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Aulas de Dinâmica e Organização escola

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Aulas de Dinâmica e Organização escola- 01 a 06
AULA 01
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
 
DISCUSSÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DE COMPREENDER O CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO E SOCIAL DO SISTEMA
EDUCATIVO
 
Esperamos que suas leituras colaborem para um aprofundamento de seus conhecimentos e um resgate de suas experiências. Gostaríamos que, nessa primeira leitura, você possa:
 
* Aguçar seu olhar de pesquisador/pesquisadora sobre a estrutura e a dinâmica escolar.
* Identificar componentes da complexa estrutura escolar e relacioná-los ao contexto social.
* Refletir sobre o seu papel na estrutura escolar, no sistema educacional e na dinâmica social.
 
 
 
 
 O QUE O ESPAÇO ESCOLAR NOS REVELA?
 
Quando falamos sobre escola, você provavelmente se lembrará da época em que você cursou o Ensino Fundamental e Médio. Ao pensar sobre esta época, poderá reconhecer uma série de atitudes, protocolos e procedimentos comuns àquela época. Talvez se lembre de como as carteiras eram arrumadas na sala, de como era o espaço do refeitório, de quais eram suas brincadeiras favoritas. Durante seu percurso universitário, você provavelmente revisitou o espaço escolar com uma nova perspectiva, para cumprir as tarefas do curso - que incluem os Estágios Supervisionados e outras observações do espaço escolar. Nestas observações talvez tenha experimentado uma outra escola, diferente da escola da sua memória. Há diferentes razões para esse estranhamento/reconhecimento:
1° - ao revisitar a escola, pode perceber que ela passou por transformações (sutis, ou não) ao longo do tempo;
2° - ao revisitar a escola como professor em formação, sua perspectiva de observação não é mais como a de um estudante somente. Há lembranças de quando estudava, mas há também reflexões sobre o seu papel como professor na queke espaço;
3° - ao revisitar a escola, foi conduzido a relacionar uma série de saberes pedagógicos,históricos, científicos com suas observações;
Em resumo,ao revisitar a escola, você percebeu que você, a escola e seu papel nela se transformaram com o tempo. 
                             A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA
O espaço escolar é um espaço regido por uma série de forças. A escolha dos materiais, do mobiliário e de sua disposição, dos horários, da rotina tem uma intencionalidade. Nada está ali ou acontece ali por acaso. O espaço escolar é ao mesmo tempo particular - pois cada escola encerra em si mesmo suas particularidades, e também é parte de uma trama maior, parte de um contexto, parte de um Sistema Educativo (Sobre a ideia de Sistema Educativo leia a caixa de texto ao lado).
Pedimos que reflita sobre como a escola está organizada. 
Quando as aulas começam e terminam?
Quantas horas por dia as crianças e jovens estudam?
Que conteúdos precisam estudar?
Como são as salas de aulas? Como estão arrumadas?
Que materiais há na escola?
Que espaços, além da sala de aula, existem na escola?
Como são determinadas tais regras de organização?
 A DINÂMICA DA ESCOLA
A forma como a escola está organizada está intimamente relacionado com o que acontece no cotidiano escolar. Os espaços, as rotinas e os horários são pensados para atender a comunidade escolar. Professores, funcionários, estudantes, familiares e gestores se relacionam neste cenário tentando se adequar às regras de organização e, ao mesmo tempo, imprimindo na escola suas próprias características. Assim cada escola, mesmo sendo organizada dentro do mesmo Sistema Educativo, pode diferir de outra nas relações diárias. As escolas são lugares de movimento, de escolhas, de pessoas.
Sugerimos que pense agora nas seguintes questões:
Quem entra na escola?
Quem sai da escola?
Quem abandona a escola?
Quem trabalha na escola?
Que rotinas existem na escola?
REFLETINDO SOBRE A ORGANIZAÇÃO E A DINÂMICA DAS ESCOLAS
Nosso roteiro de estudo será constituído pelos seguintes temas:
- Discussões sobre a trajetória histórica da escola: alguns períodos significativos para a formação da escola tal como a conhecemos serão visitados.
- Reflexões sobre a organização da escola: as bases legais que fundamentam a atual organização escolar, compreendendo a estruturação formal da escola na atualidade.
- A escola e a sociedade na atualidade: como a escola tem se transformado, o impacto das novas tecnologias, as relações estabelecidas na escola e o papel do docente frente à sociedade.
O PAPEL E O LUGAR DA ESCOLA
 
O autor Antonio Nóvoa nos convida a refletir sobre o papel da escola na atualidade. Para quê e para quem a escola existe? Que anseios temos em relação à escola? Têm sido atendidos?
Leia com atenção o trecho abaixo.
"O lugar da Escola vem sendo discutido com ardor e entusiasmo. Após um século de enormes progressos, surgem sinais claros de insatisfação e de mal-estar. É verdade que a Escola cumpriu algumas das suas promessas, em particular o compromisso de acolher todas as crianças. Mas quantas continuam ainda por realizar? Há cada vez mais alunos que abandonam a escola privados de tudo: sem um mínimo de conhecimentos e de cultura, sem o domínio das regras básicas da comunicação e da ciência, sem qualquer qualificação profissional. Contrariamente às suas intenções igualitaristas, a Escola continua, tantas vezes, a deixar os frágeis ainda mais frágeis e os pobres ainda mais pobres. Não espanta, por isso, que o século XXI se inicie no registo da polêmica e da controvérsia. Podem anunciar-se novas sociedades “educativas” ou “do conhecimento”, mas serão apenas palavras se se mantiver a distância entre “os que sabem” e “os que não sabem”, entre “os que podem” e “os que não podem”. Os sistemas de ensino – e os seus responsáveis – parecem bloqueados, incapazes de romper com as “inércias” e os “interesses”. Resignam-se ao “jogo das reformas”, na sua agitação vazia, no seu linguarejar sem sentido e sem ideias. Falta um pensamento novo, uma filosofia que ajude a imaginar outras lógicas, outros modelos e outras formas de organização dos espaços educativos". (NÓVOA, 2006)
Este trecho nos convida a refletir sobre que papel as instituições escolares têm frente a sociedade atual. Como o próprio autor afirmou, é sabido que há um avanço, principalmente quanto ao acesso dos estudantes às escolas. Mas isso não é tudo, não é mesmo? Cada vez mais existe uma preocupação com a qualidade da educação, com políticas de fortalecimento da escola, com a necessidade da valorização do profissional docente. No nosso país, estas preocupações aparecem aliadas a inúmeras questões sociais - necessidades sociais - de crescimento, conscientização e participação efetiva dos cidadãos nos diversos âmbitos da sociedade.
Ao falar especificamente sobre a educação na América Latina, os autores Danilo Streck, Telmo Adans e Chenon Moretti (2010) destacam a importância de se reconhecer que a nossa formação histórica, social e cultural influencia diretamente nas dinâmicas e organizações das estruturas educativas.
"Entendemos que, por ser herdeira de uma determinada formação histórica e cultural, forjou-se nesta parte do mundo um pensamento com algumas características próprias, em princípio, nem melhor nem pior que o pensamento em outros lugares. Mas é um pensamento que, em meio à fugacidade das ideias de fora que, como ondas, se sucedem em modas, busca encontrar raízes por onde continua subindo a seiva que, mesmo imperceptível, continua alimentando práticas e esperanças.
O labirinto, uma imagem forte na literatura latino-americana, é também uma metáfora muito apropriada para a nossa educação. Quando finalmente a maioria das crianças vão para a escola, surge a pergunta sobre como mantê-las numa instituição alheia ao seu mundo; quando os jovens e os adultos são introduzidos ao mundo letrado, este já não parece ser mais o mundo que conta e novas habilidades são exigidas pela sociedade e pelo mercado; quando os negros são incluídos, constatamos que ainda se trata de uma inclusão paliativa que pode estar perpetuando desigualdades.
O labirinto significa espera. Diz JorgeLuis Borges (1971, p. 14): "Oxalá fosse este o último dia de espera". Paulo Freire (2000, p. 5) completa: "Não te esperarei na pura espera/ porque o meu tempo de espera é um/tempo de quefazer". Talvez o labirinto seja a expressão das revoluções inacabadas que Orlando Fals Borda (1979) identifica na história da América Latina. Mas é também sempre a espwerança de novas possibilidades, como apontado por Gabriel Garcia Márquez no texto da epígrafe".
(STRECK et alli. 2010, 20)
Os autores do segundo texto abordam – de forma contundente – algumas questões pertinentes à educação da América Latina. Pensar a escola envolve considerar o contexto histórico, social e cultural na qual está inserida. E o apontam é que, apesar do avanço, a educação está em conflito... É necessário um aprofundamento para resolver as questões recorrentes no cotidiano da escola.
Aula 02
AULA 02
BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: A HISTÓRIA DA ESCOLA – 1ª parte
 
