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1 - Introdução O nitrogênio é, em geral, o elemento que as plantas necessitam em maior quantidade. Porem, devido à multiplicidade de reações química e biológica, à dependência das condições ambientais e ao seu efeito no rendimento das culturas, o N é o elemento que apresenta maiores dificuldades de manejo na produção agrícola mesmo em propriedades tecnicamente orientadas. As formas preferenciais de absorção de n pelas plantas são a amônia (NH4+) e o nitrato (NO3-). Compostos nitrogenados simples, como ureia e alguns aminoácidos, também podem ser absorvidos, mas são poucos encontrados na forma livre no solo. Dentro da planta o nitrogênio faz parte de muitos compostos principalmente das “proteínas”. Para fazer parte de aminoácidos (formadores de proteínas), o N deve esta na forma de amônio. O nitrato absorvido deverá, portanto ser reduzida a amônia. Essa redução é catalisada pela enzima nitrato-redutase nas células da raiz, embora as células de outros tecidos das plantas também possuam esta capacidade. A síntese da maior parte dos compostos orgânicos ocorre nas folhas. As plantas, de modo geral, responde bem à adubação nitrogenada, o efeito externo do nitrogênio mais visível é a vegetação verde e abundante. Porem, o excesso de N e prejudicial, sendo assim, a dose deste elemento, fornecida à cultura, deve ser bem equilibrada em relação a quantidade do outro elemento de que a planta necessita, principalmente, fósforo e potássio. 2 – Ciclos do Nitrogênio O nitrogênio é o elemento mais abundante da Terra. Ele chega ao solo através de compostos orgânicos (restos vegetais e animais) e/ou inorgânicos, fixação biológica (simbiótica ou não) e fixação por descargas elétricas. No solo o N se encontra na forma orgânica ou inorgânica, podendo se mudar de forma (ou vice-versa) pelo fenômeno da mineralização ou imobilização. No solo o nitrogênio pode ser perdido de varias formas, dentre elas, a volatilização, a lavagem (ou erosão), a lixiviação e/ou extraído pelas culturas. 3 – Nitrogênios como Fertilizante Apesar de ser o nutriente mais abundante da atmosfera terrestre (78% da atmosfera terrestre), o N não figura como constituinte de qualquer rocha terrestre. Talvez, seja por este motivo ele é o elemento mais caro dos fertilizantes, pois, para sua formação é necessária diversa reação química, a qual necessita de muita energia. Tal afirmação e justificada pelo fato da difícil síntese e alto custo energético da formação do NH3. (16800 Kcal/Kg contra 2100 Kcal/Kg do K2O). A difícil reação de síntese é ratificada, em parte, pela ração de transformação do gás N2 (um composto super. estável) em 2N. a molécula de N2 contem uma tríplice ligação covalente muito estável é são necessários 2,2 x 105 Kcal/mol para quebrá-la. Além dessa, a reação de formação da amônia (NH3), composto mais importante para a produção de adubos nitrogenados, também requer um alto custo energético, como mostra a reação: 6e- N2 + 3H2 2NH3 Por fim, o custo energético de fabricação de NH3 depende da utilização de H eletrolítico, originado do gás natural, nafta, gás residual ou resíduo asfáltico. 4 – Classificação dos Principais Adubos Nitrogenados. O nutriente nitrogênio é um macro nutriente primário ou nobre, além de ser o mais utilizado, mais extraído e mais exportado pelas culturas. Sendo assim, a sua utilização na agricultura é essencial para as plantas cumprirem seu ciclo de vida. Contudo, a adubação nitrogenada é a maio responsável pela disponibilidade do N no solo. As formas em que o N se apresenta nos adubo nitrogenados são: Nítricas (Ex. Nitrato de Cálcio), amoniacal (Ou ambas como e o caso do Nitrato de Amônia), orgânica e amídica (Ureia). A concentração de N nos adubos pode variar desde 82% na amônia anidra até alguns décimo de 1% nos adubos orgânicos. Neste contexto, podemos observar um grande número de adubos nitrogenados, dentre os quais: Ureia – CO (NH2)2 – Apresenta 45% de nitrogênio (N) solúvel em água; absorve com facilidade a umidade do ar (hidroscopidade), razão por que seus grânulos são revestidos com material protetor para diminuir a hidroscopicidade. No solo, o nitrogênio da ureia transformasse em amônia (NH3) gasosa e nitrato (NO3). Sulfato de Amônio – (NH4)2SO4 – Apresenta 21% de nitrogênio (N) e também 23% de enxofre (S) solúvel em água; é cristalizado e pouco hidroscópico. Nitrato de Sódio (Salitre do Chile) – NaNO3 – Apresenta 16% de nitrogênio (N) solúvel em água. Pode ser obtido industrialmente ou provir de jazidas existentes no Chile. Nitrato de Potássio – KNO3 – Apresenta 13% de nitrogênio (N) e 44% de potássio (K2O), solúvel em água. Nitrato de Sódio e Potássio ou Salitre duplo Potássico – NaNO3 + KNO3 – Apresenta 15% de nitrogênio (N) e 