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07/05/2018 1 Carboidratos Wilmara Carvalho Carboidratos São as biomoléculas mais abundantes na Terra Alguns carboidratos (açúcar e amido) são os principais elementos da dieta em muitas partes do mundo Polímeros de carboidratos: Agem como elementos estruturais e protetores nas paredes celulares bacterianas e vegetais e também nos tecidos conectivos animais lubrificam as articulações e auxiliam o reconhecimento e a adesão intercelular Carboidratos Constituídas principalmente por carbono, hidrogênio e oxigênio Podendo apresentar nitrogênio, fósforo ou enxofre na sua composição Também são conhecidos como: Hidratos de carbono, sacarídeos, oses, glicídios ou açúcares FONTE: Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) Obesidade no Brasil 70 % O aumento da obesidade no Brasil é atribuído, entre outros fatores, ao aumento no consumo de carboidratos 07/05/2018 2 Carboidratos POLIHIDROXIALDEÍDO POLIHIDROXICETONAS Classes principais de carboidratos • Um único aldeído ou cetona polihidroxílico(a) • O monossacarídeo mais abundante na natureza: açúcar de 6 carbonos D- glicose, também chamado dextrose • Monossacarídeos de mais de quatro átomos de carbono tendem a ter estruturas cíclicas D-glicose Monossacarídeos (açúcares simples) Classes principais de carboidratos Cadeias curtas de unidades de monossacarídeos • Unidos por ligações glicosídicas. • Dissacarídeos: mais abundantes Ex. sacarose (açúcar da cana): união de açúcares de 6 carbonos D-glucose e D-frutose sacarose glicose frutose Oligossacarídeos Classes principais de carboidratos • Polímeros que contem 20 ou mais (centenas ou milhões) unidades de monossacarídeos • Celulose: formam cadeias lineares • Glicogênio: são ramificados • Glicogênio e celulose: • unidades repetitivas de D-glicose • Diferem no tipo de ligação glicosídica, no grau de ramificação = funções biológicas e propriedades muito diferentes glicogênio Polissacarídeos 07/05/2018 3 Carboidratos Monossacarídeo Dissacarídeo (2-20 = oligossacarídeo) Polissacarídeo (> 20) CARBOIDRATOS MAIS COMUNS Monossacarídeos Aldeídos ou cetonas polihidroxílicos São sólidos cristalinos incolores, muito solúveis em água, mas insolúveis em solventes apolares A maioria tem um sabor doce Nomenclatura: Aldoses (prefixo aldo): contém grupamento aldeído Cetoses (prefixo ceto): contém grupamento cetona Sufixo –ose geralmente indica que se trata de um açúcar Sufixo de quantidade de C Monossacarídeos Monossacarídeos de 4, 5, 6 e 7 carbonos são chamados, tetroses, pentoses, hexoses e heptoses Um dos carbonos tem uma ligação dupla com um átomo de O, os demais estão ligados à hidroxilas Gliceraldeído, (aldotriose) Dihidroxiacetona (cetotriose) Trioses (três carbonos, C3) D-glicose, (aldohexose) D-frutose, (cetohexose) Hexoses (C6) D-Ribose, (aldopentose) 2-deoxi-D-ribose, (aldopentose) Pentoses (C5) Contêm 1 ou + átomos de carbono quiral - isômeros opticamente ativos As aldoses de 4 ou + carbonos são classificadas também em famílias D e L A maioria das hexoses nos organismos vivos são isômeros D Três maneiras de representar os estereoisômeros do gliceraldeído Monossacarídeos têm centros assimétricos Modelo de bastões e bolas D-Gliceraldeído L-Gliceraldeído exceto a dihidroxiace tona 07/05/2018 4 D-Aldoses D-Gliceraldeído Três carbonos D-eritrose D-Treose Quatro carbonos D-ribose D-Arabinose D-Xilose D-Lixose Cinco carbonos D-Alose D- Altrose D-Glicose D-Manose D-Gulose D-Idose D-Galactose D-Talose Seis carbonos Derivadas do D-gliceraldeído Os C: são numerados da extremidade mais próxima à carbonila (C=O) Aldotetroses diferem na estereoquímica do carbono 2 Aldopentoses diferem na estereoquímica dos carbonos 2 e 3 D-aldohexoses: estereoquímica dos carbonos C-2, C-3, ou C-4 Carbono quiral Formas mais comuns na natureza Cetoses Dihidroxiacetona Três carbonos D-Eritrulose Quatro carbonos D-Ribulose D-Xilulose Cinco carbonos D-Psicose D-Frutose D-Sorbose D-Tagatose Seis carbonos Carbono quiral Formas mais comuns na natureza As cetoses de 4 e 5 C são designadas através da inserção de "ul" no nome da aldose D-ribulose é a cetopentose correspondente à aldopentose D-ribose. As cetohexoses são nomeadas de outra forma: ex.: frutose e sorbose Epímeros D-Manose (epímero no C-2) D-galactose (epímero no C-4) D-Glicose Dois açúcares que