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eFolio A ELITES 2016 17 Cecília Rocha nº 1202746 ComFedbackNoFinal

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eFólio A 
Cecilia do Céu Leal da Rocha 
Nº 1202746 
 
 
Elites e Movimentos Sociais 
Elites e Movimentos Sociais _ eFolio A _ Cecília Rocha nº 1202746 _ Turma 1 _ 2016/17 
 
 
 
1 
“(...) a minoria também se destacava por possuir algum atributo, alguma 
qualidade altamente valorizada em termos sociais, como: força física, valor 
militar, a riqueza, o conhecimento religioso, assim como o conhecimento 
científico aplicável às questões de interesse público (justiça, guerra, 
administração pública, obras, saúde) e também vínculos hereditários com a 
classe governante.” (Grynszpan, 1996:36-37 citado por Brasil, 2013:105) 
 
O conceito de “elite” começou a ser usado no século XVII, na França, para 
designar produtos de qualidade excepcional, dentro das mercadorias colocadas à 
disposição para compra. Contudo, no século XVIII, a utilização deste termo tornou-se 
mais abrangente, passando a incluir distinção noutros contextos, isto é passou a salientar 
indivíduos e grupos sociais que se podiam definir em relação aos outros como superiores. 
A partir de 1930, este termo foi difundido, através das teorias sociológicas das elites, 
maioritariamente no século XIX e inícios do século XX. Neste contexto, temos de 
considerar aqueles que são amplamente reconhecidos como pais da teoria das elites: 
Vilfredo Pareto (1848- 1923), Gaetano Mosca (1858-1941) e Robert Michels (1876-
1936). 
A “fasquia” elite pode ser considerada como constituída por indivíduos detentores 
do poder, riqueza e/ou celebridade. Estes podem ser membros do estrato superior de uma 
sociedade, ou definidos com base em critérios morais e psicológicos. Desta forma, 
podemos afirmar que a elite é constituída de pessoas de caráter superior, ou detentoras de 
poder ou que promovem uma forte influência política, social, cultural ou económica, 
pertencendo a um estrato como um todo. Segundo Pareto, em toda as áreas de ação 
humana, há indivíduos, que se destacam dos demais, devido às qualidades superiores que 
apresentam ou manifestam, compondo uma minoria social, ou seja, uma elite: “Temos 
então dois estratos numa população: 1) um estrato inferior, a não - elite, cuja influência 
possível no governo não nos interessa aqui; 2) um estrato superior, a elite dividida em 
dois: a) a elite governante; b) a elite não-governante” (Pareto, 1966:73). 
Um indivíduo das classes superiores estabelece relações com outros homens a ele 
semelhantes, num conjunto de ligações dentro de pequenos grupos íntimos através dos 
quais passa ao longo da sua vida. Desta forma, a elite passa a ser um grupo de alta roda 
cujos membros são cuidadosamente selecionados, sendo-lhes permitido uma 
aproximação aos que comandam as hierarquias institucionais da sociedade moderna. 
Dentro desta temática, poderemos salientar e analisar a figura de Cristiano 
Ronaldo, como pertencente a uma elite futebolística mundial (entre outras, abaixo 
Elites e Movimentos Sociais _ eFolio A _ Cecília Rocha nº 1202746 _ Turma 1 _ 2016/17 
 
 
 
