Buscar

CYDECTIN INJETÁVEL MEDICAMENTO ANTIPARASITÁRIO DA CLASSE DAS LACTONAS MACROCÍCLICAS APRESENTADO EM AGROPECUÁRIA DO OESTE CATARINENSE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

Ministério​ ​da​ ​Educação 
Secretaria​ ​de​ ​Educação​ ​Profissional​ ​e​ ​Tecnológica 
Instituto​ ​Federal​ ​Catarinense 
Câmpus​ ​Concórdia 
CYDECTIN​ ​INJETÁVEL:​ ​MEDICAMENTO​ ​ANTIPARASITÁRIO​ ​DA​ ​CLASSE 
DAS ​ ​LACTONAS ​ ​MACROCÍCLICAS​ ​APRESENTADO​ ​EM​ ​AGROPECUÁRIA​ ​DO 
OESTE ​ ​CATARINENSE. 
 
Fernanda​ ​Felicetti​ ​Perosa​ ​(​​ ​​ferfelicetti@outlook.com​) 
Fernanda​ ​Tonello​ ​Neis​ ​(​fernandatonelloneis@outlook.com) 
Letícia​ ​Beatriz​ ​Linden​ ​(leblinden@hotmail.com) 
Farmacologia​ ​Veterinária​ ​-​ ​Prof.​ ​Dr.​ ​Mário​ ​Lettieri​ ​Teixeira 
 
Resumo 
O controle de parasitas é de suma importância dentro de um sistema de produção, 
umas vez que, os animais acometidos, podem demonstrar queda no desempenho produtivo, e 
por consequência, perda de dinheiro para o proprietário. Com o objetivo de ter uma visão 
técnica acerca da venda de medicamentos, bem como da bula que acompanha o 
medicamento, o presente estudo identificou o medicamento mais vendido em uma 
agropecuária do oeste catarinense. Através da aplicação de um breve questionário e da análise 
da bula do produto, foram levantados pontos que estão corretos e a serem melhorados no 
mercado de medicamentos veterinários, a fim de melhorar tanto o lado do produtor como do 
veterinário. 
 
Palavras-chave:​ ​​Cydectin.​ ​Antiparasitário.​ ​Bovinos.​ ​Bula. 
 
1. Introdução 
O controle de parasitos em bovinos é um importante fator na produção, uma vez 
que causam grandes perdas econômicas devido à queda de produtividade e transmissão de 
patógenos, podendo ocasionar a morte dos animais. Os nematódeos gastrintestinais, o 
carrapato bovino, a mosca dos chifres, o berne, entre outros parasitas, causam prejuízos de 
milhões​ ​de​ ​reais​ ​nos​ ​rebanhos​ ​de​ ​todo​ ​o​ ​mundo. 
Os parasitas podem ser divididos em ectoparasitas e endoparasitas. Os 
ectoparasitas são parasitas que atacam externamente o animal, sendo os três de maior 
importância econômica o carrapato, o berne e a mosca do chifre. O carrapato é o culpado de 
causar mais prejuízos, mas também pode ser controlado com maior eficiência. Os bernes 
apresentam processo de disseminação complexo e são tratados apenas localmente, e a mosca 
do chifre também é atingida enquanto se controlam os carrapatos. Por serem hematófagos 
alimentam-se do sangue do animal, possuindo efeito espoliativo no organismo do animal, 
causando anemia, prurido, irritação, quedas no peso e produção e também predisposição à 
instalação de miíases e desvalorização do couro. Também realizam principalmente os 
carrapatos, a transmissão de agentes causadores de doenças, como a tristeza parasitária 
bovina​ ​(Babesiose​ ​e ​ ​Anaplasmose)​ ​que​ ​pode​ ​levar​ ​o ​ ​animal​ ​a​ ​óbito. 
1 
 
