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Aula 6

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Nossa disciplina tem como desafio principal apresentar e refletir os vários aspectos que perpassam o debate educacional acerca da gestão realmente democrática da educação brasileira. Esperamos que você não só participe deste debate como também possa contribuir com o mesmo a partir das suas experiências desenvolvidas no campo de estágio. A nossa primeira aula objetiva apresenta a origem do conceito e do debate acerca da gestão democrática da escola, bem como as principais dificuldades e desafios que envolvem a temática, possibilitando uma visão geral do que será debatido no decorrer da disciplina. Ao inserir-se na Prática de Estágio Supervisionado na instituição escolar, você está vivenciando mais do que uma experiência prática como aluno, está vivenciando a oportunidade de refletir os vários aspectos que perpassam o debate educacional acerca da gestão realmente democrática da educação brasileira.
Vale lembrar que o estágio, como o ato educativo escolar supervisionado, está definido na Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, e será desenvolvido no ambiente de trabalho. Ele visa à preparação para o trabalho produtivo do estudante. Assim, o estágio integra o itinerário formativo do educando e faz parte do projeto pedagógico do curso, definido como pré-requisito no projeto pedagógico do curso para aprovação e obtenção do diploma (§1º do art. 2º da Lei nº 11.788/2008). A Prática de Estágio Supervisionado dirigido à atuação na Gestão Escolar compreende os processos educacionais específicos envolvidos nesta dimensão gestora e propõe ao aluno estagiário acompanhar a rotina diária do diretor, do coordenador pedagógico e do supervisor de ensino a fim de preparar-se criticamente para a sua prática profissional. Assim, o estágio consiste em proporcionar aos alunos uma visão reflexiva e um conjunto de saberes significativos sobre a realidade na qual atuará. Para tal, é fundamental desenvolver postura e habilidades de pesquisadores, elaborando projetos que lhes permitam compreender, problematizar e intervir nas situações observadas. 
O conceito de gestão e suas implicações para o campo de estágio: Gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa: levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o sujeito. Isso pode ser visto em um dos substantivos derivado deste verbo. Trata-se de gestatio, ou seja, gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si algo novo, diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da mesma raiz, provêm os termos genitora, genitor, gérmen. A gestão implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de interrogar e pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no governo da educação, segundo a justiça. Nesta perspectiva, a gestão implica o diálogo como forma superior de encontro das pessoas e solução dos conflitos. Dentro de tais parâmetros, ela é a geração de um novo modo de administrar uma realidade e é, em si mesma, democrática, já que se traduz pela comunicação, pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo.
A gestão democrática na escola: A gestão democrática, enquanto temática histórica, nos move em direção contrária àquela mais difundida em nossa trajetória política, em que os gestores se pautam ora por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária. Paternalismo e suas variantes, autoritarismo e congêneres são formas de pensar e agir sobre o outro não reconhecido como igual. A educação como um processo social colaborativo é um princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º. Inciso VIII) e na Constituição Federal (Art. 206, inciso VI). Dessa forma, demanda a participação de todos da comunidade interna da escola, dos pais e da sociedade em geral. 
Dessa participação conjunta e organizada é que resulta a qualidade do ensino para todos, princípio da democratização da educação. Assim, a gestão democrática é proposta como condição de:
Aproximação entre escola, pais e comunidade na promoção de educação de qualidade;
De estabelecimento de ambiente escolar aberto e participativo, em que os alunos possam experimentar os princípios da cidadania, seguindo o exemplo dos adultos.
Além disso, a gestão democrática se assenta na promoção de educação de qualidade para todos os alunos, de modo que cada um deles tenha a oportunidade de acesso, sucesso e progresso educacional com qualidade, numa escola dinâmica que oferta ensino contextualizado em seu tempo e segundo a realidade atual, com perspectiva de futuro. 