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mencionadas), estando a sua figura no topo dessa pirâmide. De facto, este jogador de alta 
competição pertence a um grupo de forte poder económico e social das sociedades atuais: 
a elite dos jogadores de futebol. Ronaldo influencia o universo do desporto mais famoso 
do planeta, tendo sido já, várias vezes, destacado como o melhor jogador do mundo, tendo 
por isso um notório e amplamente reconhecido poder social e económico. 
Podemos avaliar esta personalidade como membro de elite(s), por dois aspetos 
fundamentais. Por um lado, reconhecemos o seu efetivo valor como jogador de futebol, 
onde se ressalva a sua carreira conseguida a pulso e com base em muita dedicação e 
trabalho, constituindo um exemplo para tantas pessoas que possuem o sonho de vir a ser 
futebolista. A sua vida, o seu trabalho e carreira transmitem aos que ambicionam uma 
carreira bem-sucedida que acreditem em si mesmos e, através de esforço e dedicação, 
acreditem que os podem alcançar. Por outro lado, Cristiano Ronaldo é uma figura que 
detém poder económico, com ligação a forças políticas e que tem influência junto das 
mesmas. Aliás, sabemos que o poder político, económico e social sempre andou de mãos 
dadas. Na verdade, Cristiano move massas, com a sua influência mundial junto de 
milhões de indivíduos em todo o planeta. 
 Tradicionalmente, considera-se que as elites são setores da população que detêm 
grandes volumes de poder, riqueza e prestígio. No entanto, nos tempos modernos, a 
análise sociológica estabelece três critérios fundamentais para aferir o status de uma 
personalidade: a atividade profissional; o nível educacional; o rendimento/ propriedade. 
Como é evidente, cada um destes critérios pode articular-se de diversas maneiras, facto 
que em si mesmo constitui um critério a ter em consideração na análise da estratificação 
social. Na verdade, Cristiano Ronaldo, como é do conhecimento geral, combina, pois, o 
status que provém da sua atividade profissional com o poder originado a partir do seu 
rendimento económico e propriedade. 
De acordo com Parsons, “a quantidade de poder que cada um poderia exibir 
dependia da proximidade do topo.” (Bessa, 2002:35). Neste contexto, é claramente 
visível que o poder de Ronaldo é retumbante na sociedade, alargando-se a várias áreas de 
poder da mesma. Paralelamente, torna-se possível enquadrar esta personalidade de topo 
numa “elite consensualmente dividida”, enquadrando-se dentro de uma elite não 
governante, e social não política, que cobre “as principais funções da sociedade, onde 
ocorrem conflitos por causa da oposição de interesses entre as organizações sectoriais.” 
(Bessa, 2002:40). Afirmamos isto porque Ronaldo tem, efetivamente, uma forte 
influência em conflitos entre interesses de várias organizações, sendo que a sua tomada 
Elites e Movimentos Sociais _ eFolio A _ Cecília Rocha nº 1202746 _ Turma 1 _ 2016/17 
 
 
 
