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Slides de Aula (30)SERVIÇO SOCIAL SURGIMENTO INSTITUCIONALIZAÇAO NO BRASIL

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Unidade I
SERVIÇO SOCIAL: SURGIMENTO 
E INSTITUCIONALIZAÇÃO NO BRASIL
Profa. Adriana Ribeiro
O contexto histórico que se introduziu 
o serviço social no Brasil 
 O serviço social surgiu na década de 1930 no seio da igreja 
juntamente com a implantação das leis sociais. 
 As leis sociais nada mais eram do que a regulamentação das 
leis trabalhistas, vista a expansão do sistema capitalista.
 Surgiu como uma resposta via Estado e igreja para o aumento 
da classe trabalhadora e de sua existência desigual.
 Primeira identificação da questão social.
O contexto histórico que se introduziu 
o serviço social no Brasil 
 A questão social é fruto da relação de desigualdade entre 
as classes, questão de sua formação enquanto classe, 
de seu reconhecimento pelo Estado e em seu 
relacionamento com este. 
 Década de 1930 – Estado Novo – executava uma política 
de massa, porém com determinado controle.
 Quanto à ação profissional, era de cunho educativo a fim 
de uma reforma moral, dirigida aos pobres ou desajustados 
com o objetivo de “ajustá-los” à ordem social vigente –
pobreza era caso de polícia.
O contexto sociopolítico da Primeira República
 Era a política do café com leite que marcava a Primeira 
República, política pela qual São Paulo e Minas Gerais 
eram os responsáveis.
 Os outros estados ficavam à margem, porém, buscavam 
romper com tal situação política.
O contexto sociopolítico da Primeira República
 Na busca de mudanças, os outros estados lançaram 
um movimento político de oposição chamado de 
Reação Republicana.
 Tal movimento defendia maior independência do Poder 
Legislativo frente ao Executivo, o fortalecimento das forças 
armadas e alguns direitos sociais ao proletariado urbano.
 Para tal, formaram uma chapa forte, realizaram comícios 
populares, o que acirrou a disputa.
O contexto sociopolítico da Primeira República
 Mesmo com todo este movimento, a vitória foi do mineiro 
Artur Bernardes, resultado não aceito pela oposição.
 Em 1922 algumas unidades militares do Rio de Janeiro e 
do Mato Grosso se levantaram contra o governo, 
marcando o início do movimento tenentista. 
 Dois anos mais tarde, mais um levante contra o governo 
se apresenta, o que fora chamado de Coluna Prestes.
O contexto sociopolítico da Primeira República
 No governo seguinte, os ânimos se acalmaram. O presidente 
Washington Luís decretou o Estado de Sítio com a 
promessa de reduzir a repressão política.
 A fim de que fossem continuados os planos de governo, 
o atual presidente, Washington Luís, indica para suceder 
o paulista Júlio Prestes e não um mineiro, o que veio a romper 
com a aliança política entre Minas Gerais e São Paulo.
 O rompimento deste pacto resultou no reagrupamento 
da oposição, formando a Aliança Liberal que lança 
como candidato Getúlio Vargas.
O contexto sociopolítico da Primeira República
 Mesmo sendo favorito, fora eleito Júlio Prestes, 
sob suspeita de nova fraude eleitoral.
 Teve como desfecho, para derrubar o governo, 
a Revolução de 1930.
 Um movimento à parte também se expressava, composto pela 
classe trabalhadora e que reivindicava direitos e garantias, 
tais como o Código de Trabalho, a Lei de Férias e a Lei de 
Regulamentação do Trabalho de Menores.
Interatividade
O surgimento do Serviço Social no Brasil remonta os primeiros 
anos da década de 30, como fruto da iniciativa particular a fim 
de ofertar respostas quanto às expressões da questão social.
a) Na organização do campesinato. 
b) No interior das elites brasileiras.
c) No bloco anárquico-sindical.
d) No seio do bloco católico.
e) Na laicização.
Aspectos históricos e sociais para
a implantação do serviço social
 A institucionalização do serviço social no Brasil ocorre, 
portanto, num contexto contraditório em que os processos 
sociais, políticos e econômicos marcam a evolução 
das relações sociais no processo de consolidação 
do capitalismo monopolista.
 Economia brasileira (1920-30) – agroexportadora que abastecia 
o mercado europeu, adotando um perfil mais industrial no 
período da Primeira Guerra.
