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APOSTILA SOBRE MEDIDA CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO PROCESSO PENAL (1)

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PROCESSO PENAL 
MEDIDA CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ( Lei 12.403/2011
FINALIDADE
Reduzir o grande número de presos provisórios. (alternativas à prisão provisória)
Estas medidas cautelares podem ser adotadas durante o curso das investigações e do processo penal.
Podem ser:
• NATUREZA CIVIL - Ex. sequestro, arresto, hipoteca.
• NATUREZA PROBATÓRIA – Ex. busca e apreensão, interceptação telefônica.
• NATUREZA PESSOAL – podem ser conceituadas como medidas restritivas ou privativas da liberdade de locomoção adotadas contra o acusado durante o curso da persecução penal com o objetivo de assegurar a eficácia do processo. – Ex. prisão preventiva, prisão temporária e medidas cautelares diversas da prisão do art. 319 do CPP.
A grande novidade é a gradação das medidas cautelares (que antes eram da prisão a deixar o indiciado solto, ou seja, iam de um extremo a outro). Já as novas alterações, permitem várias outras medidas como suspensão da atividade pública e a monitoração eletrônica previstos no artigo 319 do CPP.
Nesse contexto, a prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art.282, § 6° do CPP)
ROL DAS MEDIDAS CAUTELARES
Estão previsto no art. 319, em seus nove incisos, as quais visam justamente impedir o encarceramento do indiciado ou acusado antes do transito em julgado da sentença condenatória.
Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades (inciso I).
b) Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstancias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações (inciso II).
c) Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstância relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante (inciso III).
d) Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução (inciso IV).
e) Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixo (inciso V).
f) Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a pratica de infrações penais (inciso VI).
g) Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do CP) e houver risco de reiteração (inciso VII).
h) Fiança, nas infrações que admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial (inciso VIII).
i) Monitoração eletrônica (inciso IX): possibilitou que esse sistema tecnológico fosse utilizado antes da sentença penal condenatória, isto é, no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial, mediante requerimento do MP (art. 282, § 2° do CPP).
j) Proibição de ausentar do pais, nos termos do art. 320 do CPP.
Não há prazo máximo de duração das referidas medidas cautelares. Assim, de acordo com a jurisprudência, tais medidas podem durar enquanto o processo estiver em andamento e estiver presentes os seus requisitos.
HIPOTESES
As medidas cautelares deverão observar:
a) A necessidade para aplicação da lei penal (art. 282, inciso I).
b) A necessidade para a investigação ou instrução criminal (art. 282, inciso I).
c) A necessidade, nos casos expressamente previsto, de evitar a prática de infrações penais (art. 282, inciso I).
Ademais, deverá ser observada a adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado(art. 282, inciso II). Resumindo, a medida deve ser necessária e adequada (principio da proporcionalidade ou da razoabilidade). 
RESSALVAS LEGAIS
A luz do § 1°, do art. 282, da Lei 12.403/2011, “as medidas cautelares poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente”.
DECRETAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES
a) Pelo juiz, de oficio ou a requerimento das partes;
b) Por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do MP, quando no curso da investigação criminal. 
O juiz ao receber o auto de prisão em flagrante, poderá conceber a liberdade provisória com ou sem fiança ou qualquer outra medida cautelar alternativa (art. 310, III do CPP).
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES IMPOSTAS
No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de oficio ou mediante requerimento do MP, de seu assistente ou do querelante, poderá: 
a) substituir a medida; 
b) impor outra em cumulação;
c) Em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, § único, art. 282, § 4° do CPP).
Observa-se que em relação ao quebramento injustificado da fiança, este importará na perda da metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva (art. 343 do CPP) reputando-se o encarceramento provisório sempre como último recurso. 
PRISÃO
CONCEITO
É a privação da liberdade de locomoção com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere. Em virtude de flagrante delito e ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciaria competente e nos casos de transgressão militar ou crimes propriamente militares definidos em lei.
 
ESPÉCIES
PRISÃO PENA OU PRISÃO PENAL: pressupõe uma sentença condenatória transitada em julgado, pois se destina à execução de pena privativa de liberdade imposta em decisão judicial definitiva. Prisão pena, é regulamentada na Parte Geral do CP (arts. 32 a 42) e também pela Lei de Execuções Penais (Lei n. 7.210/84).
2) PRISÃO PROCESSUAL ou PRISÃO PROVISÓRIA ou CAUTELAR
Decretada quando existe a necessidade de segregação cautelar do autor do delito durante as investigações ou a tramitar da ação penal por razões que a própria legislação penal elenca. É regulamentada pelos arts. 282 a 318 do CPP, bem como pela Lei n. 7.960/89 (prisão temporária). 
Formas de prisão processual: 
a) prisão decorrente de sentença condenatória transitada e julgado; 
b) prisão preventiva ou temporária, e no curso da investigação ou do processo; 
c) prisão em flagrante delito, que passou a ter brevíssima duração, pois o delegado enviará ao juiz copia do auto em 24 horas após a prisão, e este, imediatamente, deverá converter em preventiva ou conceder liberdade provisória. 
PRISÃO CIVIL: de acordo com a Súmula Vinculante n. 25 “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.
PRISÃO ADMINISTRATIVA: foi abolida pela CF, mas tem sido admitida para estrangeiro que aguarda a expulsão, nos termos do Estatuto do Estrangeiro.
PRISÃO DISCIPLINAR: permitida pela CF para caso de transgressões militares e crimes militares (art. 5° LXI da CF).
PRISÃO PARA AVERIGUAÇÃO: ela é inconstitucional.
OBS: Existia outras formas de prisão processual tais como: prisão por sentença condenatória recorrível e prisão por pronuncia. Tais modalidades deixaram de existir em decorrência das Leis n. 11.689/08 e 11.719/08. A própria redação do art. 283 do CPP, foi alterado e prevê que ninguém poderá ser preso senão em flagrante ou por ordem judicial.