Os outros parasitas que também atacam os bovinos são denominados 
endoparasitas, são geralmente formados por nematoides, protozoários, trematódeos e 
cestódeos, que se alojam em algum órgão, causando principalmente problemas para o bom 
desenvolvimento do animal. As helmintoses gastrointestinais são causadas por nematoides 
hematófagos que se alojam no sistema digestivo do bovino, fixando-se no abomaso, intestino 
delgado e intestino grosso. A contaminação do animal se dá através da ingestão da larva 
juntamente com a pastagem, tornando-se adulto dentro do corpo do animal. Causam danos 
por ação espoliativa, tóxica, irritante e obstrutiva. No animal, a doença desencadeia perda de 
peso intensa, anemia e hipoproteinemia, fezes pastosas e diarreia. Os maiores surtos desse 
parasita ocorrem quando o rebanho ainda é jovem, entre a desmama e os dois anos de idade. 
Ainda existem as helmintoses pulmonares, onde as fêmeas do parasita botam ovos nos 
brônquios pulmonares do animal hospedeiro. Os sintomas da helmintose pulmonar são tosse 
frequente e de aumento rápido, os animais passam a se movimentar pouco e a respiração se 
torna superficial e rápida. Outras endoparasitoses que podem ser descritas são a fasciolose 
causada pela ​Fasciola​, a toxoplasmose causada pela ​Toxoplasma e a coccidiose causada pela 
Eimeria. Para ambas as helmintoses descritas, o controle deve ser feito com anti-helmínticos, 
evitar​ ​a​ ​superpopulação​ ​de​ ​animais​ ​no ​ ​pasto​ ​e​ ​o​ ​pastoreio​ ​prolongado​ ​em​ ​uma​ ​mesma​ ​área. 
O uso de agentes químicos representa a principal medida de controle 
antiparasitário. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde 
Animal – SINDAN, 25% do faturamento com medicamentos veterinários correspondem à 
classe terapêutica dos antiparasitários. Esses medicamentos são empregados em larga escala 
na​ ​pecuária​ ​bovina. 
O tratamento antiparasitário deverá fazer com que a droga atinja o parasita-alvo 
para interagir com seus receptores, acionando seu efeito farmacológico. A quantidade do 
medicamento e o tempo de exposição do parasita a esta dependem das características dos 
processos farmacocinéticos dos diferentes fármacos. A ivermectina (IVM) foi a a primeira 
avermectina introduzida como fármaco antiparasitário em medicina veterinária em 1981. 
Posteriormente foram incorporados outros compostos desse mesmo grupo, como também da 
família da moxidectina, família do Cydectin, o fármaco abordado nesse artigo. Esses 
medicamentos possuem atividade sobre endo e ectoparasitas, recebendo denominação de 
fármacos endectocidas, que define a combinação de seus efeitos nematodicida, inseticida e 
acaricida. A elevada potência, a correta dosagem em microgramas por quilo, o amplo 
espectro e a persistência de sua atividade antiparasitária conquistaram notável sucesso, sendo 
hoje, ​ ​os​ ​medicamentos​ ​mais​ ​vendidos​ ​na​ ​história​ ​da​ ​terapêutica​ ​em​ ​medicina​ ​veterinária. 
 
2. Referencial ​ ​Teórico 
As parasitoses constituem um grave problema sócio econômico, pela alta 
prevalência entre os animais domésticos e silvestres e por algumas delas serem classificadas 
como zoonoses. O controle de helmintos baseia-se, quase totalmente, na utilização de 
anti-helmínticos. A finalidade do tratamento é limitar a eliminação de ovos e larvas nas fezes 
e, consequentemente, reduzir o número de estágios infectantes no meio onde vivem os 
hospedeiros. Os principais helmintos que são endoparasitas, se instalando dentro do corpo do 
2 
 