Aspectos históricos e sociais para
a implantação do serviço social
 Período político – Primeira República, marcada pela 
repressão, repressão policial – pobreza caso de polícia – a fim 
de conter a classe trabalhadora e seu movimento.
 Cenário internacional – Crise da Bolsa de Valores de Nova 
York em 1929, que refletiu profundamente na estrutura 
econômica brasileira. 
 Tal situação representava o fim do investimento internacional 
e o declínio da produção cafeeira.
Aspectos históricos e sociais para
a implantação do serviço social
 Este período representou um divisor de “águas” 
para a trajetória da sociedade brasileira, demonstrando 
a necessidade de um deslocamento para outra 
atividade econômica.
 Neste período, o Brasil vivia um período marcado pelo 
aprofundamento do modelo de Estado intervencionista sob 
a égide do capitalismo internacional e uma política nacional 
que visa ao crescimento industrial. Com este perfil, 
crescia o proletariado e a necessidade de respostas 
que absorvessem este segmento.
Aspectos históricos e sociais para
a implantação do serviço social
 A Revolução de 1930 pôs fim a Primeira República,
iniciada com a posse de Getúlio Vargas.
 Seu governo tinha como característica ser centralizador e 
forte, fomentando o crescimento e desenvolvimento
industrial a fim de garantir a expansão do capitalismo.
 Porém, devido a este aceleramento industrial, crescia a classe 
trabalhadora, que se aglutinava nos centros urbanos em 
condições insalubres, precárias e desumanas, crescendo 
nesta mesma escala, a miséria e a pobreza
destes e de suas famílias.
Aspectos históricos e sociais para
a implantação do serviço social
 Não haviam leis, aposentadoria, algo que protegesse 
estes trabalhadores.
 A educação era elitizada e a saúde era vista com certa 
estranheza, pois a população não via com bons olhos a 
iniciativa dos sanitaristas. Estas estratégias modificaram
a relação entre a sociedade e o Estado.
A questão social na Primeira República
 A questão social surge com a generalização do trabalho livre, 
que se torna mercadoria. Não tinham benefícios, nem regalias 
e trabalhavam, muitas vezes, apenas para comer.
 Com a Proclamação da República, ocorrida em 15 de 
novembro de 1889, um importante processo de transformação 
e de questões sociais, políticas e econômicas ocorreu por 
meio 
da união de duas forças: o exército e os fazendeiros de café.
 Estas forças tinham interesses distintos:
 Extinguir o governo do Império 
 sem a participação popular.
A questão social na Primeira República
 Uma de suas primeiras iniciativas foi banir a família Real do 
país, separar Estado de Igreja, instituir o casamento, a grande 
nacionalização e a criação da bandeira republicana com 
o lema positivista “Ordem e Progresso”.
 Em 1891 foi promulgada a primeira Constituição Republicana 
dos Estados Unidos do Brasil, com um sentido 
mais administrativo e não social. 
 É apenas em 1919 que se implantam medidas para a
primeira Legislação Social.
A questão social na Primeira República
 Em 1923 foi criada as Caixas de Aposentadorias e Pensões, 
a Lei Eloy Chaves, primeira lei da previdência social e 
proporcionava ajuda médica, aposentadoria, pensões 
para dependentes e auxílio funerário.
 A questão social começa a ser contemplada como alvo 
de intervenção.
 Para a igreja é vista como uma questão mortal, individual e 
de responsabilidade de quem a vivencia.
A questão social na Primeira República
 Os referenciais orientadores do pensamento e da açãodo 
emergente Serviço Social brasileiro têm sua fonte na doutrina 
social da Igreja, no ideário franco-belga de ação social e no 
pensamento de São Tomás de Aquino (séc. XII): o tomismo 
e o neotomismo (retomada, em fins do século XIX, do 
pensamento tomista por Jacques Maritain na França e 
pelo Cardeal Mercier na Bélgica, tendo em vista "aplicá-lo" 
às necessidades de nosso tempo). 
 Perfil do assistente social: humanista, conservador.
As primeiras respostas quanto à questão social
 A partir das mudanças políticas, econômicas e sociais a partir 
de 1930, o Estado entra na relação entre capital X trabalho, 
assumindo responsabilidades.
 E aí que o Estado verifica que a questão social deve ser 
resolvida no campo político.
 Para tal, apresenta como meio a ação do assistente social 
através do desenvolvimento da nova técnica social e na 
operacionalização da política de assistência.
