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DIR2204 aula1 introducao ao direito

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE DIREITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO PRIVADO E PROCESSO CIVIL
DIR 2204 – INSTITUIÇÕES DE DIREITO
Prof.ª Rosa Maria de Campos Aranovich 
Mestrandos: Eduardo Bondarczuk e Rafael Ferreira Costa
Sumário do Ponto 1 (05/08/2014)
I. INTRODUÇÃO
II. CONCEITO DE DIREITO
III. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO
IV. DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
	I. INTRODUÇÃO� 
	
	Contextualização esquemática do Direito como Ciência Social Aplicada.
	
	Dimensões Teóricas e Práticas de Estudo:
	
	I - 		 → Ideia de Justiça	
			 [em geral, área de estudo da Política, Filosofia, Economia, Moral]
	II -		 → Organização de Estado [Ciência Política e Teoria do Estado]
	III - 		 	→ DIREITO (REGRAS E PRINCÍPIOS)	
				→ normas mais abstratas e gerais (Leis)
 (...)					↓ ↓ ↓
				→ normas mais concretas e individuais (Jurisprudência)
				 ramos do direito (p.ex., Direito Civil, Direito Penal, ...)
	II. CONCEITO DE DIREITO
	O Direito é (i) um sistema de dispositivos e normas jurídicas que regulam relações individuais, coletivas e institucionais, dotado de eficácia; (ii) que visa ao justo; (iii) o qual é interpretado, aplicado e orientado pela Jurisprudência; (iv) de forma justificada e intersubjetivamente controlável, por meio de método jurídico de interpretação.
	Considerações amplas sobre o conceito de Direito:
(i) um sistema de dispositivos e normas jurídicas que regulam relações individuais, coletivas e institucionais, dotados de eficácia; 
1. As normas jurídicas são gerais e abstratas, que muitas vezes, também preveem uma sanção para o caso de seu descumprimento;
2. Como regra geral, uma lei prévia regula os fatos da realidade. Quando ocorre um fato da realidade que está previamente previsto numa lei, então, há uma incidência de uma norma jurídica que prevê uma obrigação, permissão ou proibição sob uma sanção (sanção aplicável em caso de descumprimento);
3. Dispositivo (texto jurídico) é diferente de norma jurídica (resultado da interpretação por meio de método jurídico);
4. “dotado de eficácia”: as normas jurídicas geram efeitos na realidade: diretos (p.ex. O cumprimento de uma sentença) ou indiretos (p.ex. Altos tributos para a atuação empresarial em certo setor da economia, desestimulando as operações).
(ii) que visa ao justo; 
1. Visa à justiça;
2. Contém elementos minimamente morais quanto ao que é justo;
3. Respeita a dignidade do ser humano (valor moral e intrínseco ao ser humano);
(iii) o qual é interpretado, aplicado e orientado pela Jurisprudência; 
1. A Jurisprudência é a sabedoria e o conhecimento dos Juízes e Tribunais Superiores, aplicados a casos concretos (casos trazidos ao Judiciário, por meio de provocação pelo interessado “que movimenta a máquina do Judiciário”);
2. No Brasil, os Tribunais Superiores são STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça);
3. A Jurisprudência, ao exercitar a função principal do Poder Judiciário, é quem fornece a última palavra quanto ao sentido das leis, além de exercer um papel de orientar a futura aplicação das leis e de garantir a segurança jurídica.
4. A Segurança Jurídica é composta por:	– confiabilidade (ao passado)
								– cognoscibilidade (ao presente)
								– previsibilidade (ao futuro)
(iv) de forma justificada e intersubjetivamente controlável, por meio de método jurídico de interpretação.
1. Cabe à Ciência do Direito (desenvolvida por Professores e pelas Universidades): esclarecer a Lei, desenvolver o método jurídico de interpretação e de argumentação do Direito, interpretar o Direito como um todo e também orientar à correta aplicação do Direito; O produto da Ciência do Direito chama-se doutrina;
2. O Direito deve ser justificado de forma racional e argumentativa;
3. “intersubjetivamente controlável”: O método jurídico também implica a possibilidade de controle das decisões, de forma intersubjetiva. Ou seja, as decisões dos Juízes e dos Tribunais devem ser acessíveis racionalmente a fim de se saber quais os fundamentos para determinada decisão judicial, assim como, de se poder controlar tal decisão.
		4. O Método de interpretação jurídico é composto pelos seguintes aspectos:
			(a) interpretação-meio [justificação interna e justificação externa]
	(b) interpretação-resultado [coerência e universabilidade]
4.1. A linguagem, apresenta uma das dificuldades instrumentais para o uso da interpretação no Direito, pois as palavras e conceitos jurídicos contêm: indeterminação, vagueza e polissemia. Essa é uma das razões pela necessidade de clareza lógica e argumentação racional no Direito.
5. O Direito tem ainda três aspectos sempre presentes:
			– LEI 				[item (i) e (ii) do conceito de Direito]
			– JURISPRUDÊNCIA		[item (ii) e (iii) do conceito de Direito]
			– CIÊNCIA DO DIREITO	[item (ii) e (iv) do conceito de Direito]
6. Há ainda os planos dos FATOS e o plano do DIREITO. A descrição dos fatos deve ser a mais fiel possível à realidade, cuja prova dos fatos muitas vezes também se torna necessária, a fim de que o Direito seja corretamente interpretado para se extrair a mais correta norma jurídica decorrente dessa interpretação.
	III. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO
	Direito Natural�
1. Em sua origem, o Direito, como fenômeno social (costumes e cultura de um povo) e político (sob um poder político/autoridade que detinha a força), foi compreendido na forma do Direito Natural (ou Jusnaturalismo). É, atualmente, de forma ampla, o conhecimento intuitivo que as pessoas têm acerca do que é Direito;
2. Conceito de Direito Natural: o Direito Natural é o Direito intrínseco ao ser humano, em conformidade com os costumes sociais e leis políticas, e, sobretudo, em conformidade com a Justiça e a Natureza (além da Divindade), resultante da Justiça aplicada ao caso concreto;
4. Ao agir em conformidade com o Direito, o ser humano age conforme a Moral, a Justiça, as Leis da Sociedade e as Leis da Natureza. É algo preexistente na Natureza e na vida social;
5. A Justiça (“dar a cada um o que lhe é devido”), segundo Tomás de Aquino, subdivide-se em Justiça Legal, Distributiva e Comutativa (ou “corretiva”);
	6. Cabe à Jurisprudência interpretar e aplicar o Direito Natural no caso concreto. 
	Direito Positivo�
1. A teoria do Direito Positivo surgiu concomitante ao Iluminismo – em oposição ao Direito Natural, por considerar, em suma, que o Direito Natural era inacessível racionalmente – e buscou elevar-se ao nível de Ciência análoga às Ciências Exatas (como p.ex. Física e Química). Ganhou força no século XIX, atingindo o seu ápice na primeira metade do século XX (até a Segunda Guerra Mundial). Após a referida Guerra, entrou em certo declínio e passou por reelaborações teóricas. Prevalece na forma modificada.
2. Conceito de Direito Positivo: O Direito Positivo é o direito que decorre das leis determinadas por autoridade legítima. É a ciência que estuda e aplica as normas jurídicas, as quais estão determinadas em lei.
3. Tese da Separabilidade entre Moral e Direito: tal tese é o fundamento do Direito Positivo. Significa que o Direito é totalmente separado e em nada se relaciona com a Moral. O Direito Positivo baseia-se única e exclusivamente na norma jurídica “positiva” (que já está posta ou positivada na lei) Ou seja, conforme essa teoria, só é “Direito”, de forma científica, aquilo que está previsto em lei, numa norma jurídica.
4. Na segunda metade do século XX, em decorrência da crise teórica do Positivismo, houve desenvolvimentos teóricos que procuraram incluir o elemento Moral ao Direito Positivo. Atualmente, na Ciência do Direito, há certo consenso quanto à divisão:
	– Direito Positivo Exclusivo (tese da separação absoluta entre Direito e Moral);
	– Direito Positivo Inclusivo (tese da separação forte e fraca entre Direito e Moral);
Contudo,na Jurisprudência, há enormes divergências quanto a como interpretar e como aplicar tais conceitos aos casos práticos.
	