MANDADO DE PRISÃO
É o instrumento escrito que autoriza uma prisão (ordem judicial). Art. 285, caput, do CPP.
REQUISITOS DO MANDADO DE PRISÃO:
1) Deve ser lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade competente.
2) Deve designar a pessoa que tiver de ser presa por seu nome, alcunha ou sinais característicos.
3) Deve conter a infração penal que motivou a prisão (a CF exige que a ordem seja fundamentada em seu art. 5°, LXI).
4) Deve indicar qual o agente encarregado de seu cumprimento (oficial de justiça ou agente da policia judiciaria).
CUMPRIMENTO DO MANDADO DE PRISÃO
A prisão poderá ser efetuada a qualquer dia e hora, inclusive domingos e feriados, e mesmo durante anoite, respeitada apenas a inviolabilidade do domicilio (art. 283, § 2° do CPP).
Logo depois da prisão, o executor entregará ao preso, copia do mandado, para que o mesmo cientifique do motivo pelo qual esta sendo preso.
O preso será informado de seus direitos, entre o quais o de permanecer calado, sendo assegurada assistência da família e de advogado (art. 5°, LXIII, da CF).
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao MP e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (art. 306, caput, do CPP).
O preso tem o direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório extrajudicial (art. 5°, LXIV da CF).
A prisão, excepcionalmente, pode ser efetuada sem a apresentação do mandado, desde que o preso seja imediatamente apresentado ao juiz que determinou sua expedição.
PRISÃO EM DOMICILIO
A casa é o asilo inviolável do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial (art. 5° XI, da CF).
Havendo mandado de prisão, a captura pode ser efetuada durante o dia, mesmo sem o consentimento do morador. Por “dia” deve ser compreendida entre a aurora e o crepúsculo.
Durante a noite, na recusa do morador ou da pessoa a ser presa, o executor não pode invadir a casa, devendo esperar que amanheça para dar cumprimento ao mandado.
A violação do domicilio (sem consentimento) à noite, para cumprir o mandado, sujeita o violador a crime de abuso de autoridade (art. 4°, a, da Lei 4.898/65).
PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO
O executor pode efetuar a prisão onde quer que alcance o capturado, desde que dentro do território nacional (art. 290, 1ª parte, do CPP).
PRISÃO FORA DO TERRITÓRIO DO JUIZ
Se o acusado estiver no território nacional, em lugar estranho ao da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado (art. 289, caput, do CPP).
Se houver urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança, se arbitrada (art. 289, § 1°, do CPP). A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação (art. 289, § 2°, do CPP). O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contado da efetivação da medida (art. 289, § 3°, do CPP).
O art. 289-A, caput e § 1° do CPP, manda constar no banco de dados CNJ, de forma que qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado do registro do CNJ, ainda que fora da competência territorial do juiz que expediu. 
CUSTODIA
Ninguém será recolhido à prisão sem que seja exibido o mandado de prisão ao respectivo diretor ou carcereiro. Se fizer a custódia sem o devido mandado estará praticando o crime de abuso de autoridade (arts. 3°, a, e 4°, a, da Lei 4.898/65). No caso de apresentar um preso em penitenciaria, tem que apresentar ao responsável a guia de recolhimento (arts. 105 e 106 da Lei 7.210/84). As pessoas que estiverem presas provisoriamente deverão ficar separadas das que estiverem condenadas, nos termos da LEP (art. 300, caput, do CPP).
PRISÃO ESPECIAL
A prisão especial só terá cabimento durante a tramitação do processo, de modo que, após a condenação transitada e julgado, a pena será cumprida em estabelecimento comum.
É estabelecida em razão da função que certas pessoas desempenham.
 Ex. Ministro de Estado, governador, e seus secretários, prefeitos e seus secretários, membros do poder legislativo da esfera federal, chefes de policia, magistrados, MP, delegados de policia, policiais militares, portadores de diploma universitários etc. Art. 295 do CPP.
PRISÃO PROVISÓRIA DOMICILIAR
Mediante autorização do juiz, ouvindo o MP, onde não houver estabelecimento adequado para se efetivar a prisão especial, o preso com direito a ela poderá recolher-se em seu próprio domicilio (Lei n. 5.256/67).
Hipóteses em que o juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliar:
1) Maior de 80 (oitenta) anos (inciso I);
2) Extremamente debilitado por motivo de doença grave (inciso II);
3) Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência (inciso III);
4) Gestante a partir do 7° (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco (inciso IV);
Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos aludidos requisitos (art.318, § único, do CPP). Sendo admitida a prisão do indiciado ou acusado em sua residência, só poderá dela ausentar-se com autorização judicial (art. 317 do CPP).
PRISÃO EM FLAGRANTE
É uma medida de autodefesa social, caracterizada pela privação da liberdade de locomoção, independentemente de prévia autorização judicial.
Trata-se de modalidade de prisão processual expressamente prevista no art. 5°, LXI, da CF, e regulamentada nos arts. 301 a 310 do CPP.
FLAGRANTE PRÓPRIO OU REAL, PERFEITO (art. 302, incisos I e II)
 
• Inciso I – considera-se em flagrante delito quem está cometendo a infração penal.
Ex. aquele que for visto efetuando os disparos contra a vitima do homicídio, ou apontando a arma para vitima do roubo.
• inciso II - considera-se em flagrante delito quem acaba de cometer a infração.
Ex. ladrões são presos no exato instante em que saem do estabelecimento comercial onde praticavam o roubo.
FLAGRANTE IMPRÓPRIO, QUASE FLAGRANTE, IMPERFEITO, IREAL
Inciso III – considera-se em flagrante delito quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração.
