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FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO No final do século XIX, o geólogo russo Dokutchaiev observou que os solos variavam em função do clima e do tipo de rocha, e que a vegetação também influenciava nas características do solo. Atualmente, admite-se que o solo é conseqüência da ação conjunta de cinco fatores: Solo = função (material originário, clima, organismos, relevo, tempo) Dokutchaiev também observou que o solo é constituído de diferentes camadas, ou horizontes, que permitem distinguir e classificar os vários tipos de solo. Estas camadas são expostas quando da escavação do solo, mostrando o perfil do solo. Sucintamente, estes horizontes são: O Horizonte superficial de constituição orgânica. A Horizonte mineral superficial, de concentração de matéria orgânica e cor escura devido à adição de plantas e animais; em geral mais arenoso devido à perda de argila. B Horizonte sob A, bastante afetado por transformações pedogenéticas, em que pouco resta da estrutura original da rocha, podendo haver acumulação de argila transportada dos horizontes acima. C Horizonte de material inconsolidado sob A ou B, relativamente pouco afetado por processos pedogenéticos. R Camada rochosa de material consolidado. Material originário Através do intemperismo, a rocha matriz irá fornecer os materiais constituintes do solo, fornecer nutrientes essenciais aos vegetais e influenciar as características químicas e físicas (cor, textura) do solo. Em geral, quanto mais “jovem” o solo, maior a influência exercida pelo material originário. As características das rochas que mais influenciam a pedogênese são sua composição mineralógica, resistência mecânica e textura (tamanho dos cristais). Os granitos e gnaisses formam solos arenosos, ácidos e pobres em nutrientes. Os basaltos formam solos ricos em argilas e óxidos, com pH mais elevado e maior riqueza em nutrientes, de cores avermelhadas e brunadas. Rochas sedimentares clásticas em geral formam solos de baixa fertilidade. Calcários formam solos com as impurezas deixadas pela dissolução do intemperismo, em geral com pH mais alto. Quartzitos e arenitos formam solos arenosos e cascalhentos. Turfas formam solos orgânicos de alta fertilidade natural. Os solos podem ser formados a partir de rochas ígneas, rochas sedimentares, rochas metamórficas e a partir de sedimentos não consolidados. Clima Os componentes do clima são: precipitação, umidade, temperatura, ventos, insolação. O clima age diretamente pela precipitação e temperatura, e indiretamente determinando a velocidade de adição e decomposição de matéria orgânica. Com o tempo, o clima passa a dominar a gênese do solo, superando o material originário. A formação e evolução dos solos se processam no sentido de lixiviação dos minerais mais solúveis e acumulação dos resíduos coloidais de sílica, ferro e alumínio. A precipitação influi no intemperismo químico (oxidação e redução, dissolução e hidrólise, hidratação), e físico (lixiviação, erosão, transporte). O balanço hídrico (balanço entre precipitação e evapotranspiração) interfere na acumulação de sais. A temperatura acelera as reações químicas e a produção e degradação da matéria orgânica. Quanto mais quente e úmido for o clima, mais rápida a decomposição das rochas, produzindo materiais muito intemperizados e solos profundos. Em climas muito úmidos a elevada precipitação aumenta o arraste de íons solúveis para camadas mais profundas do solo, tornando os solos em geral mais ácidos e menos férteis. Mesmo solos formados de basalto em regiões chuvosas podem apresentar altos teores de Al e baixos teores de nutrientes. Já em climas áridos e/ou muito frios, os solos são mais rasos (pode ocorrer pedregosidade) e contêm minerais primários pouco afetados pelo intemperismo. Solos de climas áridos são