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resumo NCPC Petição Inicial e Improcedência Liminar

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1 
WWW.FOCANORESUMO.COM 
 MARTINA CORREIA 
FORMAÇÃO DO PROCESSO E PETIÇÃO INICIAL (NCPC) 
PROCESSO CIVIL 
Curso de Direito Processual Civil de Fredie Didier (2016) 
 
 FORMAÇÃO DO PROCESSO 
 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a 
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que 
for validamente citado. 
 
- A partir do protocolo da petição inicial, surge a LITISPENDÊNCIA: o processo existe para o autor. Para 
o réu, a litispendência só produz efeitos a partir da sua citação. 
 
 PETIÇÃO INICIAL 
 
- A petição inicial é a forma da demanda. A demanda é o conteúdo da petição inicial. 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - O juízo a que é dirigida; 
II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - O fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - O pedido com as suas especificações; 
V - O valor da causa; 
VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
§1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, 
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
§2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere 
o inciso II, for possível a citação do réu. 
§3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste 
artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o 
acesso à justiça. 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
 
1. FORMA  a petição inicial deve ser escrita, datada e assinada. 
 
2 
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 MARTINA CORREIA 
- Admite-se postulação oral nos Juizados Especiais Cíveis, pedido de concessão de medidas protetivas 
de urgência em favor da mulher que se afirma vítima de violência doméstica ou familiar e no 
procedimento especial da ação de alimentos. 
 
2. ASSINATURA DE QUEM POSSUA CAPACIDADE POSTULATÓRIA  têm capacidade postulatória os 
advogados, os defensores públicos e os membros do MP. 
- O leigo tem capacidade postulatória na ação de alimentos; no habeas corpus; nos Juizados Especiais 
Cíveis, na primeira instância, em causas cujo valor não exceda a 20 salários-mínimos; no pedido de 
concessão de medidas protetivas de urgência em favor da mulher. 
 
3. INDICAÇÃO DO JUÍZO (art. 319, I)  vale lembrar que comarca é a unidade territorial da Justiça 
Estadual e Seção Judiciária, da Justiça Federal. 
 
4. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES (art. 319, II)  quando se tratar de pessoa jurídica, deve constar o 
estatuto social e a documentação que comprove a regularidade da representação. 
- É possível demanda contra pessoa incerta. O autor deve fazer um esboço da identificação. 
- A qualificação dos integrantes pode ficar comprometida em muitos casos. Ex.: demanda possessória 
relacionada a uma ocupação de terra. Não é à toa que o NCPC traz, nos parágrafos do art. 319, 
mitigações à exigência da qualificação das partes. 
 
5. CAUSA DE PEDIR (art. 319, III)  fato jurídico + relação jurídica. Exemplo: na ação de anulação de 
um contrato por dolo, o fato jurídico é a celebração do contrato com dolo, enquanto a relação jurídica 
é o direito de anular o contrato celebrado com dolo. 
 
CAUSA DE PEDIR 
FATO JURÍDICO 
= FUNDAMENTOS DE FATO OU CAUSA DE PEDIR REMOTA. 
Remota ativa (FATO-TÍTULO - o fato que gera o direito) e 
remota passiva (FATO-MOLA - o fato que impulsiona a ida 
ao Judiciário). 
RELAÇÃO JURÍDICA 
= FUNDAMENTOS DE DIREITO OU 
CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA 
É o direito afirmado, conteúdo da 
demanda. 
 
- O NCPC, assim como o CPC-73, adotou a teoria da substancialização da causa de pedir: 
 
SUBSTANCIALIZAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR INDIVIDUALIZAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR 
O autor deve apresentar a RELAÇÃO JURÍDICA e o FATO 
JURÍDICO. Para que uma causa de pedir seja igual a 
outra, RJ e FJ devem ser idênticos. 
Basta a apresentação da RELAÇÃO JURÍDICA 
(direito afirmado). 
Aplicação prática: ação para anular um contrato por erro x ação para anular um contrato por dolo. Se 
adotada a teoria da substancialização, as ações não têm a mesma causa de pedir, pois os fatos jurídicos são 
distintos (erro e dolo). Se adotada a teoria da individualização, as causas de pedir são idênticas: o direito 
afirmado em ambas é o mesmo – o direito de anular o contrato. 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
- Causa de pedir composta é aquela que só se completa quando existentes vários fatos jurídicos. 
Exemplo: na ação de responsabilidade civil, o autor deve indicar como fatos jurídicos a conduta, a 
culpa, o nexo de causalidade e o dano (fato jurídico composto). 
 