A gestão democrática e o cotidiano escolar: O conceito de gestão democrática no âmbito da unidade escolar defende a composição de uma equipe gestora contrapondo-se à figura do diretor como autoridade única. Essa equipe compreende, além do diretor, os profissionais ligados às atividades de coordenação e supervisão pedagógica. Nessa concepção, o diretor emerge como líder da equipe gestora, como um administrador-educador, nas palavras de Hora: “Há, então, uma exigência ao administrador-educador de que ele compreenda a dimensão política de sua ação administrativa respaldada na ação participativa, rompendo com a rotina alienada do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia a modernização das organizações modernas. É a recuperação urgente do papel do diretor-educador na liderança do processo educativo” (2007, p. 40). No caso da escola pública, alguns sistemas de ensino estaduais e municipais definem o conselho escolar como parte integrante da equipe gestora. Esse conselho é um órgão composto pela representação paritária de pais, professores, funcionários e estudantes, com funções consultiva, deliberativa e fiscalizadora em todos os assuntos da escola. Além da constituição do conselho escolar, outros princípios marcam a gestão democrática da escola pública, a saber: 
Eleição direta para diretor, possibilitando a comunidade escolher o seu gestor para um determinado período; 
Definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; divulgação e transparência na prestação de contas e; 
A avaliação institucional da escola, envolvendo professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica. 
A escola, assim como qualquer outra organização, precisa ser gerida e cumprir, da melhor maneira possível, sua função social. No entanto, também é verdade que essa gestão não deve ocorrer de forma igual àquela exercida em outras organizações, como, por exemplo, empresas e indústrias, devido à natureza e finalidade mais ampla do trabalho da escola, o qual consiste em contribuir para o processo formativo dos indivíduos, sistematizando, produzindo e veiculando um conhecimento que tem origem nas relações sociais mais amplas. A escola é um espaço social que celebra a aprendizagem, vive o encanto da construção da emancipação humana, consolida relações, contribui para a humanidade. E pela gestão democrática se garante uma prática da construção emancipadora da existência das pessoas e da humanidade.
A escola - suas ações e especificidades: A seguir, o professor Vitor Henrique para nos ajudar a compreender a gestão e a democracia na escola, abordando a educação e os problemas com o atual sistema de ensino. Vídeo.
Assim, para Vitor Paro, ser gestor significa ser o mediador para os fins, e os meios não podem ir contra os fins.  Diz ainda que, para muitos educadores, a administração soa como algo ruim. Segundo ele, isso acontece porque a palavra muitas vezes é confundida com a chamada "burocracia", com quem os gestores devem tomar muito cuidado. O educador diz que a papelada muitas vezes é necessária, mas muitas escolas se valem de documentos e reuniões que não servem para o aluno aprender melhor, sendo que este deve ser o objetivo de qualquer escola. "A burocracia só é fim em si mesma", diz o professor. Ele alerta também que os meios de gestão utilizados nas empresas não podem ser aplicados da mesma forma nas escolas, porque o objetivo da escola não ésomente diferente, mas é contrário aos objetivos da empresa.
"Ser gestor significa ser mediador para os fins, e os meios não podem ir contra o fim", conclui. Paro defendeu a democracia nas escolas, lembrando que todo ser humano precisa dos outros. No entanto, o educador ressalta que a democracia não deve ser aplicada simplesmente levando em conta a opinião da maioria. "No Brasil, a maioria da população defende a pena de morte, um ato que vai contra os direitos humanos", lembra. "Democracia é, antes de tudo, fazer com que todos tenham os mesmos direitos", completa. 
Para você observar, refletir e analisar no seu campo de estágio. A escola, assim como qualquer outra organização, precisa ser administrada para cumprir, da melhor maneira possível, sua função social. Como é formada a equipe de gestão da escola onde realiza o seu estágio? Observe e reconheça os processos e projetos de gestão da escola. Faça uma análise crítica sobre esses processos e projetos. 
