Poder Executivo? Poder faz-lo? Sim, poder. No entanto, o art. 14, ¤ 6¼, CF/88 determina que Òpara concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos at seis meses antes do pleito.Ó Essa a famosa ÒdesincompatibilizaoÓ, que busca impedir que o Chefe do Poder Executivo se utilize da Òmquina pblicaÓ para se eleger a um outro cargo. Cabe destacar que a desincompatibilizao no necessria quando o Chefe do Poder Executivo v concorrer reeleio. S cabe falar em desincompatibilizao quando o Chefe do Poder Executivo se candidata a um novo cargo. Seria o caso, por exemplo, em que um Governador deseja se candidatar a Senador nas prximas eleies. Para faz-lo, ele precisar renunciar ao cargo de Governador 6 meses antes do pleito eleitoral. E os Vices? Precisam se desincompatibilizar? O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito podero concorrer normalmente a outros cargos, preservando seus mandatos, desde que nos seis meses anteriores ao pleito no tenham sucedido ou substitudo o titular. S para lembrar: a sucesso ocorre quando algum (geralmente o Vice do Chefe do Executivo) ocupa olugar do Chefe do Executivo at o final de seu mandato, passando a ocupar o seu cargo. o que acontece se, por exemplo, o Presidente da Repblica renunciar. O Vice-Presidente (em regra) passar a ocupar o cargo do Chefe do Executivo. J na substituio, o Vice (ou outra pessoa) ocupa o cargo do Chefe do Executivo apenas temporariamente. o 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale que acontece quando o Presidente da Repblica viaja para o exterior, por exemplo. O STF admite a candidatura de ex-prefeito de Òmunicpio meÓ que, renunciando seis meses antes da eleio, candidata-se a prefeito do Òmunicpio-filhoÓ, desmembrado do municpio-me. Observe que, nesse caso, a desincompatibilizao necessria. Lembre-se apenas de que no ser admitido o exerccio de mais de 2 (dois) mandatos em municpios distintos ou, ento, estaramos diante da figura do Òprefeito-itineranteÓ, no autorizada pelo STF. A inelegibilidade reflexa (por motivo de casamento, parentesco ou afinidade) est prevista no art. 14, ¤ 7¼, CF/88. Leva esse nome porque ela resulta do fato de que uma pessoa, ao ocupar um cargo de Chefe do Poder Executivo, afeta a elegibilidade de terceiros (seu cnjuge, parentes e afins). Enfatize-se que somente so afetados por essa hiptese de inelegibilidade o cnjuge, parentes e afins de titular de cargo de Chefe do Poder Executivo; o fato de algum ser titular de cargo do Poder Legislativo no traz qualquer implicao elegibilidade de terceiros. Assim, se Joozinho ocupa o cargo de Senador, seu cnjuge, parentes e afins podero se candidatar normalmente, a qualquer cargo poltico. Vejamos, agora, o exato contedo da inelegibilidade reflexa: ¤ 7¼ - So inelegveis, no territrio de jurisdio do titular, o cnjuge e os parentes consanguneos ou afins, at o segundo grau ou por adoo, do Presidente da Repblica, de Governador de Estado ou Territrio, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substitudo dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se j titular de mandato eletivo e candidato reeleio. A inelegibilidade reflexa alcana somente o territrio de jurisdio do titular do cargo do Poder Executivo. Assim, suponha que Jos seja Prefeito de So Joo del-Rei (MG). Seu cnjuge, parentes e afins, at o 2¼ grau, ou por adoo, no podero se candidatar, nas prximas eleies, a qualquer cargo dentro do territrio de So Joo del-Rei (MG). No podero, portanto, se candidatar a Vereador. Entretanto, o cnjuge, parentes e afins, at o 2¼ grau, ou por adoo de Jos podero se candidatar, normalmente, a um cargo eletivo que extrapole o territrio de So Joo del-Rei (MG). Podero, por exemplo, se candidatar a Governador de Minas Gerais, Senador, Deputado Federal. Assim, temos que: 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale a) O cnjuge, parentes e afins, at o segundo grau, ou por adoo de Prefeito no podero se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Municpio (Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito). b) O cnjuge, parentes e afins, at o segundo grau, ou por adoo de Governador no podero se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Estado. Isso inclui os cargos de Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito (de qualquer dos Municpios daquele estado), bem como os cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador, por aquele estado. c) O cnjuge, parentes e afins, at o segundo grau, ou por adoo de Presidente no podero se candidatar a nenhum cargo eletivo no Pas. Segundo o STF, a inelegibilidade reflexa alcana tambm aqueles que tenham constitudo unio estvel com o Chefe do Poder Executivo, inclusive no caso de unies homoafetivas. A dissoluo do casamento, quando ocorrida durante o mandato, no afasta a inelegibilidade reflexa. o que determina o