 A origem do Serviço Social se atrela ao processo de 
responsabilização do Estado no campo da assistência. 
As primeiras respostas quanto à questão social
 O Estado é visto como benfeitor, benevolente, as leis não 
como direito, mas benfeitorias. 
 Década de 1940 – Estado Novo e instalação de um 
período repressor. 
 A implantação e o desenvolvimento das grandes instituições 
sociais e assistenciais criarão as condições para a existência 
de um crescente mercado de trabalho para o campo das 
profissões de cunho social, permitindo um desenvolvimento 
rápido do ensino especializado de Serviço Social.
As primeiras respostas quanto à questão social
 Dentro da lógica que se apresentava, a questão social não
se apresentava só como desigualdade, mas resistência 
e luta da classe trabalhadora. 
 Segundo essa perspectiva, a reprodução das relações sociais 
é a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, 
de valores, de práticas culturais e políticas e do modo como 
se produzem e se expressam as ideias nessa sociedade.
Interatividade
O Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão 
legitimada no seio da divisão social e técnica do trabalho, 
tendo como contexto conjuntural: 
a) A influência tecnicista europeia.
b) O desenvolvimento capitalista industrial e a 
expansão urbana.
c) A institucionalização da caridade, da benesse e da 
filantropia social.
d) A consolidação do neoliberalismo.
e) Aplicação, na realidade institucional, dos 
conhecimentos teóricos.
A Igreja Católica no Brasil face ao 
contexto histórico e sua reação renovadora
 Após os movimentos que emergiram no pós-guerra, a questão 
social é posta enquanto demanda, foco da intervenção do 
Estado e do Serviço Social. 
 Tal processo é acelerado, também, pela mobilização da Igreja 
Católica, através do movimento católico leigo.
A Igreja Católica no Brasil face ao 
contexto histórico e sua reação renovadora
 Numa análise da Rerum novarum, a dimensão que se dá à 
questão social, reconhecida como tempos de crise marcados 
pela decadência moral e dos costumes cristãos (AGUIAR, 
1995, p. 17), exigindo posicionamento da Igreja. Tratando a 
questão social como questão operária, os apelos do papa 
Leão XIII na encíclica Rerum Novarum foram reeditados na 
encíclica Quadragésima Anno (1931), por meio da qual o
papa Pio XI conclama os operários cristãos a se unirem 
pela restauração dos costumes e pela reforma social sob 
a égide do cristianismo.
A Igreja Católica no Brasil face ao 
contexto histórico e sua reação renovadora
 É neste meio que o Serviço Social surge como um 
departamento da ação social, embasado em sua
doutrina social.
A Igreja Católica no Brasil face ao 
contexto histórico e sua reação renovadora
 O serviço social no Brasil surgiu na década de 1930 – por 
iniciativa da Igreja Católica – juntamente com a implantação 
das Leis Sociais, após os grandes movimentos sociais, 
colocando definitivamente a questão social na sociedade. 
 A presença da Igreja se dá face ao seu engajamento quanto ao 
antagonismo de classes na sociedade, evidenciada como uma 
“reação” sua perante os rumos que a sociedade trilhava.
A Igreja Católica no Brasil face ao 
contexto histórico e sua reação renovadora
 Sua presença também se dava pelo “readquirir de seu 
papel de partido, reformulando seu papel político-religioso”.
 Esta tem um caráter ainda mais amplo, como Instituição Social 
de caráter religioso, portadora de uma doutrina universalizante 
e preocupada com a desigualdade entre as classes sociais. 
A reação católica
 A Igreja Católica inicia um percurso, um processo a fim de 
reinserir-se enquanto organização política. Este movimento 
está demarcado nos primeiros anos da década de 1920, sendo 
a primeira manifestação, desenvolvida pelo padre Júlio Maria. 
Direcionado pelos textos de Leão XIII, pregava a recatolização 
da nação e que a Igreja assumisse a questão social. 
 Maior repercussão reativa foi expressa pela pastoral de Dom 
Sebastião Leme, lançando base para a mobilização católica 
rumo ao restabelecimento da Nação Católica. 
A reação católica
 A Igreja Católica começa a colocar em prática as premissas 
anunciadas pelos Papas Leão XIII, Pio X e Pio XI, através de 
Dom Sebastião Leme, com a finalidade de recristianilização 
da sociedade. Para isso, fundou a Confederação Católica. 
