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Profa. Ma. Silmara Quintana UNIDADE I Surgimento e Institucionalização do Serviço Social no Brasil: Reconceituação Ementa Aspectos da História do Serviço Social no Brasil. Os congressos que buscaram a teorização da profissão, a partir de uma analise crítica de sua institucionalização em face do momento político da ditadura militar. Objetivo Oferecer subsídios para o conhecimento e aprofundamento do processo de reconceituação do serviço social a partir da análise da estrutura interna e na vinculação com o processo histórico- social e político-ideológico vivido pelo país. República Velha/Primeira República República Velha Coronelismo Primeira Constituição (1891) Política café com leite (MG-SP) Região sudeste privilegiada – agroexportadora (elites oligárquicas) Café – principal produto – exportação Aumento da imigração europeia Guerra dos Canudos, Revolta da Vacina (higienista) 1930 1989 República Velha República Nova/Estado Novo 1930 1945 Era Vargas Governo Provisório Golpe de Estado – Revolução de 1930 Processo de centralização do poder Eliminação dos órgãos legislativos Ausência de eleições Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde Revolução Constitucionalista de 1932 (São Paulo) Eleições legislativas Carta Magna em 1934 (voto feminino, direitos trabalhistas, previdência social, eleições de 4 em 4 anos, voto secreto) Apoio da Igreja Católica 1934 1937 1951 1954 Gov. Provisório Gov. Constitucional Estado Novo República Nova/Estado Novo Governo Constitucional Tenentes em cargos políticos – tenentismo Tenentes – intendentes dos estados – ex-governadores Aliança Nacional Libertadora (ANL) Fascismo – Ação Integralista Brasileira (AIB) “Deus, pátria e família” Perseguição ao comunismo Derruba o legislativo e anula a Constituição Estado de sítio 1930 1945 Era Vargas 1934 1937 1951 1954 Gov. Provisório Gov. Constitucional Estado Novo República Nova/Estado Novo Estado Novo Cancelamento das eleições de 1937 Ditadura varguista Constituição de 1937 (Polaca) – poder executivo Perseguição política e prática de tortura – extradição de Olga Benário Prestes Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) Consolidação das Leis Trabalho (CLT) – salário mínimo, repouso semanal remunerado Companhia Siderúrgica Nacional (1941), Vale do Rio Doce (1942), Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1943) – desenvolvimentista Brasil participa da Segunda Guerra Mundial 1930 1945 Era Vargas 1934 1937 1951 1954 Gov. Provisório Gov. Constitucional Estado Novo República Nova/Estado Novo Segundo governo Vargas Getúlio – eleito – Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) Criação da Petrobras Defesa da economia nacional Maior intervenção do estado na economia Agosto, Rubem Fonseca - livro Getúlio, João Jardim – filme Olga, Jayme Monjardim - filme 1930 1945 Era Vargas 1934 1937 1951 1954 Gov. Provisório Gov. Constitucional Estado Novo A Era Vargas compreende um período entre 1930 e 1945 em sua primeira fase, e na segunda fase, de 1951 até 1954. O primeiro período da Era Vargas é reconhecido como centralizador, sendo denominado de: a) Ditadura militar. b) Ditadura Vargas. c) Comunismo. d) Revolucionário. e) Elitista. Interatividade A Era Vargas compreende um período entre 1930 e 1945 em sua primeira fase, e na segunda fase, de 1951 até 1954. O primeiro período da Era Vargas é reconhecido como centralizador, sendo denominado de: a) Ditadura militar. b) Ditadura Vargas. c) Comunismo. d) Revolucionário. e) Elitista. Resposta Interesses econômicos moviam fazendeiros. Constituição de 24/02/1891 legitima os direitos reclamáveis do trabalhador. A mão de obra estrangeira passa a ser usada na lavoura de café e também na indústria. Formam-se grandes contingentes de trabalhadores estrangeiros assalariados, tanto nas fazendas como nas indústrias. Desvalorização dos salários pagos. Excesso de contingente de mão de obra. Trabalhadores numa situação de extrema pobreza. A questão social vinda da Primeira República