STF na Smula Vinculante n¼ 18: ÒA dissoluo da sociedade ou do vnculo conjugal, no curso do mandato, no afasta a inelegibilidade prevista no ¤ 7¼, do artigo 14 da Constituio FederalÓ. Ainda da jurisprudncia do STF, extramos que, caso um municpio seja desmembrado, o parente do prefeito do Òmunicpio-meÓ afetado pela inelegibilidade reflexa quanto ao Òmunicpio-filhoÓ, no podendo candidatar-se Prefeitura deste, por exemplo. Ao lermos o art. 14, ¤7¼, percebemos, em sua parte final, que h uma exceo regra da inelegibilidade reflexa: Òsalvo se j titular de mandato eletivo e candidato reeleioÓ. Mas o que isso significa? Significa que a inelegibilidade reflexa no se aplica caso o cnjuge, parente ou afim j possua mandato eletivo; nessa situao, ser possvel que estes se candidatem reeleio, mesmo se ocuparem cargos dentro da circunscrio do Chefe do Executivo. Imagine, por exemplo, que Joo das Couves seja prefeito do Municpio de So Joo del-Rei (MG). Nas prximas eleies, seu irmo se elege Governador de Minas Gerais. Pergunta-se, ento: Joo das Couves poder se candidatar reeleio no Municpio de So Joo del-Rei? Sim, poder. Joo das Couves no ser afetado pela inelegibilidade reflexa, uma vez que ele j era titular de mandato eletivo e, agora, candidato reeleio. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Destaca-se, aqui, importante entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entende a Corte que se o Chefe do Executivo renunciar seis meses antes da eleio, seu cnjuge, parentes ou afins at o segundo grau podero candidatar-se a todos os cargos eletivos da circunscrio, desde que ele prprio pudesse concorrer reeleio. Isso vlido para o prprio cargo do titular. Suponha, por exemplo, que Alfredo seja Governador de Minas Gerais, cumprindo o seu primeiro mandato. Na prxima eleio, ele poderia se reeleger (seria o segundo mandato consecutivo de Governador). Em virtude da inelegibilidade reflexa, sua esposa, Maria, no poderia se candidatar a nenhum cargo eletivo em Minas Gerais. Entretanto, caso Alfredo renuncie seis meses antes da eleio, Maria poder candidatar-se ao cargo de Governadora. Isso somente ser possvel porque Alfredo poderia concorrer reeleio. Existe, ainda, a inelegibilidade relativa condio de militar, a qual est prevista no art. 14, ¤8¼, CF/88: ¤8¼ - O militar alistvel elegvel, atendidas as seguintes condies: I - se contar menos de dez anos de servio, dever afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de servio ser agregado pela autoridade superior e, se eleito, passar automaticamente, no ato da diplomao, para a inatividade. Analisando o dispositivo supracitado, percebe-se que apenas so elegveis os militares que forem alistveis; nesse sentido, percebe-se que os conscritos (aqueles que cumprem o servio militar obrigatrio), por no serem alistveis, no sero elegveis. Entretanto, para que o militar seja elegvel, ele deve cumprir certas condies, que variam segundo o seu tempo de servio. Se o militar contar menos de 10 anos de servio, ele dever afastar-se da atividade. Por outro lado, caso o militar contar mais de 10 anos de servio, ele ser agregado pela autoridade superior e, se eleito, passar automaticamente, no ato da diplomao paraa inatividade. Perceba que, nesse caso, o militar se conservar ativo at a diplomao. Sabe-se que uma das condies de elegibilidade a filiao partidria. aqui que surge um problema relacionado condio de militar: o art. 143, ¤3¼, V, a Constituio veda a filiao do militar a partido poltico. Em tese, isso poderia impedir os militares de se candidatarem. Porm, o TSE, diante dessa situao, determinou que, caso o militar venha a candidatar-se, a ausncia de prvia filiao partidria (uma das condies de elegibilidade) ser suprida pelo registro da candidatura apresentada pelo partido poltico e autorizada pelo candidato. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Esquematizando: Como j mencionamos anteriormente, a Constituio prev que lei complementar nacional poder criar outras hipteses de inelegibilidade relativa. Veja o que dispe o ¤9¼ do art. 14 da CF/88: ¤ 9¼ Lei complementar estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessao, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exerccio de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleies contra a influncia do poder econmico ou o abuso do exerccio de funo, cargo ou emprego na administrao direta ou indireta. Note que eu falei em lei complementar (LC) nacional. Qual a diferena entre uma lei nacional e uma lei federal? Guarde isso: a nacional abrange todos os entes federados (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios). o caso do Cdigo Penal, por exemplo. J a federal, abrange somente a Unio. Exemplo: Lei 8.112/1990, que institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas federais. Embora nada tenha sido dito, uma emenda constitucional tambm pode criar novas hipteses de inelegibilidade relativa. Outros atos normativos, jamais! Com base no ¤9¼ do art. 14 da Constituio, foi elaborada a LC no 64/1990, que estabeleceu casos de inelegibilidade e determinou outras providncias. Essa lei sofreu alterao pela Lei Complementar no 135/2010, a ÒLei da Ficha LimpaÓ, que previu novas hipteses de inelegibilidade. O MILITAR ALISTÁVEL É ELEGÍVEL ATENDIDAS AS SEGUINTES CONDIÇÕES... CASO TENHA MENOS DE 10 ANOS DE SERVIÇO DEVERÁ AFASTAR‑SE DA ATIVIDADE. CASO TENHA MAIS DE 10 ANOS DE SERVIÇO SERÁ AGREGADO PELA AUTORIDADE SUPERIOR E, SE ELEITO, PASSARÁ AUTOMATICAMENTE, NO ATO DA DIPLOMAÇÃO, PARA A INATIVIDADE. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Os dispositivos a seguir so cobrados em sua literalidade: ¤10 - O mandato eletivo poder ser impugnado ante a Justia Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomao, instruda a ao com provas de abuso do poder econmico, corrupo ou fraude. ¤ 11 - A ao de impugnao de mandato tramitar em segredo de justia, respondendo o autor, na forma da lei, se temerria ou de manifesta m-f. O ¤10 traz um prazo para a ao de impugnao do mandato eletivo (15 dias aps a diplomao) e as causas para a ao (abuso do poder econmico, corrupo ou fraude). O ¤11 determina que a ao tramitar em segredo de justia (exceo publicidade dos atos processuais) e prev a punio para o autor que agir de m-f. (PC / CE Ð 2015) No podem se alistar como eleitores os estrangeiros, e so inelegveis os inalistveis e os analfabetos. Comentrios: De fato, os estrangeiros no podem se alistar como eleitores. Alm disso, so inelegveis os inalistveis e os analfabetos. IN E L E G IB IL ID A D E S ABSOLUTAS INALISTÁVEIS ANALFABETOS RELATIVAS REELEIÇÃO P/CARGO DO PODER EXECUTIVO APENAS PARA UM ÚNICO PERÍODO INELEGIBILIDADE REFLEXA CONDIÇÃO DE MILITAR OUTRAS INELEGIBILIDADES ESTABELECIDAS EM LEI COMPLEMENTAR (EX: LEI DE FICHA LIMPA) 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Questo correta. (PC / DF Ð 2015) Suponha-se que Joana, deputada federal, seja casada com Pedro, atual governador do estado X. Nesse caso, nas prximas eleies, quando Pedro e Joana concorrerem s respectivas reeleies, Joana no ficar inelegvel. Comentrios: Isso mesmo! Joana no ficar inelegvel, pois ela j era candidata a mandato eletivo e candidata reeleio. Portanto, ela se enquadra dentro da exceo prevista no art. 14, ¤ 7¼, CF/88, que prev que Òso inelegveis, no territrio de jurisdio do titular, o cnjuge e os parentes consanguneos ou afins, at o segundo grau ou por adoo, do Presidente da Repblica, de Governador de Estado ou Territrio, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substitudo dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se j titular de mandato eletivo e candidato reeleio.Ó Questo correta. (FUB Ð 2015) Paulo, de trinta e cinco anos de idade, exerce o segundo mandato consecutivo de prefeito do municpio X. Pretendendo candidatar-se ao cargo de governador do estado no pleito seguinte, Paulo renunciou ao mandato seis meses antes das eleies, assumindo o cargo o ento vice-prefeito, Marcos, de trinta e dois anos de idade, marido de Maria, de vinte anos de idade. Se Paulo no fosse candidato a governador, ele no poderia, nas eleies imediatamente seguintes sua renncia, candidatar-se e ser validamente eleito para o cargo de vice-prefeito do municpio X. Comentrios: Isso mesmo! O cidado que j foi Chefe do Poder Executivo por dois mandatos consecutivos no poder, na eleio seguinte, se candidatar ao cargo de Vice. Questo correta. (CNMP Ð 2015) A inelegibilidade em razo do parentesco, nos termos da Constituio Federal e em conformidade com o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a matria, no afastada pela dissoluo da sociedade ou do vnculo conjugal, no curso do mandato. Comentrios: 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale esse o contedo da Smula Vinculante n¼ 18, que dispe o seguinte: ÒA dissoluo da sociedade ou do vnculo conjugal, no curso do mandato, no afasta a inelegibilidade prevista no ¤ 7¼, do artigo 14 da Constituio FederalÓ. Questo correta. (TRE / GO Ð 2015) Suponha que Jos, casado com Miriam e prefeito de um municpio brasileiro, venha a falecer dois anos aps ter sido eleito. Nessa situao, Miriam pode se candidatar e se eleger ao cargo antes ocupado por seu marido nas eleies seguintes ao falecimento. Comentrios: No h qualquer impedimento a que Miriam se candidate ao cargo de Prefeito. Questo correta. (DPE / PR Ð 2014) Conforme previso constitucional, um Governador de um estado da federao, mesmo no exerccio de segundo mandato no cargo, pode se candidatar a cargo diverso, devendo, para tanto, renunciar ao respectivo mandato seis meses antes do pleito. Comentrios: Segundo o art. 14, ¤ 6¼, CF/88 Òparaconcorrerem a outros cargos, o Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos at seis meses antes do pleito.