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TCC Dom Alberto

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FACULDADE DOM ALBERTO
PÓS GRADUAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA
MARIA ELISA CARVALHO DE SOUZA
A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO NA DISLEXIA.
MARICÁ-RJ
1
2021
A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO NA DISLEXIA.
MARIA ELISA CARVALHO DE SOUZA
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO- Este trabalho tem como objetivo apresentar, através de publicações científicas, a relevância da habilidade da consciência fonológica no processo da alfabetização, sendo uma importante ferramenta de intervenção na habilidade de decodificação de palavras em crianças com dislexia. A dislexia é um transtorno específico da aprendizagem que afeta o processo de aquisição da leitura e da escrita. Nos espaços escolares, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, algumas dificuldades já são manifestadas, sendo necessário identificar logo no início os sinais sugestivos de alterações para que faça a intervenção adequada. Os disléxicos apresentam prejuízos nas percepções auditiva, sons/ fonemas e visual, formas de letras/ grafemas, levando a se atrapalharem com a junção das mesmas no processo de formação das palavras, prejudicando assim a compreensão e a fluência. É muito comum as crianças disléxicas apresentarem alterações emocionais em função da sua condição no ambiente escolar, manifestam sentimentos como baixa autoestima, frustração, ansiedade, depressão, pânico quando estão diante dos seus obstáculos. A consciência fonológica é uma habilidade metalinguística abrangente, que inclui a identificação e a manipulação intencional de unidades da linguagem oral, tais como palavras, sílabas, aliterações e rimas. Tem sido apontada, como elemento primordial ao desenvolvimento da leitura e da escrita com as crianças disléxicas.
PALAVRAS-CHAVE: Linguagem. Dislexia. Consciência fonológica.
1- INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo proporcionar uma reflexão sobre a importância do desenvolvimento da Consciência Fonológica no processo da alfabetização na dislexia.
Os transtornos da linguagem são problemas comuns na infância, com uma prevalência estimada em 13% dos quatro para os cinco anos de idade.
Para que ocorra a aprendizagem, as pessoas precisam da mediação da linguagem. É através da linguagem que ocorre a aprendizagem, seja linguagem falada, gestual, escrita ou visual.
De acordo com os critérios internacionais, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), das crianças com problemas de linguagem com menos de cinco anos, 60% terão algum grau de déficit intelectual ou transtorno do aprendizado aos 9 anos de idade, sendo a dislexia o principal deles, pois 85% dos disléxicos têm ou tiveram comprometimento na linguagem oral. 
A dislexia é um transtorno específico da aprendizagem, de ordem neurobiológica caracterizado por falhas da leitura e escrita. Alguns sinais são manifestados na pré-escola, como atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem, dificuldades de aprender rimas e canções. Na idade escolar, como dificuldade e automação da leitura e da escrita, dificuldades na consciência fonológica, pobre reconhecimento de rimas, aliterações, desatenção, dificuldade em copiar do quadro negro, confusão em nomear esquerda e direita e vocabulário pobre. 
Vários estudos apontam, quando na metodologia da alfabetização é desenvolvida as habilidades de consciência fonológica, as crianças com sinais de dislexia apresentam uma melhora.
O objetivo desse trabalho é enfatizar a importância do método fonológico no processo de alfabetização nas intervenções com os disléxicos.
A consciência fonológica tem sido apontada, por diversos autores, como elemento essencial ao desenvolvimento da leitura e da escrita. A consciência fonológica, portanto, é uma habilidade necessária e se apresenta como um elemento facilitador a aprendizagem da leitura e da escrita.
A metodologia utilizada foi a pesquisa científica bibliográfica, para ilustrar o tema “a importância do desenvolvimento da Consciência Fonológica no processo da alfabetização na dislexia”, através de textos e trabalhos. 
2- DESENVOLVIMENTO
Os transtornos da linguagem são problemas comuns na infância, com uma prevalência estimada em 13% dos quatro para os cinco anos de idade.