14 % de potássio (K2O), solúvel em água. Nitrato de Amônia – NH4NO3 – apresenta 33,5% de nitrogênio (N) solúvel em água, metade na forma nítrica e metade na amoniacal. Nitro cálcio – NH4NO3 + calcário – Apresenta 27% de nitrogênio (N) solúvel em água, além de 2,8% a 3,5% de cálcio (Ca) e 1,2% a 1,8% de magnésio (Mg). Sulfonitrato de amônio – NH4 NO3 + (NH4)2SO4 – Apresenta 26% de nitrogênio (N) e também 15% de enxofre (S), solúveis em água. Solução nitrogenada – Obtida pela dissolução de fertilizantes nitrogenados com uréia, nitrato de amônio e outros, em água; apresenta 21% de nitrogênio (N). Água Amoniacal – NH3 – Dissolvido em água; apresenta 10% de nitrogênio. Amônia Anidra – É um gás á temperatura ordinária, liquefazendo-se quando comprimido. Apresenta 82% de nitrogênio, sendo por isso o adubo nitrogenado mais concentrado que se conhece. Uram – E uma mistura entre Nitrato de amônia e ureia. Fosfato Monoamônico – NH4H2PO4 – Também conhecido por MAP. Apresenta 10% de nitrogênio (N) e 46 a 50% de fósforo (P2O5), solúveis em água; apresenta ainda 2 a 5% de fósforo (P2O5) solúvel em solução neutra de nitrato de amônio. Fosfato Diamônico – (NH4)2HPO4 – Também conhecida por DAP; apresenta 16% de nitrogênio (N) e 38% a 40% de fósforo (P2O5) solúveis em água; apresenta ainda 4% a 6% de fósforo (P2O5) solúvel em solução neutra de nitrato de amônio. Fertilizantes Orgânicos – O principal nutriente vegetal dos fertilizantes orgânicos é o nitrogênio, que infelizmente se apresenta com teores baixos. Os materiais orgânicos com teores mais elevados de nitrogênio, como as tortas de semente de algodão, mamona e amendoim, com 4% a 7% de nitrogênio (N), são empregados com maior lucro na alimentação animal. Restam como fertilizantes os estercos bovinos e de galinha, borra de café, turfa, linhito e composto orgânicos, este produzido a partir de restos vegetais ou do lixo urbano; nestes materiais orgânicos o nitrogênio (N) não ultrapassa 1% exceto no esterco de galinha, onde pode atingir 1,5% a 2%. O nitrogênio dos materiais orgânicos é insolúvel em agua mas é aproveitado pelas plantas após a decomposição do material no solo. 5 – Sintomas de Deficiência de N Os sintomas visuais de deficiência ocorrem facilmente em plantas não leguminosas, cultivadas em solos sob exploração agrícola continuada sem adubação nitrogenada. A deficiência de N é visualmente detectada por: - Clorose (amarelecimento) geral da planta (em forma de “V” invertido em algumas plantas), devido à diminuição da quantidade de clorofila. O amarelecimento é gradual, sendo no inicio difícil de identificar. Como o N é um elemento móvel na planta, á medida que a deficiência fica mais severa, há translocação do N das folhas mais velhas para as mais novas; - Pouco desenvolvimento das plantas, devido à baixa formação de proteínas e outros compostos nitrogenados que controlam o crescimento. A falta de molibdênio, constituinte da enzima nitrato-redutase, pode causar sintomas de deficiência de N mesmo que a planta tenha bom suprimento de nitrato. 6 – Transformação e Dinâmica do N no Solo Alguns conceitos fundamentais sobre as transformações do N no solo devem ser conhecidos para o entendimento e implementação de um manejo adequado em função dos diferentes sistemas de produção agrícola. Nos sistemas naturaisem equilíbrio, as modificações não são perceptíveis, porque há um equilíbrio dinâmico entre as adições e perdas. Nos solos agricultáveis, entretanto, parte apreciável do N fixado é retirada pelas culturas, sendo também maiores as perdas por erosão e por lixiviação. Com resultado, o nível de equilíbrio de N no solo e desigualado, causando um esgotamento do nitrogênio no solo. - Mineralização Para se absorvido pelas plantas, o N orgânico presente na matéria orgânica do solo deve ser antes transformado para a forma mineral, isto é, para NH3. Este processo de mineralização é feito por diversos microrganismos que decompõe a matéria orgânica, a maior parte deles aeróbicos. A mineralização de N pode ser dividido em dois processos: Aminação: Proteínas + Digestão R – NH2 + CO2 + energia + Outros Compostos Afins Enzimática Produtos Amonificação: Hidrolise Enzimática R-NH2 + H2O NO3 + R-OH + energia A imobilização do Nmineral do solo é o processo inverso da mineralização, ela ocorre com a adição de resíduos com alta relação C/N. De modo geral, a imobilização e a mineralização depende da relação C/N da matéria orgânica, sendo assim uma relação C/N acima de 30 ocorre imobilização do N, quando esta relação for inferior a 30 ocorre imobilização. Além da relação C/N outros fatores com aeração, tempo de cultivo ( com o passar dos anos de cultivos há um equilíbrio entre mineralização e imobilização), umidade e temperatura, dentre outras. - Nitrificação