Ó Questo correta. 3.2 Ð Perda e Suspenso dos direitos polticos: No art. 15, a Constituio traz as hipteses de privao dos direitos polticos. Esta pode dar-se de maneira definitiva (denominando-se perda) ou temporria (suspenso). Importante ressaltar que a Constituio, em resposta ditadura que a precedeu, no permite, em nenhuma hiptese, a cassao dos direitos polticos. Que tal lermos juntos o art. 15? Art. 15. vedada a cassao de direitos polticos, cuja perda ou suspenso s se dar nos casos de: 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale I - cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, nos termos do art. 5¼, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, ¤ 4¼. A Constituio no explicita quais so os casos de perda e quais so os casos de suspenso dos direitos polticos. Entretanto, segundo a doutrina, esses dois institutos apresentam as seguintes diferenas: a) A perda se d por prazo indeterminado, enquanto a suspenso pode se dar tanto por prazo determinado quanto por indeterminado; b) Na perda, a reaquisio dos direitos polticos no automtica aps a cessao da causa; na suspenso, a reaquisio automtica. Desse modo, para a maior parte dos doutrinadores, tem-se a perda nos incisos I e IV do art. 15 da CF e suspenso nos demais incisos. Vejamos o esquema abaixo! No caso de condenao criminal transitada em julgado, a suspenso dos direitos polticos imediata, implicando imediata perda do mandato eletivo. PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA, NOS TERMOS DO ART. 5º, VIII. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO, ENQUANTO DURAREM SEUS EFEITOS IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, NOS TERMOS DO ART. 37, § 4º 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Trata-se, segundo o STF, de norma autoaplicvel, que independe, para sua imediata incidncia, de qualquer ato de intermediao legislativa.12 A priso de uma pessoa no suficiente para que ocorra a suspenso de direitos polticos, afinal, h vrias situaes em que a priso no motivada por uma condenao criminal transitada em julgado. o caso, por exemplo, da priso em flagrante ou da priso temporria, que no importaro em suspenso dos direitos polticos. importante ficarmos atentos quanto s consequncias dos atos de improbidade administrativa. Segundo o art. 37, ¤ 4¼, os atos de improbidade administrativa resultaro na perda do mandato e na suspenso dos direitos polticos. bastante comum que as bancas examinadoras tentem enganar os alunos dizendo que, no caso de improbidade administrativa, haver perda do mandato e dos direitos polticos. Isso est errado! Nessa situao, haver suspenso dos direitos polticos. A perda do mandato, entretanto, no se aplica a membro do Congresso Nacional. Por determinao do art. 55, ¤ 2¼, da CF/88, a perda do mandato ser decidida pela Casa a que pertencer o congressista, por maioria absoluta, mediante provocao da respectiva Mesa ou de partido poltico representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.13 (PC / DF Ð 2015) Suponha-se que Guilherme esteja preso, aguardando o julgamento de seu recurso de apelao. Nesse caso, Guilherme no poder votar, por faltar-lhe, por causa de sua priso cautelar, o pleno exerccio dos direitos polticos. Comentrios: A condenao criminal transitada em julgado que resulta na suspenso dos direitos polticos. A priso cautelar no tem esse efeito. Assim, Guilherme poder votar. Questo errada. (TJ / MG Ð 2015) A prtica de atos de improbidade administrativa acarreta cassao de direitos polticos. Comentrios: No ordenamento jurdico brasileiro, vedada a cassao de 12 STF, RMS 22.470-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 11.06.96, DJ de 27.09.96. 13 Nesse sentido, entende o STF que da Òcondenao criminal transitada em julgado, ressalvada a hiptese do art. 55, ¤ 2¼, da Constituio, resulta por si mesma a perda do mandato eletivo ou do cargo do agente poltico (RE 418.876, Rel. Min. Seplveda Pertence, j. 30..03.04, DJ 04.06.04). . 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale direitos polticos. Questo errada. (MPE / RS Ð 2014) A incapacidade civil relativa suficiente para privar o cidado da fruio dos seus direitos polticos. Comentrios: No. A incapacidade civil absoluta que resulta na suspenso dos direitos polticos. Questo errada. 