Ex. a mulher coloca a bolsa sobre um balcão para efetuar o pagamento das compras e o ladrão rapidamente pega a bolsa e sai correndo, porém, um segurança da loja corre atrás e, após persegui-lo por algumas quadras, consegue alcançá-lo e prendê-lo.
FLAGRANTE PRESUMIDO, FICTO OU ASSIMILADO
• Inciso IV – quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. 
Ex. Juninho rouba um carro e, algumas horas depois, é parado em uma blitz de rotina da policia que constata a ocorrência do roubo e, por isso, leva Juninho até a vitima que o reconhece.
FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO
É também conhecido como “delito de ensaio”, “delito de experiência” ou “delito putativo por obra do agente provocador”. A ação da policia consiste em incitar o agente á prática do delito, retirando-lhe qualquer iniciativa, portanto afetando a voluntariedade do ato.
Ex. um policial disfarçado de assaltante convence a uma suposta quadrilha de assaltante de banco a cometerem um roubo a uma instituição financeira, contudo, no instante em que entram no banco e anunciam o roubo, diversos policiais a paisana, dão voz de prisão a quadrilha. No caso o flagrante é nulo por ter sido preparado por agente provocador.
Súmula 145 do STF: “não há crime, quando a preparação do flagrante pela policia torna impossível a consumação”
OBS: policiais disfarçados compram droga que estavam no bolso do traficante, neste caso a prisão em flagrante é legal, porque o referido delito possui inúmeras condutas típicas, sendo que diversas delas constituem crime permanente. (art.33, Lei 11.343/06).
FLAGRANTE ESPERADO
É uma forma de flagrante válido e regular, no qual agentes policiais, cientes, por qualquer razão (em geral noticia anônima), de que um crime poderá acontecer em determinado local e horário, sem que tenha havido qualquer preparação ou induzimento, deixam que o suspeito aja, ficando à espreita para prendê-lo em flagrante no momento da execução do delito.
Ex. Juninho policial fica de tocaia aguardando a aparição do traficante Cabeção com a droga.
FLAGRANTE FORJADO, FABRICADO, MAQUINADO OU URDIDO
Policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente a fim de legitimar uma prisão em flagrantemanifestamente ilegal.
Ex. Juninho Policial coloca droga no carro de Cabeção para prendê-lo por tráfico.
O autor da farsa deve responder por crime de denunciação caluniosa e também por abuso de autoridade se for funcionário público.
Obs: se a autoridade policial perceber a fraude, deverá soltar a pessoa e prender em flagrante o responsável pelo flagrante forjado. Se chegar até o juiz e o mesmo perceber a fraude deverá relaxar o flagrante.
FLAGRANTE PRORROGADO, RETARDADO OU DIFERIDO
Consiste em atrasar o momento da prisão, mantendo acompanhamento sobre os criminosos, para que se consigam melhores provas contra os envolvidos em organizações criminosas ou tráfico de drogas.
Este instituto foi criado pelo art. 2°, II, da Lei n. 9.034/95, para permitir à policia retardar a prisão em flagrante de crimes praticados por organizações criminosas e também passou a ser previsto no art. 53, II, da Lei n 11.343/06 (Lei antidrogas).
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO AGENTE
Se o autor não foi preso no local da infração e não está sendo perseguido, sua apresentação espontânea perante a autoridade policial impede sua prisão em flagrante, devendo o infrator ser liberado após sua oitiva. Se o delegado de policia entender necessário em razão da gravidade do delito viabilizar a investigação, poderá representar para que o juiz decrete a prisão preventiva ou temporária. (STF – RHC 64.550/PA e STF – RHC 61.442/MT)
SUJEITOS DO FLAGRANTE
a) SUJEITO ATIVO - O art. 301, CPP: “art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.”
● FLAGRANTE FACULTATIVO Qualquer do povo, agindo no exercício regular de direito, Ex. segurança de estabelecimentos comerciais, guardas noturnos, Guarda Civil Municipal.
● FLAGRANTE OBRIGATÓRIO/COERCITIVO Autoridade policial e seus agentes (mesmo fora de serviço), agindo no estrito cumprimento do dever legal, têm o dever de dar voz de prisão em flagrante ao criminoso.
 
 b) SUJEITO PASSIVO 
A regra é que qualquer pessoa pode ser presa. 
Temos algumas exceções, as chamadas imunidades prisionais:
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Não pode ser preso em flagrante por mais grave que seja o crime praticado, ainda que na presença de diversas pessoas. Art. 86, § 3°, da CF, que só permite que o chefe do Executivo seja preso após sentença condenatória em julgado.
Por ausência de regra constitucional que estenda tal imunidade os governadores dos Estados, Prefeitos, podem ser presos em flagrante ou preventivamente.
 
DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES
Só podem ser presos em flagrante pela pratica de crime inafiançável, sendo que, nas 24 horas seguintes, os autos serão remetidos à respectiva casa (Câmara ou Senado), para que esta, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão, podendo até mesmo soltar o infrator (art. 53, § 2°, da CF).
Se for mantida a prisão em flagrante, caberá ao STF convertê-la em preventiva, porque gozam (Deputados e Senadores) de foro por prerrogativa de função.
DEPUTADOS ESTADUAIS
O art. 27, § 1° da CF diz que se aplicam a eles as mesmas regras atinentes aos Deputados Federais. Só podem ser preso em flagrante por crime inafiançável, encaminhado os autos a Assembleis Legislativa em 24 horas para que decida sobre a prisão e depois para o Tribunal de Justiça.
MENORES DE IDADE
Os menores de 18 anos são inimputáveis nos termos dos arts. 228 da CF e 27 do CP. Não se sujeitam às regras prisionais do CPP. Será possível a apreensão em flagrante pela pratica de ato infracional, para posterior apresentação à Vara da Infância e Juventude, nos termos arts. 171 e seguintes do ECA.