animal, de interesse veterinário podem ser divididos em dois Filos: o Filo Nemathelminthes, 
que compreende os nematódeos, e o Filo Platyhelminthes, formado pelos cestódeos e 
trematódeos. Os parasitas do primeiro Filo possuem corpo cilíndrico, alongado, não 
segmentado, são e constituem a classe de maior ampla distribuição geográfica. Já os 
ectoparasitas são aqueles que se instalam fora do corpo do animal como por exemplo 
carrapato, berne e mosca do chifre, sendo controlados também por antiparasitários. 
(SPINOSA,​ ​2006) 
A moxidectina possui um amplo espectro de ação sobre os parasitas internos 
nematoides e os e os externos (artrópodes) em todas as espécies de animais domésticos, o 
objetivo desta droga usada como antiparasitário é que atinja o parasita-alvo em concentrações 
adequadas e durante o tempo necessário para gerarseu efeito farmacológico, alterando a 
funcionalidade​ ​do​ ​parasita.​ ​(Embrapa​ ​Informação​ ​tecnológica,​ ​2009) 
A moxidectina é um nome genérico das milbemicinas que são derivados 
macrocíclicos da lactona. Este medicamento é absorvido pelos nematódeos por via 
transcuticular e pela via oral nos artrópodes. As lactonas macrocíclicas potencializam a ação 
inibidora neuronal no cordão nervoso ventral dos parasitos que é mediada pelo ácido 
gama-aminobutírico (GABA), estimulando a liberação pré-sináptica deste neurotransmissor, 
pelo aumento de sua ligação aos receptores pós-sinápticos. Deste modo o canal de cloro é 
aberto, aumentado a condução intracelular do neurotransmissor, alterando a membrana do 
neurônio, hiperpolarizando-a, resultando na paralisia motora do tipo flácida e na eliminação 
do​ ​parasito.​ ​(SPINOSA,​ ​2006) 
As milbemicinas são compostos lipofílicos, sua distribuição no organismo animal 
ocorre em virtude da ligação na circulação sanguínea, favorecendo por exemplo a aplicação 
por via subcutânea, prolongando o tempo de residência do medicamento no organismo 
animal, a excreção ocorre em maior parte através das fezes e em menor proporção na urina e 
no leite, não é recomendado para fêmeas em período de lactação e possui 28 dias de carência 
para o uso da carne. O tempo de meia vida da moxidectina no fígado é de é de 9-12 dias e no 
tecido ​ ​adiposo​ ​é​ ​de​ ​12-15 ​ ​dias.​ ​(SPINOSA,​ ​2006) 
Este medicamento nas doses recomendadas, apresentam uma considerável 
margem de segurança, embora os mamíferos utilizem o GABA como neurotransmissor, 
geralmente não causam efeitos tóxicos nos animais, pois apresentam alto peso molecular e 
não atravessam facilmente a barreira hematoencefálica para atuarem no sistema nervoso 
central, entretanto em bezerros apresenta uma margem de segurança restrita, podendo causar 
depressão, ataxia e inquietação. As lactonas macrocíclicas estão disponíveis em solução para 
aplicação​ ​subcutânea,​ ​transdermal ​ ​e​ ​oral.​ ​(SPINOSA,​ ​2006). 
 
3 
 
3. Materiais​ ​e​ ​Métodos 
Para a obtenção de dados, foi escolhida uma agropecuária do distrito de Santo 
Antônio, Concórdia, Santa Catarina, devido a sua proximidade com áreas interioranas do 
município. Para a obtenção de dados, foram estabelecidas três perguntas sobre o 
medicamento, “nome comercial do medicamento”, “o medicamento é vendido com receita” e 
“animal de produção principal”, além da solicitação da bula para que fosse feito o registro 
fotográfico​ ​para ​ ​análise​ ​crítica​ ​posterior. 
Conforme os dados fornecidos pelo estabelecimento, o medicamento mais 
vendido chama-se CydectinⓇ, sendo vendido sem a apresentação de receita e utilizado 
principalmente​ ​em​ ​bovinos. 
Analisando os dados presentes na bula, apresenta o princípio ativo da droga, 
sendo moxidectina, da classe farmacológica de antiparasitários. O medicamento é indicado 
para parasitas gastrintestinais nos estágio adultos e imaturos, como ​Ostertagia ostertagi​, 
Ostertagia lyrata​, ​Haemonchus placei, Trichostrongylus axei, Trichostrongylus 
colubriformis, Cooperia punctata, Cooperia pectinata, Cooperia oncophora, Cooperia 
spatulata, Oesophagostomun radiatum, Nematodirus spathiger, Bunostomum phlebotomum ​e 
Trichuris discolor​; verme pulmonar como ​Dictyocaulus viviparus​; sarna causada por 
Psoroptes bovis​; piolhos das espécies ​Linognathus vituli​, ​Haematopinus eurysternus e 
Solenopotes capillatus​; e carrapato das espécies ​Rhipicephalus (Boophilus) microplus e 
Hypoderma​ ​​sp. 
A bula fornece a dosagem do medicamento (​tabela 1​), bem como instruções 
de modo de aplicação e materiais a serem utilizados para a aplicação. Ainda há a salientação 
de informações de segurança sobre a dosagem do medicamento, possíveis reações de 
hipersensibilidade e a não recomendação de utilização da droga em animais que estejam 
debilitados. A bula ressalta que a utilização do medicamento não interfere nos índices 
reprodutivos dos animais, bem como não há resíduos nas fezes, eliminando contaminação 
ambiental. 
Tabela​ ​1​ ​-​ ​Dosagem​ ​do ​ ​medicamento​ ​conforme​ ​o​ ​peso​ ​do​ ​animal. 
Peso​ ​(kg) Dose​ ​(mL) 
50 1 
100 2 
150 3 
200 4 
250 5 
Continua 
4 
 