6. PEDIDO (art. 319, IV)  petição sem pedido é petição inepta. 
 
7. VALOR DA CAUSA (art. 319, V)  serve como base de cálculo das custas e das multas processuais, 
para definir a competência e para verificar o cabimento de recursos. 
- A decisão interlocutória sobre a correção ou não da atribuição do valor da causa poderá ser 
impugnada por apelação, e não por agravo de instrumento. 
 
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico 
imediatamente aferível. 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de 
mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 
II - Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a 
resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
III - Na ação de alimentos, a soma de 12 prestações mensais pedidas pelo autor; 
IV - Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do 
bem objeto do pedido; 
V - Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
VI - Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores 
de todos eles; 
VII - Na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - Na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. 
§1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e 
outras. 
§2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por 
tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 ano, e, se por tempo inferior, será igual à 
soma das prestações. 
§3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não 
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido 
pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. 
 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo 
autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a 
complementação das custas. 
 
8. MEIOS DE PROVA (art. 319, VI)  embora o autor deva indicar os meios de prova na petição inicial, 
o juiz pode determinar a produção de provas ex officio. 
 
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 MARTINA CORREIA 
9. OPÇÃO PELA REALIZAÇÃO OU NÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO (art. 319, VII) se autor e réu não desejarem a audiência, ela não ocorrerá. Se o autor, na petição inicial, for silente 
sobre a questão, o silêncio deve ser interpretado como não oposição. A manifestação de 
desinteresse deve ser expressa. 
 
10. DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA DEMANDA (art. 320)  são indispensáveis 
os documentos exigidos por lei (documentos substanciais) e aqueles mencionados pelo autor na 
petição inicial como fundamento do seu pedido (documentos fundamentais). 
- É possível a produção ulterior de prova documental. 
- Pode o autor, na própria petição inicial, solicitar a exibição de documento que está em poder de 
terceiro. 
 
 EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL 
 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
- Novidade do NCPC: O JUIZ DEVE INDICAR O QUE DEVE SER CORRIGIDO (princípio da cooperação). 
- Há um direito à emenda: o juiz não pode indeferir a exordial sem que a parte possa emendá-la, no 
prazo de 15 DIAS. 
- É possível uma nova determinação de emenda se a primeira correção não for satisfatória e se o 
defeito for sanável. 
- É possível emenda após a contestação quando não houver modificação do pedido ou da causa de 
pedir sem o consentimento do réu. 
 
 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
 
- O indeferimento só pode ocorrer ANTES DA CITAÇÃO DO RÉU. APÓS, HAVERÁ EXTINÇÃO DO 
PROCESSO POR OUTRO MOTIVO, MAS NÃO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. É que no 
indeferimento da petição inicial, o autor não é condenado ao pagamento de honorários advocatícios 
em favor de réu ainda não citado. A regra especial do art. 313 só se aplica ao indeferimento: 
 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 
dias, retratar-se. 
§1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. 
§2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr 
da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. 
§3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
- O indeferimento pode ser total ou parcial, situação em que o processo não será extinto. Exemplo de 
indeferimento parcial: o autor formula vários pedidos, mas um deles é inepto. 
- Embora o art. 331 fale em apelação, nem todo caso de indeferimento da petição inicial é uma 
sentença (apenas o indeferimento total por juízo singular): 
 
JUÍZO SINGULAR TRIBUNAL 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
 
SENTENÇA 
 
ACÓRDÃO 
 
DECISÃO DE RELATOR 
Indeferimento parcial. Indeferimento 
total. 
Indeferimento parcial ou 
total pelo colegiado. 
Indeferimento parcial ou 
total. 
Cabe AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. 
Cabe APELAÇÃO. Cabe RO, RE ou REsp. Cabe AGRAVO INTERNO. 
 