Imigrantes, para sobreviver, devido à pobreza, exercem diversos serviços para famílias abastadas. O fortalecimento da indústria desenvolvimento da vida urbana – novas forças sociais e políticas, como: a burguesia industrial, as classes médias urbanas e a classe operária. Estado, para minimizar conflitos, decreta: regulação das condições sanitárias das indústrias, assim como do trabalho infantojuvenil e de mulheres, mas sem fiscalização. A questão social vinda da Primeira República Com a Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, um importante processo de transformação e de questões (sociais, políticas e econômicas), ocorreu através da união de duas forças: o exército e os fazendeiros de café. Estas forças se unem, movidas por razões diferentes, mas com os mesmos objetivos: a extinção do governo imperial, extinção ocorrida à parte, sem a participação do povo. A questão social vinda da Primeira República Nessa época, como relata Yazbek (2008), a “questão social” é compreendida à luz do pensamento social da Igreja como questão moral, como um conjunto de problemas sob a responsabilidade individual dos sujeitos que os vivenciam, embora situados dentro de relações capitalistas. Esse enfoque conservador, individualista, “psicologizante” e moralizador da questão, demanda para seu enfrentamento uma pedagogia psicossocial, que encontrará no serviço social efetivas possibilidades de desenvolvimento. A questão social e a Igreja Católica A partir daí, a Igreja Católica começa a desenvolver ações assistenciais de grande expressão, em face do desinteresse do Estado. Expandem-se a participação dos leigos e o movimento da Ação Católica em todo o país. A questão social e a Igreja Católica Estado Novo (1937–1945) – governo ditatorial: nova Constituição, com características antidemocráticas. Censura e um regime de caráter populista. Avanços econômicos, com a modernização industrial e de infraestrutura. Beneficiados os trabalhadores com leis trabalhistas que lhes garantiam diversos direitos. 1945 – cenário político democrático – política nacionalista, visando desenvolvimento industrial autônomo, fazendo crescer a indústria nacional, a produção agrícola, a produção industrial e os salários. A questão social no Estado Novo Com a intenção de regulamentar algumas medidas assistenciais, algumas indústrias tomam a iniciativa de executar ações assistenciais de modo privado, porém não recebem respaldo do Estado e nem do patronato (patrões) para implementá-las. Questão social A questão social é fruto das relações de opressão por parte da classe dominante sobre a classe dominada e se configura no pensamento liberal e positivista. A partir das relações trabalhistas, se estabelece a mais-valia, que se reflete na: a) Desvalorização dos salários. b) Produção e reprodução dos bens e serviços. c) Proteção social. d) Igualdade de direitos sociais. e) Desapropriação do capital. Interatividade Resposta A questão social é fruto das relações de opressão por parte da classe dominante sobre a classe dominada e se configura no pensamento liberal e positivista. A partir das relações trabalhistas, se estabelece a mais-valia, que se reflete na: a) Desvalorização dos salários. b) Produção e reprodução dos bens e serviços. c) Proteção social. d) Igualdade de direitos sociais. e) Desapropriação do capital. Igreja – Instituição Social de caráter religioso – doutrina universalizante – preocupada com os antagonismos entre as classes. A Igreja instituição social 1920 – a Igreja Católica busca reinserir-se enquanto organização política. Concomitantemente a outras manifestações – fundação do Partido Comunista, a realização da Semana de Arte Moderna, as Revoltas Tenentistas. Movimentoleigo – doutrina da Igreja em direção da reforma social – os valores e costumes efetivamente poderiam fazer frente ao liberalismo e ao comunismo para a reconstrução da sociedade. A Igreja instituição social Ação Católica Liga Feminina, casadas, de Ação Católica Homens da Ação Católica e casados Juventude Católica Brasileira