5) INIMPUTÁVEIS EM RAZÃO DE DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO METAL INCOMPLETO OU RETARDADO
Podem ser presos em flagrante porque se sujeitam às regras do CPP para eventual aplicação de medida de segurança (art. 319, VII, do CPP).
6) DIPLOMATAS ESTRANGEIROS
A Convenção de Viena outorga essa imunidade a Embaixadores, Chefe de Estados e de Governo Estrangeiro abrangendo sua famílias (abrange tanto crimes funcionais como os crimes comuns). Em relação ao Cônsul, a imunidade é restrita aos crimes funcionais
7) MEMBROS DO MP E DA MAGISTRATURA
Podem sofrer prisão preventiva, temporária ou em flagrante de crime inafiançável.
Os magistrados, após a lavratura do auto de prisão, devem ser apresentados imediatamente ao Presidente do Tribunal a que estejam vinculados (art. 33 da Lei Complementar n. 35/79) e os membros do MP devem ser apresentados ao Procurador-Geral no prazo de 24 horas (art. 40, III da Lei n. 8.625/93).
8) ADVOGADOS
De acordo com o art. 7°, § 3°, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da OAB) diz que o advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável. Acrescenta o art. 7°, IV da mesma lei que no momento da lavratura do flagrante tem que ter o representante da OAB, sob pena de nulidade.
Se o crime for afiançável no desempenho da advocacia, é vedada a prisão em flagrante, devendo a autoridade policial instaurar inquérito regular, se não for no desempenho da profissão será preso em flagrante aplicando a regra comuns do CPP.
9) ELEITOR
O art. 236, caput, da Lei n. 4.737/65 (Código Eleitoral) dispõe que nenhuma autoridade poderá prender o eleitor nos cinco dias que antecedem as eleições, até quarenta e oito horas após o encerramento da votação, salvo na hipótese de flagrante delito ou em virtude de sentença condenatória por crime inafiançável.
10) CANDIDATO
Nos quinze dias que antecedem as eleições, o candidato só pode ser preso em flagrante. Nenhuma outra forma de prisão pode ser cumprida nesse período.
11) MEMBROS DAS MESAS RECEPTORAS E FISCAIS DE PARTIDO
Quando estiverem no desempenho de suas funções no dia das eleições e da respectiva apuração só poderá ser preso em situação de fragrância (art. 236, § 1°, do Código Eleitoral). Não é possível qualquer outra forma de prisão.
CRIMES QUE ADMITEM A PRISÃO EM FLAGRANTE
A prisão em flagrante, em regra, é possível em todas as espécies de infração penal. Algumas hipóteses que demandam certos esclarecimentos.
● Crimes de Ação Privada ou de Ação Pública Condicionada á Representação
Admitem a prisão em flagrante, porém, o respectivo auto de prisão só poderá ser lavrado se houver requerimento do ofendido ou de seu representante legal, nos crimes de ação privada, ou se for apresentada a representação nos crimes que dela dependem. Tem que ter a existência de previa autorização da vitima ou de sua representação.
● Homicídio e Lesão Culposa na Direção de Veiculo Automotor
O art. 301 da Lei n. 9.503/97 veda a prisão em flagrante do responsável pelo acidente de transito com vitima que preste imediato e integral socorro a esta.
●Crimes Permanentes
A prisão em flagrante é possível enquanto não cessada a permanência (art.303 do CPP). Ex. crime de extorsão mediante sequestro, enquanto a vitima estiver em poder dos sequestradores.
● Infrações de Menor Potencial Ofensivo
São todas as contravenções e os crimes cuja pena máxima não exceda dois anos.
O ato da prisão em flagrante é perfeitamente possível, porém, sendo o autor da infração conduzido a delegacia policial, não será lavrado o auto de prisão, mas mero termo circunstanciado, quando o autor da infração for encaminhado de imediato ao Juizado Especial Criminal ou assumir o compromisso de fazê-lo logo que possível.
Ex. Cabeção dirigi palavras de baixo calão a um policial que esta abordando na rua. O policial deve dar voz de prisão em flagrante a ele por crime de desacato e levar para uma delegacia de policia. Será lavrado o termo circunstanciado e o autor da infração será liberado.
● Crime Continuado
Cada uma das ações delituosas, por si só, constitui ilícito penal, então o agente poderá ser preso em flagrante ao realizá-la. A jurisprudência fixou entendimento possibilitando a continuidade delitiva quando as ações ocorrerem dentro do lapso de 30 dias, pode o infrator acabar preso em flagranteduas vezes ou mais por condutas criminosas que compõe a continuação.
Ex. Cabeção entra em um mercado e é preso por tentativa de furto, sendo, liberado no mesmo dia pelo delegado após prestar fiança. No dia seguinte, retorna ao mercado onde novamente tenta subtrair mercadorias, sendo igualmente preso em flagrante.
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
É o documento elaborado sob a presidência da autoridade policial a quem foi apresentada a pessoa presa em flagrante e no qual constam as circunstancias do delito e da prisão. O auto deve ser lavrado no prazo de 24 horas a contar do ato da prisão. No art. 306, § 1°, do CPP exige cópia dele seja enviada ao juiz competente dentro do mencionado prazo a fim de que aprecie a legalidade da prisão, bem como verifique a possibilidade de concessão de liberdade provisória ou a necessidade de decretação da prisão preventiva. Se não fizer constitui o crime de abuso de autoridade (art. 4°, c, da Lei 4.898/65) bem como comunicar imediatamente ao MP, conforme o art. 306, caput, do CPP.
O delegado deve perguntar se o indiciado quer comunicar a algum familiar ou outra pessoa sobre sua prisão, se o mesmo possui advogado (art. 5°, LXII, da CF), se o preso informar que não tem Defensor constituído, deverá enviar copia do auto à Defensoria Pública para que analise e pleiteie relaxamento de prisão, liberdade provisória etc.
