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MEIA IDADE
O conceito de meia-idade é relativamente novo; o termo passou a ser utilizado na Europa e nos Estados Unidos na virada do século XX.
Assim, alguns estudiosos descrevem a "meia-idade" como um conceito socialmente construído, com significado culturalmente atribuído (Gullette,1998; Moen e Wethington, 1999). Na verdade, algumas sociedades tradicionais, como osGusii no Quênia, não reconhecem qualquer estágio intermediário da idade adulta .
Uma perspectiva do desenvolvimento no ciclo de vida apresenta um quadro mais equilibrado e mais complexo. A meia idade pode ser uma época não basicamente de declínio, mas decrescimento pessoal (Lock, 1998; Moen e Wethington, 1999).
No presente volume, definimos idade adulta ,em termos cronológicos, como o período entre as idades de 40 e 65 anos, mas essa definição é arbitrária. A meia-idade também pode ser definida contextualmente, e as duas definições podem diferir.
Um contexto é a família: uma pessoa de meia-idade, às vezes, é descrita como aquela que possui filhos crescidos e/ou pais idosos. Mas hoje algumas pessoas de 40 anos ou mais velhas ainda estão criando filhos pequenos; alguns adultos de qualquer idade não possuem filhos. Aqueles que têm filhos crescidos podem ver o ninho se esvaziar - ou voltar a se encher. A idade também tem um aspecto biológico: uma mulher de 50 anos que se exercita regularmente tende a ser biologicamente mais jovem do que uma de 35 anos cujo exercício mais vigoroso é apertar o botão do controle remoto.
O significado da meia-idade varia com a saúde, com o gênero, com a etnicidade, com a condição socioeconômica, com a coorte e com a cultura.
Algumas pessoas de meia-idade podem participar de uma maratona; outras ficam sem fôlego ao subir uma escada mais íngreme. Algumas têm uma memória mais aguda do que nunca; outras sentem sua memória começar a falhar. Alguns, como Gandhi, estão no auge da criatividade ou da carreira; outros começaram mais devagar ou chegaram a situações-limite. Outros, ainda, tiram o pó de sonhos há muito guardados ou perseguem novos objetivos.
A meia-idade geralmente é um período movimentado, às vezes estressante. Ela costuma ser repleta de muitas responsabilidades e de múltiplos papéis - responsabilidades e papéis que a maioria dos adultos sente-se competente para enfrentar: administrar lares, departamentos ou empresas; lidar com a independência dos filhos; talvez cuidar de pais idosos ou iniciar novas carreira. Muitas pessoas de meia-idade experimentam uma sensação mais intensa de sucesso e de controle no trabalho e nos relacionamentos sociais, além de uma consciência mais realista de suas limitações e das forças externas que elas não podem controlar A meia-idade é uma época de olhar tanto para frente como para trás, os anos já vividos e os anos que virão. Essa pode ser uma época para fazer um balanço, para reavaliar objetivos e aspirações - e o quanto elas foram realizadas - e decidir como melhor utilizar a parte restante do ciclo de vida (Lachman e James, 1997).
MUSICA DE GABRIEL PENSADOR: MEIA IDADE
Essa vida é engraçada. Nós vivemos num dilema. Ninguém quer morrer tão jovem; E viver muito, é problema! 
Já estou na meia idade; Já perdi os meus cabelos.
E os dentes, que barbaridade! Nem me olho no espelho.
Fico vendo meu avô; Que sofre de pressão alta.
Não consegue ler mais nada; Por causa da catarata.
Ele tem uma joanete; E só anda de chinelos.
Por causa da diabetes; Disse adeus aos caramelos.
Ele tem labirintite; Gastrite e tendinite.
Artrose e esclerose. Artrite e osteoporose.
Eu não sei o que é melhor; Morrer jovem ou bem maduro.
Mas isso não depende de nós; À Deus pertence o futuro.
Por isso digo moçada; 
Curtam a vida um bocado.
Pois a vida depois dos setenta; É canseira e enfado.
Morrer jovem eu não quero; Me incluam fora dessa. Mesmo cansado é sério;
Prefiro fazer hora extra!
MUDANÇAS FISICAS
Algumas mudanças fisiológicas são resultados direto do envelhecimento biológico e da constituição genética, mas o acúmulo de fatores comportamentais e de estilo de vida, desde a infância, afetam a probabilidade, o momento de ocorrência e a extensão das mudanças físicas. Pelo mesmo raciocínio, a saúde e os hábitos de estilo de vida nos anos intermediários influenciam o que acontece nos anos posteriores. 
A mente e o corpo possuem modos de compensar as mudanças que de fato ocorrem. A maioria das pessoas de meia-idade são suficientemente realistas para lidar com as alterações na aparência, no funcionamento sensório, motor e sistêmico e nas capacidades reprodutivas e sexuais; algumas experimentam um renascimento sexual.