Tabela​ ​1​ ​-​ ​Conclusão 
300 6 
350 7 
400 8 
450 9 
500 10 
Fonte:​​ ​CYDECTINⓇ​. 
Referente a interações medicamentosas, a bula salienta que o medicamento é 
compatível a associação de outras drogas. A bula mostra precauções que deve-se ter com a 
droga sobre armazenamento, e recomenda que a venda seja feita sobre prescrição e aplicação 
sob orientação veterinária. Com um grande destaque, ainda é possível encontrar o período de 
carência ​ ​de​ ​carne​ ​e​ ​leite. 
 
4. Resultados​ ​e​ ​Discussão 
Após os breves questionamentos e a análise crítica da bula do medicamento 
CydectinⓇ, levando em conta o que foi estudado durante a disciplina, concluiu-se que a bula 
do produto possui informações relevantes para o produtor que o comprará, porém ainda 
faltam algumas informações. Na leitura da bula, notou-se que não há informações sobre o 
modo de ação da droga, bem como sua farmacocinética. A venda do produto sem prescrição é 
feita de forma incorreta, uma vez que a bula recomenda sua venda somente sob prescrição do 
Médico​ ​Veterinário. 
Toda venda de medicamentos antiparasitários sem receita veterinária podem ser 
vista de forma errada, uma vez que sua principio ativo deve ser compatível com o parasita 
que for ser combatido, e que a dose aplicada deve condizer com a recomendada, sendo que 
uma dose mais forte podem causar um efeito tóxico ao indivíduo, enquanto uma dose baixa 
podem​ ​causar​ ​resistência​ ​do​ ​parasita​ ​ao​ ​medicamento,​ ​sendo​ ​que​ ​este​ ​não​ ​será​ ​mais​ ​eficaz. 
 
Referências 
[1] ​CAVALCANTE, Antonio Cézar Rocha; VIEIRA, Luiz da Silva; CHAGAS, Ana Carolina 
de Souza. ​Doenças parasitárias de caprinos e ovinos: ​Epidemiologia e controle. Brasília: 
Embrapa, ​ ​2009.​ ​603 ​ ​p. 
[2] CYDECTINⓇ, Renato Beneduzzi Ferreira. Campinas: Zoetis Indústria de Produtos 
Veterinários​ ​Ltda.​ ​Bula​ ​de​ ​remédio. 
[3] MONTEIRO, Silvia Gonzalez. ​Parasitologia na Medicina Veterinária. ​São Paulo: 
Roca,​ ​2014.​ ​356​ ​p. 
[4] RANG, H.p.; DALE, M.m.; RITTER, J.m.. ​Farmacologia. ​7. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier,​ ​2011.​ ​768​ ​p 
5 
 
[5] RIET-CORREA, Franklin; SCHILD, Ana Lucia; LEMOS, Ricardo A. A.. ​Doenças de 
Ruminantes​ ​e​ ​Equideos​ ​1. ​3.​ ​ed.​ ​Santa​ ​Maria:​ ​Ufsm​ ​Equali,​ ​2007.​ ​719​ ​p. 
[6] ​RODRIGUES, Daniel Sobreira; LEITE, Romário Cerqueira. ​Impacto econômico das 
parasitoses de bovinos. ​2014. Disponível em: 
<https://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/artigos-especiais/impacto-economico-das-par
asitoses-de-bovinos-89321n.aspx>.​ ​Acesso​ ​em:​ ​20​ ​nov.​ ​2017. 
[7] ​Spinosa, Helenice de Souza. ​Farmacologia aplicada a medicina veterinária / Helenice 
de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak, Maria Martha Bernardi. - 4.ed. – Rio de Janeiro : 
Guanabara​ ​Koogan,​ ​2006. 
6