- Assim, ensejam o juízo de retratação do art. 331 a apelação, o agravo de instrumento e o agravo 
interno. 
 
 
- O juiz só pode alterar sua decisão ex officio se constatar erro de cálculo ou erro material. Logo, só 
poderá exercer o juízo de retratação se houver um dos recursos acima. 
 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
 
HIPÓTESES DE INDEFERIMENTO 
INÉPCIA ILEGITIMIDADE DA 
PARTE 
FALTA DE INTERESSE 
PROCESSUAL 
ARTS. 106 E 321 
 
1. INÉPCIA  defeito relativo ao PEDIDO ou à CAUSA DE PEDIR. Atenção: a inépcia é uma hipótese de 
indeferimento da petição inicial, mas não a única. Alguns exemplos estão no art. 330, §1º: 
 
 
 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
Art. 330. §1º. Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido 
genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de 
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na 
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de 
quantificar o valor incontroverso do débito. 
§3º Na hipótese do §2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo 
contratados. 
 
- Em regra, o pedido deve ser certo, determinado, claro e coerente com a causa de pedir. 
- Petição suicida é aquela em que o autor formula pedidos incompatíveis entre si. O juiz deve 
determinar a correção. 
 
2. ILEGITIMIDADE DA PARTE  para Didier, apenas a ilegitimidade extraordinária leva ao 
indeferimento da petição inicial; a ilegitimidade ordinária é caso de improcedência do pedido. 
 
3. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL  o tema está no capítulo que trata dos Pressupostos 
Processuais. 
 
4. ARTS. 106 E 321 DO CPC  são eles: 
 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na 
Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para 
o recebimento de intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
§1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, 
no prazo de 5 dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da 
petição. 
§2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações 
enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. 
 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
 PEDIDO 
 
- O pedido é o núcleo da demanda (elemento objetivo), é a providência que se pede ao Judiciário, a 
pretensão material deduzida em juízo. O pedido Como um dos elementos objetivos da demanda 
(junto com a causa de pedir), o pedido bitola a prestação jurisdicional, que não poderá ser extra, ultra 
ou infra/citra petita (princípio da congruência). Serve também como elemento de identificação da 
demanda, para fins de verificação da ocorrência de conexão, litispendência ou coisa julgada. É também 
o parâmetro para a fixação do valor da causa. O pedido pode ser visualizado em duas dimensões: 
 
PEDIDO IMEDIATO PEDIDO MEDIATO 
Pedido de decisão: pedido para que o juiz condene, 
declare, expeça ordem, tome providências 
executivas etc. Será SEMPRE DETERMINADO. 
 
É o que a doutrina chama de bem da vida que se 
espera alcançar com o processo. É a coisa, a 
situação jurídica nova almejada. 
O juiz não pode alterar o bem da vida pretendido 
pelo demandante (princípio da congruência). 
 
- O pedido há de ser CERTO, ou seja, deve constar expressamente na petição inicial. Emalguns casos, 
o NCPC aceita o pedido implícito. Alguns exemplos estão no art. 322, §1º: 
 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
§2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio 
da boa-fé. 
 
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, 
essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do 
autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso 
do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. 
 
- O pedido há de ser DETERMINADO, ou seja, delimitado em relação ao gênero e à quantidade. O 
pedido indeterminado, como visto, leva ao indeferimento da petição inicial (dada a oportunidade de 
correção). Todavia, em alguns casos (art. 324, §1º), a lei permite a formulação de pedido genérico. 
 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva 
ser praticado pelo réu. 
§2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
 
- Atenção: nas ações de reparação de dano moral, o autor deve quantificar o valor da indenização na 
petição inicial (só ele saberia quantificar o prejuízo moral que sofreu). Cabe ao juiz julgar se o 
 
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 MARTINA CORREIA 
montante requerido é ou não devido. Só é possível a iliquidez do pedido se o ato causador do dano 
puder repercutir no futuro, gerando outros danos. Exemplo: na inscrição indevida em arquivos de 
consumo, a lesão moral é continuada). 
- O pedido há de ser CLARO, ou seja, inteligível. 
- O pedido há de ser COERENTE COM A CAUSA DE PEDIR, ou seja, deve estar logicamente ligado à 
causa de pedir. Se o pedido não for coerente, é caso de inépcia da inicial. 
 
 CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
 
CUMULAÇÃO HOMOGÊNEA CUMULAÇÃO HETEROGÊNEA 
Os pedidos são formulados pela mesma 
pessoa. 
Os pedidos são formulados por pessoas diferentes. 
Ex.: cumulação pela reconvenção ou denunciação da lide 
promovida pelo réu. 
 
CUMULAÇÃO INICIAL CUMULAÇÃO ULTERIOR 
O processo já nasce com pedidos 
cumulados na petição inicial. 
Novo pedido é agregado à demanda após a petição inicial. 
Ex.: aditamento da petição inicial e ação declaratória 
incidental para reconhecer falsidade de documento. 
 
- O art. 327 permite a cumulação de vários pedidos. O ponto mais importante é saber diferenciar a 
cumulação própria (simples ou sucessiva) da cumulação imprópria (subsidiária ou alternativa). 
 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça 
do posterior, quando não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha 
um deles. 
 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, 
ainda que entre eles não haja conexão. 
 
CUMULAÇÃO PRÓPRIA 
TODOS OS PEDIDOS FORMULADOS PODEM SER ACOLHIDOS. 
Regida pela partícula “E”. 
Como é possível o acolhimento simultâneo, os pedidos devem ser compatíveis entre si. 
SIMPLES SUCESSIVA 
Os pedidos formulados são autônomos, de forma 
que um pedido pode ser analisado 
independentemente do outro. Não há relação de 
precedência lógica. 
Um pedido só pode ser acolhido se o outro for. Há 
um vínculo de precedência lógica: o primeiro pedido 
é preliminar ou prejudicial à análise do segundo 
pedido (o qual pode ou não ser acolhido). 
Exemplo: indenização por dano moral e por dano 
material (a análise de um não interfere na análise do 
outro). 
Exemplo: a apreciação do pedido de alimentos 
depende da investigação de paternidade. 
 
 
 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA 
APENAS UM PEDIDO FORMULADO PODE SER ACOLHIDO. 
Regida pela partícula “OU”. 
Como não é possível o acolhimento simultâneo, os pedidos não precisam ser compatíveis entre si. 
SUBSIDIÁRIA OU EVENTUAL ALTERNATIVA 
O autor estabelece uma hierarquia entre os pedidos. 
Exemplo: o autor quer A (pedido principal), mas, se 
não for possível, quer B (pedido subsidiário). 
O autor formula pedidos sem estabelecer hierarquia 
entre eles. Exemplo: o autor quer A ou B, tanto faz. 
Apenas um deles será acolhido. 
Regulada no art. 326. Regulada no art. 326, parágrafo único. 
Primeiro, o juiz deve examinar A. 
Se A for acolhido, é dispensado o exame de B. 
Se A não for acolhido, B será examinado. 
Se o juiz examinar B sem examinar A, haverá error in 
procedendo, pois o autor estabeleceu preferência*. 
O juiz analisa A e B, sem ordem de hierarquia. Assim, 
poderá conceder B sem examinar A. Nesse caso, o 
autor não pode recorrer, pois não expressou 
preferência por A. 
 
O valor da causa será o do pedido principal (art. 292, 
VIII). 
O valor da causa será o do pedido que tiver o maior 
valor (art. 292, VII). 
Há sucumbência total se todos os pedidos forem 
rejeitados. 
Há sucumbência parcial se for acolhido o pedido 
subsidiário. Nesse caso, os honorários devem ser 
fixados proporcionalmente. 
Há sucumbência total se todos os pedidos forem 
rejeitados. 
Contudo, o acolhimento de um e a rejeição de 
outro não implicam sucumbência parcial do autor. 
 