Funcionamento Sensório e Psicomotor
Problemas visuais ligados à idade ocorrem principalmente em cinco áreas: visão de perto, visão dinâmica(ler sinais em movimento),sensibilidade à luz, busca visual(por exemplo, localizar um sinal) e velocidade de processamento de informações visuais. Também é comum uma ligeira perda na acuidade visual ou nitidez da visão. Devido à mudanças na pupila do olho, pessoas de meia-idade podem precisar de aproximadamente um terço a mais de luminosidade para compensar a perda de luz que chega à retina (Belbin, 1967; Troll, 1985)
Uma vez que o cristalino torna-se progressivamente menos flexível, sua capacidade de mudar de foco diminui; essa mudança costuma tornar-se perceptível no início da meia-idade e praticamente está concluída até os60 anos (Kline e Scialfa, 1996). Muitas pessoas de 40 anos e mais velhas precisam de óculos para leitura devido à presbiopia, uma diminuição na capacidade de focalizar objetos próximos - condição associada ao envelhecimento. (O prefixo presbi significa "com a idade".) A incidência de miopia também aumenta durante a meia-idade (Merrill e Verbrugge, 1999). Bifocais e trifocais -óculos em que lentes para leitura combinam-se com lentes para visão a distância - ajudam o olho a se ajustar entre objetos próximos e distantes.
Uma perda auditiva gradual, raramente percebida mais cedo na vida, acelera-se aos 50 anos .Essa condição, a presbiacusia, normalmente se limita a sons de intensidade mais alta do que aqueles utilizados na fala. Ao final da meia-idade, um quarto das pessoas tem perda auditiva significativa .Em alguns homens, uma diminuição da sensibilidade para sons de alta frequência pode ser detectada já aos 30 anos; a perda auditiva nos homens ocorre duas vezes mais rápido do que nas mulheres, mesmo entre pessoas que não trabalham em lugares barulhentos.
Hoje um aumento evitável da perda auditiva está ocorrendo entre pessoas de 45 a 64 anos devido à exposição contínua ou repentina a ruído no trabalho, em espetáculos com música alta, no uso de fones de ouvido e em outras partes . Perdas auditivas devido a ruído ambiental podem ser evitadas utilizando-se protetores auditivos, entre outros como tampões de ouvido ou orelheiras especiais.
A sensibilidade gustativa e olfativa costuma começar a diminuir na meia-idade, principalmente em pessoas que tomam medicação ou fazem tratamento médico . A medida que as papilas gustativas tornam-se menos sensíveis e o número de células olfatórias diminui, os alimentos podem parecer mais insípidos. As mulheres tendem a preservar esses sentidos por mais tempo do que os homens. Adultos começam a perder a sensibilidade ao tato após os 45 e à dor após os50 anos. Entretanto, a função protetora da dor permanece: embora as pessoas sintam menos dor, elas se tornam menos capazes de tolerá-la.
A força e a coordenação diminuem gradualmente depois de seu auge aos 20 anos. Uma certa perda muscular geralmente é perceptível aos 45 anos; de 10 a 15% da força máxima pode ter sido perdida aos 60. A maioria das pessoas percebe um enfraquecimento primeiro nos músculos das costas e das pernas e depois nos braços e nos ombros - nesses últimos, somente bem depois dos 60 anos. O motivo para essa perda de força é uma perda de massa muscular, que é substituída por gordura. Na meia-idade, a gordura corporal, que compunha apenas 10% do peso corporal durante a adolescência, tipicamentealcança pelo menos 20%. Contudo, exercício e boa nutrição podem aumentar a massa e a densidade muscular( parei aqui,06/05/14)
A resistência costuma manter-se muito melhor do que a força . A perda de resistência resulta de uma diminuição gradual na taxa de metabolismo basal(uso de energia para manter funções vitais) após os 40 anos .Habilidades "superpraticadas" são mais resistentes aos efeitos da idade do que aquelas que são menos utilizadas; assim, atletas demonstram uma perda de resistência menor do que a mediana (Stones e Kozma, 1996).
O tempo de reação simples, que envolve uma única resposta a um único estímulo (como apertar um botão quando uma luz se acende) diminui em cerca de 20%, em média, entre 20 e 60 anos , dependendo da quantidade e do tipo de informação a ser processada e do tipo de resposta necessária. Quando é preciso dar um resposta vocal em vez de manual, as diferenças etárias no tempo de reação simples são consideravelmente menores.