De acordo com os critérios internacionais, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), das crianças com problemas de linguagem com menos de cinco anos, 60% terão algum grau de déficit intelectual ou transtorno do aprendizado aos 9 anos de idade, sendo a dislexia o principal deles, pois 85% dos disléxicos têm ou tiveram comprometimento na linguagem oral. 
A comunicação humana, na forma do comportamento da linguagem e da fala, depende diretamente dos processos que ocorrem no sistema nervoso.
Gleason e colaboradores (1975), tiveram êxito na conceituação da linguagem ao expor de forma clara e simples que “linguagem é a recepção e expressão de ideias e sentimentos”.
A amplificação desse conceito permite que se defina linguagem como a capacidade que a espécie humana tem de se comunicar por meio de um código simbólico adquirido, que permite transmitir seus pensamentos, ideias e emoções, (VROSLEY,1999).
Para que ocorra a aprendizagem, as pessoas precisam da mediação da linguagem. É através da linguagem que ocorre a aprendizagem, seja linguagem falada, gestual, escrita ou visual.
A linguagem pode ser verbal ou não verbal. A linguagem verbal acontece quando utilizamos as palavras, sejam elas faladas ou escritas, como um discurso, um diálogo ou uma carta. Já na linguagem não verbal não utilizamos palavras.
A linguagem é a forma peculiar que o homem tem de se comunicar com seus semelhantes por meios gestuais, orais ou escritos. 
O desenvolvimento da linguagem segue uma sequência mais ou menos constante e dependente, em parte, da programação genética, mas também a partir de ouvir a fala das outras pessoas, o que significa estímulo ambiental.
O exercício adequado da função cognitiva e as oportunidades para a prática da fala incluem correções e autocorreções.
A linguagem pode ser dividida em seus componentes: expressão e recepção; isto se repete no desenvolvimento. É constituída de sons, fonemas, estudados na fonologia; morfemas, as partes que constituem as palavras; sintaxe ou gramática, o conjunto de regras pelas quais se combinam as palavras; semântica, correspondente ao significado das palavras; e prosódia, relacionada ao ritmo e entonação (PEDROSO et al, 2009; RAPIN et al, 2003; VAN HOUT, 2003).
 As regras para o uso da linguagem na conversação constituem o componente adicional, chamado de pragmática. Enquanto o desenvolvimento fonêmico está finalizado aos sete anos, a semântica é um processo longo, que se desenvolve durante toda a vida (RAPIN et al, 2003; YAVAS, 1988; QUIROZ, 2003).
De acordo com Etapas normais da aquisição da linguagem:
O recém-nascido apresenta choro inarticulado que tem significado comunicativo por meio de sua modulação. Até os três meses, o lactente discrimina algumas palavras, mas a produção de sons não está bem identificada. Dos 4 aos 6 meses, o lactente já discrimina os sons da fala que lhe é familiar, compreende palavras e começa a balbuciar, primeiro vogais e depois consoantes, chegando a formar palavras de sílabas repetidas,sem significado (“mamama”, “papapa”). Dos 7 aos 9 meses, produz algumas palavras de sílabas repetidas com significado e tem uma produção gestual comunicativa rica, sendo capaz de apontar objetos. Dos 10 aos 12 meses, surgem as primeiras palavras com significado, de sílabas não repetidas (“papai”, “mamãe”, “pato”, “bola”, “aga”) que podem se mesclar ao jargão, que é a forma de se expressar usando palavras “engroladas”, ou sem significados. Em torno dos 12 meses, já compreende de 50 a 100 palavras; surge aí a explosão do vocabulário, sendo que, dos 12 aos 18 meses, usa de 10 a 50 palavras e, algumas vezes, pronuncia duas palavras na frase (por exemplo, “dá mamãe”, “qué papá”). Aos dois anos, produz de 150 a 200 palavras e formula frases gra maticais constituídas de até três palavras. Ainda pode usar jargão. (RAPIN; DUNN; v.25, n.3, p.166-72, 2003; RESCORLA; MIRAK; v.4, n.2, p.70-6, 1997; COPLAN et al,v.70, n.5, p.677-83, 1982; ZORZI et al, v.44, 2004.)