diferem apenas na configuração de um átomo de carbono são chamados epímeros D-glicose e D-manose, (no C-2) D-glicose e D-galactose (no C-4) Os monossacarídeos comuns têm estruturas cíclicas Reação entre um álcool e um aldeído ou cetona para formar derivados chamado hemiacetais ou hemicetais 07/05/2018 5 Ciclização dos Carboidratos D-Glicose D-glicopiranose α-D-glicopiranose β-D-glicopiranose Ciclização: o carbono da carbonila que vai participar da reação é chamado Carbono anomérico Os anomêro: podem assumir 2 formas estereoisoméricas designadas como α e β Amido é formado por vários monômeros de α-1,4 Celulose é formado por vários monômeros de β-1,4 Furanoses e piranoses Cetohexoses (anel de 5 membros), chamada furanose, contudo a forma piranosídica é muito mais estável e abundante Cetohexoses também ocorrem em formas anoméricas α e β A frutose, uma cetose de 6 carbonos tende a formar anéis furanosídicos Furanoses e piranoses a-D-Frutofuranose b-D-Frutofuranose Furano a-D-Glicopiranose b-D-Glicopiranose Pirano Alguns derivados de hexoses importantes na biologia b-D-Glicose b-D-Glicosamina N-acetil-b-D- Glicosamina b-D-Glicose- 6-fosfato Ácido N-acetil- Murâmico b-D-Galactosamina b-D-Manosamina Na glicosamina, galactosamina e manosamina, a hidroxila em C-2 é substituída por um grupo amino Glicose 6-fosfato tem sua hidroxila do C-6 fosforilada O ácido murâmico tem um ácido láctico preso por ligação éter ao C-3 N-acetil glucosamina e ác. N-acetil murâmico tem suas aminas acetiladas 07/05/2018 6 Monossacarídeos são agentes redutores O íon Cu+1 produzido em condições alcalinas forma um precipitado vermelho de óxido cuproso: Reação de Fehling A glicose e outros açúcares capazes de reduzir o íon cúprico são chamados de açúcares redutores O carbono anomérico deve estar livre Converte carbonila em carboxila D-Glicose Forma linear D-Gliconato β-D-Glicose H Ligação glicosídica É a ligação entre a hidroxila (OH) do C anomérico de um monossacarídeo e um grupo OH qualquer de outro monossacarídeo C anomérico livre = açúcar redutor Dissacarídeos contêm uma ligação glicosídica Dissacarídeos (como a maltose, lactose e sacarose) são composto por dois monossacarídeos ligados covalentemente por uma ligação O- glicosídica É formado quando uma hidroxila de um açúcar reage com o carbono anomérico de outro As ligações glicosídicas são prontamente hidrolisadas por ácidos, mas resistem a clivagem por base Formação da maltose hemiacetal alcool a-D-Glicose a-D-Glicose Dissacarídeos podem ser hidrolisados para produzir seus monossacarídicos livres por fervura em ácido diluído Lactose ( forma b) b-D-galactopiranosil-(14)-b-D-glicopiranose bGal(b14) Glc Sacarose a-D-glicopiranosil-(14)-b-D-frutofuranosídeo Glc(a1n2b)Fru Trealose a-D-glicopiranosil a-D-glicopiranosídeo Glc(a1n1a)Glc lactose, produz D-galactose e D- glicose na hidrólise, ocorre naturalmente somente no leite. É um dissacarídeo redutor A sacarose é um dissacarídeo de glicose e frutose.É sintetizado por plantas, mas não pelos animais. A sacaroseé, portanto, um açúcar não redutor. A trealose, é um dissacarídeo de D- glicose que como a sacarose, é um açúcar não redutor, é o principal constituinte do líquido circulante (Hemolinfa) dos insetos Alguns dissacarídeos comuns 07/05/2018 7 Polissacarídeos Ramificado Homopolissacarídeos Não ramificado Diferem: a) na identidade de seus monossacarídeos b) no comprimento de suas cadeias c) nos tipos de ligação entre suas unidades d) no grau de ramificação Homopolissacarídeos contem apenas um único tipo de monômero, servem como: •formas de armazenamento de monossacarídeos que são utilizados como combustíveis (amido e glicogênio) •elementos estruturais das paredes das célula vegetais e dos exoesqueletos de animais. (celulose e quitina, ex.) Polissacarídeos Não ramificado, 2 monômeros Heteropolissacarídeos Ramificado, múltiplos monômeros Heteropolissacarídeos contêm dois ou mais tipos diferentes •Presentes em: o Paredes celulares das bactérias o Exoesqueletos de insetos •Em tecidos animais, o espaço extracelular é ocupado por vários tipos de Heteropolissacarídeo, que formam uma matriz que mantém as células juntas e fornece proteção, forma e suporte para células, tecidos e órgãos Homopolissacarídeos Polissacarídeos de armazenamento Amido (células de plantas) Glicogênio (células de