Como e quando a educação formal passou a fazer parte do cotidiano das pessoas? Por que isto aconteceu? Conhecendo um pouco da história poderemos pensar sobre quais os objetivos da educação escolar formal, e se, ainda hoje, ela detém a mesma importância e as mesmas características que no passado.
A HISTÓRIA DA ESCOLA: ESCOLA PARA QUÊ E PARA QUEM?
Vamos retomar aqui a ideia de sistema, discutida brevemente na primeira aula. Conforme nos diz Saviani, um sistema é uma criação que visa solucionar questões de um grupo, com ações, estratégias e recursos intencionalmente organizados para dar conta das necessidades percebidas  em determinado tempo e espaço social. Pensando assim no sistema educativo, podemos de forma resumida dizer que a formalização da educação busca atender necessidades sociais e históricas. Como a escola poderia fazer isso? Por difundir valores, práticas e conhecimentos necessários para a consolidação de uma sociedade. A educação formal, portanto, ensina aos indivíduos como assumir seu papel na sociedade em que vive.
Não podemos, porém, ser ingênuos e acreditar que estes papéis são os mesmos para todos os integrantes de uma sociedade. Isso se dá porque, sendo uma instituição criada, para e pela sociedade vai refletir as estruturas de poder, de pensamento, de organização política e econômica vigentes. Dessa forma, refletir sobre a escola e sua história é também refletir sobre a manutenção de estruturas sociais excludentes ou sobre ações de resistência à estas estruturas.
A organização da escola - o planejamento curricular, os projetos, os recursos humanos, o mobiliário e sua arrumação, os horários - são reflexos de intencionalidades. Quando pensamos na formação de professores críticos, pensamos em que estes tenham recursos para refletir e discutir tais intencionalidades. Um desses recursos é o conhecimento histórico, social, político e econômico relacionados à educação.
 
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO MUNDIAL
História da e na Educação são disciplinas específicas deste curso de formação. Por isso, aqui vamos apenas retomar alguns marcos importantes que influenciaram a formação do modelo escolar que conhecemos hoje.
Vamos tomar o esquema existente no site:  http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/educacao/te2406200537.shtml.
Segue abaixo a síntese apresentada no site e algumas considerações importantes.
CONSIDERAÇÕES:
 
SOBRE O SÉCULO XVI...
A ideia da educação perpassa pela necessidade de acesso às discussões religiosas que aconteciam à época. Ou seja, a educação visava atingir grupos que não tinham acesso à valores importantes na época, visava tirar estes grupos da exclusão e possibilitar que eles participassem mais ativamente da vida social - que era influenciada pelas ideias religiosas.
	Ainda hoje pensamos na escola como possibilidade de acesso à informações relevantes que circulam na sociedade. O acesso a determinados documentos, informações e materiais é considerado (há muito tempo) como condição para diminuição da exclusão e para a formação de cidadãos mais participativos e conscientes de suas responsabilidades sociais.
SOBRE O SÉCULO XVII...
A educação deixa de envolver apenas ações isoladas para um público específico, mas passa a atender um público maior, de forma institucional e formal.
	As instituições escolares passam a ser parte de um sistema maior, organizado e estruturado. Isto não significa, portanto, que todos tenham acesso a mesma escolarização. Como vemos hoje, apesar das normatizações, as ações pedagógicas nas diferentes escolas para diferentes públicas, sofrem diferenciações sensíveis.
 SOBRE O SÉCULO XVIII...
A defesa da ideia de escolarização universal, obrigatória e gratuita. O século das luzes se destaca pela busca da racionalidade como principal meio de se estabelecer uma sociedade igualitária. A defesa da educação como direito possibilitaria a diminuição da marginalização de grupos sociais e que mais pessoas participassem ativamente no crescimento da sociedade.
	A ideia de que todos os humanos teriam direito a ter acesso aos meios para participar da sociedade de forma igual refletia uma ideia ideal da educação - e um pouco romantizada. Ainda hoje podemos perceber esse discurso, embora - como já dizemos - muitas vezes a escola sirva para manter as distâncias entre os grupos sociais, reforçando estruturas de poder excludentes.
SOBRE O SÉCULO XIX...
 
Destaque para a questão econômica: há a necessidade de pessoas com condições para assumir funções na produção e na distribuição de materiais (indústria e comércio). Para isso seria necessário conhecimentos básicos, delineados pelas normatizações curriculares vigentes.
 
	A formação de mão de obra é uma questão importante para a educação. Podemos destacar duas razões: 1) Passa a haver a necessidade de uma organização curricular, uma padronização dos conhecimentos - aqueles necessários para atuação no mercado de trabalho principalmente. 2) A formação de mão de obra não é destinada a todos... alguns grupos sociais não serão formados para o trabalho operário. Assim, há uma diferenciação entre as finalidades da escola para os diferentes grupos sociais. Essas questões são importantes ainda hoje para se pensar a qualidade da educação pública.
 