A aquisição da linguagem se faz por etapas interdependentes, sendo elas:
Sensação: capacidade de sentir o som; Percepção: capacidade pela qual se reconhece o som; Elaboração: capacidade de reflexão sobre os sons percebidos; Programação e organização das repostas e articulação: capacidade de permitir a emissão sonora que depende da articulação da fala.
Uma criança com atraso no desenvolvimento de linguagem é aquela que apresenta em uma fase do desenvolvimento de linguagem não condizente com a sua idade, mas que as características que está apresentando não são diferentes da linguagem de uma criança mais nova.
A linguagem é a base para comunicação, expressa a forma como nos comunicamos com outros e com o mundo. Poderíamos falar sons combinados que não significam nada, e esses sons não deixariam de ser fala, mas a outra pessoa não nos entenderia.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais -DSM-5, Dislexia está definida como um transtorno do neurodesenvolvimento com origem biológica que é a base das anormalidades no nível cognitivo, as quais estão associadas com as manifestações comportamentais. A origem biológica inclui interações genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do cérebro de perceber ou processar informações verbais e não verbais com eficiência e exatidão. 
Está inserida dentro de uma categoria mais ampla, denominada de "Transtornos do Neurodesenvolvimento", sendo referida como "Transtorno Específico de Aprendizagem". 
O diagnóstico deve ser feito a partir das premissas do DSM-5 (2014), que considera os critérios diagnósticos para o Transtorno Específico para Aprendizagem da leitura e escrita e no uso das habilidades acadêmicas, que se dividem em quatro critérios denominados A, B, C, e D.
A. Dificuldades para a aprendizagem, conforme o indicado em pelo menos um dos sintomas a seguir e que tenha persistido pelo menos por seis meses: 
1.Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (p. ex.: lê palavras isoladas, em voz alta, de forma incorreta ou hesitante, frequentemente adivinha as palavras e tem dificuldade para soletrar); 
2.Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (p. ex.: pode ler o texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as inferências, ou o sentido mais profundo do que é lido); 
3.Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente) (p.ex.: adicionar, omitir, substituir vogais e consoantes); 
4.Dificuldades com a expressão escrita (p. ex.: comete muitos erros de gramática ou pontuação nas frases; emprega organização inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza). 
B. As habilidades acadêmicas estão substancial e quantitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica do indivíduo, causando interferência quantitativamente significativa no desempenho acadêmico ou profissional ou nas atividades cotidianas, confirmada por meio de medidas de desempenho padronizadas administradas individualmente e por avaliação clínica abrangente. 
C. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares, mas podem se manifestar completamente até que as exigências pelas habilidades acadêmicas afetadas excedam textos complexos longos e com prazo curto, em alta sobrecarga de exigências acadêmicas. 
D. As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por deficiências intelectuais, acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.
Portanto, a manifestação de um ou mais sintomas não significa que a criança tenha dislexia, podendo ser decorrentes de fatores variados, como: deficiência intelectual e sensorial, síndromes neurológicas diversas, transtornos psiquiátricos, problemas emocionais e fatores de ordem socioambiental. 
O Manual (DSM-5) considera que, além dos sintomas mencionados, se deve levar em consideração os seguintes critérios:
• Persistência da dificuldade por pelo menos 6 meses (apesar de intervenção dirigida);
• Habilidades acadêmicas substancial e qualitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica (confirmado por testes individuais e avaliação clínica abrangente);
• As dificuldades iniciam-se durante os anos escolares, mas podem não se manifestar completamente até que as exigências acadêmicas excedam a capacidade limitada do indivíduo, como, por exemplo: baixo desempenho em testes cronometrados; leitura ou escrita de textos complexos ou mais longos e com prazo curto; alta sobrecarga de exigências acadêmicas;
• As dificuldades não são explicadas por deficiências, transtornos neurológicos, adversidade psicossocial, instrução acadêmica inadequada ou falta de proficiência na língua de instrução acadêmica.