4- Princpio da anterioridade eleitoral: No art. 16, CF/88 a Constituio traz o princpio da anterioridade eleitoral: Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano da data de sua vigncia. O que voc deve gravar para a prova? A lei eleitoral tem vigncia (Òfora de leiÓ) imediatamente, na data de sua publicao. Entretanto, produz efeitos apenas em momento futuro: no se aplica eleio que ocorrer at um ano da data de sua vigncia. Com base nesse dispositivo, o STF14 afastou a aplicao da ÒLei da Ficha LimpaÓ s eleies de 2010. Mesmo essa lei tendo entrado em vigor em 2010, no pde ser aplicada s eleies realizadas naquele ano. Cabe destacar que o STF considera que o princpio da anterioridade eleitoral clusula ptrea do texto constitucional. (TRE / GO Ð 2015) Caso seja publicada e passe a viger em fevereiro de 2018, lei que altere o processo eleitoral poder ser aplicada a pleito eletivo que ocorra em outubro desse mesmo ano. Comentrios: Segundo o art. 16, Òa lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano da data de sua vignciaÓ. Ento, a lei publicada em 2018 no se aplicar eleio que ocorra nesse mesmo ano. Questo errada. (TRE / GO Ð 2015) A norma constitucional que consagra o 14 RE 633703/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 23.03.2011, DJe 18.11.2011. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale princpio da anterioridade eleitoral no pode ser abolida por tratar-se de uma garantia individual fundamental do cidado- eleitor. Comentrios: isso mesmo! O princpio da anterioridade eleitoral consideraclusula ptrea e, portanto, no pode ser abolida. Questo correta. Partidos Polticos Os partidos polticos, instituies essenciais preservao do Estado democrtico de direito, so entidades de direito privado que se organizam em torno de ideias e convices polticas comuns, almejando a conquista e manuteno do poder por meio das eleies. A Constituio Federal de 1988 trata dos partidos polticos em seu art. 17. Vamos sua anlise! Art. 17. livre a criao, fuso, incorporao e extino de partidos polticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Veja que plena a liberdade de criao dos partidos polticos, desde que resguardados certos valores: a soberania nacional (no pode haver partido vinculado a entidade ou governo estrangeiro), o regime democrtico, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana (no pode haver partido nazista ou racista, por exemplo). A seguir, so listados os preceitos a serem observados pelos partidos polticos: I - carter nacional; No pode haver um partido poltico envolvendo s um Estado-membro ou municpio, ou o Distrito Federal. S poder ser reconhecido como partido poltico aquele que tiver repercusso em todo o pas. Isso visa evitar que interesses de grupos minoritrios tenham legitimidade, em detrimento daqueles que representam toda a sociedade. II - proibio de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinao a estes; 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale A soberania nacional um princpio que limita o funcionamento dos partidos polticos; no pode haver, portanto, partido poltico que receba recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiro, tampouco que se subordine a estes. Essa proibio visa impedir que os interesses da Repblica Federativa do Brasil fiquem subordinados ao capital estrangeiro. III - prestao de contas Justia Eleitoral; A prestao de contas Justia Eleitoral tem como objetivo impedir a existncia de Òcaixa doisÓ nos pleitos eleitorais. Com isso, as contas dos partidos seriam todas submetidas fiscalizao financeira, em prol da moralidade pblica. IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Esse dispositivo uma norma de eficcia limitada, tendo sido regulamentado pela Lei n¼ 9.096/95. ¤ 1¼ assegurada aos partidos polticos autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento e para adotar os critrios de escolha e o regime de suas coligaes eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculao entre as candidaturas em mbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidria. A autonomia partidria assegurada no ¤ 1¼ do art. 17 visa impedir qualquer controle do Estado sobre os partidos polticos, criando uma Òrea de reserva estatutria absolutamente indevassvel pela ao normativa do Poder Pblico, vedando, nesse domnio jurdico, qualquer ensaio de ingerncia legislativa do Poder EstatalÓ (STF, ADI 1.407-MC, DJ de 17.04.2001). Nesse sentido, garante-se aos partidos a liberdade para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento e para adotar os critrios de escolha e o regime de suas coligaes eleitorais. No pode o legislador ordinrio interferir nessa matria, que de competncia dos partidos, observadas as disposies constitucionais. Destaque-se que, a partir da Emenda Constitucional n¼ 52/2006, passou a no haver mais, no ordenamento jurdico nacional, a obrigatoriedade de simetria das coligaes em mbito nacional, estadual e municipal. Em outras palavras, no h obrigatoriedade de vinculao entre as candidaturas em mbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Assim, uma coligao feita para as eleies nacionais no precisa ser repetida nas eleies estaduais. No se aplica o princpio da verticalizao na formao de coligaes. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Com o intuito de favorecer a democracia, foi assegurada autonomia aos partidos polticos, mas exigiu-se que seus estatutos estabelecessem normas de disciplina e fidelidade partidria. Com o mesmo objetivo, tambm foram assegurados aos partidos polticos recursos de fundo partidrio e acesso ao rdio e televiso (na forma da lei) e foi vedada a utilizao de organizao paramilitar pelos mesmos. ¤ 2¼ - Os partidos polticos, aps adquirirem personalidade jurdica, na forma da lei civil, registraro seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. A aquisio de personalidade jurdica dos partidos polticos dar-se- conforme as normas do Cdigo Civil (arts. 45 e 985) e da Lei de Registros Pblicos (art. 120). Nesse sentido, a aquisio da personalidade se d, por serem os partidos polticos pessoas jurdicas de direito privado, com a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, averbando-se no registro todas as alteraes por que passar o ato constitutivo. Aps o Cartrio de Registros de Ttulos e Documentos aferir se os requisitos legais foram respeitados, resta lavrar o registro dos estatutos do partido poltico no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).15 Com o registro do estatuto no TSE, o partido ir adquirir capacidade poltica. ¤ 3¼ - Os partidos polticos tm direito a recursos do fundo partidrio e acesso gratuito ao rdio e televiso, na forma da lei. No que se refere ao fundo partidrio, seu objetivo garantir o financiamento das atividades dos partidos polticos. Os recursos desse fundo so distribudos pelo TSE aos rgos nacionais dos partidos (Lei 9.096/95, art. 41, II). J o acesso gratuito ao rdio e TV, conforme se depreende do ¤ 3¼ do art. 17, institudo pelo legislador ordinrio, que estabelece anualmente os critrios de sua utilizao. Seu objetivo Òigualizar, por mtodos ponderados, as oportunidades dos candidatos de maior ou menor expresso econmica no momento de expor ao eleitorado suas propostasÓ.16 o chamado Òdireito de antenaÓ. ¤ 4¼ - vedada a utilizao pelos partidos polticos de organizao paramilitar. Essa proibio se coaduna com o art. 5¼, XVII, CF/88, que dispe que Ò plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitarÓ. 15 STF, RE 164.458-AgRg, DJ de 02.06.1995. 16 STF, ADI 956, DJ de 20.04.2001. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Resumindo: (PC / DF Ð 2015) assegurada aos partidos polticos autonomia para definir a sua estrutura interna, a sua organizao e o seu funcionamento, podendo receber doaes de pessoas fsicas e jurdicas, nacionais ou estrangeiras. Comentrios: O art. 17, II, CF/88 probe o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros. Questo errada. (MPE / RS Ð 2014) O princpio da liberdade partidria, consagrado na Constituio Federal, ilimitado; por conseguinte, ainda que tica ou politicamente censurvel, possvel a criaono pas de agremiaes polticas destinadas a suprimir o regime democrtico, pois no se pode subtrair previamente, do debate poltico, quaisquer ideias em relao estruturao do Estado. Comentrios: A liberdade partidria no limitada, uma vez que devem ser resguardados certos valores: a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. Questo errada. PA R T ID O S P O L ÍT IC O S NATUREZA JURÍDICA PJ DE DIREITO PRIVADO AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE REGISTRO DOS ATOS CONSTITUTIVOS EM CARTÓRIO AQUISIÇÃO DA CAPACIDADE POLÍTICA REGISTRO DO ESTATUTO NO TSE PRECEITOS CARÁTER NACIONAL; PROIBIÇÃO DE RECEBIMENTO DE RECURSOS DE ENTIDADE OU GOVERNO ESTRANGEIROS; PRESTAÇÃO DE CONTAS À JUSTIÇA ELEITORAL; FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR DE ACORDO COM A LEI 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Questes Comentadas 1. Direitos Polticos 1. (IBFC / Polcia Cientfica-PR Ð 2017) Considere as normas da Constituio Federal para assinalar a alternativa correta sobre elegibilidade. a) Para o cargo de Presidente da Repblica, so condies de elegibilidade, entre outras, ter idade mnima de 35 anos e ter nacionalidade brasileira b) Para o cargo de Presidente da Repblica, so condies de elegibilidade, entre outras, ter idade mnima de 35 anos e ser brasileiro nato c) Para o cargo de senador so condies de elegibilidade, entre outras, ter idade mnima de 21 anos e ser brasileiro nato d) Para o cargo de presidente da Cmara dos Deputados, so condies de elegibilidade, entre outras, ter idade mnima de 30 anos e ter nacionalidade brasileira e) Para o cargo de vereador, so condies de elegibilidade, entre outras, ter idade mnima de 21 anos e ser brasileiro nato Comentrios: A Carta Magna prev as condies de elegibilidade em seu art. 14, ¤ 3o, que reproduzimos a seguir: Art. 14, ¤ 3¼ So condies de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exerccio dos direitos polticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domiclio eleitoral na circunscrio; V - a filiao partidria; VI - a idade