PROCEDIMENTO PARA A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
São as seguintes as etapas do auto de prisão em flagrante:
a) Captura do agente - neste primeiro momento, o emprego de força é medida de natureza excepcional, devendo se liminar àquilo que seja necessário para vencer a resistência ativa do capturando.
b) Condução coercitiva – deve a pessoa presa, bem como as testemunhas, ser levadas à presença da autoridade policial. O condutor do flagrante apresenta o preso e narra verbalmente a ela o ocorrido (o crime e as circunstancias da prisão).
Se o delegado entender que o fato narrado não constitui ilícito penal ou que não é caso de fragrante, deve relaxar a prisão e liberar a pessoa que lhe foi apresentada.
Ou pode determinar a lavratura de boletim de ocorrência e instaurar inquérito mediante portaria, uma vez que o fato narrado é crime mais não foi flagrante delito.
Ademais, se entender que foi flagrante inicia-se de acordo com o art. 304, do CPP.
c) Oitiva do condutor – da pessoa que levou o preso até a delegacia e apresentou a autoridade policial. O condutor não precisa ter presenciado o crime ou ter sido o responsável pela prisão. Ex, o segurança da loja prende o ladrão por furto e entrega ao policial militar. Este PM é quem vai ser o condutor e o segurança será testemunha do fato.
Finda a oitiva do condutor a autoridade policial, desde logo, colherá sua assinatura no termo de declarações e lhe entregará uma copia do depoimento e recibo de entrega do preso, sendo dispensável sua permanência até o final do auto de prisão.
d) Oitiva das testemunhas – devem ser ouvidas no mínimo duas. Se o condutor tenha também presenciado o delito, poderá ser ouvido nesta dupla condição (condutor e 1ª testemunha). Se não existirem testemunhas da infração penal, o delegado terá que providenciar duas testemunhas de apresentação o assinem (art. 304, § 2°, CPP). A testemunha lançará sua assinatura logo em seguida ao seu depoimento, devendo ser imediatamente liberada.
e) Interrogatório do preso – o preso tem o direito constitucional de permanecer calado, sem que isso possa ser interpretado em seu desfavor (art. 5°, LXIII, da CF). Nesse caso o delegado consta expressamente que ele fez uso desse direito então o preso assina que fez esta opção.
A impossibilidade de interrogatório do preso não impede a confecção do auto de prisão em flagrante. Por exemplo, quando o preso é ferido na fuga e internado em hospital, estando sem condições de prestar declarações no momento. Ocorrendo isso, o indiciado será ouvido posteriormente. Se caso alguma testemunha ou o indiciado recusarem-se a assinar ou não souberem ou não pode assinar o termo, o delegado pedirá a alguém que assine no lugar, depois de lido ne presença do depoente (art. 216 do CPP). Testemunha de leitura.
LAVRATURA DO AUTO
A autoridade colhe vários depoimentos, transcrevendo cada qual em folha separada, e, ao final, elabora um termo, declarando resumidamente a razão da prisão, as circunstâncias da apresentação do preso e as providencias tomadas na delegacia, anexando-a aos depoimentos prestados. E no prazo de 24 horas, remeter os autos à autoridade judiciaria para as providencias previstas no art. 310 do CPP: relaxamento da prisão, se ilegal; conversão do flagrante em prisão preventiva; ou concessão de liberdade provisória com ou sem fiança. Ao MP e á família do preso ou pessoa por ele indicada.
REMESSA DOS AUTOS A DEFENSORIA PÚBLICA
A lei previu que a autoridade policial estará, igualmente, obrigada, em 24 horas após a realização da prisão, caso o indiciado não informe o nome do seu advogado, encaminhar cópia integral do auto de prisão em flagrante a Defensoria Pública (art.306, § 1°, 2ª parte CPP).
NOTA DE CULPA
É um documento por meio do qual o delegado de policia dá conhecimento ao preso os motivos de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. Prazo de 24 horas, se não for entregue o flagrante deve ser relaxado por falta de formalidade (art. 306, § 2° do CPP). 
PROVIDÊNCIAS QUE DEVEM SER TOMADAS PELO JUIZ AO RECEBER A CÓPIA DOA AUTO DE PRISÃI EM FLAGRANTE
A autoridade policial deve encaminhar ao juiz competente cópia do auto de prisão no prazo de 24 horas conforme art. 306,§ 1° do CPP.
O juiz ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante deverá de forma fundamentada tomar uma das seguintes decisões art. 310 do CPP:
I - Relaxar a prisão ilegal;
II - Converter a prisão em flagrante em preventiva se presente os requisitos do art. 312 do CPP
(se não se mostrar adequada ou suficiente a aplicação de medida cautelar diversa da prisão);
III - Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Esta previsto no art. 5°, LXV, da CF que diz que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciaria.
COVERSÃO DA PRISÃO EM FLARANTE EM PRISÃO PREVENTIVA
Tendo sido a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a liberdade provisória ou se decretará a prisão preventiva. Sendo esta última medida de caráter excepcional, o juiz só poderá decretá-la se estiverem estritamente presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP. O juiz deve ainda, verificar, a gravidade do delito cometido, os antecedentes do preso, que podem indicar tratar-se de criminoso contumaz, a probabilidade de a vitima sentir-se constrangida em prestar depoimento, por exemplo, contra um vizinho acusado de homicídio etc.
Outrossim, deve o juiz verificar se não cabe a aplicação de qualquer outra medida cautelar diversa da prisão (recolhimento noturno, monitoramento eletrônico, proibição de ausentar-se da Comarca etc. previstas nos artigos 319 e 320 do CPP).