neutros ou alcalinos, podendo apresentar salinidade. Organismos A porção viva do solo é representada principalmente por raízes de plantas, animais (meso e macrofauna) e microrganismos (bactérias, fungos, actinomicetos e algas). As minhocas em geral predominam na fase viva dos solos, mas em solos de cerrado (Latossolos) os térmitas (cupins) podem ser dominantes. A biosfera participa de inúmeros processos pedogenéticos: - penetração de raízes, provocando transformações mecânicas nas rochas - adições de matéria orgânica, que sofre decomposição microbiana, promovendo a ciclagem de nutrientes e diminuindo suas perdas por lixiviação - aumento da CTC (capacidade de troca catiônica) - formação de quelatos - produção de CO2 (e de H2CO3) pela respiração de raízes e microrganismos - animais operam o rearranjamento dos materiais do solo, com formação de canais e irregularidades - a vegetação cria microclimas e diminui as perdas por erosão. Florestas de coníferas em geral têm solos mais ácidos que florestas tropicais. Relevo O relevo influencia na distribuição das forças climáticas, variando: condições para atividade biótica; exposição do solo ao vento, insolação e precipitação; drenagem natural e erosão; acumulação e remoção de depósitos. O relevo relaciona-se com o perfil do solo através de: profundidade do solo; espessura e conteúdo de matéria orgânica do horizonte A; umidade do perfil; cor; grau de diferenciação dos horizontes; reação do solo; conteúdo de sais solúveis; temperatura; caráter do material parental. Locais mal drenados causam redução do ferro e acumulação de matéria orgânica, com formação de solos cinzentos e escuros. Solos bem drenados em geral têm cores vivas, em virtude da oxidação do Fe. Em regiões áridas, as áreas mais baixas estão sujeitas à acumulação de sais carregados por enxurradas. Áreas montanhosas de relevo íngreme favorecem a erosão, dificultando a formação de solos profundos. Catena ou toposseqüência: é uma seqüência de diferentes tipos de solos, cujas propriedades estão relacionadas à sua posição no relevo. Tempo Considerado um agente passivo, que permite ou não que os demais fatores se expressem. Os solos podem ser classificados de acordo com o seu estádio de desenvolvimento em: - jovens (azonal): em formação, com características predominantes do material originário; - imaturos (intrazonal): com o desenvolvimento limitado pelo excesso de água, sais ou carbonatos; - maduros (zonal): em equilíbrio com o ambiente, senis, com acumulação de materiais altamente intemperizados. Desenvolvimento de um perfil de solo com o tempo A A A B R C B (rocha) R R C R Rocha recém-exposta Solo jovem (Litossolo) Solo pouco desenvolvido (Cambissolo) Solo maduro (Argissolo) As taxas de formação do solo (horizontes A + B) variam com o material originário, o clima, a biosfera e o relevo: Tipo de solo anos para formação cm de solo Solos vulcânicos 45 30 Solos orgânicos 3000 50 Espodossolo 3000 100 Argissolo 30000 150 Latossolo 75000 200 Vantagens e desvantagens de solos novos e maduros Vantagens Desvantagens Solo jovem maior disponibilidade de nutrientes impedimentos à mecanização Solo maduro melhor desenvolvimento radicular pobreza em nutrientes facilidade de mecanização resistência à erosão COLÓIDES tempo magma cristalização minerais primários intemperismo minerais secundários rochas ígneas e metamórficas solos, sedimentos e rochas sedimentares Os minerais secundários no solo estão na forma de colóides. O estado coloidal corresponde a um sistema de duas fases, no qual materiais muito desagregados estão dispersos em um segundo material. Possui uma grande superfície específica (área superficial / massa). No sistema solo admite-se partículas inferiores a 2 µm (diâmetromáximo das argilas), dispersas na solução do solo ou formando agregados. Os colóides do solo são: orgânicos: húmus