 
* Se, na cumulação imprópria subsidiária (hierarquia), o juiz rejeitar A (pedido principal) e conceder B 
(pedido subsidiário), o autor também poderá recorrer, pois estabeleceu uma ordem de preferência 
(significa que A lhe é mais interessante). Nesse caso, a análise de B, que não foi impugnada por lhe ter 
sido favorável, não será devolvida ao órgão ad quem, salvo se houver recurso do réu, situação em que 
se repetirá, na segunda instância, o julgamento da causa, nos moldes em que apresentada na primeira. 
Acaso seja provido o recurso, restará prejudicada a sentença na parte em que acolheu o pedido 
subsidiário; não o sendo, prevalece o que fora decidido na sentença (proibição do reformatio in pejus). 
 
 
 
REQUISITOS PARA A CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
COMPATIBILIDADE DOS PEDIDOS COMPETÊNCIA IDENTIDADE DE PROCEDIMENTO 
 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
Art. 327. §1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a 
cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das 
técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam 
um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o 
procedimento comum. 
§3º O inciso I do §1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. 
 
1. COMPATIBILIDADE DOS PEDIDOS  Exemplo de pedido incompatível: revisão e nulidade do 
contrato (ou o contrato é revisado, ou é declarado nulo, não é possível os dois ao mesmo tempo). 
- Como visto, esse requisito não é exigido para a cumulação imprópria, pois apenas um pedido será 
acolhido. 
 
2. COMPETÊNCIA  se o juiz for incompetente para um dos pedidos, ele só vai examinar os pedidos 
para os quais ele for competente, devendo o pedido restante ser formulado na devida jurisdição.- Súmula 170 do STJ: compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo acumulação de 
pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites de sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento 
de nova causa, com o pedido remanescente, no juízo próprio. 
- Se a cumulação envolver pedido para cujo processamento o juízo não tenha competência relativa, 
o desmembramento da petição inicial dependerá da alegação de incompetência pelo réu. Todavia, 
se houver conexão entre os pedidos houver conexão, é possível a cumulação, mesmo que o juízo 
seja relativamente incompetente para processar e julgar um deles (efeito modificativo da 
competência que decorre da conexão – arts. 55, §1º). Não poderá o réu opor-se a tal cumulação. 
 
3. IDENTIDADE DE PROCEDIMENTO  é possível cumular pedidos desde que eles possam tramitar 
sob um mesmo procedimento. Se para cada pedido corresponder um procedimento diferente, será 
possível cumulá-los optando-se pelo PROCEDIMENTO COMUM. Nesse caso, segundo o art. 327, §2º 
(página anterior), devem ser adotadas técnicas processuais diferenciadas previstas nos 
procedimentos especiais. O dispositivo é importante porque torna o procedimento comum maleável, 
adaptável. 
- Situações-problema: rito especial + rito comum e ritos especiais diferentes. Nesse último caso, 
permite-se a cumulação desde que seguindo o procedimento comum. Entretanto, o procedimento 
especial nem sempre é redutível ao procedimento comum. Há procedimentos especiais não 
obrigatórios, conversíveis ao procedimento comum. Exemplos: mandado de segurança, possessórias 
e ação monitória. Há também procedimentos especiais obrigatórios, inderrogáveis pela vontade do 
autor. Normalmente estão relacionados ao interesse público ou a direitos indisponíveis. Exemplos: 
inventário e partilha, interdição, procedimentos especiais de jurisdição voluntária, desapropriação, 
ADI e ADC etc. 
 