A concepção de escola e a gestão escolar: É o fato de que a mudança de concepção de escola traz implicações quanto à sua gestão. No entanto, uma das mudanças mais significativas é o modo como vemos a realidade e como participamos da sua construção. De forma geral, nas sociedades, observa-se o desenvolvimento da concepção de que o autoritarismo, a centralização, a fragmentação, o conservadorismo e a ótica do dividir, conquistar, do perde-ganha estão ultrapassados, pelo fato de conduzirem ao desperdício, ao imobilismo, ao ativismo inconsequente, ausência de responsabilidade pelos atos e seus resultados e, em ultima instância, à estagnação social e ao fracasso das suas instituições. 
Essa mudança de paradigma é marcada por uma forte tendência a adoção de concepções e práticas interativas, participativas e democráticas, características de produtos e serviços, interagem dirigentes, funcionários e clientes ou usuários, estabelecendo alianças, redes e parcerias, na busca de soluções de problemas e alargamentos de horizontes. Em meio a essas mudanças encontra-se a escola, no centro das atenções da sociedade. Isso porque se reconhece que a educação, na sociedade globalizada e economia centrada no conhecimento, constitui grande valor estratégico para o desenvolvimento de qualquer sociedade, assim como condição importante para a qualidade de vida das pessoas. No entanto, somos conscientes de que esta concepção não é plenamente adotada. Ou ainda, sob a influência do velho e enfraquecido paradigma orientador da cobrança ao invés da participação, causando grande impacto sobre o que acontece na escola, hoje mais do que nunca, bombardeada por demandas sociais das mais diversas naturezas.
Para garantir a formação competente dos alunos, e com a capacidade de enfrentar de forma crítica e criativa os problemas cada vez mais complexos da sociedade, são necessárias mudanças urgentes na escola. A educação no contexto escolar torna-se, a cada dia, mais complexa, exigindo, assim: 
Esforços redobrados ; 
Maior organização do trabalho educacional;
Maior participação da comunidade na realização desse empreendimento de educar de forma efetiva. 
Desta forma, já não basta ao estabelecimento de ensino apenas preparar o aluno para níveis mais elevados de escolaridade. O aluno necessita aprender para compreender a vida, a si mesmo e a sociedade, como condições para ações competentes na prática da cidadania. Assim, o ambiente escolar, como um todo, deve oferecer-lhe essas experiências. Dada à complexidade da educação e a sua crescente ampliação, ela já não é vista como responsabilidade exclusiva da escola. A própria sociedade, embora muitas vezes não tenha bem claro de que tipo de educação seus jovens necessitam, já não está mais indiferente ao que ocorre nos estabelecimentos de ensino. Além de exigir que a escola seja competente e demostre ao público essa competência com bons resultados de aprendizagem pelos seus alunos e bom uso de seus recursos, também começa a se dispor a contribuir para a realização desse processo, assim como a decidir sobre eles. São inúmeros os exemplos de parcerias já existentes no contexto nacional entre organizações não governamentais e empresas, com a escola, assim como o bom funcionamento de associações de Pais e Mestres. 
A seguir, o professor Vitor Henrique Paro, nos ajuda a saber mais sobre o que é a escola diante da complexa tarefa de educar e a sua crescente ampliação, como uma responsabilidade coletiva da gestão escolar. “Tudo o que acontece no mundo, seja no seu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então, eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida.” Herbet de Souza, o Betinho. 
