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Ambiente de Terapia Intensiva Estágio VI SUZY MONTENEGRO PLANO DE AULA � Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de: � Caracterizar o ambiente diferenciado da Unidade de Terapia Intensiva, identificar os utensílios utilizados e suas funções. � Fisioterapia em UTI; Conhecer a equipe multidisciplinar que atua na UTI, assim como determinar a função de cada componente; UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA � São unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco � Assistência ininterrupta � Equipamentos específicos � Recursos humanos especializados � Tecnologias destinadas ao diagnóstico e à terapêutica � Podem estar ligados à uma Unidade Semi-intensiva Unidade de Tratamento Semi-Intensivo � Conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes � Oriundos da UTI, que requeiram cuidados de observação contínua, sob supervisão e acompanhamento médico � Este último não necessariamente contínuo, porém linear Serviço de tratamento intensivo Móvel � Conjunto de elementos funcionalmente agrupados � Frota de veículos devidamente projetados e equipados � destinados a garantir suporte avançado de vida durante o transporte de pacientes graves ou de risco, no atendimento de emergência pré-hospitalar e no transporte inter-hospitalar. � Este serviço pode ser parte integrante do serviço do hospital ou constituir-se em um prestador autônomo de Serviço de Tratamento Intensivo Móvel. FUNÇÕES � Prover terapêutica a pacientes com disfunções agudas e reversíveis de orgãos vitais � Monitorização das funções vitais de pacientes graves ou de risco Caracterização do Paciente Crítico � Paciente grave é aquele que apresenta instabilidade de algum de seus sistemas orgânicos, devido a alterações agudas ou agudizadas � Paciente de risco é aquele que tem alguma condição potencialmente determinante de instabilidade. (Resolução CREMESP nº 71) HISTÓRICO � Surgiu em 1952 na Dinamarca em meio à epidemia de poliomielite � Atualmente a UTI conta com uma equipe multiprofissional que atua em benefício do paciente e permite uma abordagem mais completa A UTI destina-se aos pacientes graves e com instabilidade clínica � IAM � IRpA � AVC � Choque � Trauma � pós-operatório � hemorragia ESTRUTURA UTI CENTRO CIRÚRGICO LABORATÓRIO BANCO DE SANGUE RADIOLOGIA RECUPERAÇAO EMERGÊNCIA CTI x UTI � CTI – centro contendo UTIs � UTI – refere-se a uma unidade CLASSIFICAÇÃO (tipo) Faixa Etária Neonatal Pediátrica Adulto Geral ou Especializada � Pode haver especialização da UTI a fim de tornar o atendimento mais eficiente: � Cardiológica � Coronariana � Neurológica � Respiratória � Trauma � Queimados CLASSIFICAÇÃO (tipo) Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010 � Equipe multiprofissional � Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia para atuação em UTI Neonatal; � Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno. � Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito) leitos ou fração, em cada turno. � Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação; � Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio assistencial em cada turno; � Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade; � Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada turno. UTI NEONATAL Diretrizes do Ministério da Saúde Portaria nº 930 de 10 de maio de 2012 As Unidades Neonatal são divididas de acordo com as necessidades do cuidado, nos seguintes termos: I - Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); II - Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCIN) - BMR UTI NEONATAL � UTIN são serviços hospitalares voltados para o atendimento de recém-nascido grave ou com risco de morte, assim considerados: � Recém-nascidos de qualquer idade gestacional que necessitem de ventilação mecânica ou em fase aguda de insuficiência respiratória com FiO2 maior que 30% (trinta por cento); UTI NEONATAL � Recém-nascidos menores de 30 semanas de idade gestacional ou com peso de nascimento menor de 1.000 gramas; � Recém-nascidos que necessitem de cirurgias de grande porte ou pós-operatório imediato de cirurgias de pequeno e médio porte; � Recém-nascidos que necessitem de nutrição parenteral e cuidados especializados. UTI NEONATAL � Para habilitação como a UTIN, o serviço hospitalar deverá contar com a seguinte estrutura mínima: � a) centro cirúrgico; � b) serviço radiológico convencional; � c) serviço de ecodopplercardiografia; � d) hemogasômetro 24 horas; � e) Banco de Leite Humano ou unidade de coleta; UTI NEONATAL �Materiais e equipamentos: �Material e equipamento para reanimação �Monitor de beira de leito para monitorização contínua; � Ventilador pulmonar mecânico microprocessado; � Ventilador pulmonar específico para transporte, com bateria; UTI NEONATAL / PEDIÁTRICA � Equipamento para infusão contínua e controlada de fluidos ("bomba de infusão"); � Conjunto