minerais: amorfos: alofanas (origem em cinzas vulcânicas), sílica coloidal cristalinos: oxi-hidróxidos e argilas silicatadas Argilas silicatadas São formadas por lâminas tetraédricas de Si e lâminas octaédricas de Al ou Mg. Estrutura de uma lâmina tetraédrica: (a) esquema tridimensional; (b) vista superior. Estrutura de lâminas octaédricas de Mg e de Al. As lâminas se empilham compartilhando O, formando camadas: - argilas 2:1: LT : LO : LT - argilas 2:2: LT : LO : LT : LO - argilas 1:1: LT : LO Substituição isomórfica: Na cristalização do mineral, podem ocorrer trocas de elementos, sem modificar a forma do cristal: - lâmina tetraédrica: Al+3 no lugar de Si+4 - lâmina octaédrica: Mg+2 no lugar do Al+3 As substituições isomórficas geram déficit de carga, criando cargas negativas nas argilas, que passam a adsorver cátions na superfície: origina-se a CTC (capacidade de troca catiônica). CTC É uma reação de adsorção: retenção de íons ou moléculas na superfície de partículas sólidas devido à atração eletrostática; é uma reação reversível. Ca+2 + 2 H+(aq) ↔ H+ + Ca+2(aq) H+ Os íons em solução podem ser novamente adsorvidos, absorvidos pelas plantas ou perdidos por lixiviação. Os íons são adsorvidos na forma hidratada, e a concentração dos cátions vai diminuindo com o aumento da distância da superfície do colóide, até atingir o equilíbrio com a solução do solo; os ânions são repelidos, e sua concentração diminui próximo ao colóide. Características da CTC 1. Estequiometria: a troca é feita por quantidades equivalentes de carga Ca+2 + 2 Na+(aq) ↔ Na+ + Ca+2(aq) Na+ A CTC é expressa em cmolc/kg de argila, ou seja, a quantidade de carga adsorvida por unidade de massa (ex. 10 cmolc/kg). 2. Reversibilidade: Na+ + Mg+2(aq) ↔ Mg+2 + 2 Na+(aq) Na+ 3. Equilíbrio: para cada cátion, há uma correspondência entre a quantidade adsorvida e em solução N K+ ↔ n K+(aq) n/N = cte adsorvido solução N ≠ n (a quantidade adsorvida é muito superior à em solução) 4. Seletividade: Alguns íons são adsorvidos com maior força. A série liotrópica indica a preferência na atração dos íons pelas argilas; depende da maior valência do cátion e do menor raio iônico hidratado em solução Fe+3 > Al+3 > H+ > Ca+2 > Mg+2 > K+ > Na+ > NH4+ Observa-se que o Fe+3 e o Al+3 são adsorvidos preferencialmente. 5. Concentração ou ação de massa: o aumento da concentração de um cátion em solução poderá deslocar outro de maior preferência Al+3 Ca+2 + X Ca+2(aq) ↔ Ca+2 + 2 Al+3(aq) + x Ca+2(aq) Al+3 Ca+2 Importância da CTC - diminui as perdas de cátions por lixiviação: os cátions adsorvidos são menos lixiviados que os cátions em solução - mantém equilíbrio com a solução do solo: a quantidade de cátions adsorvidos é muito superior ao da solução; quando há diminuição da concentração de íons na solução as argilas os repõem; parte dos íons tóxicos (como Al+3) fica adsorvida - reserva de nutrientes para as plantas: um íon absorvido pelas plantas é logo reposto pelos colóides; solos com maior CTC em geral são mais férteis (solos salinos são exceção, pois podem ter alta CTC mas com crescimento vegetal limitado pelo excesso de sais); - manejo da adubação e calagem: solos com baixa CTC devem que ter adubação parcelada para diminuir perdas por lixiviação, e a calagem em geral é menor e mais frequente - na análise de solo, é necessário determinar-se os íons na solução do solo e os íons adsorvidos nos colóides (cátions trocáveis); para isto, amostras de solo são misturadas com soluções extratoras. Argilas 2:1 Pirofilita Al4Si8O20(OH)4 Montmorilonita Al3,5Mg0,5Si8O20(OH)4 Ocorrem substituições isomórficas, que geram déficit de carga. Estas cargas são permanentes (estruturais), não dependem do pH do meio. Atingem CTC de 80-100 cmolc/kg. A ligação entre as camadas é feita por cátions hidratados (K+, Na+, Ca+2) e por água. As argilas se expandem