Caracteristicamente, os fatores de risco para dislexia são observados ainda na fase precoce, quando se observa dificuldade na consciência fonológica, na fala (algumas vezes) e, posteriormente, no reconhecimento das letras (CARROLL; SNOWLING, v.45, n.3, p.631-40, 2004; SNOWLING, v.13, n.1, p.7-14, 2013). 
A dificuldade na decodificação de palavras pode comprometer outros aspectos relacionados à leitura (soletração e fluência), expressão escrita e, em parte dos casos, à matemática.
Na matemática, estudos evidenciam que pode haver associação entre déficit do processamento e da consciência fonológica com defasagem na aritmética (DE SMEDT; BOETS, 2010). O mau rendimento em matemática parece não ser tão evidente na fase inicial da alfabetização, porém, com o tempo esse tende a se agravar. 
Além das alterações acadêmicas existem outros aspectos habituam afetar crianças com dislexia, dentre os quais merecem ser mencionados: comprometimento da linguagem, sintomas de desatenção (CARROLL,et al,2005), dificuldade de coordenação motora, prejuízo das funções executivas e comorbidades psiquiátricas, como depressão, ansiedade e transtornos disruptivos, (LIMA; AZONI; CIASCA, p.323, 2015; MORAES; ZEZZA; NEVES, p.355-60, 2015).
As pesquisas demonstram que o déficit no processamento fonológico é a principal causa da dislexia.
No ensino infantil, tal dificuldade pode se manifestar principalmente por falta de interesse pelas rimas; palavras mal pronunciadas; persistência da "linguagem de bebê"; dificuldade em aprender (e lembrar o nome das letras) e dificuldade em saber o nome das letras do próprio nome (SHAYWITZ, 2006).
É manifestado nas séries inicias do Ensino Fundamental algumas dificuldades, como entender que as palavras são divididas em partes menores e associar letras a sons; cometem erros na leitura com substituições, omissões e acréscimos de fonemas, não conseguindo fazer a relação entre fonemas/grafemas; muitas vezes não conseguindo ler palavras com sílabas simples, manifestando recusa na hora de ler.
Sendo necessário identificar logo no início os sinais sugestivos de alterações que possam acarretar prejuízo na aquisição da leitura e escrita, se fazendo necessário a intervenção adequada. 
Para Capovilla e Capovilla (1998) a consciênciafonológica é definida como um conjunto de habilidades explicitas e conscientes de identificar, manipular e segmentar sons da fala até o nível dos fonemas.
A consciência fonológica é uma habilidade metalinguística abrangente, que inclui a identificação e a manipulação intencional de unidades da linguagem oral, tais como palavras, sílabas, aliterações e rimas. À medida que a criança adquire o conhecimento alfabético, isto é, identifica o nome das letras, seus valores fonológicos e suas formas, emerge a consciência fonêmica, a habilidade metalinguística que consiste em conhecer e manipular intencionalmente a menor unidade fonológica da fala, o fonema (ADAMS et al., 2005; CAPOVILLA, A.; CAPOVILLA, F., 2000). 
Mediante as várias possibilidades e métodos encontrados na literatura nos aspectos linguísticos, Adams (ADAMS, et al., 2006) traz a proposta, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento fonológico das crianças menores.
- Desenvolver a habilidade auditiva ouvir com atenção e identificar os sons do cotidiano, como barulho do vento, bater de porta, estimulando a discriminação, localização dos sons.
- Trabalhar as rimas, fazendo com que a criança perceba a estrutura sonora das palavras, através de poesias, músicas, parlendas, figuras diversas.