padronizado de beira de leito contendo estetoscópio, fita métrica, ressuscitador manual tipo balão auto-inflável com máscara e reservatório. EQUIPAMENTOS – UTI ADULTO � Carro de reanimação � Ventiladores � Monitores � Marcapasso � Oxímetro � Capnógrafo � Aspiradores � Bombas de infusão � Negatoscópio � Hemogasometro UTENSÍLIOS DISPONÍVEIS DA UTI � Monitor: traçado do ECG , FC, FR, PA intermitente e temperatura ,oxímetro � Sonda nasogástrica ou naso-enteral � Sonda Vesical � Suporte de Oxigênio � Tipos de Acesso Vascular � Via aérea artificial � Ventilador Mecânico � Bombas de infusão EXAMES DE ROTINA � Hematológicos: principais eletrólitos, enzimas e metabólitos do organismo � Gasometria arterial � Radiologia MONITORIZAÇÃO MÍNIMA • Eletrocardioscopia • Pressão arterial não-invasiva • Controle da temperatura corporal • Oximetria de pulso ELETROCARDIOSCOPI A PRESSÃO ARTERIAL NÃO-INVASIVA Controle da temperatura corporal Oximetria de pulso Capnógrafo BIA – Balão intraaórtico Indicações � Isquemia miocárdica refratária, quando o tratamento percutâneo ou revascularização cirúrgica não podem ser realizados prontamente. � Choque cardiogênico � Arritmias ventriculares refratárias nos pacientes com disfunção ventricular importante e instabilidade hemodinâmica gerada por esta arritmia. � Falência cardíaca refratária: usado como ponte para transplante cardíaco. � Antes de cirurgias de revascularização miocárdica de alto risco. CATETER PARA PRESSÃO VENOSA PRESSÃO VENOSA CENTRAL � Traduz a pressão de enchimento do lado direito do coração ou a pré-carga do Ventrículo Direito � Valor normal: 8 – 12 cmH2O ou 0 – 8 mmHg � Posição do cateter: a ponta do cateter deve estar localizada no átrio direito ou nos grandes vasos (veia cava superior, tronco braquiocefálicoou veia subclávia) KNOBEL, 2007 CATETER SWAN GANZ Monitorização da Pressão da Artéria Pulmonar PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC) � A monitorização da PIC > Hipertensão Intracraniana(HIC): � Lesões cerebrais � Cirurgia cerebral � Hemorragias intracraniana e subaracnóidea � Edema Cerebral � Valores normais < 10 mmHg Até 20 mmHg - HIC leve Acima 20 mmHg - HIC moderada Acima de 40 mmHg – HIC grave ECGCarro de Parada Eq Hemodialise Eq Hemodialise Equipamento de Raio X Composição e Articulação de Uma Equipe Multiprofissional em Centros e Unidades de Terapia Intensiva Enfoque na ação do Fisioterapeuta Vídeo – UTI NEO banho de balde � https://www.youtube.com/watch?v=2TUC6Bx5EA g � Função de cada componente dentro da UTI: � Médico / Enfermeiro / Fisioterapeuta / Psicólogo /Técnicos de enfermagem / Assistente Social / Nutricionista Fonoaudiólogo / Farmacêutico / Odontólogo (PAV) RESOLUÇÃO Nº. 318, DE 30 DE AGOSTO DE 2006 � DOU nº. 33, Seção 1 de 15/02/2007 � Designa Especialidade pela nomenclatura Fisioterapia Respiratória em substituição ao termo Fisioterapia Pneumo Funcional anteriormente estabelecido na Resolução nº. 188, de 9 de dezembro de 1998 RESOLUÇÃO Nº 402 DE 03 DE AGOSTO DE 2011 � Disciplina a Especialidade Profissional Fisioterapia em Terapia Intensiva e dá outras providências � Realizar avaliação física e cinesiofuncional específica do paciente crítico ou potencialmente crítico; � Realizar avaliação e monitorização da via aérea natural e artificial do paciente crítico ou potencialmente crítico � Solicitar, aplicar e interpretar escalas, questionários e testes funcionais; � Determinar diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico; � Planejar e executar medidas de prevenção, redução de risco e descondicionamento cardiorrespiratório do paciente crítico ou potencialmente crítico; � Prescrever e executar terapêutica cardiorrespiratória e neuro-músculo-esquelética do paciente crítico ou potencialmente crítico; � Prescrever, confeccionar e gerenciar órteses, próteses; � Aplicar métodos, técnicas e recursos de expansão pulmonar, remoção de secreção, fortalecimento muscular, recondicionamento cardiorrespiratório e suporte ventilatório do paciente crítico ou potencialmente crítico; � Realizar posicionamento no leito, sedestação, ortostatismo, deambulação, além de planejar e executar estratégias de adaptação, readaptação, orientação e capacitação dos clientes/pacientes/usuários, visando a maior funcionalidade do paciente crítico ou potencialmente crítico; � Avaliar e monitorar os parâmetros cardiorrespiratórios, inclusive em situações de deslocamento do paciente crítico ou potencialmente crítico; � Avaliar a instituição do suporte de ventilação não invasiva; � Gerenciar a ventilação espontânea, invasiva e não invasiva; � Avaliar a condição de saúde do paciente crítico ou potencialmente crítico para a retirada do suporte ventilatório invasivo e não invasivo; � Realizar o desmame e extubação do paciente em ventilação mecânica; � Manter a funcionalidade e gerenciamento da via aérea natural e artificial; � Registrar em prontuário consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico, tratamento, evolução, interconsulta, intercorrências e alta fisioterapêutica; � Emitir laudos, pareceres, relatórios e atestados fisioterapêuticos; � O Fisioterapeuta Especialista Profissional em Fisioterapia em Terapia Intensiva pode exercer as seguintes atribuições, entre outras: � I – Coordenação, supervisão e responsabilidade técnica; � II – Gestão; � III – Direção; � IV – Chefia; � V – Consultoria; � VI – Auditoria; � VII – Perícia. PERFIL DO PROFISSIONAL ÉTICA PRÁTICA VIRTUDES TRABALHAR EM GRUPO CONHECIMENTO CIENTÍFICO DOMÍNIO TECNICO OBJETIVIDADE DINAMISMO GERÊNCIAMENTO DE RISCOS � Segurança do paciente �Visão interdisciplinar � Identificação � Familiarização HUMANIZAÇÃO EM UTI “...O QUE MATA UM JARDIM, NÃO É MESMO ALGUMA AUSÊNCIA OU O ABANDONO... O QUE MATA UM JARDIM É ESSE OLHAR VAZIO DE QUEM POR ELE PASSA INDIFERENTE”. Mário Quintana HUMANIZAÇÃO – UTI NEONATAL � I - controle de ruído; � II - controle de iluminação; � III - climatização; � IV - iluminação natural, para as novas unidades; � V - garantia de livre acesso a mãe e ao pai, e permanência da mãe ou pai; � VI - garantia de visitas programadas dos familiares; e � VII - garantia de informações da evolução dos pacientes aos familiares, pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. HUMANIZAÇÃO – UTI ADULTO � Climatização; � Iluminação natural; � Divisórias entre os leitos; � Relógios visíveis para todos os leitos; � Garantia de visitas diárias dos familiares, a beira do leito; � Garantia de informações da evolução diária dos pacientes aos familiares por meio de boletins. CONFLITOS EM UTI PACIENTE � Perda da autonomia � Depressão � Medo da morte � Conflito com a família � Dúvidas e ausência de informações sobre a doença e tratamento MÉDICO � Risco x Benefício � Benevolência e autonomia Caso Clínico 1 – Fisioterapia em cuidados paliativos � Homem de 91 anos, com história de 25 anos de doença de Parkinson foi transportado de ambulância deu entrada na emergência e posteriormente para Unidade de Terapia intensiva do Hospital . Mora com a filha de 70 anos que o encontrou no chão deitado ao lado da cama confuso e desorientado. � Filha informa que não houve alterações na medicação � Nos últimos 6 meses, o pai vem diminuindo sua independência nas AVDs e mobilidade. Atualmente fazendo uso de andador e perdeu 9 kilos. � Teve episódios de asfixia durante as refeições da última semana. E apresenta “roncos” no peito (segundo informa a filha) � Raio X: pequenas condensações à D � TC: Atrofia e alteração isquêmica Caso Clínico 1 – Fisioterapia em cuidados paliativos � A opção de utilizar a sonda de gastrotomia foi rejeitada pela filha e pelo pai. � A avaliação fisioterapêutica hospitalar observou comprometimentos na mobilidade funcional. Durante alguns dias realizou fisioterapia onde enfatizou-se a manobras desobstrutivas e reexpansivas; melhora da amplitude de tronco e dos membros, fortalecimento e as atividades para promover a mobilidade funcional. O paciente apresentou um progresso mínimo na mobilidade devido ao mal estar generalizado, fraqueza e rigidez grave. Algumas vezes apresentou-se inquieto e com dor. O paciente conseguia ficar em pé por 5 a 10 segundos, porém não conseguia se locomover. � Precisou de assistência máxima para todas AVDs, incluindo alimentação. � Inicialmente esperava-se que o paciente tivesse alta para casa com sua filha assim que sua condição se estabilizasse. Entretanto a devido a dependência completa nas AVDs, essa opção não foi considerada viável. Caso Clínico 1 – Fisioterapia em cuidados paliativos � O médico do paciente sugeriu encaminhamento para unidade de cuidados paliativos do hospital. � A filha concordou informando que o pai tem uma diretiva antecipada em que diz não querer receber tratamento agressivo. � Definições-chave. � Diretiva Antecipada de vontade x procuração � Tratamento paliativo x tratamento terminal � Unidade de Cuidados paliativos – prioriza o conforto em vez da cura. Geralmente apropriada para indivíduos em condições terminais e com expectativa de vida igual ao inferior a seis meses. Caso Clínico 1 – Fisioterapia em cuidados paliativos � Questionamentos para próxima aula 1 – Como fisioterapeuta tratando deste paciente na unidade de tratamento intensivo do hospital, baseado em que motivos você apoiaria ou não arecomendação de uma avaliação de cuidados paliativos para este paciente. 2 – qual é o papel do fisioterapeuta na nos cuidados paliativos? 3 – Quais medidas de resultados são recomensadas para a avaliação fisioterapêutica na área de cuidados paliativos? 4 - Considerando os comprometimentos do paciente, que intervenções seriam apropriadas em termos de conforto, mobilidade e tratamento da dor? 5 – Como você priorizaria os comprometimentos e as limitações funcionais deste paciente para uma intervenção eficaz?
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