O N amoniacal pode ser absorvido pelas plantas, porem em solos bem drenados é preferencialmente transformado em nitrato por ação microbiana. Este processo é chamado de nitrificação, ocorrendo em duas etapas: 2NH4 + 3O2 2NO- + 2H2O + 4H+ Nitrobactyer 2NO3- + O2 2 NO3- 7- Ureia Aplicada Via Foliar Por muito tempo acreditava-se que a ureia, mesmo em pouca quantidade, poderia causar fito toxidez em plantas. Porem, com novos estudos tem provado o contrario. A ureia, quando aplicado em forma liquida, reduz sua perda por volatilização, além do N facilitar a abertura de estômatos nas folhas. Sendo assim, a aplicação via foliar seria muito importante para maximizar as produtividades nas culturas. Esta forma amidica, quando aplicado em quantidade certa, via foliar, e altamente benéfica à planta, pois dissolvida ela pode ser melhor absorvida. Em alguns casos a ureia potencializa a utilização de adubos foliares, pois com já foi dito, ela induz a abertura de estômatos na epiderme foliar e assim a melhor absolvição. 8- Caracteristicas dos Adubos Nitrogenados -Todos os adubos nitrgenados são altamente solúveis -Os adubos nitrogenados não deixa efeito residual para a proxima safra. -Aumentam a acidez (processo de nitrificação aumentam consideravelmente a acidez). -Índice salinico relativamente alto -Isento de macronutrientes secundarios em sua formula (exceção do Sulfato de Amônia) 9- Metodos para Aumentar a Eficiência dos Adubos Nitrogenados -Parcelamento da adubação Em solos arenosos e argilosos com baixa CTC, o N na forma nitrica (ou ate mesmo na forma amoniacal), podem esta sufeito a perdas por lixiviação e erosão em terrenos com alta intensidade de chuva e areas irrigadas, sendo assim, é indicado que adubação nitrogenada seja parcelada em 3,4 ou mais vez se precisa, porém sempre respeitando o periodo de necessidade de N do vegetal. -Reduzir as perdas com volatinização Como já foi visto, dependendo do modo de aplicação do adubo nitrogenado, perde-se bastante com volatinização. Sendo assim, deve-se evitar ao máximo as perdas com volatinização utilizando alguns manejos com incorporação (mesmo em SPD), aplicação na forma líquida, utilização junto com sais, entre outros. -Correção do solo Deve-se corrigir o solo para que se tenha um bom aproveitamento dos adubos nitrogenados, a calagem faz com que aumente a CTCefetiva e assim evitar ao máximo as perdas por lixiviação, além de, com a calagem há um maior crescimento radicular e assim o mecanismo de interceptar radicular se torna potencializado, favorecendo assim a maior absorção de N. -Espaçamento e Potencial de Produção É uma constante dizer que com a planta mais adesada, haverá um maior número de planta por área, e com uma maior necessidade de exportação de nutrientes pela cultura. Porém, não é necessário o aumento da dosagem de fertilizantes, pois com o aumento do dreno de N por parte das plantas, há um aumento da eficiência dos fertilizantes. Este mesmo raciocínio por ser aplicado quando se tem variedades com um maior potencial de produção, e assim a dosagem não deve ser aumentada. -Uso de fertilizantes de solubilidade controlado Uma nova tecnologia vem sendo aplicada no auxílio dos produtores contra a perda de N. uma deles é a ureia revestida de enxofre que retira a 1° hidrólise da ureia, já que inibe a uréase, outra arma e os inibidores de nitrificação, que inibe este processo favorecendo a forma NH4+ e assim evitar a perda de N. -Tipos de cobertura vegetal Apesar de o SPD conter uma cobertura de palhada que possua um alto teor de uréase, solo nú perde 10 vezes mais de N que solos em rotação de cultura ENGENHARIA FLORESTAL ARILSON FERREIRA DE MORAES ADUBAÇÃO NITROGENADA METODOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS ADUBOS NITROGENADOS Macapá- AP 2018 ARILSON FERREIRA DE MORAES ADUBAÇÃO NITROGENADA METODOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DOS ADUBOS NITROGENADOS Este trabalho foi apresentado a universidade IMMES, com o requisito avaliativo ao 5º semestre noite na disciplina solos II, tendo como orientador Doutor Robson Carmo. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. ROBSON CARMO Macapá- AP 2018 BIBIOGRAFIA RAIMBAULT, B.A.; VYN, T.J. Crop rotation and tillage effects on corn growth and soil structural stability. Agronomy Journal, v.83, p.979-985, 1991. RESENDE, M.; ALVES, V.M.C.; FRANÇA, G.E.; MONTEIRO, J.A. Manejo de irrigação e fertilizantes na cultura do milho. Informe Agropecuário, v.14, p.26-34, 1990. ESTADOS UNIDOS. Department of Agriculture. Foreign Agricultural Service. World agricultural production. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov/wap/circular/2003/03-01/wap 01- 03.pdf.> Acesso em 25 de abril de 2018.
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