Obs: O art. 311 do CPP diz que não pode decretar prisão preventiva de oficio durante o IP. Está hipótese só será aplicável no caso do indiciado solto, posto que a decretação da prisão, dependendo do caso, poderá atrapalhar as investigações, porque senão a autoridade policial passaria a ter prazo de dez dias para concluir o IP.
PRISÃO PREVENTIVA
Modalidade de prisão processual decretada exclusivamente pelo juiz de direito quando presente os requisitos expressamente previstos em lei. Encontra embasamento no art. 5°, LXI da CF/88.
Como se trata de medida cautelar, pressupõe a coexistência do fumus comissi delicti e do periculum libertatis.
■ Fumus comissi delicti - é a exigência de que o fato investigado seja criminoso, bem como da existência de indícios de autoria e prova da materialidade da infração em apuração.
■ Periculum libertatis – o risco que a liberdade do agente representa. Significa dizer que caso se espere o regular andamento do processo, para o final obtermos um decretocondenatório, a prisão provavelmente terá se tornado algo inútil, seja por que o réu fugiu, ameaçou testemunha, etc.
DECRETAÇÃO
Tanto no inquérito policial como na instrução criminal poderá ser decretada a prisão preventiva pelo juiz:
a) De oficio; 
b) A requerimento do Ministério Público;
c) A requerimento do querelante;
d) Mediante representação da autoridade policial.
■ Quando o autor da infração tiver sido preso em flagrante e o juiz, ao receber a cópia do auto no prazo de 24 horas da prisão, convertê-la em preventiva. Nesse caso não é necessário requerimento do MP ou representação da autoridade policial, art.310 do CPP.
■ Quando o autor da infração não tiver sido preso em flagrante, mas as circunstancias do caso concreto demostrarem sua necessidade. (durante as investigações policiais, requerimento do MP ou representação da autoridade policial
■ Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da prisão anterior imposta.
PRESSUPOSTOS
Só é possível a prisão preventiva se, no caso concreto, houver indícios suficientes de autoria e prova da materialidade do crime. (fumus boni juris – “fumaça do bom direito”) Entretanto, não é suficiente para que seja decretada a prisão do acusado ou indiciado. Porque o art.312 do CPP estabelece as situações em que se faz necessário o encarceramento cautelar.
FUNDAMENTOS
São os motivos (às razões de fato) que autorizam o juiz a decretar a prisão preventiva.
1)Garantia da ordem pública – quando se mostra necessária afastar imediatamente o acusado do convício social em razão da sua grande periculosidade demostrada pelo cometimento de delito de extrema gravidade ou por ser pessoa voltada à pratica reiterada de infrações penais. Esta é certamente a causa da decretação do maior número de prisões.
2)Garantia da ordem econômica – trata-se de prisão decretada a fim de coibir graves crimes contra a ordem tributária (art. 1° a 3° da Lei n. 8.137/90) o sistema financeiro (Lei n. 7.492/86) a ordem econômica (Lei n. 8.176/91, art. 4° a 6° da Lei n. 8.137/90). São os crimes de colarinho branco.
3) Para garantir a conveniência da instrução criminal – ocorre nos casos em que o acusado, solto dificulta ou impede o regular andamento processual, seja porque ameaça testemunhas, forja provas, apaga os vestígios deixados pelo delito. A prisão surge assim para permitir que o processo retome o seu curso normal.
4) Para assegurar a aplicação da lei penal – ocorre nos casos em que há risco concreto de fuga por parte do acusado.
5) Nos casos de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares – esse requisito foi introduzido pela Lei 12.403/2011 e permite a decretação da preventiva caso o agente descumpra as outras medidas cautelares anteriormente impostas.
Ex. O juiz determine o monitoramento eletrônico do réu e ele destrua a tornozeleira eletrônica. 
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE
Será admitida a prisão preventiva:
1)Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 04 (quatro) anos. Ex. lesão corporal de natureza grave, roubo, extorsão, extorsão mediante sequestro, estelionato, estupro, concussão, tortura, tráfico de drogas etc.
2)Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado (reincidente em crime doloso).
3) Se o crime envolver violência domestica ou familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa deficiente, quando houver necessidade de garantir a execução de medidas protetivas de urgência.
Ex. suspensão do direito à posse de arma de fogo, afastamento do lar, proibição de aproximação da vitima, seus familiares ou testemunhas, restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores. Há também medidas protetivas nos arts. 43 a 45 do Estatuto do Idoso, e arts. 98 a 101 do ECA.
Observação: Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (art. 313, parágrafo único, do CPP).
Observação: A prisão preventiva poderá ser decretada e revogada quantas vezes for necessário, conforme estejam ou não presentes os seus requisitos. (art. 316 do CPP)
Não será decretada a prisão preventiva:
a) Nas contravenções penais;
b) Nos crimes culposos;
c) Quando o acusado tiver acobertado por uma excludente da ilicitude (art. 23 do CP) c/c art. 314 do CPP.
PRAZO: A prisão preventiva não é decretada por prazo determinado, não podendo, entretanto, ficar o réu preso preventivamente por prazo indeterminado, sob pena de se caracterizar constrangimento ilegal.
PRISÃO PREVENTIVA DOMICILIAR
Previsto no art. 317 do CPP, possibilitou ao indiciado ou réu permanecer fechado em sua residência, e não em estabelecimento prisional, nas seguintes hipóteses:
a)Se for maior de 80 anos;
b)Se estiver extremamente debilitado por motivo de doença grave;
c)Se se tratar de pessoa imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos de idade ou com deficiência;
d)Se se cuidar de gestante a partir do 7° mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.
Em tais casos, o acusado só poderá deixar as dependências da residência com autorização judicial ou nas datas em que haja ato do processo (audiência, por exemplo). Aquele que não tiver residência não poderá auferir dessa modalidade de prisão.
