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Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia. Profa. Vânia Aparecida Calado Processo Psicopatológicos na Infância e Adolescência - Como aprendemos a ler e a escrever? Ideograma japonês Como vocês se sentiriam aqui? Sistema alfabético (linguagem oral e sons como referência) / - \ = A o + I = d I + o = b O + ) = 9 / \ / \ = M o + o = 8 Tipos de letra: BASTÃO, script e cursiva. Psicogênese da língua escrita Emília Ferreiro (1936), psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no México, orientada por Jean Piaget. A escrita não é reprodução, é reinvenção. Desvendamos o sentido e a lógica: o que ela representa? E como o faz? Trabalho de natureza conceitual; Psicogênese da língua escrita As funções neuropsicológicas como lateralidade, coordenação motora fina, coordenação viso-motora, discriminação auditiva e visual ficam em plano secundário. Exercícios para desenvolver estas funções. X Exposição do aprendiz ao universo da leitura. (5 fases) Fase 1: Período Iconográfico ou Pré-silábico 1. Garatuja; 2. Inicialmente não diferenciam o desenho da escrita. Caracteres gráficos representam características daquilo que se referem (físico ou ideias). Conflitos se instalam: BOI (grande/palavra pequena) X FORMIGA (pequeno/palavra grande). 3. Diferenciam letra de número Não há ideia do som da palavra. 2ª fase: Período lingüístico ou fonográfico Descobre que a escrita representa o som das palavras. Revolução conceitual. Conflito: como representar o som pela escrita? 3ª fase: Nível silábico Percebe que a escrita está subdividida em unidades gráficas, caracteres ou letras; Primeiro a menor unidade sonora percebida é a sílaba: corresponde a uma letra; Usam letras de nomes carregados de significados psicológicos: próprio nome e de familiares; Controle qualitativo e quantitativo; Evolui o conhecimento sobre o valor sonoro e forma das letras; Aprende com mais facilidade as vogais. 4ª fase: Nível silábico-alfabético Lógica alfabética: dividir a fala em unidades menores do que as sílabas – fonemas; Dificuldade: ninguém emite um fonema de cada vez; Conceito de fonema exige mais abstração: compreender que o “f” é comum nas sílabas fa-fe-fi-fo-fu; Escrevem: “lagt” – lagarta, sbia – sabiá; Equívocos: troca letras, come letras, não entende o que escreveu; Sintomas de distúrbios de aprendizagem: dislexia, TDAH e outros problemas neurológicos; Intervenção: valorização de seu pensamento. 5ª fase: Nível alfabético Utiliza a hipótese alfabética de forma estável. Desafios: Troca de letras (consoantes): p e b, t e d, f e v; Letras irregulares: s e z, g e j; c e s, qu, gu, h; Sílabas complexas: tRa-balho, caN-to; Vogais abertas e fechadas: bolO (falamos bolU); Acentos; Arbitrariedades: família e não familha; Separação das palavras; Pontuação; Uso do caderno, linhas, separação das sílabas. Linha do tempo da Dislexia e do TDAH (LEGNANI; PEREIRA, 2015) Definição Possíveis causas Causas neurológicas da Dislexia Mais usada Menos usada Características Características da Dislexia Características da Disgrafia Características da Disortografia Intervenção Anos iniciais do Ensino Fundamental Não Aprovados X Distorção idade-série (BRASIL, 2017) Anos finais do Ensino Fundamental Não Aprovados X Distorção idade-série Ensino Médio Não Aprovados X Distorção idade-série Alfabetismo (AÇÃO EDUCATIVA, 2016) Alfabetismo X Escolaridade Discalculia Discalculia Algumas reflexões Questionamentos: Múltiplas causas? Falta de consenso? Pouca generalização? Falha pedagógica? Vários aspectos em comum? E a Educação? E os professores? Enfraquecimento de sua prática pedagógica; Esvaziamento das relações humanas; Rever aspectos éticos e políticos da educação; Valorizar diferentes formas de aprender; Usar recursos lúdicos em todas as faixas etárias. Referências BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo Escolar da Educação Básica 2016: notas estatísticas. Brasília, DF: 2017. COELHO, D. T. Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia. IN: DORNELLES, l. V.; FERNANDES, N. Perspectivas sociológicas e educacionais em estudos da criança: as marcas das dialogicidades luso-brasileiras. Centro de Investigação em Estudos da Criança, Universidade do Minho, Braga, 2012. Acesso em < http://www.ciec-uminho.org/documentos/ebooks/2307/pdfs/8%20Inf%C3%A2ncia%20e%20Inclus%C3%A3o/Dislexia.pdf> Acesso em 10.03. 2012. LEGNANI, V. N. & PEREIRA, J. B. G. R. Concepções dos professores sobre a medicalização no contexto escolar. Ensino Em Re-vista, v.22, n.1, p.35-45, jan./jun, 2015. Recuperado de http://www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/view/30694/16760 SOUZA, B. de P. Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita. In: Souza, B. de P. (org.). Orientação à queixa escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. Dislexia Disgrafia Disortografia . “dis” (desvio) + “lexia” (leitura,reconhecimento das palavras); . Déficit na consciência fonológica, .Sem déficit de inteligência. .“dis” (desvio) + “grafia” (escrita); . Letra feia. . “dis” (desvio) + “orto” (correto) + “grafia” (escrita); . Não compreende as regras da escrita; Dislexia Disgrafia Disortografia .Dislexia de desenvolvimento ou adquirida; .Não há acordo; .Neurobiológica; .Genética (mutação); .Sexo masculino; .Maus leitores. .Muitos fatores; .Maturação atrasada; .Coordenação motora e orientação espacial ruim; .Emocionais; .Pedagógicas. .Pedagógicas; .Problemas na percepção, memória visual e auditiva, localização no espaço e no tempo. Dislexia Disgrafia Disortografia Baixa autoestima; Recusa em ler e escrever; Dificuldade na expressão oral; Não leem; Dificuldade de interpretação de texto e organização da escrita; Pulam linha; Invertem e trocam letras; Memorização ruim; Lateralidade; Coordenação motora ruim. Letra grande, pequena, irregular; Espaço irregular entre letras e palavras; Erros de grafia; Tremor; Não consegue segurar o lápis direito; Desorganização no uso da folha; Escreve muito rápido ou devagar. . Recusa em escrever; . Organização do texto ruim; . Omissões, trocas, adições e inversões de letras, de sílabas ou de palavras; . Déficit na consciência fonológica; . Junta palavras; . Erros de ortografia. Dislexia Disgrafia Disortografia Não há padrão; Individualizada; Aprender a identificar o erro; Trabalho em pares; Usar todos os sentidos na aprendizagem; Treino psicomotor, linguístico e leitura. Boa relação com o aluno; Métodos de ensino adequados; Desenvolvimento psicomotor e da coordenação motora fina; Correção dos erros. . Várias técnicas; . Usar todos os sentidos na aprendizagem; . Consciência fonológica; Treino psicomotor, linguístico e de leitura. Definição Causas Características Intervenção .“dis” (desvio) + “calculare” (calcular, contar); .Compreender e manipular números. . Várias causas; Não há consenso; . Neurológica; .Desenvolvimento ruim da linguagem; .Pedagógicas. . Raciocínio lógico-matemática prejudicado; . Não compreende conceitos, sequência numérica, noção de tempo; . Lateralidade e localização espacial ruim; . Não compreende problemas matemáticos; . Fobia à matemática. . Elevação da autoestima; . Mostrar a importância da matemática em outros contextos; . Atenção e planejamento individual; . Utilizar jogos e materiais concretos.