quando hidratadas, e a espessura das camadas varia de 10 a 20 Å. Formam cristais pequenos. Possuem elevada superfície específica (700-800 m2/g), alta coesão e plasticidade; são chamadas de argilas de alta atividade. Sua formação ocorre com altas concentrações de sílica e Mg, quando da decomposição de minerais silicatados ferro-magnesianos, sob condições de pequena lixiviação ou água estagnada. Características de solos temperados. Originam solos de melhor fertilidade, mas de difícil mecanização. Obs.: coesão refere-se à consistência do solo seco e plasticidade à consistência do solo úmido. Ilita K0,8(AlSi7)Al4O20(OH)4 Possuem K+ desidratado entre as camadas, que impede a expansão das argilas quando hidratadas (argila não expansível), e neutraliza parte das cargas. CTC de 15-40 cmolc/kg. Superfície específica de 100-200 m2/g. Formada a partir das micas, com moderadas a elevadas concentrações de sílica. Vermiculita São duas camadas de mica (biotita) separadas por películas de água com duas moléculas de espessura. Formada em condições de moderada acidez, com remoção completa do K+ e Mg+2 das intercamadas. Na Região Nordeste do Brasil, ocorrem solos com grande presença de argilas 2:1, os Vertissolos, com alta fertilidade natural mas geralmente com problemas de drenagem e limitações físicas. Exercício: Calcular a CTC da ilita com fórmula K0,8(AlSi7)Al4O20(OH)4 CTC = carga / peso molecular Carga = 0,8 (1) + 1 (3) + 7 (4) + 4 (3) + 20 (-2) + 4 (-1) = -0,2 molc/mol Peso = 0,8 (39) + 1 (27) + 7 (28) + 4 (27) + 20 (16) + 4 (17) = 750,2 g/mol CTC = 0,2 molc/mol = 0,000267 molc/g = 26,7 cmolc/kg 750,2 g/mol Argilas 2:2 Clorita (AlSi7)Mg6O20(OH)4.Mg6(OH)12 Corresponde a uma argila 2:1 com lâmina octaédrica de Mg e uma outra lâmina octaédrica de Mg entre as camadas. A CTC é permanente, mas menor que na montmorilonita (20-50 cmolc/kg). É pouco expansível, camada com espessura de 14 Å. Formada em moderada acidez e com alta concentração de Mg e Si. Argilas 1:1 Caulinita Al4Si4O10(OH)8 Não ocorre substituição isomórfica, e não há déficit de carga estrutural. As camadas se unem por pontes de H, com espessura de 7,2 Å. Não são expansíveis, e têm pouca superfície específica (5-20 m2/g), tendendo a formar cristais maiores. São argilas de baixa atividade. Desenho da CTC variável São formadas cargas nas bordas dos cristais pela quebra dos octaedros. Estas cargas são dependentes do pH do solo (CTC variável). A CTC é pequena (3-15 cmolc/kg). Esta argila é formada em condições de elevada acidez e concentrações iguais de Si e Al, na ausência de Mg; o intemperismo e a remoção da sílica favorecem sua formação. Presente nos solos tropicais e subtropicais, origina solos de menor fertilidade. Haloisita Al2Si2O5(OH)4.2H2O Argila 1:1, mas a ligação entre as camadas é feita por moléculas de água. A espessura da camada é de 10 Å. Oxi-hidróxidos Não têm Si em sua composição. Gibsita Al4(OH)12 ou Al(OH)3 Outra fórmula é Al2O3.3H2O, mostrando o caráter de óxido associado a moléculas de água. Se no lugar do Al+3 houver o Fe+3, tem-se a limonita Fe2O3.3H2O Goetita Fe4O4(OH)4 ou FeOOH Outra fórmula é Fe2O3.H2O Se no lugar do Fe+3 houver o Al+3, tem-se a boemita Al2O3.H2O Outro oxi-hidróxido muito comum é a hematita Fe2O3. A magnetita (pedra imã) tem fórmula Fe3O4. Estas diferenças de fórmulas são consequência das diversas formas de polimerização dos octaedros de Fe e Al. Nos solos são também comuns os óxidos de Ti e de Mn. Os óxidos são formados sob condições de intensaprecipitação e lixiviação, com remoção da sílica e solutos, sendo característicos de solos tropicais altamente intemperizados (solos óxicos, ou Latossolos). Podem correr grandes depósitos sedimentares destes materiais, utilizados na mineração de bauxita (hidróxidos de Al), hematita (óxidos de Fe) e cassiterita (óxidos de estanho). Os óxidos de Fe têm cores