Juventude Feminina Católica De 1931 a 1935, sob a liderança de Alceu Amoroso Lima, o Centro Dom Vital aparece como exponencial para o movimento laico católico. A existência de uma doutrina social da Igreja se justifica pela compreensão da comunidade cristã como: Sujeito responsável pela evangelização, pela libertação e promoção humana. A encíclica Rerum Novarum, escrita em 1891 por Leão XIII – é considerada a primeira encíclica papal que dá início ao magistério social: A Igreja e o Estado Não se pense que a Igreja se deixa absorver de tal modo pelo cuidado das almas, que põe de parte o que se relaciona com a vida terrestre e mortal. Frente aos “sinais dos tempos”, a doutrina social da Igreja não se compreende como manifestação de verdades atemporais, mas como expressão conjuntural da posição da Igreja. Não é à toa que repetidas encíclicas são publicadas em datas comemorativas da Rerum Novarum e expressam, já em seus nomes, essa referência: a Quadragésimo Anno, de Pio XI (1931), a Octogesima Adveniens, de Paulo VI (1971) e, finalmente, a Centesimus Annus, de João Paulo II (1991). A Igreja e o Estado Efetivamente, o último quarto do século XVIII e o século XIX foram um tempo traumático para a Igreja Católica. Em 1789 eclode a Revolução Francesa e coloca fim ao Ancien Régime, isto é, ao modelo absolutista-feudal. Concomitantemente, a Inglaterra acelera seu processo de industrialização, abrindo caminho para “os progressos incessantes da indústria […] e para a alteração das relações entre os operários e os patrões (Rerum Novarum)”. A Carta Encíclica Rerum Novarum Em 1847, na Alemanha, Karl Marx e Friedrich Engels fundam a Liga Comunista e, em 1848, publicam o Manifesto Comunista. A Igreja era o principal aparelho ideológico da aristocracia feudal. A transformação conservadora da burguesia revolucionária e a necessidade da Igreja de assegurar uma estratégia de sobrevivência foram fatores decisivos para um entendimento entre Igreja e Estado burguês. E juntos encontraram, no avanço socialista, seu inimigo comum. A Carta Encíclica Rerum Novarum Leão XIII – 1891 Direitos dos trabalhadores, propriedade privada, princípios éticos e valores morais, justiça na vida social, econômica e industrial, intervenção do Estado na economia. Sistematização da Doutrina Social da Igreja A Carta Encíclica Rerum Novarum Fonte: https://www.livrariascuritiba.com.br/carta- enciclica-rerum-novarum-loyola-lv349627/p Documento disponível em: http://www.vatican.va/content/leo- xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l- xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html Compreende que a vida social tende naturalmente e espontaneamente a uma convivência harmoniosa e a um perfeito equilíbrio. Portanto, a desigualdade entre pobres e ricos não constitui, em si, um problema. Ressalta, de forma impressionante e apaixonada, a defesa do direito natural à propriedade privada e não hesita em apontar uma desigualdade natural e necessária entre os seres humanos. A Carta Encíclica Rerum Novarum Denigre o socialismo. Papa Pio XI – 1931 Resposta à Grande Depressão de 1929. Unidade do corpo social – colaboração entre as classes. Livre-mercado, condena o comunismo, caridade e justiça social seriam a alma da nova ordem social. Carta Encíclica Quadragesimo Anno Fonte: http://m.jcmontteiro.webnode.com.br/album/g aleria-de-fotos-doutrinas-sociais-do-seculo- xix/enciclica-quadragesimo-anno-jpg/ A Igreja se via enfraquecida pelo movimento liberal e, consequentemente, pelo Estado, desde o feudalismo, assim, assume no século XVIII uma nova postura de igualdade entre proletariado e burguesia, de reconhecimento da propriedade privada, contrário ao socialismo, posto que deveria manter sua própria identidade de poder. Qual o documento papal que sustenta essa afirmativa? a) Rerum Novarum. b) Quadragesimo Anno. c) Octogesima Adveniens. d) Centesimus Annus. e) Humanae Vitae. Interatividade Resposta A Igreja se via enfraquecida pelo movimento liberal e, consequentemente, pelo Estado, desde o