Tarefas que envolvem uma escolha de respostas (como pressionar um botão quando uma luz pisca e outro quando se ouve um sinal) e habilidades motoras complexas envolvendo muitos estímulos, muitas respostas e muitas decisões (como ao dirigir um carro) diminuem mais, mas o declínio não resulta necessariamente em pior desempenho. Tipicamente, adultos de meia-idade são melhores condutores do que indivíduos mais jovens; digitadores de 60 anos são tão eficientes quanto digitadores de 20 anos (Spirduso e MacRae, 1990), ao que parece porque prevêem as teclas a serem pressionadas (Salthouse, 1984)
Nessa e em outras atividades, o conhecimento baseado na experiência pode mais do que compensaras mudanças físicas. Operários industriais qualificados de 40 ou 50 anos costumam ser mais produtivos do que nunca, em parte porque tendem a ser mais conscienciosos e cuidadosos. Operários de meia-idade são menos propensos do que operários mais jovens a sofrer acidentes de trabalho graves (Salthouse e Maurer, 1996) - provável resultado de experiência e de bom juízo, os quais compensam qualquer enfraquecimento da coordenação e das habilidades motoras.
Mudanças na vida
Em termos psicossociais, a idade adulta já foi considerada um período relativamente estável (Whitbourne e Connolly, 1999). Freud (1906/1942) não via propósito na psicoterapia para pessoas com mais de 50 anos porque ele acreditava que a personalidade estivesse permanentemente formada nessa idade e que os processos mentais fossem muito inflexíveis. 
Em contraste, teóricos humanistas como Abraham Maslow e Carl Rogers viam a meia-idade como uma oportunidade para mudança positiva. Segundo Maslow (1968), a auto-realização só pode ocorrer com a maturidade. Rogers (1961) sustentava que o pleno funcionamento humano exige um processo constante e vitalício de colocar o self em harmonia com a experiência.
 desenvolvimento psicossocial 
tipos de mudanças ocorrem e o que as ocasiona?
três tipos de mudanças no desenvolvimento 
mudanças relacionadas a necessidades ou a tarefas maturacionais que todos os seres humanos experimentam em determinadas épocas da vida; mudanças relacionadas a papéis culturalmente endossados ou com fatos históricos que afetam uma determinada população; mudanças relacionadas a experiências incomuns ou a um momento pouco comum para a ocorrência de eventos de vida. 
As teorias de crises normativas geralmente propõem etapas maturacionais de desenvolvimento, mas essas etapas podem limitar-se a determinadas coortes e culturas que os teóricos estudaram. O modelo de momento de ocorrência de eventos concentra-se em mudanças não usuais ou não-normativas
Crise normativa na idade adulta
jung e erikson
Carl C. Jung: Individuação e Transcendência
o primeiro grande teórico do desenvolvimento adulto, sustentava que um desenvolvimento saudável na meia-idade exige individuação, a emergência do verdadeiro self através da equilibração ou da integração das partes conflitantes da personalidade, incluindo aquelas até então negligenciadas. Até aproximadamente os 40 anos, disse Jung, os adultos concentram-se nas obrigações com a família e com a sociedade, desenvolvendo os aspectos da personalidade que os ajudarão a alcançar objetivos externos. As mulheres enfatizam a expressividade e o zelo; os homens orientam-se sobretudo às realizações. Na meia-idade, as pessoas direcionam sua preocupação aos eus interiores, espirituais. Tanto os homens como as mulheres buscam uma "união de opostos" pela expressão de seus aspectos anteriormente "repudiados“(parei aqui 12/5
Duas tarefas necessárias - mas difíceis - da meia-idade são abrir mão da imagem de juventude e reconhecer a mortalidade. Segundo Jung (1966), a necessidade de reconhecer a mortalidade exige uma busca pelo significado no self. Essa virada para o interior pode ser perturbadora; à medida que questionam seus comprometimentos, as pessoas podem temporariamente perder suas referências. Mas as pessoas que evitam essa transição e não reorientam sua vida adequadamente perderão a chance de crescer psicologicamente
Erik Erikson: Geratividade versus Estagnação
Em contraste com Jung, que via a meia-idade como uma época devoltar-se para o interior, Erikson descreveu um virada para o exterior. Erikson considerava o período em torno dos 40 anos como a época em que as pessoas passam por sua sétima "crise" normativa, geratividade versus estagnação. Geratividade, como Erikson a definia, é a preocupação de adultos maduros com o estabelecimento e a orientação da próxima geração, perpetuando-se através da influência sobre os que virão. Prevendo o declínio de sua vida, as pessoas sentem a necessidade de deixar um legado - de participar na continuação da vida. As pessoas que não encontram um escape para a geratividade tornam-se absortas em si mesmas, excessivamente entregues aos próprios prazeres ou estagnadas (inativas ou inertes).