SOBRE O SÉCULO XX...
A linha do tempo exibida acima, destacou um fato importante acontecido no século XX: a defesa da educação como direito. A partir daí, vários congressos e conferências vêm sendo realizados ´para definir como possibilitar que este direito esteja garantido a todos. Entre os eventos ocorridos no século XX, destacamos ainda:
 
1990 - Conferência Mundial sobre Educação para Todos em Jomtien, Tailândia.
Nesta Conferência foi criado um importante documento, do qual o Brasil é signatário. Dentre as metas propostas por este documento, apresentamos esta: 
Declaração de Jomtien - Artigo 3: Universalizar o acesso à educação e promover a equidade.
"Um compromisso efetivo para superar as disparidades educacionais deve ser assumido. Os grupos excluídos – os pobres; os meninos e meninas de rua ou trabalhadores; as populações das periferias urbanas e zonas rurais; os nômades e os trabalhadores migrantes; os povos indígenas; as minorias étnicas, raciais e linguísticas; os refugiados; os deslocados pela guerra; e os povos submetidos a um regime de ocupação – não devem sofrer qualquer tipo de discriminação no acesso às oportunidades educacionais".
 
1993 - Conferência de Cúpula de Nova Deli -, Índia, onde os nove países em desenvolvimento mais populosos - Brasil, China, México, índia, Paquistão, Bangladesh, Egito, Nigéria e Indonésia  - debateram sobre os rumos da educação e os desafios de promover Educação de qualidade para todos.
 
1994 - Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade em Salamanca, Espanha.
A Declaração de Salamanca, documento produzido neste encontro, é um marco na defesa da educação para todos e da educação inclusiva, como pode ser observado no trecho a seguir:
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
2. Acreditamos e Proclamamos que:
toda criança tem direitofundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades(...).
  
O século XX foi marcado por duas guerras mundiais, por governos totalitaristas e pelo advento do fascismo, eventos que privaram pessoas de seus direitos, fomentaram a pobreza e a desigualdade. Com o fim da Segunda Guerra Mundial havia a preocupação em que os direitos fundamentais fossem não só definidos como assegurados a todos e todas. Isso pode ser percebido pela publicação da Declaração dos Direitos Humanos. Este documento institui a educação como direito universal inalienável e, a partir daí, passou-se a discutir quão díspares eram o acesso e a permanência à educação entre os diversos grupos sociais. Os demais documentos passaram a tratar, por conseguinte, das diferenças entre os grupos e sobre metas para sanar estas disparidades.
SOBRE O SÉCULO XXI
Neste início do século XXI, as conferências e reuniões mundiais tem tratado de avaliar os avanços e impasses neste campo, buscando propor metas e estratégias para continuar diminuindo a disparidade no acesso à educação, melhorando a qualidade da educação oferecida e buscando meios de garantir que o processo de escolarização colabore com o desenvolvimento econômico, social e cidadão.
Destacamos aqui os seguintes documentos e Reuniões:
VII Sessão do Comitê Intergovernamental Regional do Projeto Principal para a Educação (PROMEDLAC VII), realizada em Cochabamba, Bolívia, de 5 a 7 de março de 2001. Nesta reunião estiveram presentes Ministros da Educação da América latina e Caribe.
 
2001 - Fórum Mundial de Educação, Dakar. Neste fórum, reafirmou-se o compromisso assumido nas demais Conferências acontecidas durante o século, estabelecendo as metas para Educação para Todos (ETP), buscando-se avaliar o processo de garantir a educação como direito de todos em nível mundial e estabelecer novas metas e estratégias de acordo com as avaliações realizadas. São seis metas, abaixo alistadas:
1. expandir e melhorar o cuidado e a educação da criança pequena, especialmente para as crianças mais vulneráveis e em maior desvantagem;
2. assegurar que todas as crianças, com ênfase especial nas meninas e crianças em circunstâncias difíceis, tenham acesso à educação primária, obrigatória, gratuita e de boa qualidade até o ano 2015;
3.assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos sejam atendidas pelo acesso equitativo à aprendizagem apropriada, a habilidades para a vida e a programas de formação para a cidadania
4.alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos até 2015, especialmente para as mulheres, e acesso equitativo à educação básica e continuada para todos os adultos
5.eliminar disparidades de gênero na educação primária e secundária até 2005 e alcançar a igualdade de gênero na educação até 2015, com enfoque na garantia ao acesso e o desempenho pleno e equitativo de meninas na educação básica de boa qualidade
6. melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar excelência para todos, de forma a garantir a todos resultados reconhecidos e mensuráveis, especialmente na alfabetização, matemática e habilidades essenciais à vida.(p.7)
Encontro Mundial pela Educação para Todos (Global Education for All Meeting), realizada em Muscat, Oman, de 12 a 14 de maio de 2014. Neste encontro, foi assinado o Acordo de Mascate, onde foram estabelecidos um objetivo geral e 7 metas para a educação:
 Objetivo Global:Garantir educação de qualidade, equitativa e inclusiva e educação ao longo da vida para todos até 2030.
 Meta 1: Até 2030, ao menos x% de meninas e meninos estejam preparados para a escola primária através da participação em uma educação e cuidados na primeira infância de qualidade, incluindo ao menos um ano de educação pré-primária gratuita e compulsória, com atenção particular à equidade de gênero e aos mais marginalizados.
Meta 2: Até 2030, todas as meninas e meninos completem a educação básica de ao menos 9 anos gratuita, compulsória e de qualidade e alcancem resultados de aprendizagem relevantes, com atenção particular à equidade de gênero e aos mais marginalizados.
Meta 3: Até 2030, todos os jovens e ao menos x% dos adultos alcancem um nível de proficiência em escrita e matemática suficiente para participarem plenamente na sociedade, com atenção particular à equidade de gênero e aos mais marginalizados. 
Meta 4: Até 2030, ao menos x% dos jovens e x% dos adultos tenham os conhecimentos e habilidades para uma vida e trabalho decentes através de uma educação técnica e vocacional, educação secundária e terciária e capacitação, com atenção particular à equidade de gênero e aos mais marginalizados. 
Meta 5: Até 2030, todos os alunos adquiram conhecimentos, habilidades, valores e atitudes para estabelecerem sociedades sustentáveis e pacíficas, inclusive através de uma educação cidadã global e educação para o desenvolvimento sustentável.
Metas de subsídio
Meta 6: Até 2030, todos os governos garantam que todos os alunos sejam ensinados por professores qualificados, profissionalmente capacitados, motivados e bem apoiados.
Meta 7: Até 2030, todos os países aloquem ao menos 4-6% do seu Produto Interno Bruto (PIB) ou ao menos 15-20% de seu gasto público em educação, priorizando os grupos mais necessitados; e fortalecendo a cooperação financeira para a educação, priorizando os países mais necessitados.
 