 A revista “A Ordem”, criada em 1921, e o Centro Dom Vital 
de 1923, apresentaram-se como os principais aparatos de 
mobilização do laicato a fim de combater o anticlericalismo, o 
positivismo e o laicismo das instituições republicanas, 
expressões perigosas para a Igreja.
A reação católica
 Dentre as ações da Igreja, a Ação Católica foi a que mais 
efetivava os objetivos propostos.
Juntamente com o Centro Dom Vital, somado a Confederação 
Católica, organizou-se em:
 Juventude Católica Feminina.
 Juventude Católica Brasileira.
 Liga Feminina de Ação Católica para mulheres acima 
de 30 anos e casadas.
 Homens da Ação Católica acima de 30 anos e casados 
de qualquer idade. 
A reação católica
Em síntese, a Ação Católica é a principal ação da Igreja no 
século XX e teve como características: 
 A intenção de reconstruir a ordem social.
 Divulgar a ordem social.
 Formar uma igreja universal.
 Retomar uma ordem social no passado.
 Formar o laicato para uma ação catequizadora.
 Formar chefes e líderes.
 Realizar reforma social.
Interatividade
A formação dos primeiros assistentes sociais brasileiros 
foi influenciada pela Igreja Católica e sua doutrina social que 
compreendia a questão social como questão moral, objeto 
de tratamento psicologizante e moralizador. Nessa perspectiva, 
a questão social é vista como um:
a) Conjunto de problemas sob a responsabilidade individual 
daquele que a vivencia.
b) Descompromisso do Estado frente às suas responsabilidades.
c) Assunto que diz respeito a má formação cristã dos indivíduos.
d) Problemática de ordem psicossocial oriunda dos conflitos 
entre as classes.
e) Disfunção biopsicossocial advinda das desigualdades sociais. 
A doutrina social da Igreja
 Doutrina Social da Igreja: conjunto de orientações doutrinárias 
e critérios de ação que têm sua fonte nas Sagradas Escrituras, 
na doutrina dos santos padres e dos grandes teólogos, 
especialmente os últimos papas.
 Tem como objetivo a dignidade pessoal do homem, imagem 
e semelhança de Deus, e a tutela de seus direitos inalienáveis.
 Sua existência se justifica pela noção de comunidade cristã 
como sujeito de evangelização, libertação e promoção humana.
A doutrina social da Igreja
 A encíclica Rerum Novarum, escrita em 1891 por Leão XIII – é 
considerada a primeira encíclica papal que dá início ao 
magistériosocial –, deixa claro que “não se pense que a Igreja 
se deixa absorver de tal modo pelo cuidado das almas, que 
põe de parte o que se relaciona com a vida terrestre e mortal”.
 Esta exerce um poder fundamental na construção da Doutrina 
Social da Igreja, sendo a primeira expressão de um explicito 
magistério social da Igreja.
A carta encíclica Rerum Novarum
 refere-se a destruição do século passado e a violência 
das revoluções políticas. 
 O último quartel do século XVIII e o século XIX foram 
momentos traumáticos para a Igreja Católica. Em 1789 eclode 
a Revolução Francesa e coloca fim ao Ancien Régime, modelo 
absolutista-feudal. Na Inglaterra, acelera-se o processo de 
industrialização, abrindo caminho para “os progressos 
incessantes da indústria […] e para a alteração das relações 
entre os operários e os patrões”.
A carta encíclica Rerum Novarum
 Em 1847, na Alemanha, Karl Marx e Friedrich Engels fundam a 
Liga Comunista e, em 1848, publicam o Manifesto Comunista, 
como clara expressão da “opinião mais avantajada que 
os operários formam de si mesmos e da sua união 
mais compacta”. 
 A Igreja era o principal aparelho ideológico da 
aristocracia feudal.
 A Rerum manifesta marcas profundas do embate entre a 
tradição católica e a ideia de liberdade instaurada pela 
Revolução Francesa.
A carta encíclica Rerum Novarum
 A transformação conservadora da burguesia revolucionária 
e a necessidade da Igreja de assegurar uma estratégia de 
sobrevivência foram fatores decisivos para um entendimento 
entre Igreja e Estado burguês. 
 O conservadorismo católico assumia, progressivamente, 
matizes liberais, enquanto os liberais pareciam-se cada 
vez mais com os conservadores. 
 Assim, podemos entender a carta encíclica Rerum novarum
como expressão clara dessa reação católico-liberal ao 
crescente movimento socialista.