A geratividade pode expressar-se não apenas através da criação dos filhos e dos netos, mas também através do ensino ou do aconselhamento, da produtividade ou da criatividade e da "autogeração" ou autodesenvolvimento. Ela pode estender se ao mundo do trabalho, da política, das artes, da música e a outras esferas. A "virtude" desse período é o cuidado: "um maior comprometimento em tomar contadas pessoas, dos produtos e das ideias com os quais aprendemos a nos importar"
O Legado de Junge Erikson: Vaillant e Levinson
Jung e Erikson deixaram um rico legado. Suas idéias e suas observações influenciaram muitos outros investigadores, entre os quais George Vaillant (11977) e Daniel Levinson (1978).Os estudos de Vaillant e de Levinson sobre os homens descreveram as grandes mudanças na meia-idade, desde os esforços ocupacionais aos 30 anos até a reavaliação e restruturação, muitas vezes, drástica da vida aos 40 e ao abrandamento e à relativa estabilidade aos 50.*
Para os homens estudados por Levinson, essa transição era suficientemente estressante para ser chamada de crise. Vaillant, como Jung, descreve uma redução da diferenciação de gênero na meia idade e uma tendência nos homens de tornarem-se mais zelosos e expressivos. De modo semelhante, os homens de meia-idade estudados por Levinson tornaram-se menos obcecados pela realização pessoal e mais interessados nos relacionamentos e demonstravam geratividade tornando-se mentores de homens mais jovens.
Vaillant estudou o relacionamento entre geratividade e ajustamento psicossocial, ou(saúde mental). Vaillant também confirmou o conceito junguiano de virada para o interior. Aos 40 anos, muitos em sua amostra de diplomados de Harvard abandonaram o "trabalho compulsivo e irrefletido de seus aprendizados profissionais e mais uma vez [tornaramse] exploradores do mundo interior"
Interioridade 
Bernice Neugarten (1977) observou uma tendência introspectiva semelhante na meia-idade, que chamou de interioridade.
Na terminologia de Neugarten, o interesse pela vida interior (introversão ou introspecção), que geralmente aparece na meia idade.
O self na Idade Adulta
"Sou uma pessoa totalmente diferente hoje daque era vinte anos atrás", declarou um arquiteto de 47 anos quando seis amigas, todas nos 40 e 50 anos, concordaram vigorosamente acenando a cabeça. Muitas pessoas sentem e observam mudanças durante a meia-idade. Quer examinemos pessoas de meia-idade objetivamente, em termos de seu comportamento exterior, quer subjetivamente, em termos de como elas descrevem a si mesmas, surgem alguns temas e questões. Existe algo como um "crise de meia-idade"? Como a identidade desenvolve-se na meia-idade? O que contribui para o bem-estar psicológico? Homens e mulheres mudam de maneira distinta? Todas essas questões giram em torno do self. 
A crise de meia-idade foi conceitualizada como uma crise de identidade; na verdade, foi chamada de segunda adolescência. O que a suscita, disse Jacques, é a consciência da mortalidade. Muitas pessoas nessa época percebem que não serão capazes de realizar os sonhos de sua juventude ou que a realização de seus sonhos não trouxe a satisfação que esperavam. Sabem que, se quiserem mudar de direção, precisam agir rapidamente. Levinson (1978, 1980, 1996) sustentava que a turbulência da meia-idade é inevitável à medida que as pessoas lutam com a necessidade de reestruturar suas vidas.
O início da meia-idade pode ser estressante, mas não mais do que alguns fatos do início da idade adulta (Chiriboga, 1997). Ao que parece, a meia-idade é apenas uma das transições da vida, transição que tipicamente envolve um exame introspectivo e uma reavaliação de valores e de prioridades. Esse balanço da meia-idade pode ser um ponto de virada psicológico, um período de balanço que produz novos entendimentos de nós mesmos e que estimula correções a meio caminho no plano e na trajetória de nossa vida (Moen e Wethington, 1999; Stewart e Ostrove, 1998; Stewart e Vandewater, 1999).
Se a transição irá ou não transformar-se em crise pode depender menos da idade do que das circunstâncias individuais e dos recursos pessoais. Pessoas com ego resiliente -com capacidade de se adaptar de maneira flexível e engenhosa a possíveis fontes de estresse - têm mais chances de serem bem-sucedidas na travessia da meia-idade.
 Para pessoas com personalidades resilientes, como Madeleine Albright, até fatos negativos, como um divórcio indesejável, podem tornar-se trampolins para desenvolvimento positivo
Existe uma Crise da Meia-idade?
Mudanças de personalidade e estilo de vida durante o início a meados dos 40 anos costumam ser atribuídas à crise da meia-idade, período supostamente estressante desencadeado pelo exame e pela reavaliação de nossa vida. O termo foi cunhado pelo psicanalista Elliott Jacques (1967). Ele irrompeu na consciência pública na década de 1970 - período de rápida mudança social, de estilos de vida alternativos e da busca generalizada de crescimento pessoal

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