Fórum Mundial de Educação 2015 - Educação 2030: rumo a uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e à educação ao longo da vida para todos, realizado em Incheon, Coreia de Sul, entre 19 e 22 de maio de 2015. Neste Fórum foi assinada a Declaração de Incheon, nela foram definidas as seguintes metas:
 
Meta 4.1: Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem uma educação primária e secundária gratuita, equitativa e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes.
Meta 4.2: Até 2030 garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso ao desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-primária, de modo que estejam preparados para a educação primária
Meta 4.3:Até 2030, assegurar a igualdade de acesso para todas mulheres e homens a uma educação técnica, profissional e superior e de qualidade, a preços acessíveis, inclusive a universidade
Meta 4.4:Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que  tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para o emprego, o trabalho decente e o empreendedorismo
Meta 4.5: até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, os povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade
Meta 4.6: Até 2030, garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos,tanto homens como mulheres, estejam alfabetizados e tenham adquirido conhecimentos básicos em matemática
Meta 4.7: Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram as habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável
Meios de implementação
Meta 4.a: Construir e melhorar instalações físicas para a educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros, não violentos, inclusivos e eficazes para todosMeta 4.b: Até 2020, expandir consideravelmente no mundo o número de bolsas de estudo disponíveis para países em desenvolvimento, principalmente para os países de menor desenvolvimento relativo, pequenos Estados insulares em desenvolvimento e países africanos, para inscrição na educação superior, incluindo programas de formação profissional e programas de TIC, engenharia, ciências e áreas técnicas, em países desenvolvidos ou outros países em desenvolvimento
Meta 4.c: Até 2030, aumentar substancialmente a oferta de professores qualificados,inclusive por meio da cooperação internacional para a formação de professores nos países em desenvolvimento, principalmente os países de menor desenvolvimento relativo e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento
PARA COMPLEMENTAR SEUS ESTUDOS...
Considerar a história para se compreender a educação não é algo novo. Isso fica evidente no texto Educação na França iluminista: Voltaire e o ensaio sobre a moral e os costumes dos povos, onde os autores falam sobre Voltaire e sua pesquisa sobre a natureza humana:
"Percebe-se que ao discutir a tolerância como possibilidade de conversar com outros mundos e com isso possibilidade de fazer circular as idéias, a educação para Voltaire é algo que se verifica no exercício diário das atividades que o homem realiza mediante a observação e o diálogo com o diferente. É a educação que lhe possibilita perceber-se e perceber a própria sociedade, ou seja, a reflexão e consciência de si mesmo. Não se trata aqui, evidentemente, da educação institucional como, por exemplo, a escola proporciona, mas da educação como a que ocorre e perpassa as relações sociais.
É com essa consciência de se aprender com e nas relações sociais que Voltaire volta-se para a história e isso fica explícito no Ensaio sobre a moral e os costumes. Essa obra, portanto, não faz parte do momento em que o autor procura ser reconhecido na corte, mas do filósofo que busca entender a natureza humana a partir de sua história e instituições. Para os pensadores do século XVIII, em particular para o autor em tela, a história se torna uma ocupação necessária e condição sine qua non para o entendimento e explicação das mudanças que estavam ocorrendo e, sobretudo, das transformações que estavam por vir" (LEAL; OLIVEIRA, 2007).
Aula 03
BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: A HISTÓRIA DA ESCOLA – 2ª parte
META DAS AULAS:
Conduzir uma investigação da educação brasileira a partir da sua história.
OBJETIVO DAS AULAS:
Apresentar fatos relevantes da origem das instituições escolares no Brasil.
CONTEÚDOS
Vamos continuar nosso passeio histórico pela educação, com uma atenção mais focada no Brasil. Nessa unidade, vamos conhecer alguns marcos históricos da educação brasileira. Nossa intenção é colaborar para um olhar mais atento para a escola, considerando as questões históricas como relevantes para seu desenvolvimento. Assim queremos levar você a:
Refletir sobre as origens da escola que conhecemos, hoje, no Brasil.
 BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: A HISTÓRIA DA ESCOLA – 2ª parte: BRASIL
 
Na unidade anterior trouxemos uma reflexão sobre a maneira como a escola que conhecemos, hoje, foi sendo consolidada, ao longo do tempo.
É o momento de trazer ao foco a Educação e a escola, tal como esse fenômeno pode se observado no Brasil.
Embora a educação no Brasil tenha se feito presente desde o início da colonização, a partir da ação de Franciscanos e Jesuítas, caracterizando-se como ensino religioso, só no século XIX registra-se o surgimento da escola pública.
O fenômeno da escolarização em massa, configurado a partir da segunda metade do século XIX, apresentou muitos aspectos comuns de abrangência global, entre eles: a obrigação escolar, a responsabilidade estatal pelo ensino público, a secularização do ensino e da moral, a nação e a pátria como princípios norteadores da cultura escolar, a educação popular concebida como um projeto de consolidação de uma nova ordem social (PEREIRA et alli. Site).
Mesmo assim, durante muitos anos, as escolas ou grupos escolares, estrutura seriada, organizadas, de modo geral em quatro classes ou séries, estiveram mais presentes nas cidades do que nas zonas  rurais, marcadas por escolas isoladas.
Muitos autores consideram que, a rigor, a escola no Brasil não atingiu plenamente o status de democrática: mesmo quando, numericamente, passou a atender à quase totalidade da população, não o fez com a mesma qualidade nem o ensino foi o mesmo para todos os atendidos.
 
 ALGUNS MARCOS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
 
SECULOS XVI, XVII e XVIII
Educação Jesuítica 1549 a 1759
Em 1759, expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, que cria as aulas régias de Latim, Grego e Retórica, autônomas e desarticuladas,  e  a Diretoria de Estudos, cujo funcionamento foi posterior ao afastamento de Pombal.  Desmontou-se o sistema jesuítico e nada o substituiu.
 
SECULO XIX
 
Em 1808, com a vinda da Família Real, foram criadas Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, mas a educação permaneceu como tema de menor importância.
Em 1824, na  primeira  Constituição brasileira, o  Art. 179, a afirmação de que  a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos".
Em 1826, foram instituídos, por decreto, quatro graus de instrução, a saber: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias.
Em 1834 as províncias passaram a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário.
Em 1835, surge a primeira Escola Normal do país, em Niterói.
Em 1837 foi criado o Colégio Pedro II.
 