mnima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica e Senador; 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Alm desses requisitos, para alguns cargos, exige-se, ainda, a condio de brasileiro nato (art. 12, ¤ 3o, CF): ¤ 3¼ So privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da Repblica; II - de Presidente da Cmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomtica; VI - de oficial das Foras Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa. O gabarito a letra B. 2. (IBFC / SEPLAG-MG Ð 2014) A idade mnima de trinta anos condio de elegibilidade para o cargo de: a) Deputado Federal b) Vice-Governador de Estado. c) Senador d) Juiz de paz Comentrios: A idade mnima de 30 (trinta) anos condio de elegibilidade para os cargos de Governador e Vice-Governador de Estado. O gabarito a letra B. 3. (IBFC / TRE-AM Ð 2014) Com relao aos instrumentos de democracia semidireta ou participativa, analise o seguinte o 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale enunciado, a seguir, e assinale a alternativa a que se refere seguinte assertiva: Ò convocado(a) com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetidoÓ. a) Lei de iniciativa popular. b) Referendo. c) Recall. d) Plebiscito. Comentrios: importante que voc saiba a diferena entre plebiscito e referendo. O plebiscito convocado com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo. O referendo posterior ao ato legislativo ou administrativo. O gabarito a letra D. 4. (IBFC / MPE-SP Ð 2013) Nos termos da atual Constituio Federal, so condies de elegibilidade, EXCETO: a) Filiao partidria. b) Alistamento eleitoral. c) Domicilio eleitoral na circunscrio. d) Idade mnima de 35 anos para Senador. e) Idade mnima de 35 anos para Governador. Comentrios: As condies de elegibilidade esto previstas no art. 14, ¤ 4¼, CF/88: ¤ 3¼ So condies de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exerccio dos direitos polticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domiclio eleitoral na circunscrio; 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale V - a filiao partidria; VI - a idade mnima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. O gabarito a letra E. 5. (IESES / TRE-MA Ð 2015) De acordo com a Constituio Federal de 1988, INCORRETO afirmar: a) O alistamento eleitoral e o voto so obrigatrios para os maiores de dezoito anos, sendo facultativos apenas para os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. b) So inelegveis os inalistveis e os analfabetos. c) Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos at seis meses antes do pleito. d) No podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o perodo do servio militar obrigatrio, os conscritos. Comentrios: Letra A: errada. O alistamento eleitoral e o voto tambm so facultativos para analfabetos. Letra B: correta. Segundo o art. 14, ¤ 4¼, CF/88, so inelegveis os inalistveis e os analfabetos. Letra C: correta. Segundo o art. 14, ¤ 6¼, CF/88, para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos at seis meses antes do pleito. o que se chama de desincompatibilizao. Letra D: correta. Os estrangeiros e os conscritos so inalistveis. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale O gabarito a letra A. 6. (IESES / TRE-MA Ð 2015) De acordo com a Constituio Federal de 1988, correto afirmar: a) So condies de elegibilidade, na forma da lei, a nacionalidade brasileira; o pleno exerccio dos direitos polticos; o alistamento eleitoral; o domiclio eleitoral na circunscrio; a filiao partidria; e a idade mnima de trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica e Senador; trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado, do Distrito Federal e para Deputado Federal; vinte e um anos para Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; e dezoito anos para Vereador. b) A lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano e meio da data de sua vigncia. c) So condies de elegibilidade, na forma da lei, a nacionalidade brasileira; o pleno exerccio dos direitos polticos; o alistamento eleitoral; o domiclio eleitoral na circunscrio; a filiao partidria; e a idade mnima de trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica e Senador; trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; e dezoito anos para Vereador. d) So inelegveis somente os inalistveis. Comentrios: Letra A: errada. A idade mnima para que algum possa ser eleito Deputado Federal de 21 anos (e no 30 anos!). Letra B: errada. Segundo o art. 16, CF/88, a lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano da data de sua vigncia. Letra C: correta. Essas so as condies de elegibilidade, previstas no art. 14, ¤ 3¼, CF/88. Letra D: errada. Segundo o art. 14, ¤ 4¼, CF/88, so inelegveis os inalistveis e os analfabetos. O gabarito a letra C. 7. (IESES / TRE-MA Ð 2015) Com relao aos direitos