PRISÃO TEMPORÁRIA
É uma medida privativa da liberdade de locomoção, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de crimes considerados graves, durante o inquérito policial (Lei n. 7.960/89)
PROCEDIMENTO
a) Será decretada pelo juiz somente durante o inquérito policial, (não pode fazê-lo de oficio);
b) A requerimento do Ministério Público ou em face da representação da autoridade policial (nesse caso, deverá ser ouvido o MP);
c) Dependerá de mandado judicial de prisão (art. 2° §§ 4° e 5°).
HIPÓTESES DE CABIMENTO (art. 1°)
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial, ou seja, quando houver indícios de que, sem a prisão, as diligências serão malsucedidas;
II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal. 
inciso III –
● Homicídio doloso (art. 12, caput, e seu § 2°);
● Sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus § § 1° e 2°);
● Roubo (art. 157, caput, e seus § § 1°, 2°, 3°);
● Extorsão (art. 158, caput, e seus § § 1°, 2°);
● Extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus § § 1°, 2°, 3°);
● Estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e paragrafo único);
● Epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
● Envenenamento de água potável ou substancia alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
● Quadrilha ou bando (art. 288);
● Genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n. 2.889/56);
● Tráfico de drogas (art, 33 da Lei n. 11.343/06);
● Crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492/86)
Observação: Exige-se necessariamente a presença do inciso III, conjugado com o inciso I ou com o inciso II. Não se exige, assim, a presença de todos os requisitos, e sim o II + III ou I + III ou I + II + III.
 
 PRAZO
O prazo de duração da prisão temporária é em regra, de 05 (cinco) dias, prorrogáveis por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. (art. 2°, caput)
Em se tratando de crimes hediondos e equiparados (trafico de drogas e terrorismo) o prazo máximo de duração é de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. (art. 2°, § 4°, da Lei n. 11.464/2007).
Observação: Expirado o prazo pelo qual foi fixada a prisão temporária, o preso deve ser posto imediatamente em liberdade pela autoridade policial,que não precisará de ordem judicial, sob pena de responder pelo crime de abuso de autoridade.
LIBERDADE PROVISÓRIA
A liberdade provisória é uma contracautela que substitui a custódia provisória, com ou sem fiança. Diz-se contracautela, pois a cautela é a prisão. Assim, a liberdade provisória é uma contraposição, cujo antecedente lógico é a prisão cautelar. 
Tem por fundamento o art. 5°, LXVI, da CF “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
A liberdade provisória perdura até a sentença transitar em julgado. Se condenatória, dar-se-á inicio à execução da pena; se absolutória, tornará a liberdade definitiva.
ESPÉCIES
A liberdade provisória poderá ser:
a)Permitida ou Vinculada, quando simplesmente autorizada em lei, preenchidos os requisitos legais; (arts. 327 e 328 do CPP) Ex. legitima defesa; o juiz verificar que o réu é pobre.
b) Obrigatória ou desvinculada, quando o réu se livra solto; Ex. usuário de drogas (art. 28 da 11.343/06); art. 69 § único da Lei n. 9.099/95.
c) Vedada ou proibida, quando houver previsão legal vedando sua concessão, bem como nas hipóteses em que estiverem presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva. Ex. crime de racismo.
LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA SEM FIANÇA
Por vezes, poderá ser concedida a liberdade provisória sem que seja necessário prestar fiança. Essa possibilidade permitirá a concessão de liberdade provisória até mesmo nas hipóteses de crime afiançável.
1) Se o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato sob o manto de causa excludente de ilicitude (art.310, caput, CPP); Ex. legitima defesa, estado de necessidade, etc.
2) Se o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva, prevista, nos arts. 311 e 312 do CPP) (art. 310, paragrafo único do CPP);
 
3) Nos casos em que couber fiança, o juiz verificar a impossibilidade de o réu prestá-la, por motivo de pobreza, sujeitando-o às obrigações previstas nos arts. 327 e 328 do CPP (art. 350 do CPP).
A lei prevê, ainda, situações em que não será o agente preso em flagrante, nem será exigida fiança.
LIBERDADE PROVISÓRIA OBRIGATÓRIA OU DESVINCULADA
I) Ao condutor de veiculo, nos casos de acidente de transito de que resulte vitima, se lhe prestar pronto e integral socorro (Lei n. 9.503/97 – CTB, art. 301);
II) Ao autor de infração penal de menor potencial ofensivo que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer (Lei n. 9.099/95, art. 69 § único).
III – Art. 48, § 2° da Lei n. 11.343/06, aplica-se para usuário de drogas (art. 28 da referida lei)
LIBERDADE PROVISÓRIA MEDIANTE FIANÇA
O legislador brasileiro não indicou expressamente quais os crimes afiançáveis. Preferiu indicar as situações em que não será admitida a fiança, bem como apontar os crimes considerados inafiançáveis.
São considerados crimes inafiançáveis pela CF/88 e pela legislação ordinária:
a) O crime de racismo (art.5°, XLII, da CF e art. 323, I do CPP);
b) Os crimes de tortura, trafico de drogas, terrorismo, e hediondos (art. 5° XLIII, da CF e art. 2°, II, da Lei n. 8.072/90 e art. 323,II do CPP)
c) A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e Estado Democrático (art. 5°, XLIV, da CF e art. 323, III do CPP);
d) Os crimes contra o sistema financeiro, punidos com reclusão (art. 31 da Lei n. 7.492/98);
e) Os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores previsto na Lei de Lavagem de Dinheiro)
f) Ao agente que tiver intensa e efetiva participação na organização criminosa (art. 7° da Lei n. 9.034/95).