SECULO XX
 
Várias reformas educacionais de âmbito estadual: no Ceará, a de Lourenço Filho (1923), na Bahia, a de Anísio Teixeira (1925), em Minas, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, (1927), no Distrito Federal (Rio de Janeiro), a  de Fernando de Azevedo (1928) e em Pernambuco, a de Carneiro Leão (1928).
Em 1934, criação da  Primeira Universidade de  São Paulo (SP).
Em 1935 Anísio Teixeira cria a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 1942, criação do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ).
Em 1946, criação do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961.
Lei 5692, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971, tendo como característica principal a formação educacional de caráter profissionalizante.
Lei 9394 de dezembro de 1996, que se refere, pela primeira vez, à modalidade de educação à distância.(BELLO, 2001)
SÉCULO XXI
Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação (PNE)
Emenda Constitucional n° 59, de 11 de Novembro de 2009 - Dentre outras alterações, tal documento assegura a ampliação da obrigatoriedade do ensino gratuito, modificando o texto do inciso I do artigo 208 da Constituição Federal. Este passou a vigorar da seguinte maneira:
 Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita a todos para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
Lei Nº 13.005, de 25 de Junho de 2014 - Plano Nacional de Educação
 
Lei Nº 13.415, de 16 de Fevereiro de 2017 - Modifica a organização curricular do ensino médio
MATERIAL PARA ESTUDO
Leia breves apresentações sobre os textos dessa unidade:
A longa história da formação do professor dos anos iniciais do ensino fundamental em instituição pública, no Rio de Janeiro, tem produzido diversos trabalhos acadêmicos como, entre os iniciais, da década de 1980 à primeira metade da década de 1990, Castro (1986), Accácio (1993), Mendonça (1993), Martins (1996). A relevância do tema da Escola Normal e do Instituto de Educação passa pela política educacional, especialmente a conduzida pelos reformadores da educação brasileira nos anos vinte e trinta do século XX. (...) Trata da organização , transformações, relevância da escola no movimento de mudança na educação, ordenação do campo educacional e profissionalizaçãodo educador. Observa a dinâmica do espaço escolar, a sistematização do tempo de formação geral e profissional e a seleção dos conteúdos sócio-culturais dos currículos. Trabalha a partir de fontes primárias produzidas do final do século XIX até a primeira metade do século XX (ACCACIO, site).
 
Podemos dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas marcantes, onde em cada período determinado teve características próprias.
A bem da verdade, apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade. As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na aprendizagem dos estudantes, embora existam outros critérios. O que podemos notar, por dados oferecidos pelo próprio Ministério da Educação, é que os estudantes não aprendem o que as escolas se propõem a ensinar. Somente uma avaliação realizada em 2002 mostrou que 59% dos estudantes que concluíam a 4ª série do Ensino Fundamental não sabiam ler e escrever (BELLO, 2001).
 
Um dos padrões consistente na modernidade é a constante circulação de idéias, é importante que compreendamos que a viagem dos ideários pedagógicos, das práticas educativas e escolares insere-se como um projeto de modernização buscado pela sociedade brasileira por volta de 1870. Neste sentido, é necessário analisar o que era considerado importante para integrar todo sistema de educação pública no século XIX, ou seja, sistema que evidenciasse progresso, numa visão de mundo ideal, que expresse uma modernidade educacional e de um projeto liberal de educação. (...) Vale ressaltar que nesse período o Brasil passava por profundas transformações de cunho social, político, econômico e cultural, a partir dessa contextualização descreveremos como a escola foi sendo organizada entre o período do final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, com a introdução de novos conceitos educacionais, relacionados à formação de professores e desenvolvimento de novas práticas pedagógicas, identificando nesse processo quais foram às questões que moveram o  pensamento educacional, e apontando os seus principais pensadores. Não se pretende com essas reflexões esgotar as analises dessas questões, objetiva-se contribuir com a discussão da origem da escola publica, porque somente a partir dessa pode-se compreender algumas características da escola pública na atualidade (PEREIRA et alli, site).
 
Após essa breve leitura, sugerimos que pesquise e amplie o esquema apresentado para relembrar pontos importantes de seus conhecimentos sobre História da Educação no Brasil. Se já cursou a disciplina História da Educação, retome seus materiais de estudo.
ATIVIDADES
Nossos textos para o estudo da unidade serão:
Leia o texto: “Formando o professor primário: a Escola Normal e o Instituto de Educação do Rio de Janeiro”, de Liéte Oliveira Accácio (UENF), disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/artigos_pdf/Liete_Oliveira_Accacio_artigo.pdf
A partir de suas leituras e reflexões, organize um resumo mais completo dos fatos mais marcantes da História da Educação no Brasil.
Estabeleça uma relação entre a situação política e econômica do país em diferentes períodos  históricos e a educação ou a escola que o caracterizava.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACCÁCIO, Liéte Oliveira. Formando o Professor Primário: a escola Normal e o Instituto de Educação. (site) Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/artigos_pdf/Liete_Oliveira_Accacio_artigo.pdf
 
BELLO, José Luiz de Paiva. Educação No Brasil: A História Das Rupturas. Pedagogia em Foco, Rio de Janeiro, 2001.
 
PEREIRA, L. A., FELIPE, D. A. e FRANÇA, F. F. Origem da escola pública brasileira: a formação do novo homem. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640120/7679
AULA 04
 
CONSTITUIÇÕES, LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E A ESCOLA: Organização e dinâmicas das relações escolares
META DAS AULAS
Olhar a escola a partir da legislação brasileira.
 
 
OBJETIVO DAS AULAS
Refletir sobre o papel das leis em delinear a educação brasileira.
 
CONTEÚDO
Nós já consideramos como a escola veio tomando forma ao longo da história mundial e brasileira. Porém, para garantir certas ações é necessário mais do que disseminar ideias. Assim, as leis no Brasil que tratam da educação, vêm buscando se renovar e se modificar para delinear os ‘moldes’ educacionais, de acordo com os interesses da sociedade. Nessa unidade, correspondente a duas aulas ou ao período de estudos de uma semana, vamos pensar um pouco sobre a organização da Educação e da escola no nas constituições brasileiras.
Esperamos ajudar você a:
Refletir sobre relação entre as constituições brasileiras, ao longo do tempo, e a forma como se delineiam a Educação e a escola, em diferentes momentos da história, da cultura e da sociedade.
CONSTITUIÇÕES, LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL E A ESCOLA
Na unidade anterior trouxemos uma reflexão sobre a Educação e a escola Nesta unidade, daremos um destaque especial à maneira como a questão educacional transpareceu  nas constituições brasileiras e como esse aparecimento – ou não – refletia o nível de preocupação social com a questão educacional  em distintas épocas, em cenários sociopolíticos específicos.
A preocupação com o acesso a uma escola de qualidade variou ao longo do tempo, como também variaram os próprios conceitos de acesso e qualidade da educação. As propostas de obrigatoriedade e gratuidade variaram desde o início de nossa história. A possibilidade de uma escola laica foi, também, resultado de um embate entre tendências religiosas  e de separação entre  educação e ensino religioso .
Para complementar esse estudo, vamos sublinhar alguns fatos importantes da nossa Linha do tempo:
 
 LINHA DO TEMPO
 
1824 - A primeira Constituição do Brasil. Esta foi a Constituição mais duradoura. Sobre Educação, afirmou o seguinte: "a instrução primária é gratuita a todos os cidadãos.
1827 - Lei de 15 de Outubro de 1827. Primeira lei de Educação do Brasil independente. Determinou em seu Artigo 1° que “em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias.”  Além disso, deixou estipulado o que deveria ser ensinado pelos professores: "ler, escrever, as quatro operações de aritmética, prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria prática, a gramática da língua nacional, os princípios de moral cristã e de doutrina da religião católica e apostólica romana proporcionadas à compreensão dos meninos" (TAMBARA & ARRIADA, 2005, p. 24).
1891 - Aprovação da primeira  Constituição Republicana. Nela, a questão da Educação aparece restrita  a cada estado da federação e o tema principal seria o da autonomia de cada unidade. Apenas a formação militar e o ensino superior seriam questões do âmbito federal.
 