feudalismo, assim, assume no século XVIII uma nova postura de igualdade entre proletariado e burguesia, de reconhecimento da propriedade privada, contrário ao socialismo, posto que deveria manter sua própria identidade de poder. Qual o documento papal que sustenta essa afirmativa? a) Rerum Novarum. b) Quadragesimo Anno. c) Octogesima Adveniens. d) Centesimus Annus. e) Humanae Vitae. Relação Igreja-Estado O governo republicano defende o laicato – proíbe o ensino religioso nas escolas – avança na liberdade religiosa. No meio rural, a Igreja mantém seu monopólio. Modelo republicano liberal – política econômica agroexportadora. A Igreja assumiu um discurso nacionalista – Vargas se aproxima do povo via Igreja. Em 1931 inaugura o Cristo Redentor. 1934, Constituição – reatou as relações entre o Estado e a Igreja Católica. Relação Igreja-Estado 1920 – Associação de Senhoras Católicas (Rio de Janeiro). 1923 – Liga das Senhoras Católicas (São Paulo) – socializar o proletariado no capitalismo. 1933 – eleições – LEC, Liga Eleitoral Católica – candidatos comprome- tidos com a doutrina católica. Assumem a educação social dos trabalhadores urbanos brasileiros, dentro de uma perspectiva de assistência preventiva e do apostolado social. Até 1964 houve a Ação Católica, marcada pela ação pastoral. 1930 – Revolução – assume Getúlio Vargas, golpe, governo centralizador, desenvolvimento industrial de base para modernizar a economia capitalista. Cresce a classe trabalhadora, com forte exploração da mão de obra masculina, feminina e infantojuvenil. Educação – tradição iluminista, modelo europeu. Igreja – cuida da moral e da cultura e influencia o sistema educacional. Saúde – movimento sanitarista e higienista no combate às epidemias – revolta contra a vacina. A Igreja e o Estado Exercício profissional se desenvolve no contexto de relações entre classes, possibilitando apreender a dimensão política do serviço social. Identificar as dimensões objetivas e subjetivas do trabalho do assistente social. Determinantes sócio-históricos do exercício profissional em diferentes conjunturas. Como o assistente social incorpora em sua consciência o significado de seu trabalho e a direção social que imprime ao seu fazer profissional A questão social no Estado Novo e o exercício profissional Serviço Social Surge na década 30 Igreja Católica Leis sociais trabalhistas Controle da classe trabalhadora Introdução do Serviço Social no Brasil Questão Social Doutrina Social da Igreja Ações caritativas Laicato católico Cristianização da sociedade As particularidades desse processo no Brasil evidenciam que o Serviço Social se estabelece e se legitima profissionalmente como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da Igreja Católica, com a perspectiva de enfrentar e regular a questão social. Introdução do Serviço Social no Brasil Humanismo cristão. Introdução do Serviço Social no Brasil Pobreza Desajustados Caso de polícia Ordem social Educação da classe operária Individual Organização pessoal e familiar Disciplinador Missão ideológica da classe dominante Ordem e progresso Positivista Desenvolvimentista Humanismo cristão Intervenções desenvolvidas pelo serviço social O serviço social surge como demanda da indústria e do Estado, incentivado pela ação assistencial da Igreja Católica. Qual o papel esperadodo serviço social nos primórdios do exercício profissional? a) Libertador. b) Transformação social. c) Controle da classe trabalhadora. d) Mobilização e articulação. e) Ação protetiva. Interatividade Resposta O serviço social surge como demanda da indústria e do Estado, incentivado pela ação assistencial da Igreja Católica. Qual o papel esperado do serviço social nos primórdios do exercício profissional? a) Libertador. b) Transformação social. c) Controle da classe trabalhadora. d) Mobilização e articulação. e) Ação protetiva. YAZBEK, Maria Carmelita. Questão social: desigualdade, pobreza e vulnerabilidade. In: IEE. Curso de capacitação de gestores sociais. São Paulo: IEE, 2008. Referências ATÉ A PRÓXIMA!