fortes, que facilitam sua identificação no solo: hematitas são vermelhas, limonitas e goetitas são amarelas, e as magnetitas cinza escuras. Os óxidos de Al tendem a tornar os solos mais claros. Os óxidos têm estrutura cristalina. A superfície específica é alta (100-400 m2/g), com cristais pequenos; têm pequena plasticidade. As cargas são formadas nas bordas dos cristais quebrados: As cargas são variáveis (dependentes do pH). Os óxidos podem desenvolver carga positiva ou negativa, produzindo CTA (capacidade de troca aniônica) ou CTC. O PCZ (ponto de carga zero) é o pH do solo onde as cargas negativas e positivas se equivalem (PCZ da caulinita 4,0, PCZ da gibsita 5,5). A CTC é pequena, varia de 0-4 cmolc/kg. Em pH baixo, há predomínio de cargas positivas, e gera-se a CTA, responsável pela fixação (adsorção irreversível) do fosfato: adsorção (reversível) fixação (irreversível) Alguns Latossolos podem adsorver até 2000 kg P/ha.20 cm, enquanto a adubação na maioria dos cultivos é de cerca de 50 kg P/ha. A adubação tem baixa eficiência: apenas 5 a 30 % do P aplicado em fertilizantes é absorvido pelos cultivos. Os solos ricos em óxidos têm boa estrutura física, com agregados estáveis, resistência à erosão e fácil mecanização; em geral são profundos e permeáveis. Têm baixa fertilidade, com baixa CTC e disponibilidade de nutrientes, acidez e adsorção de P. Colóide mineral Características Argilas 2:1 Maior intemperismo, remoção de sílica e de bases Argilas 1:1 Menor CTC Oxi-hidróxidos Maior tempo de formação Colóides orgânicos Correspondem ao húmus, que é a matéria orgânica estabilizada, produzido a partir do processo de decomposição microbiana. São colóides não cristalinos, de composição variável, com moléculas de grande tamanho e cor escura, de difícil decomposição microbiana. As cargas são originadas principalmente da dissociação de radicais carboxílicos e fenólicos. As cargas são dependentes do pH do solo, com CTC de 200-300 cmolc/kg. Apresentam elevado poder tampão numa ampla faixa de pH. Sua baixa plasticidade e coesão melhoram a consistência dos solos argilosos. Têm elevada retenção de água (80 a 90% do volume). Em solos arenosos os colóides orgânicos são responsáveis pela maior parte da CTC, da estrutura e retenção de água. Sua dinâmica no solo é influenciada pelo clima, adição de matéria orgânica e manejo do solo. Frações do húmus Características Ácidos fúlvicos Maior peso molecular Ácidos húmicos Menor solubilidade Humina Menor decomposição microbiana Cor mais escura Características dos colóides CTC (cmolc/kg) Superfície específica (m2/g) Colóides orgânicos 200-300 800 Montmorilonita 80-100 700-800 colóides de alta Ilita 15-40 100-200 atividade Caulinita 3-15 10-30 colóides de baixa Oxi-hidróxidos de Fe e Al 0-4 100-400 atividade Origens da CTC Tipo Origem Ocorrência Permanente (estrutural) Substituição isomórfica Argilas 2:1 e 2:2 Variável (dependente do pH) Bordas dos cristais quebrados Argilas 1:1 e oxi-hidróxidos Radicais carboxílicos e fenólicos Húmus Os solos tropicais são denominados de solos de carga variável. Exercício: A análise de um solo identificou os seguintes resultados: CTC de 8,0 cmolc/kg, 2,0% de matéria orgânica, 40% de argila. Qual a CTC da fração argila? Qual deve ser o tipo de colóide predominante na fração argila? Considere a CTC da matéria orgânica igual a 200 cmolc/kg. Obs.: Na análise física do solo, a fração argila (partículas com diâmetro inferior a 2 µm) inclui as argilas propriamente ditas e os oxi-hidróxidos. Em 1 kg de solo tem-se 20 g de matéria orgânica e 400 g de argila. CTCsolo = CTCm.org. + CTCargila CTCm.org ⇒ 200 cmolc = x ⇒ x = 4,0 cmolc 1000 g 20 g 8,0 = 4,0 + CTCargila ⇒ CTCargila = 4,0 cmolc CTCargila ⇒ 4,0 cmolc = y ⇒ y = 10 cmolc/kgarg ⇒ predomínio da caulinita 400 g 1000 g
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