1934 - Aprovação de nova Constituição com um capítulo dedicado às responsabilidades de estados e da União referentes à Educação. Caberia então, à  União  a definição de diretrizes  da educação nacional (ver art. 5º) e de um  plano nacional de educação   que permitisse coordenar e fiscalizar     o ensino  de todos os graus e ramos em todo o território do país (ver art. 150) sem abalar a autonomia dos estados. Assim seria ainda garantida a obrigatoriedade da escolaridade primária.
 
1937 - Promulgação, pelo Estado Novo, de uma nova Constituição que atribuía à União a o estabelecimento das bases e da normatização da educação em todo o território brasileiro e destituía  o plano nacional da educação.
 
1946 - Nova Constituição. Fim do Estado Novo  e retomada das  ideias educacionais da Constituição de 1934. Encaminhamento das discussões rumo à primeira  Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
 
1961 - Aprovação da Lei 4.024, primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta passou a entrar em vigor em 1962. Destacou-senesta legislação a criação do Conselho Federal de Educação e dos Conselhos Estaduais. 
 
1971 - Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases 5692/71. Esta foi uma atualização da LDB/61.
 
1988 - Promulgação de nova Constituição Federal, ainda em vigor. A Constituição Federal de 1988 tem sido considerada a mais democrática do Brasil, sobretudo pela participação popular. Mais de 12 milhões de brasileiros tiveram algum tipo de colaboração na formulação de122 emendas populares.
1996 - Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96,vigente até hoje no país. Vem sofrendo algumas alterações importantes ao longo dos anos, porém sua matriz vem sendo mantida. 
2001 - Plano Nacional de Educação (2001-2010). 
2009 - Emenda Constitucional n° 59. Alterou o texto de alguns artigos na Constituição Federal que tratam da Educação.
2014 - Plano nacional de Educação.
Art. 2o  São diretrizes do PNE:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
 
2017 - Lei 13.415, que regulamenta as modificações curriculares no ensino médio. Segundo o Artigo 4° desta lei;
O art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:  
“Art. 36.  O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber:  
I - linguagens e suas tecnologias; 
II - matemática e suas tecnologias; 
III - ciências da natureza e suas tecnologias;  
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; 
V - formação técnica e profissional. 
MATERIAL PARA ESTUDO
Para Carlos Fernando Mathias (2009) as Constituições brasileiras vêm mudando seu olhar em relação à educação:
O constitucionalismo, nos seus primórdios, privilegiava mais particularmente a garantia dos direitos e a separação de poderes. (...)
As constituições mais modernas, contudo, já não se prendem a esses cânones do constitucionalismo clássico, eis que muitas delas tratam, entre outras matérias, dos direitos sociais, da organização econômica e da social e dos direitos coletivos, por exemplo. Um estudo comparativo das constituições brasileiras, a partir da de 1824 até a de 1988, dá bem a medida dos câmbios no referente aos assuntos ditos constitucionais.
Tomando-se o trato da educação nas diferentes leis fundamentais brasileiras, tem-se boa ilustração sobre mudança de óptica, em particular centrada em um mesmo tema.
 
Para completar seus estudos, busque o texto “O Direito À Educação nas Constituições Brasileiras”, disponível em:
https://jus.com.br/artigos/29732/o-direito-a-educacao-nas-constituicoes-brasileiras/1
Este artigo, apresenta de forma breve, como a educação vem sendo pensada e ofertada no Brasil desde a promulgação da primeira constituição.
ATIVIDADE
A partir de suas leituras e reflexões, organize sua própria linha do tempo para a relação entre as constituições e o tratamento político dos temas Educação e Escola. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MATHIAS, Carlos Fernando. A Educação nas Constituições Brasileiras. In: http://www.educacionista.org.br/jornal. Site: 2009.
AULA 05
A Organização da Educação no País: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Meta da aula:
Discutir sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
 
Objetivos:
Colaborar para a compreensão da Lei que define como a Educação Nacional deve ser organizada
AULA 06
Níveis e Modalidades da Educação Nacional.
Especificações Curriculares para o ensino nacional.
 
META DA AULA
Discutir sobre a organização do sistema educacional brasileiro.
 
OBJETIVO DA AULA
Colaborar para uma visão geral do sistema educacional brasileiro.
CONTEÚDO
Nesta semana discutiremos sobre a organização da educação, sobre o sistema educacional brasileiro. Vamos iniciar reforçando nosso entendimento conceitual sobre sistema e visão sistêmica, e ampliar esse entendimento para o espaço da educação no Brasil. Esperamos contribuir para que você possa:
 
Refletir sobre o conceito de sistema e sua aplicabilidade ao âmbito educacional.
Caracterizar o sistema educacional brasileiro, as múltiplas visões e recortes que podem ser realizados para a sua compreensão.
Conhecer e identificar os níveis e modalidades da Educação Nacional.
 
EDUCAÇÃO E SISTEMA EDUCACIONAL: VISÃO GERAL
 
SISTEMA: DISCUTINDO CONCEITOS
 Significado de Sistema
s.f. Combinação de partes que, coordenadas, concorrem para certo fim: sistema nervoso. (Fonte: Dicionário Aurélio)
  
            Para iniciar nossa reflexão, vamos recuperar o conceito de sistema. Vamos recorrer a uma situação do nosso cotidiano. Para chegarmos ao nosso local de trabalho, nossa escola ou ao encontro com nossos amigos podemos nos servir do sistema de transportes local. Quando nos referimos a esse sistema nos ocorrem, imediatamente, as estradas e ruas, os ônibus, trens ou demais transportes disponíveis. Pensamos nos trajetos, nas conexões entre diferentes meios de transporte que se façam necessárias, os horários, os tempos de deslocamento, o trabalho dos condutores dos veículos e sua preparação para a função, a manutenção dos veículos, a sinalização e a manutenção das vias, a organização dos fluxos de circulação, embarque e desembarque ou seja, na intrincada articulação de recursos materiais, humanos, logísticos envolvidos nesse sistema. Já se pode imaginar a complexidade dessa articulação. Ela antecipa a ideia de que um sistema pode ser constituído de múltiplos subsistemas. Essa situação ilustra bem o conceito de sistema que se costuma utilizar.
    A característica principal de um sistema é exatamente  a articulação de processos, instrumentos e procedimentos  para que uma função específica seja exercida adequadamente. Falando de uma forma mais estruturada, um sistema pode ser definido como um  conjunto de elementos que se inter-relacionam e interagem para desempenhar uma determinada função.
 
