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Ludmila Tavares Rio branco 2014.2 REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA A reforma sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura com o tema “Saúde e Democracia” . Estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de serviço. Consolidou-se na 8ª Conferência de Saúde em 1986. O resultado foi garantir na Constituição de 1988, por uma emenda popular, que “a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado.” INTRODUÇÃO Os ideais da “reforma” compunham um cenário eminentemente político, com íntima relação com o processo democrático de cidadania. Objetivo: antes de tudo o acesso universal aos serviços de saúde. Princípios básicos da 8ª Conferência Nacional de Saúde 1. Saúde como direito de cidadania; 2. Reformulação do sistema nacional de saúde; 3. Financiamento do setor. INTRODUÇÃO 1. Primeira metade do século XX 2. Décadas de 50 e 60 3. Anos 70 4. Anos 80 e a “Reforma Sanitária” ETAPAS DA REFORMA SANITÁRIA Influência do pensamento francês de Pasteur Era sanitária bacteriológica As intervenções e políticas se voltavam para o saneamento das cidades. Ações Emílio Ribas Oswaldo Cruz PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Assistência individual era realizada por dispensários públicos e serviços filantrópicos nos centros urbanos. Praticamente ausentes no meio rural. PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Anos 1920 Completa reformulação da política sanitária. “Os Sertões” Realidade sanitária crua Recheada de doenças Ignorância Abandono Social PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Era do saneamento Pensamento burocrático norte-americano Centros de Saúde Higiene coletiva das pessoas Higiene dos ambientes de trabalho Caráter preventivo e epidemiológico PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX “Não que ele – sertanejo – assim seja – miserável e doente – por influência da raça e do clima. Ele é sobretudo, uma vítima indefesa da doença, da ignorância e da deficiência ou do vício da alimentação. Preserve-se da doença, alimente-se conveniente, dê-se-lhe instrução e a produção do seu trabalho. (Penna, 1918) PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX As políticas do movimento sanitário tratavam-se principalmente de um enfrentamento do “mal comum” representado pelas doenças infecciosas transmissíveis. Lei Eloy Chaves (1923) Políticas previdenciárias de proteção social; Assistência pública sob a ótica coletiva e preventiva; Assistência privada individual e curativa. PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Anos Vargas 1930 Ministério do Trabalho Indústria e Comércio – Previdência Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP) – Assistência Pública Carteira de trabalho Certidão de nascimento cívico Vasta extensão da rede assistencial pública básica. Complexidade tecnológica e normativa. Diferenciação cidadão de primeira e segunda classe. Tipo de inserção na assistência à saúde. PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Anos Vargas 1937: Reforma Capanema Reestruturação no MESP Separação entre órgãos de direção e execução Criação das conferências nacionais de saúde Criação das delegacias federais de saúde. PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Ministério da Saúde (1953) 1942 Criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) Capanema e Vargas: Ampliação da ideia norte-americana Investimento sanitário localizado para produção e exportação da borracha para o saneamento extenso voltado para o desenvolvimento regional. PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Minas Gerais (Projeto Montes Claros) Redemocratização Políticas nacionais desenvolvimentistas Criação da Organização das Nações Unidas (ONU) Criação da Organização Mundial de Saúde (OMS) Intuito: universalizar o conhecimento sanitário. DÉCADAS DE 50 E 60 1953: Criação do Ministério da Saúde Saúde Pública – Período do “Otimismo Sanitário” Proposta do bem-estar social Desenvolvimentos de novos inseticidas (DDT), vacinas e antibióticos. Redirecionamento das políticas ministeriais para as campanhas de erradicação das doenças infectocontagiosas. Malariologista – Mário Pinotti DÉCADAS DE 50 E 60 Parcerias Estado – SESP Organização de redes de unidades sanitárias locais integradas voltadas para o interior. Participação da assistência previdenciária cresce em um ritmo acelerado. Curvas do financiamento se invertem em 1966 Saúde Pública x Previdência DÉCADAS DE 50 E 60 3ª Conferência Nacional de Saúde “Conferência municipalista” Municipalização dos serviços de saúde Plano Nacional de Saúde (1961) “Redefinir a identidade do Ministério da Saúde e colocá-lo em sintonia com os avanços verificados na esfera econômico-social.” DÉCADAS DE 50 E 60 1960 Extensão da dimensão do papel dos serviços de saúde pública nas políticas sociais. Intensificação da visão gerencial através da ideia de planejamento em saúde. Esforço dos ideais da medicina comunitária e participação comunitária em saúde. DÉCADAS DE 50 E 60 Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) Fase de intensiva repressão e supressão dos canais de comunicação entre Estado e sociedade. Plano Nacional de Saúde (1968) Expansão da assistência médica privada. Mercantilização da saúde “Compra de serviços” Desigualdade da cidadania em relação ao acesso assistencial Mais como consumidor do que como usuário de direito. ANOS 70 Universalização das Ações Previdenciárias Prorural: Programa de Assistência ao Trabalhador Rural Funrural: Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural 1972: extensão às empregadas domésticas e trabalhadores autonômos. ANOS 70 1975: Projeto Montes Claros Organização de serviços de medicina comunitária. Conceitos de regionalização, hierarquização, administração democrática e eficiente, integralidade da assistência à saúde, atendimento por auxiliares de saúde e participação popular. Provou que as propostas do movimento sanitário eram exequíveis. ANOS 70 1976: Centro Brasileiro de Estudo de Saúde – CEBES I Simpósio de Política Nacional de Saúde defende a criação de um “Sistema Único de Saúde”. 1979: Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – ABRASCO Transição dos espaços tradicionais da saúde pública para os Departamentos de Medicina Preventiva (DMP). ANOS 70 Segundo Jairnilson Paim o CEBES começa a utilizar a expressão “reforma sanitária” em 1977. Em 1985 a expressão emerge nos textos que precedem à 8ª Conferência Nacional de Saúde. A ideia de “movimento” foi acrescida em uma segunda etapa com a intencionalidade de se construir a visão de mobilização ideológica. ANOS 80 E A “REFORMA SANITÁRIA” Pensamento Global 1. Garantia de acesso à assistência como componente de cidadania; 2. Resistência à ditadura. Processo de adoecimento e sua íntima relação com a estrutura de desigualdade social brasileira.ANOS 80 E A “REFORMA SANITÁRIA” 8ª Conferência Nacional de Saúde Marco do movimento sanitário brasileiro. Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais. Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 e consolidou a opção pela via institucional. ANOS 80 E A “REFORMA SANITÁRIA” 8ª Conferência Nacional de Saúde Princípios Conceito ampliado da saúde Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde ANOS 80 E A “REFORMA SANITÁRIA” CNS
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