	IV. DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
	A divisão entre direito objetivo (relativo ao objeto: o direito enquanto coisa dada), e direito subjetivo (relativo ao sujeito: o Direito enquanto capacidade de atos e de direitos previstos em lei) é uma categoria melhor desenvolvida durante a Idade Média.
	
	O direito objetivo define as normas gerais e abstratas de uma sociedade, na qual todos devem obedecer, sob sanções. Àqueles que agem dentro de tais normas, conforme os seus interesses, exercem o seu direito subjetivo.
	Direito Objetivo
	
	De certo modo, relaciona-se com o direito positivo, como o conjunto de regras postas em lei, como dado objetivo. 
	Havia discussão acerca de se o direito objetivo era gênero (por incluir a Moral, os Costumes, a Cultura, a Equidade e os Princípios Gerais de Direito, a Lei, a Doutrina e a Jurisprudência, como direito dado em determinado local e tempo) enquanto o direito positivo era espécie (apenas Lei) ou se o direito objetivo tinha equivalência ao direito positivo.
	A princípio, pelo enfoque do direito positivo exclusivo, o direito objetivo abrange o direito positivo. Já o enfoque pelo direito positivo inclusivo (tese da separação fraca entre Direito e Moral) podemos considerar direito objetivo como equivalente a direito positivo.
	Direito Subjetivo
	O direito subjetivo constitui a faculdade (escolha, opção) de agir conforme as possibilidades jurídicas previamente dadas.
	Ou seja, dentro de determinado espaço e tempo em que vige uma ordem jurídica conhecida (direito objetivo), o direito subjetivo é a possibilidade de agir dentro da lei para atingir seus interesses: pode ser, por exemplo, celebrar contratos, iniciar um processo judicial para que o Judiciário solucione um litígio (litígio: conflito de interesses tutelado pelo direito).
�	Sugestão de leitura: Livreto “O Caso dos Exploradores de Cavernas” (autor: L. Lon Fuller), acessível na internet.
�	Aristóteles: “Livro V de Ética a Nicômaco” e “Retórica”; Tomas de Aquino 
�	A obra clássica de Direito Positivo é de Hans Kelsen, “Teoria Pura do Direito”.
� PAGE �2�

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