A visão organicista das relações sociais
 A encíclica Rerum Novarum se divide em duas partes: 
a solução proposta pelo socialismo e a solução 
proposta pela Igreja.
 No entanto, se importa em apontar traços importantes da 
matriz de análise utilizada pela encíclica papal, podendo 
detectar uma visão pressuposta do mundo e da pessoa 
humana que perpassa a totalidade do documento de forma 
transversal. Trata-se de uma compreensão organicista 
das relações sociais.
 Ainda defendia a restauração do papel e busca um
caminho de regresso.
A visão organicista das relações sociais
 A carta encíclica define o conjunto de relações sociais 
como corpo social e compreende a vida social como
um organismo fechado. 
 Compara a vida social com o corpo humano, que, apesar 
da real diversidade, compõe um todo orgânico que integra 
e adapta a diversidade de membros em uma
maravilhosa simetria.
A visão organicista das relações sociais
 A vida social tende naturalmente e espontaneamente a uma 
convivência harmoniosa e a um perfeito equilíbrio. Portanto, 
a desigualdade entre pobres e ricos não constitui em si um 
problema. Ao contrário: “os pobres, com o mesmo título que 
os ricos, são, por direito natural, cidadãos, isto é, pertencem 
ao número das partes vivas de que se compõem, por 
intermédio das famílias, o corpo inteiro da nação.
A visão organicista das relações sociais
 A encíclica abre seu olhar para a condição do operário, 
porém se opõe a sua modificação, negando o socialismo.
Relação Igreja - Estado
 Durante o período Colonial e depois da independência,
a Igreja Católica na América Latina, inclusive no Brasil, 
dependia economicamente do poder estatal, não lhe 
cabendo o direito de contestar a ordem vigente.
 A criação das dioceses, o recolhimento do dízimo e o 
pagamento do clero eram atribuições do Estado. 
Relação Igreja - Estado
 Essa situação caracterizava a subordinação do clero ao 
poder da monarquia portuguesa, sem possibilidade de 
questionamentos, uma vez que estava estabelecida a 
relação de dependência econômica da Igreja Católica 
em relação ao Estado. 
 Com o advento da República (1889), o governo provisório 
decretou a separação entre a Igreja Católica e o Estado. 
Relação Igreja - Estado
 O rompimento marcou o começo de um novo relacionamento 
entre o poder civil e o religioso. 
 A ala progressista da Igreja Católica brasileira acreditava que 
a separação do Estado poderia auxiliar na construção de uma 
identidade própria, desvinculada do poder político.
 Nos primeiros anos da República a Igreja ficou alienada da 
realidade brasileira, o que beneficiava os grupos dominantes.
Relação Igreja - Estado
 O governo republicano, em defesa do laicato na esfera estatal, 
procurou quebrar o monopólio da Igreja Católica e desafiou o 
poder de organização, a força do catolicismo e sua influência 
sobre a população brasileira. 
 Apesar do esforço dos republicanos para diminuir os espaços 
da Igreja por meio da proibição do ensino religioso nas 
escolas e da quebra do monopólio católico diante da liberdade 
religiosa, a Igreja conseguiu manter boa base no meio rural, 
onde vivia a maioria da população brasileira.
Relação Igreja - Estado
 Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, em 1930, 
muda a relação entre Estado e Igreja, pois é vista sua
força e penetração junto ao povo, como canal institucional.
 Marco desta união: Cristo Redentor em 1931, a Constituição 
de 1934, finalizada em 1935 com a criação da Ação Católica.
 A Igreja Católica respondeu a questão social por meio 
das primeiras organizações, dentre elas, a Associação 
de Senhoras Católicas (Rio de Janeiro – 1920) e a Liga 
das Senhoras Católicas (São Paulo – 1923), que executavam 
a tarefa de socializar o proletariado no capitalismo.
Interatividade
A implantação do Serviço Social no Brasil não foi processo 
isolado. Está ligado diretamente à transformações econômicas 
e sociais e à ação de grupos, classes e instituições. A formação 
dos agentes especializados se deu, nesta fase, dentro de 
determinada base social que, marca a origem do Serviço Social. 
Esta base social que durante um longo período, manteve não 
só a formação, mas o doutrinamento e a ideologia formativa, 
denominou-se:
a) Reatualização do conservadorismo.
b) Perspectiva modernizadora.
c) Sanitarismo.
d) Bloco católico.
e) Bloco marxista.
ATÉ A PRÓXIMA!

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