- Consciência de frases e palavras, fazer com que a criança perceba que as frases possuem vários tamanhos, e são compostas por partes menores, que consistem em palavras.
- Consciência silábica, fazer a criança perceber que as palavras possuem partes menores, que são as sílabas, pedir que repita as palavras devagar e perceba a quantidade de vezes ela abre a boca para pronunciar a palavra, fazer a marcação batendo palmas.
- Aliteração, identificar e discriminar as palavras que possuem a repetição de sílaba e fonemas no início, meio e fim. Promovendo atividades que envolvam a identificação de aliteração dentro de um texto, músicas, figuras.
- Consciência fonêmica, identificar, discriminar, manipular, segmentar e reconhecer o alfabeto, não só reconhecer as letras do alfabeto como também o som que as letras representam. 
O estudo de Fadini & Capelllini (2011) traz que tanto os escolares com sinais de dislexia como os escolares sem estes sinais apresentaram melhora nas habilidades fonológicas, apontando para a necessidade de uma reflexão sobre a metodologia de alfabetização utilizada em situação de sala de aula, uma vez que as habilidades de atenção, discriminação e percepção dos sons trabalhados neste programa proporcionaram aumento na sensibilidade e na percepção fonológica, refletindo também na melhora do tempo de realização da leitura
É importante ressaltar que o trabalho com a consciência fonológica tem a sua eficácia comprovada, quando se trata de melhorar a leitura e a escrita de crianças com idade entre 5 a 8 anos. Entretanto, em crianças com idade mais avançada o mesmo pode não ocorrer. Isso sugere que a consciência fonológica é uma habilidade importante, mas não é suficiente para melhorar a leitura, especialmente em crianças maiores (BUS; VAN IJEZNDOORN, v.9, n.3, p.403-14,1999; SORIANO, v.38, p.S47-S52, 2004).
Portanto algumas crianças com dislexia conseguem adquirir a habilidade para codificar e decodificar palavras e textos. Porém é comum que apresentem dificuldade na compreensão com lentidão e a pouca precisão da leitura.
Caracteristicamente, esses indivíduos conseguem decodificar e soletrar palavras com precisão, mas tem problemas no entendimento daquilo que leram (SNOWLING, 2013).
Em relação à leitura, destaca-se: leitura lenta e silabada, confusão nas letras que têm forma semelhantes (u/n, por exemplo), confusão na leitura de palavras semelhantes, omissão de palavras, erros na leitura de palavras semanticamente semelhantes (exemplo, ler gato, em vez de cão), erros na leitura de palavras polissílabas e dificuldade com a gramática, incluindo o uso inadequado dos tempos verbais (FARRELL, 2008).
A dificuldade recorrente na escrita pode fazer com que o aluno com dislexia evite escrever, tenha problemas em realizar cópias de forma adequada e apresente um estilo de escrita manual inadequado. Dificuldades ortográficas também são frequentes; mais precisamente, é comum que escreva foneticamente, omita o meio ou o final da palavra e escreva letras ou sílabas na sequência incorreta (FARRELL, 2008).
A capacidade de ir além da percepção auditiva e alcançar uma habilidade metafonológica, são o que se denomina uma atividade de reflexão sobre os aspectos fonológicos da língua, e faz parte de uma capacidade prévia importante no desenvolvimento da linguagem escrita. O treinamento da consciência fonológica, em especial da consciência fonêmica, pode gerar melhora na representação fonológica das palavras, tanto para disléxicos, quanto para crianças sem dificuldades de aprendizagem (ALMEIDA, DUARTE, 2003).
Os prejuízos ocasionados das frustrações decorrentes no processo de ensino e aprendizagem, nos faz refletir os mecanismos que são sensíveis a intervenção para minimizar os problemas vivenciados no âmbito escolar.
O comprometimento no processo da alfabetização se dá quando a criança não apresenta a habilidade de realizar de maneira consciente sobre os sons de sua língua, não compreendendo a relação grafema – fonema.