SISTEMA EDUCACIONAL
 
            Isso entendido, vamos pensar agora no sistema educacional brasileiro. Podemos seguir uma linha de raciocínio semelhante. Por exemplo, fazem parte do sistema educacional brasileiro escolas, alunos, professores e profissionais de gestão, administração e apoio educacional. A vida escolar, a formação e as atribuições dos que atuam na escola é regulada por leis e determinações técnico-pedagógicas, está estruturada em níveis educacionais e se conecta a outros sistemas voltados à cultura, à saúde e à alimentação.
    Se analisarmos sob o ponto de vista do alcance, verificamos que o sistema educacional brasileiro é organizado em  níveis de ensino. Além disso, tais níveis encontram-se acessíveis em  diversas modalidades, que atendam necessidades ou questões específicas. Falaremos um pouco mais sobre tais níveis e modalidades a partir de agora.
   
NÍVEIS DA EDUCAÇÃO NACIONAL.
  
	NÍVEIS
	ETAPAS
	DIVISÕES
	FAIXA ETÁRIA
	Duração do ano letivo
	MODALIDADES
	EDUCAÇÃO BÁSICA
	EDUCAÇÃO INFANTIL
	CRECHE
	0 a 1 ano e 6 meses
	 
	 
	
	
	CRECHE
	1 ano e 7 meses a 3 anos e11 meses
	 
	 
	
	
	(*)PRÉ-ESCOLA
	4 anos a 5 anos e 11 meses
	800h /
200dias
	*Presencial
*Atendimento Educacional Especializado
*Educação para população de zona rural
	
	ENSINO FUNDAMENTAL
	(*)ANOS INCIAIS
	6 a 10 anos/1 º a 5º ano de escolaridade
	800h /
200dias
	*Presencial (preferencialmente)
*A distância
*Educação de Jovens e Adultos
*Atendimento Educacional Especializado
*Bilíngue
	
	
	(*)ANOS FINAIS
	11 a 14 anos/ 6° a 9° ano de escolaridade
	800h /
200dias
	
	
	(*)ENSINO MÉDIO
	 
	15 a 17 anos
	800h / 200dias aumentando para 1400h /
200dias
Até 2022
	*Presencial
*A distância
*Educação para população de zona rural
	ENSINO SUPERIOR
Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo (Art. 47)
	GRADUAÇÃO
	CURSOS
	MODALIDADES
	
	
	Bacharelados
        Licenciaturas
	Presencial
A distância
	
	PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
	Aperfeiçoamentos
        Especializações
	Presencial
A distância
	
	PÓS-GRADUÇÃO STRICTO SENSU
	Mestrado
Doutorado
         Pós-doutorado
	Presencial
A distância
Sanduíche
Etapas obrigatórias;
            O sistema brasileiro de ensino tem passado por diversas modificações, como temos estudado ao longo do curso em diversas disciplinas. Uma das mudanças importantes está relacionada aos níveis e modalidades da Educação Nacional. Nas últimas décadas a educação obrigatória e gratuita deixou de durar 4 anos (da antiga 1° a 4° série) e passou a durar 14 anos, toda a Educação Básica.
    Nos acostumamos a lidar com a educação no sistema de séries e graus, e, mesmo hoje – mais de 17 anos após a promulgação da atual lei, ainda ouvimos comentários como “ele está no 1° grau”, “ela passou para o 2° grau”. Atualmente, entretanto, a educação nacional está interligada de forma diferente, sendo seus níveis mais fluidos entre si. Para entendermos um pouco mais destas mudanças, segue abaixo um quadro, que discutiremos em seguida.
 (*)Etapas obrigatórias.
            Em primeiro lugar, precisamos entender quais são os níveis da Educação Nacional. O processo escolar, neste momento está dividido em dois grandes níveis: Educação Básica e Ensino Superior.
 
Educação Básica
           
            A Educação Básica, obrigatória e gratuita, tem a duração mínima de 14 anos e está dividida em três etapas. Dessa forma, podemos compreender que as propostas educativas feitas nestas etapas – antes de forma isolada – precisam se tornar fluidas e contínuas (desde o acesso ao conhecimento até o processo de avaliação).
            A primeira etapa é a Educação Infantil, que pode durar 5 anos, tendo o último segmento obrigatório, ou seja, a pré-escola, com duração de dois anos e prevista para crianças na faixa etária entre 04 e 05 anos de idade. A Educação Infantil se tornar parte da Educação Básica é uma conquista. Até então o ingresso das crianças nesta faixa etária não era obrigatório, e o possível descaso com esta etapa causava impactos no desempenho escolar das crianças que ingressavam no Ensino Fundamental. Além disso, a regulamentação para esta etapa era insipiente, deixando que esta etapa estivesse a mercê das propostas variadas dos sistemas onde era oferecida – muitas vezes não havia preocupação com vagas suficientes, com metodologias, com a formação docente adequada, entre outras questões. Com a organização atual, os municípios (responsáveis diretos pela oferta da Educação Infantil) precisaram se organizar quanto à oferta de vagas, quanto ao espaço escolar, quanto às propostas metodológicas e quanto ao perfil docente para atuar nesta etapa.
            A segunda etapa é o Ensino Fundamental, com duração de 09 anos e previsto para crianças na faixa etária entre 06 e 14 anos. O ingresso das crianças de 06 anos no Ensino Fundamental tem colaborado para pesquisas que discutam a alfabetização como algo processual, e não como algo estanque, necessário e possível apenas em um ano letivo. É importante lembrar ainda, que esta etapa é composta por dois segmentos:
1° segmento: do 1° ao 5° ano de escolaridade
2° segmento: do 6° ao 9° ano de escolaridade
            A terceira etapa da educação Básica é o Ensino Médio, com duração mínima de 03 anos e previsto para jovens dos  15 aos 17 anos. Tais jovens devem ter oportunidade de se preparar para a participação social como cidadãos conscientes, inclusive tendo acesso qualificado ao mercado de trabalho. E, ainda, ter condições de galgar para o próximo nível educacional. O Ensino Médio ainda abarca a Educação Profissional Técnica que pode ser articulada, ou seja, no mesmo período que o curso de nível médio: de forma integrada (uma matrícula única para formação profissional e médio) ou concomitante (matrícula para curso de nível médio e matrícula distinta para curso profissionalizante); e subsequente, isto é, realizada após a conclusão do curso de nível médio.
 