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de posição por um dos lados fortemente influencia a opinião das massas. Indo mais longe, 
o seu poder económico aliado à sua genialidade, que torna dela dependente vários lobbies, 
permite-lhe ter uma opinião fortemente respeitada. No fundo, pensemos que se um partido 
político, por exemplo, tiver do seu lado uma personalidade como a de Cristiano Ronaldo 
a apoiar as suas ideologias, o mesmo será o equivalente a faturar pontos extra angariados 
junto das massas. 
Segundo Guy Rocher, há elites que “compreendem as pessoas e os grupos que, 
“graças ao poder que detêm ou à influência que exercem, contribuem para a ação 
histórica de uma coletividade, seja pelas decisões tomadas, seja pelas ideias, sentimentos 
ou emoções que exprimem ou simbolizam.” (Bessa, 2002:46). Esta afirmação corrobora 
o posicionamento de Cristiano Ronaldo numa elite, sendo parte marcante da história do 
futebol mundial e tendo decisões e ideias fortemente idolatradas por milhões de 
seguidores, como referido anteriormente. Quase todas as elites possuem um caráter 
simbólico, uma vez que representam uma ideia, uma causa, valores, estilos de vida, 
qualidades ou virtudes. No entanto, existem indivíduos ou grupos cuja função é, acima 
de tudo, de facto, simbólica. Desta forma, temos forçosamente de incluir Cristiano 
Ronaldo nesta descrita “elite simbólica”, uma vez que representa um modo de agir, um 
estilo de vida, seguido por multidões. É, efetivamente, um símbolo do mundo do desporto, 
de capacidades extraordinárias como jogador, mas também se afigura como um símbolo 
de luta, de determinação, de esforço no caminho do alcance dos seus objetivos 
profissionais e pessoais. Na verdade, quantas pessoas se terão já inspirado em Ronaldo 
como força matriz para dar início à busca dos seus sonhos?Não nos esqueçamos de que 
há vários indicadores da sua influência, quer a partir do número extenso de seguidores 
nas redes sociais, quer com base nas multidões que atrás de si arrasta aos locais públicos 
onde se sabe que marcará presença, além de que mantém a imprensa rendida ao seu poder 
mediático, tendo diariamente imensos jornalistas, repórteres e fotógrafos que o seguem 
exaustivamente, onde quer que vá. 
 Esta figura fulcral do desporto mundial é ainda encarado por muitos como 
símbolo do mundo da moda, possuindo um estilo próprio que muitos tentam imitar. A 
marca CR7 vende, efetivamente, milhões dos mais variados produtos diariamente, e os 
negócios com imobiliário e hotéis também são muito alargados por todo o mundo, 
gerando lucros que mexem com a economia. Se Ronaldo veste determinado tipo de roupa 
ou usa algum corte de cabelo específico, logo milhares de pessoas transformam essas 
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particularidades em tendências de estilo em vários quadrantes sociais, sendo este mais um 
fator que comprova o símbolo que este jogador constitui e a sua pertença a uma elite. 
 Por último, seria impossível deixar de parte o lado humanitário de Ronaldo, que, 
com o seu exemplo, dado pessoalmente ou através do apoio a instituições, se torna num 
modelo a seguir por tantos cidadãos a nível global. A título de exemplo, Cristiano 
Ronaldo conquistou um prémio não relacionado com o seu valor como jogador de futebol. 
Na verdade, já foi eleito a "personalidade do ano" pela “Fundação Senhora na Terra”, na 
Palestina, decisão tomada com base na sua atitude humanitária com crianças, em 
particular com as palestinas. Paralelamente, o site "Athletes Gone Good" elegeu este 
atleta como o jogador mais solidário do planeta. Podemos, pois, observar que o facto de 
Ronaldo colocar a sua fortuna e influência ao serviço dos que mais precisam aumenta o 
seu poder social dentro dos seus seguidores, cujo número, desta forma, aumenta, 
corroborando, uma vez mais, a legitimidade da colocação de Ronaldo numa elite 
simbólica. 
Em suma, podemos concluir que a personalidade selecionada se constitui como 
membro da elite simbólica, e até política, se tivermos em consideração, como 
argumentado ao longo do texto, que o seu apoio político, ainda que não diretamente 
incluído numa força governamental, pode constituir uma força preponderante de apoio 
partidário ou a uma figura política, dada a sua tremenda influência junto das massas. No 
entanto, acima de tudo, o poder simbólico de Cristiano Ronaldo possui um grau de 
complexidade bastante elevado, assentando num sistema de carisma, de valores, assim 
como de liderança. 
___________________________________________ 
 
Bibliografia: 
• BESSA, António Marques (2002). Elites e Movimentos Sociais. Lisboa, 
Universidade Aberta. 
• Brasil, F. (2013). Teoria Elitista Clássica, Democracia Elitista e o papel das 
Eleições, nº5, p.100-121. Primeiros Estudos: São Paulo. Disponível em 
http://www.revistas.usp.br/primeirosestudos/article/viewFile/64443/67104 - 
Acedido a 13 de abril de 2017 
• PARETO, V (1996). As elites e o uso da força na sociedade. In: Sociologia 
política, (org. Amaury de Souza), Rio: Zahar. 
Elites e Movimentos Sociais _ eFolio A _ Cecília Rocha nº 1202746 _ Turma 1 _ 2016/17 
 
 
 
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Avaliado em Quinta, 4 Maio 2017, 15:35 
Avaliado por 
João Caetano

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