As dificuldades no domínio fonológico é um dos aspectos mais evidente na dislexia, sendo assim a consciência fonológica facilita o processo de alfabetização, 
3- CONCLUSÃO
A dislexia é considerada um transtorno específico da aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura e escrita com dificuldades na construção de frases, erros frequentes de ortografia e falta de concentração. Os disléxicos demoram muito mais para entender uma frase e costumam confundir. Com prejuízos nas percepções auditiva, sons/ fonemas e visual, formas de letras/ grafemas, levando a se atrapalharem com a junção das mesmas no processo de formação das palavras. Prejudicando assim a compreensão e a fluência.
Podendo aparecer os primeiros sinais nos primeiros anos de vida como atraso na aquisição da fala, trocas fonéticas tardias, omissões frequentes de sílabas na fala ou chegar em idades mais tardias, falando muito “enrolado” e de forma ininteligível.
É muito comum as crianças disléxicas apresentarem alterações emocionais em função da sua condição no ambiente escolar, muitas são alvo de bullying, manifestam sentimentos como baixa autoestima, frustração, ansiedade, depressão, pânico quando estão diante dos seus obstáculos. Esses sentimentos acabam desenvolvendo na criança um sentimento de fracasso, porém quando a dislexia é diagnosticada possibilitando um tratamento adequado, a criança passa acreditar no seu potencial, superando e desenvolvendo habilidades.
As crianças apresentam dificuldades, como entender que as palavras são divididas em partes menores e associar letras a sons; cometem erros na leitura com substituições, omissões e acréscimos de fonemas, não conseguindo fazer a relação entre fonemas/grafemas; muitas vezes não conseguindo ler palavras com sílabas simples, manifestando recusa na hora de ler.
O processo de ler e escrever exige muito mais do que boa habilidade visuomotora, sendo necessário um nível mais alto de abstração e elaboração, é necessário que a criança tenha a capacidade de pensar sobre a linguagem.
As pesquisas demonstram que o déficit no processamento fonológico é a principal causa da dislexia. A consciência fonológica é uma habilidade metalinguística abrangente, que inclui a identificação e a manipulação intencional de unidades da linguagem oral, tais como palavras, sílabas, aliterações e rimas.
A consciência fonológica tem sido apontada, como elemento primordial ao desenvolvimento da leitura e da escrita. Sendo a consciência fonológica, uma habilidade necessária e se apresenta como um elemento facilitador a aprendizagem da leitura e da escrita.
Sendo assim o desenvolvimento da consciência fonológica, em especial da consciência fonêmica, pode gerar melhora na representação fonológica das palavras para disléxicos.
4- REFERÊNCIASADAMS, M. J; FOORMAN, B. R.; LUNDBERG, I.; BEELER, T. Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2005.
ADAMS, M.J.; FOORMAN, B.R.; LUNDBERG, I.; BEELER, T. Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ALMEIDA, E.C.; DUARTE, P.M. Consciência fonológica, Rio de Janeiro: Revinter, 2003.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BUS, A.G; VAN IJEZNDOORN, M.H. Phonological awareness and early reading: a meta-analysis of experimental training studies. J Educ Psychol, v.9, n.3, p.403-14, 1999.
CAPOVILLA, A.G.S; CAPOVILLA, F.C. Treino de consciência fonológica de pré a segunda série: efeitos sobre habilidades fonológicas, leitura e escrita. Temas sobre Desenvolvimento, v.7, n. 40, p.5-15, 1998.
CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível sócio-econômico. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 13, n.1, p. 7-24, 2000.
CARROLL, J.M.; SNOWLING, M.J. Language and phonological skills in children at high risk of reading difficulties. J Child Psychol Psychiatry, v.45, n.3, p.631-40, 2004.  
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FARRELL, M. Estratégias educacionais em necessidades especiais. Dislexia e outras dificuldades de aprendizagem específicas. Porto Alegre: Artmed, 2008.     
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