O espaço escolar facilita ou dificulta as interações pessoais e práticas pedagógicas? Embora, durante muito tempo, o único responsável pelos bons resultados na aprendizagem dos estudantes fosse o professor, aos poucos a sociedade foi percebendo que o profissional de sala de aula, sem formação adequada e o apoio institucional, não é capaz de atingir sozinhos os objetivos educacionais almejados. Isso por que oferecer uma educação de qualidade é uma responsabilidade complexa demais para estar centrada numa única pessoa. Pesquisas apontam que a atuação de outros atores, no espaço escolar, também exerce influência no desempenho dos alunos – entre eles os profissionais que compõem a equipe gestora da escola: Supervisor de ensino, Coordenador pedagógico e Diretor. Assim como as partes de um jogo de encaixe, essas funções se articulam formando um bloco coeso para garantir o sucesso da aprendizagem. A denominação dos cargos varia de acordo com a rede e eles podem ser exercidos por uma ou mais pessoas. A gestão da Educação exige planejamento, estabelecimento de metas, manutenção de recursos e avaliação, estruturados coletivamente por essa equipe gestora. Uma gestão democrática promove a efetivação de novos processos de organização e gestão tomando como base uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão. 
Dessa forma, a participação constitui uma das bandeiras fundamentais a serem implementadas pelos diferentes atores que constroem o cotidiano escolar. Esse cenário de trabalho conjunto e bem realizado favorece bons resultados advindos de um relacionamento mais estreito e efetivo do supervisor, na escola, na continuidade e implementação de politicas publicas e o acompanhamento, apoio e desenvolvimento do projeto politico pedagógico. A desarticulação do trio gestor, no espaço escolar, ou até mesmo com a existência dele, mas sem uma cultura de colaboração, o ambiente escolar torna-se desfavorável, comprometendo a eficácia da escola em sua função de educar. É como um jogo de encaixe no qual as peças ficam embaralhadas e desconectadas – gestores se queixam de supervisores que somente fiscalizam e dão ordens. Supervisores alegam que os gestores não sabem administrar e os coordenadores pedagógicos não formam professores. Qual seria, então, o papel de cada participante da equipe gestora para favorecer um trabalho conjunto eficiente? 
“O diretor e os espaços da escola: O diretor não está sozinho na escola e deve contar com toda a sua equipe”
O CADERNO DE CAMPO - Um aliado no cenário do estágio: No campo de estágio é necessário, durante todo o processo, realizar o registro continuo que irá permitir que você obtenha a descrição do cenário e assim conheça mais a respeito dele e de todos os envolvidos. Essas vivências, percepções e encaminhamentos são anotações que devem fazer parte do seu caderno de campo, que é o diário onde o autor, que é você, narra os fatos e, ao mesmo tempo, participa deles, conseguindo delimitar aqueles mais relevantes para o registro. Realizar as anotações no dia do acontecimento e separar por tipos de atividades é uma forma de organizar esse registro. Algumas considerações sobre a utilização do caderno de campo, adaptadas de Joazeriro (2002,p.13), contribuem para reconhecê-los como um verdadeiro aliado no cenário de estágio. São elas:
Anotar dificuldades, surpresas, fatos, reações,relativas às pessoas observadas (gestores);
Suas próprias percepções e questionamentos enquanto observador (a), sobre como se caracteriza a gestão escolar no campo de estágio escolhido;
A análise de cada informação obtida;
A impressão e análise de documentos, gestores ou entrevistados (responsáveis, etc.);
Alteração de situações ou aspectos a serem observados;
Serve também para controle de carga horária de estágio;
É o desafio de fazer a passagem da atividade para a linguagem escrita que exige reflexão;
É um relato de acordo com a sua coerência interna, não com a cronologia dos fatos;
E as lacunas do diário? O que fazer? Discutir durante os Fóruns Temáticos da disciplina junto ao seu professor e colegas;
É uma oportunidade para refletir a vivencia profissional e pessoal adquiridas no estágio[1: JOAZEIRO, Edna Maria Goulart. Estágio Supervisionado: Experiência e Conhecimento. Santo André: ESETec, 202, p.13]
Para você observar, refletir e analisar no seu campo de estágio... Em seu campo de estágio, quais as concepções existentes sobre o significado da escola e das suas funções básicas. É possível, então, delinear os princípios utilizados na prática de gestão a partir dessas concepções? É importante observar o que professores, funcionários e alunos têm a dizer sobre “para que serve a escola”. Leve essas impressões para o seu caderno de campo.

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