animais) Polissacarídeos estruturais Celulose (células de plantas) Quitina (exoesqueleto) Grânulos de amido em um cloroplasto Grânulos de glicogênio em um hepatócito Amido Amido = amilose + amilopectina = (D-glicose (α1,β4)D-glicose)n Amilopectina 07/05/2018 8 Amido Amilose (linear) Amilopectina (ramificada) Amido (A) (B) Em sua conformação mais estável apresenta cadeia curva (A). As ligações do tipo (a14) forçam a amilose, a amilopectina e o glicogênio a assumirem uma estrutura helicoidal (B) e estreitamente compacta Glicogênio Mesma estrutura da amilopectina [cadeia principal de D- glicose ligada em (α1β4) com pontos de ramificação em (α1β6), porém é mais ramificado. 8-12 resíduos Celulose (b14) (b14) Cadeia linear = (D-glicose b(14) D-glicose)n Fazem pontes de H entre si, por isso são insolúveis em água Flor do algodão Fibra de algodão vista ao MEV 07/05/2018 9 Celulose A conformação mais estável é aquela na qual um monossacarídeo é rodado 180° relativamente ao monossacarídeo precedente, formando uma cadeia reta e estendida. Várias cadeias estendidas lado a lado podem formar uma rede estabilizada por pontes de H inter- e intracadeia Quitina NAcGlc NAcGlc NAcGlc NAcGlc (N-acetil-glucosamina)n Cadeias lineares. Forma fibras estendidas similares à da celulose. Não é digerível por vertebrados (b14) 28 Heteropolissacarídeos Peptídeoglicano – parede celular bacteriana. É o que define bactérias Gram positivas e Gram negativas Acido N-Acetilmurânico N-Acetilglicosamina Cadeia peptídica Ponte Pentaglicina 2 carboidratos distintos combinados com aminoácidos Os antibióticos betalactâmicos rompem as ligações cruzadas Heteropolissacarídeos 07/05/2018 10 GLICOSAMINOGLICANOS Heteropolissacarídeo - Estão presentes nos espaços extracelulares, como cartilagens, tendões, pele e parede dos vasos sanguíneos Componentes da matriz extracelular Exclusivo de animais e bactérias Sustentação mecânica; Difusão de moléculas Contém (N-acetil glicosamina ou N- acetil galactosamina) GLICOSAMINOGLICANOS Heteropolissacarídeo De textura viscosa, existe no líquido sinovial, humor vítreo e no tecido conjuntivo colágeno de numerosos organismos, sendo um importante glicosaminoglicano (GAG) na constituição da articulação Glicosaminoglicanos Heteropolissacarídeo Condroitina: Resistência as cartilagens Queratina: Resistência (ex: unhas) Heparina: coagulação Outros heteropolissacarídeos importantes Alfarrobeira Alfarroba = manose:galactose (4:1) Planta nativa da Índia (CyamopsisTetragonolobus ou Cyamopsis Psoraloides) Goma guar = manose:galactose (2:1) Chocolate de alfarroba Ceratonia siliqua 07/05/2018 11 Outros heteropolissacarídeos importantes Goma Karaya – extraída de exsudado de Sterculia urens e Cochlospermum gossypium Goma arábica – extraída de Acacia senegal Glucomanana – extraída de plantas orientais (Amorphophallus konjac - Konjac) Glicoconjugados: Proteoglicanos, glicoproteinas e glicolipideos Comunicação entre as células e a matriz extracelular circundante Sinalizam proteínas para o transporte, localização ou degradação Atuam como pontos de reconhecimento para moléculas de sinalização extracelulares (fatores de crescimento, por exemplo) ou parasitas extracelulares (bactérias e vírus) Formam uma camada de carboidratos (o glicocálice) Reconhecimento e adesão entre células Migração celular durante o desenvolvimento Coagulação sanguínea Resposta imune Cicatrização de ferimentos e outros processos celulares Como os oligossacarídeos se ligam às proteínas? Glicoconjugados Proteoglicanos Presentes na superfície celular e Matriz extracelular Contém glicosaminoglicanos Organizadores dos tecidos Mediam atividades de fatores de crescimento Moléculas principais da cartilagem - lubrificação Reconhecimento e na adesão intercelulares Proliferação e na diferenciação celulares Estrutura geral de um proteoglicano 07/05/2018 12 Glicoconjugados Glicoproteínas Associada a oligossacarídeos de complexidade variada Encontrados: Face externa da membrana plasmática Vesículas especializadas Formam sitos específicos de reconhecimento de antigenos Endereçamento protéico Ação hormonal Glicoconjugados Glicoproteínas O-Ligados N-Ligados Glicoconjugados Glicolipídeos Lipídeos onde o grupo-cabeça é um oligossacarídeo Agem como sítios de reconhecimento em interações celulares
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