Ocorre hipóteses de inafiançabilidade também descrita no art. 324 do CPP. Assim, não será concedida fiança:
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida, ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações previstas nos art. 327 e 328 do CPP. Trata-se de outra imposição a reforçar o instituto da fiança. Se a fiança é concedida como uma forma de exceção à prisão cautelar, a quebra da fiança vem demostrar seu descabimento no caso, tornando-a inaplicável;
II – em caso de prisão por mandado do juiz civil, de prisão disciplinar, administrativa ou militar. Essa hipótese tem por fundamento o fato de que a fiança é um instituto que tem a finalidade de garantir o comparecimento do réu ou investigado aos atos do inquérito ou processo penal. Fora desse escopo, não se justifica a concessão de fiança.
III – quando presentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312 do CPP). Nesse caso, a lei reputa que se afigurará desaconselhável a concessão de liberdade.
Observação: a proibição de concessão de fiança e liberdade provisória que constava no § único dos arts. 14 e 15, bem como no art. 21 da Lei n. 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento foi declarada inconstitucional pelo STF (ADIN n. 3.112-1).
FIANÇA
CONCEITO
Fiança é a garantia real que consiste na entrega de bens ao Estado, com o fim de assegurar a liberdade do indiciado ou réu durante a persecutio criminis.
 
OBJETO
Consistirá no deposito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da divida pública, federal, estadual ou municipal ou em hipoteca (art. 330 do CPP).
CONCESSÃO
A fiança será concedida, independente de requerimento:
1) Pela autoridade policial, durante o inquérito, nos casos de infração punida com pena privativa de liberdade que não ultrapasse 04 (quatro) anos (art. 322 do CPP). Caso haja recusa ou demora da autoridade policial, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la por simples petição dirigida ao juiz competente que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (art. 335, do CPP).
2) Pelo juiz, dentro de 24 horas do requerimento, não sendo necessária, nesse caso, a prévia manifestação do MP, que somente será cientificado depois de concedida (art. 333, do CPP).
Observação: a fiança poderá ser prestada a qualquer tempo, enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória (art. 334, do CPP). Poderão prestar fiança o próprio indiciado ou réu, bem como terceira pessoa.
VALOR
O art. 325, estabelece os limites do valor da fiança, e prevê os valores em salario mínimo vigente:
a) De 01 a 100 (cem) salários mínimos, quando a infração for punida com pena privativa de liberdade, não for superior a 04 (quatro) anos (inciso I);
b) De 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando a infração for punida com pena privativa de liberdade superior a 04 anos. (inciso II).
Observação: esses valores poderão ser dispensados, na forma do art. 350 do CPP, reduzidos em até 2/3; ou aumentado até 1.000 (mil) vezes, dependendo da situação econômica do réu ou indiciado.
Os valores da fiança será fixado de acordo com os seguintes critérios:
a) A natureza da infração;
b) As condições pessoais de fortuna e do indiciado ou réu;
c) A sua vida pregressa;
d) As circunstâncias indicativas da sua periculosidade;
e) A importância provável das custas do processo;
DESTINAÇÃO DO VALOR DA FIANÇA
Condenado definitivamente o réu, a fiança servirá para pagamento das custas processuais, de eventual indenização obtida em ação civil ex delicto, da prestação pecuniária e, se imposta, da pena de multa.
OBRIGAÇÕES DO AFIANÇADO
1) Comparecer perante a autoridade quando intimado para determinado ato (art.327);
2) Não mudar de residência, sem previa permissão do juiz (art. 328);
3) Não se ausentar por mais de 08 dias da sua residência sem comunicar ao juiz (art.328)
QUEBRAMENTO
São hipóteses de quebra da fiança:
a) Quanto o beneficiário, não comparecer a ato do processo, se legalmente intimado para tanto, sem provar, incontinenti, motivo justo (art. 341, I, do CPP);
b) Quando o beneficiário, deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo (art. 341, II, do CPP); Ex. mudar de endereço, coação de testemunhas.
c) Quando o beneficiário descumprirmedida cautelar imposta cumulativamente com a fiança (art. 341, III, do CPP);
d) Quando o beneficiário resistir injustificadamente a ordem judicial (art.341, IV, CPP). Ex. réu não comparece ao interrogatório, réu intimado descumpri a ordem.
e) Quando o beneficiário praticar nova infração penal dolosa (art. 314, V, CPP).
A quebra da fiança terá por efeitos:
1) A perda de metade do valor da fiança, que será recolhido ao Fundo Penitenciário (art. 346, CPP);
2) O juiz deverá decidir sobre a imposição de medidas cautelares, ou se, for o caso, a decretação da prisão preventiva (não é obrigado) (art. 343, CPP);
3) A impossibilidade da concessão de nova fiança no mesmo processo (art. 324,I, CPP).
REFORÇO DA FIANÇA
O art. 340 enumera as hipóteses de reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados ou depreciação dos materiais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
CASSAÇÃO
Será cassada a fiança, em qualquer fase do processo, restituindo-se integralmente o seu valor a quem quer que atenha prestado, quando:
a) O juiz reconhecer que não poderia ter sido concedida, por se tratar de crime inafiançável (art. 338, CPP) Ex. noticia de condenação anterior por crime doloso.
b) For reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito (art. 339, CPP);
C) Seja determinado o reforço da fiança, sem que o réu cumpra a determinação (art. 340, parágrafo único).
PERDA
Haverá perdimento (ou perda) do valor total da fiança se, condenado, o réu não se apresentar à prisão (art. 344, CPP).
DISPENSA DA PRESTAÇÃO
O juiz, verificando a situação econômica do réu, poderá dispensá-lo de prestá-la, concedendo-lhe liberdade provisória vinculada apenas as obrigações previstas nos arts. 327 e 328 do CPP (art.350, caput, CPP).
RECURSO CABIVEL
De acordo com a determinação do art. 581, I, CPP, caberá recurso em sentido estrito da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança ou conceder liberdade provisória.

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