 
 
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 AMPLIAÇÃO, REDUÇÃO E ALTERAÇÃO DA DEMANDA 
 
1. AMPLIAÇÃO DA DEMANDA  a ampliação do objeto litigioso do processo é tratada no art. 329: 
 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de 
consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com 
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação 
deste no prazo mínimo de 15 dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
 
 
- Didier faz algumas críticas à limitação imposta pelo art. 329 (saneamento do processo): 
a) Se o novo pedido for conexo ao pedido originário, deve ser permitido o aditamento mesmo 
após o saneamento. Explicação: se o pedido conexo for ajuizado autonomamente, os 
processos seriam reunidos. 
b) Autor e réu podem acrescentar, em eventual autocomposição, lide que não componha o 
objeto litigioso originário (art. 515, §2º). Isso é uma ampliação do objeto litigioso do processo, 
ainda que apenas para fazer o acordo. 
c) A limitação (até o saneamento) é incompatível com o NCPC, que permite a negociação 
processual atípica. Não há qualquer prejuízo a uma alteração objetiva do processo com a 
concordância das partes, até mesmo após o saneamento. 
d) O pedido de desconsideração da personalidade jurídica na instância recursal também amplia 
objetivamente o processo. 
e) Fato constitutivo superveniente pode ser conhecido, até mesmo de ofício, em qualquer 
estágio do processo (outro caso de ampliação objetiva após o saneamento). 
f) O CPC-73 não permitia a alteração após o saneamento “em nenhuma hipótese”. O NCPC não 
repetiu o trecho. Didier entende que há silêncio eloquente. 
 
2. ALTERAÇÃO OBJETIVA DA DEMANDA  mesmas regras da ampliação: após a citação e até o 
saneamento, apenas com consentimento do réu. Cabem as mesmas críticas feitas ao aditamento. 
 
3. REDUÇÃO DA DEMANDA  sintetizadas por Barbosa Moreira: 
 a) Desistência parcial; 
 b) Renúncia parcial ao direito postulado; 
 c) Transação parcial na pendência do processo; 
 d) Convenção de arbitragem relativa a parte do objeto do litígio, na pendência do processo; 
 e) Interposição, pelo autor, de recurso parcial contra a sentença de mérito desfavorável. 
 
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 PEDIDO ALTERNATIVO 
 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder 
cumprir a prestação de mais de um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe 
assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não 
tenha formulado pedido alternativo. 
 
- Pedido alternativo é aquele que se refere a uma obrigação alternativa, que é uma obrigação que 
pode ser adimplida mais de uma maneira (mais de uma prestação é apta a satisfazer a obrigação). O 
PEDIDO É UM SÓ (RELATIVO A UMA OBRIGAÇÃO), MAS PODE SER CUMPRIDO DE MAIS DE UMA 
MANEIRA. 
- Não confundir com a cumulação imprópria alternativa, em que há mais de um pedido formulado. 
 
 PEDIDO RELATIVO A OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL 
 
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do 
processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. 
 
- Nesse caso, há uma pluralidade de credores em torno de um objeto indivisível e só um ou alguns 
deles vai a juízo. Entende-se obrigação indivisível aquela cuja prestação tem por objeto uma coisa ou 
um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico (art. 258 do CC). São obrigações cuja prestação só se pode cumprir 
por inteiro. 
- Quando há pluralidade de credores de obrigação indivisível, poderá cada um destes exigir a dívida 
inteira (art. 260 do CC). Se apenas um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos 
outros assistirá o direito de exigir dele a parte que lhe caiba no total (art. 261 do CC). E aquele credor 
que não participou do processo, para levantar o seu quinhão, deverá arcar, proporcionalmente, com 
as despesas processuais de cobrança do crédito (inclusive honorários advocatícios). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO (NCPC) 
PROCESSO CIVIL 
Curso de Direito Processual Civil de Fredie Didier (2016) 
 
 INTRODUÇÃO 
 
- É decisão de mérito que, antes da citação do demandado, julga improcedente o pedido formulado 
pelo autor e faz coisa julgada. 
- Não há violação ao contraditório: o julgamento pode ocorrer antes da citação do demandado 
porque lhe é favorável (improcedência). 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação 
do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, 
a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos 
termos do art. 241. 
§3º Interposta a apelação, o juiz poderáretratar-se em 5 dias. 
§4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do 
réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, 
no prazo de 15 dias. 
 
PRESSUPOSTOS DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR 
1) PEDIDO CONTRÁRIO A PRECEDENTE 
OBRIGATÓRIO; ou 
2) RECONHECIMENTO DE PRESCRIÇÃO OU 
DECADÊNCIA. 
3) A CAUSA DISPENSA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA (a 
matéria fática pode ser comprovada por prova 
documental). 
 