polticos correto afirmar que: 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale a) No podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o perodo do servio militar obrigatrio, os conscritos. b) Como condio de elegibilidade para Presidente da Repblica e de Governador de Estado a Constituio da Repblica Federativa do Brasil estabelece a idade mnima de quarenta anos. c) Como condio de elegibilidade para vereador a Constituio da Repblica Federativa do Brasil estabelece a idade mnima de vinte e um anos. d) O alistamento eleitoral e o voto so obrigatrios para os analfabetos. Comentrios: Letra A: correta. So inalistveis os estrangeiros e os conscritos. Letra B: errada. A idade mnima para que algum seja eleito Presidente da Repblica de 35 anos. Letra C: errada. A idade mnima para Vereador 18 anos. Letra D: errada. O alistamento eleitoral e o voto so facultativos para os analfabetos. O gabarito a letra A. 8. (IBFC / Polcia Civil-RJ Ð 2014) As assertivas abaixo descritas esto previstas na Constituio Federal como hipteses de perda ou suspenso dos direitos polticos. Assinale a alternativa que NÌO corresponde a uma dessas hipteses constitucionalmente previstas: a) Extradio de brasileiro nato. b) Incapacidade civil absoluta. c) Condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. d) Recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa. e) Improbidade administrativa. Comentrios: Para responder essa questo, era preciso conhecer o art. 15, CF/88: 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale Art. 15. vedada a cassao de direitos polticos, cuja perda ou suspenso s se dar nos casos de: I - cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, nos termos do art. 5¼, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, ¤ 4¼. Dentre as opes apresentadas no enunciado, a nica que no uma hiptese de perda ou suspenso de direitos polticos a Òextradio de brasileiro natoÓ. Sobre o tema, deve-se ressaltar, inclusive, que vedada a extradio de brasileiro nato. O gabarito, portanto, a letra A. 9. (IBFC / Polcia Civil-SE Ð 2014) Segundo a Constituio Federal, no captulo ÒDos Direitos PolticosÓ, so condies de elegibilidade, exceto: a) O domiclio eleitoral na circunscrio. b) A filiao a partido poltico com representao no Congresso Nacional c) A nacionalidade brasileira d) O pleno exerccio dos direitos polticos. Comentrios: A filiao partidria uma condio de elegibilidade. No entanto, no se exige que o partido poltico tenha representao no Congresso Nacional. O gabarito a letra B. 10. (IBFC / Polcia Civil-RJ Ð 2014) Suponha que, atendendo s reivindicaes ocorridas nos protestos de junho de 2013, os parlamentares se renam e resolvam tornar mais hgido e probo o processo eleitoral para as eleies de 2016. Para tanto, eles apresentam um projeto que cria novas hipteses de inelegibilidade, no abarcadas pela Lei da Ficha Limpa. Este projeto dever ser apresentado nos moldes de: a) Emenda Constitucional. 47991593487 www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 61 DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/PE Teoria e Questões Aula 04 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale b) Lei Complementar. c) Lei ordinria. d) Medida provisria. e) Resoluo do Tribunal Superior Eleitoral. Comentrios: Segundo o art. 14, ¤ 9¼, CF/88, outros casos de inelegibilidade sero estabelecidos mediante lei complementar. O gabarito a letra B. 11. (FGV / TJ-RO Ð 2015) Joo, aluno do ensino mdio, formulou diversas proposies a respeito dos conceitos de cidadania, nacionalidade e capacidade civil. Assinale, dentre as proposies abaixo, a nica que se mostra correta: a) a cidadania requisito necessrio ao alistamento eleitoral, que permite o surgimento da nacionalidade e o consequente exerccio dos direitos fundamentais; b) a nacionalidade brasileira requisito necessrio obteno da cidadania, que permite o surgimento da liberdade poltica e o gozo dos direitos fundamentais; c) a cidadania inerente ao Estado democrtico, sendo requisito necessrio ao surgimento da liberdade poltica e ao exerccio dos direitos fundamentais; d) a nacionalidade brasileira requisito necessrio ao alistamento eleitoral, que permite o surgimento da cidadania e o consequente exerccio dos direitos polticos; e) a capacidade civil requisito necessrio ao surgimento da cidadania, que permite o surgimento da nacionalidade e o consequente exerccio dos direitos polticos. Comentrios: O exerccio dos direitos fundamentais e a atribuio de nacionalidade independem da cidadania. Apenas como exemplo, uma criana, embora ainda no tenha cidadania, tem seus direitos fundamentais e a nacionalidade garantidas. Logo, as letras A, B , C e E esto erradas. O gabarito a letra D. Um dos requisitos para o alistamento eleitoral a nacionalidade brasileira. Por meio do alistamento eleitoral, surge a 47991593487