Ensino Superior
 
            O segundo nível da Educação Nacional é o Ensino Superior. Tal nível é constituído de cursos acadêmicos que têm como base, além do ensino, a pesquisa e a extensão. Diferente da Educação Básica, não é obrigatório e não tem idade prevista para seu ingresso.
 
MODALIDADES DA EDUCAÇÃO NACIONAL.
 
            Modalidade pode ser descrita como a maneira que determinado nível ou etapa de um nível de escolaridade é ofertado. A modalidade é transversal, isto é, independe do nível. Porém, alguns níveis oferecem certas restrições ou orientações específicas acerca das modalidades em que podem ser ofertados. Como é possível observar no quadro acima, existem diversas modalidades:
*Presencial: modalidade mais ‘tradicional’ e comum. É a modalidade da primeira etapa da Educação Básica (Educação Infantil) e a preferencial para a segunda etapa (Ensino fundamental).
*A distância: modalidade que possibilita superar os desafios de tempo e espaço para o curso de determinado nível ou etapa. Nesta modalidade, o aluno pode ter acesso ao processo educativo através de meios tecnológicos, sem ir a um espaço de estudo predeterminado.
*Educação para população de zona rural (Educação para o campo): modalidade que busca atender as peculiaridades e necessidades de estudantes que vivem em áreas rurais.
*Educação Especial (Atendimento educacional Especializado): modalidade que colabora com estratégias específicas para estudantes que têm necessidades educativas especiais.
*Educação Bilíngue: modalidade que permite que o processo educativo contemple estudantes falantes de outras línguas, como os estudantes surdos que utilizam a língua de sinais.
* Educação de jovens e adultos: modalidade que visa possibilitar que estudantes que não tiveram acesso ao processo de escolarização na idade indicada possam retomar seus estudos com materiais e estratégias adequados.
                                          
MATERIAL PARA ESTUDO
Para começar, vamos assistir ao vídeo: Pedagoga critica métodos de educação. O vídeo “puxa” reflexões sobre o sistema escolar e as primeiras perguntas que emergem são: o questionamento trazido pelo vídeo procede? São relevantes? Quais destacaríamos? Em que podem contribuir para a melhoria do Sistema Educacional, de modo amplo ou focal?
Play Video
 
Vamos atentar ainda para algo importante: a organização curricular proposta pela Lei de Diretrizes e Bases 9394/96.
 
Devemos lembrar, primeiramente, que o Ensino Fundamental  foi ampliado de 08 para 09 anos de duração. Sobre isso o MEC nos diz o seguinte:
 
 
Em 6 de fevereiro de 2006, a Lei no 11.274,institui o ensino fundamental de nove anos de duração com a inclusão das crianças de seis anos de idade.
Com a aprovação da Lei no 11.274/2006, ocorrerá a inclusão de um número maior de crianças no sistema educacional brasileiro, especialmente aquelas pertencentes aos setores populares, uma vez que as crianças de seis anos de idade das classes média e alta já se encontram, majoritariamente incorporadas ao sistema de ensino – na pré-escola ou na primeira sériedo ensino fundamental.(...)
A implantação de uma política de ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos de duração exige tratamento político, administrativo e pedagógico, uma vez que o objetivo de um maior número de anos no ensino obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem.
Ressalte-se que a aprendizagem não depende apenas do aumento do tempo de permanência na escola, mas também do emprego mais eficaz desse tempo: a associação de ambos pode contribuir significativamente para que os estudantes aprendam mais e de maneira mais prazerosa.
Para a legitimidade e a efetividade dessa política educacional, são necessárias ações formativas da opinião pública, condições pedagógicas, administrativas, financeiras, materiais e de recursos humanos, bem como acompanhamento e avaliação em todos os níveis da gestão educacional (MEC, 2007).
 
Se quiser saber mais sobre a implementação do ensino fundamental de nove anos, poderá consultar o documento: Ensino Fundamental De Nove Anos Orientações Para A Inclusão Da Criança De Seis Anos De Idade, disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf
	BASE COMUM
DISCIPLINAS E TEMAS TRANSVERSAIS OBRIGATÓRIOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
 
Base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.
	ESPECIFICIDADES DE CADA NÍVEL DESTACADAS NA LDB
	
	EDUCAÇÃO INFANTIL
	O eu, o outros e o nós
Corpo, gestos e movimentos
Traços, sons, cores e formas
Oralidade e escrita
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
	Avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; Atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral(Art. 31).    
	EDUCAÇÃO BÁSICA
	ENSINO FUNDAMENTAL
	Linguagens (Língua portuguesa, Arte, Educação física, e, no 2° segmento, língua inglesa)
Matemática
Ciências da Natureza
Ciências Humanas (Geografia e História)
 
	*O ensino religioso, de matrícula facultativa.
*Estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal.
*Arte: artes visuais, a dança, a música e o teatro.
*A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.
*Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente serão incluídos, como temas transversais.
*Estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena (estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil).
	
	ENSINO MÉDIO
	I - linguagens e suas tecnologias;
II - matemática e suas tecnologias;
III - ciências da natureza e suas tecnologias;
IV - ciências humanas e sociais aplicadas;
V - formação técnica e profissional.
 
	*Educação física, arte, sociologia e filosofia.
*Ensino de língua portuguesa e matemática obrigatório nos três anos do ensino médio
*Língua inglesa
*Estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena
*Outras línguas estrangeiras, preferencialmente espanhol, em caráter optativo
*Itinerários formativos, de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.   
	
	
	A educação profissional técnica de nível médio nas seguintes formas: articulada ou subsequente. 
 
	
 
Além disso, muitas discussões trouxeram mudanças nas propostas de organização curricular presentes na Lei. O quadro abaixo demonstra de forma sintetizada tais propostas. Após observar o quadro com atenção, retome a leitura da LDBEN e procure os conteúdos indicados no quadro, relacionando as informações aqui apresentadas com o texto da Lei.
 
 
Para conhecer mais a fundo o currículo nacional da Educação Básica, visite a página http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf e compare com as definições traçadas na LDB vigente, que pode ser acessada em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. 
ATIVIDADES
I - Ao concluir seus estudos, reflita sobre- a complexidade das questões que a Escola enfrenta, hoje, com uma educação que precisa, para ser democrática, oferecer oportunidades iguais e, para ser inclusiva, contemplar as diferenças e necessidades individuais e a multiplicidade de contextos.
 
II -  Procure descrever o sistema educacional brasileiro, tomando como referência:
Os diferentes níveis de ensino, formas de acesso e de conexão entre eles
A formação dos professores nos diferentes níveis de educação
A distribuição e a articulação da educação profissional pelos níveis de ensino.
                              
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf.
BRASIL. Lei nº 13.415 de 16 de fevereiro de 2017.
BRASIL. Lei nº 11.274 de 6 de fevereiro de 2006.
BRASIL. Lei nº 9.436 de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ensino Fundamental De Nove Anos: Orientações Para A Inclusão Da Criança De Seis Anos De Idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
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