- Se o juiz entender que é o caso de improcedência liminar do pedido, esta decisão será uma sentença, 
impugnável por apelação. Se o autor não apelar, o réu deve ser intimado do trânsito em julgado da 
sentença. Se o autor apelar, o juiz poderá retratar-se em 5 dias. 
a) Se o juiz não se retratar, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões em 
15 dias. Nas contrarrazões, o réu defenderá a sentença. Pode ocorrer de o Tribunal, no 
julgamento da apelação, reformar a sentença e adentrar o mérito, julgando procedente a 
demanda. É que, no caso, o réu já teria apresentado defesa (em forma de contrarrazões) e a 
causa dispensa instrução em audiência. Essa é uma possível interpretação do dispositivo. 
 
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b) Se o juiz se retratar, o réu deve ser intimado do trânsito em julgado (que lhe é favorável). 
Nas razões de apelação, o autor deve convencer o juiz do equívoco de sua decisão ou 
demonstrar que o seu caso é distinto (distinguishing). Exemplo: o juiz reconhece a prescrição 
e extingue o processo (improcedência liminar). O autor, na apelação, pode demonstrar que 
algum fato suspendeu ou interrompeu o prazo prescricional. 
 
- É possível a improcedência liminar parcial (de apenas parte dos pedidos) – decisão interlocutória, 
impugnável por agravo de instrumento – caso em que o processo seguirá em relação aos outros 
pedidos. 
- Se a improcedência liminar ocorrer em Tribunal, estaremos diante de uma decisão do relator 
(impugnável por agravo interno) ou de um acórdão (impugnável por REsp, RE, RO ou embargos de 
divergência). 
 
 PEDIDO CONTRÁRIO A PRECEDENTE OBRIGATÓRIO 
 
- A primeira hipótese que autoriza a improcedência liminar é a contrariedade a um precedente 
obrigatório (art. 332, incisos I a IV), assim entendido como: 
 
SÚMULA DO 
STF OU STJ 
ACÓRDÃO PROFERIDO 
PELO STF E STJ EM 
JULGAMENTO DE 
RECURSOS REPETITIVOS 
ENTENDIMENTO FIRMADO EM INCIDENTE 
DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS 
REPETITIVAS OU DE ASSUNÇÃO DE 
COMPETÊNCIA 
SÚMULA DO TJ 
SOBRE DIREITO 
LOCAL 
 
- O juiz pode deixar de aplicar algum desses precedentes se entender que é o caso de superá-lo 
(overruling) ou de distinguir a situação a ser julgada (distinguishing). 
 
 RECONHECIMENTO DE RESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA 
 
- Como o réu ainda não foi citado, o julgamento de improcedência liminar do pedido diante do 
reconhecimento da prescrição ou da decadência só poderá ocorrer quando tais questões puderem ser 
examinadas ex officio. 
- A decadência legal pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, enquanto a decadência convencional 
depende da provocação da parte interessada. 
- O art. 487, II, autoriza a extinção do processo, com resolução do mérito, nos casos de reconhecimento 
ex officio da prescrição. Assim, aparentemente, o regramento atual permite que o juiz reconheça de 
 
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ofício qualquer prescrição. Didier faz ponderações e entende que a regra do art. 332, §1º e do art. 
487, II, deve ser aplicada apenas para o reconhecimento de prescrição envolvendo direitos 
indisponíveis, em nenhuma hipótese em sentido desfavorável àqueles sujeitos protegidos 
constitucionalmente (consumidor, índio, idoso e trabalhador). 
 
 HIPÓTESE ATÍPICA DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
 
- O juiz pode decidir a improcedência liminar em casos atípicos de manifesta improcedência? Exemplo: 
pedido de reconhecimento de usucapião de bem público. O NCPC não prevê a possibilidade, mas 
Didier entende que é recomendável em homenagem aos princípios da eficiência, da boa-fé e da 
duração razoável do processo.

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