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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA: UM INSTRUMENTO DE PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA DO ENSINO GEOGRÁFICO Cintia da Silva Santos 1 Sílvia Santos Tadeu 2 Vanda Maria Campos Salmeron Dantas 3 GT8 – Espaços Educativos, Currículo e Formação Docente (Saberes e Práticas). RESUMO O estágio é fundamental para formação do profissional que vai exercer a docência, é o momento de exercer a prática pedagógica fundamentada na teoria aprendida na academia. Diante dessa realidade o objetivo desse artigo é abordar as experiências adquiridas nas atividades desenvolvidas no Ensino de Geografia na Escola Municipal General Freitas Brandão localizada no Bairro Suíssa no município de Aracaju/SE. Para tanto, os procedimentos metodológicos adotados para a realização deste estudo foram, levantamento bibliográficos de autores que tratam da temática e levantamento de dados em fontes secundárias na Unidade de Ensino, assim, contabilizamos positivamente uma vivência, pois, a partir do estágio colhemos ensinamentos mais proveitosos para exercer a função de professor. Palavras – Chave: Estágio, Experiência, Ensino de Geografia e Professor. RESUMEN La etapa es fundamental para la formación profesional que ejercerá la docencia, es el momento de participar en la práctica de enseñanza basado en la teoría aprendida en la academia. Ante esta realidad, el propósito de este artículo es hacer frente a la experiencia adquirida en las actividades desarrolladas en la Enseñanza de la Geografía en la Escuela Municipal de General de Freitas Brandão ubicada en Suiza barrio de la ciudad de Aracaju / SE. Por lo tanto, los procedimientos metodológicos adoptados para este estudio fueron inventario bibliográfico de autores que se ocupan de este tema y de la encuesta de datos sobre las fuentes secundarias de Unidad Docente así positivamente representó una experiencia, ya que, desde la etapa de cosechar más enseñanzas útil para ejercer la función docente. Palabras - Clave: Tarima, Experiencia, Geografía y profesor de Educación. 1 Graduando Geografia Licenciatura na Universidade Federal de Sergipe – UFS e Estagiária na Secretária Municipal de Educação de Aracaju. E-mail: cintia.botafogo@hotmail.com 2 Graduando Geografia Licenciatura na Universidade Federal de Sergipe – UFS. E-mail: silvia.tadeu@hotmail.com 3 Mestre em Ciências Sociais (UFRN), Doutoranda em Educação(UNIT), professora da Universidade Tiradentes,professora da municipal de Aracaju, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas ,Gestão Sócio Educacional e formação de Professor GPGFOPUNIT/CNPQ. Membro da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais em Educação- ANFOPE. E-mail: vanda salmeron@yahoo.com.br INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado III foi iniciado no dia 12 de maio de 2014, como docentes estagiárias, ministrar aulas de Geografia do Ensino Fundamental para alunos do 8º Ano na Escola Municipal General Freitas Brandão localizada na Rua Porto da Folha, s/n, Bairro Suissa no município de Aracaju/SE. Etapa está, constituída de novas experiências, novos valores propagados por todos os sujeitos envolvidos no processo de construção do ensino aprendizagem. A importância do estágio é inquestionável para quaisquer atividades profissionais que venhamos a exercer no decorrer da vida. É este o momento de colocar em prática os conhecimentos que construímos durante anos, juntos com os nossos professores e colegas de turma. Estas características são reforçadas quando pensamos na carreira docente, independente das concepções de compreensão da realidade que cada sujeito adote para consigo e para sua carreira no magistério é inegável a importância que as diferentes ocasiões de estágio possuem na formação deste futuro professor, oferecendo-lhe oportunidades de confrontação entre a realidade do ensino escolar com as teorias aprendidas em sua formação acadêmica. Sendo assim, a partir da experiência de observação e das aulas ministradas na disciplina de Geografia da Segunda Unidade, relata o compartilhar, vivenciar as experiências adquiridas, buscando desta maneira, constatar os possíveis pontos positivos e negativos da realidade do ensino publico. A base teórica que fundamenta o trabalho circunscreve-se aos estudos de Mafuani (2011), Burriolla (2001), Cavalcanti (2002), Libâneo (1992) e outros renomados educadores. A disciplina de Estágio Supervisionado, independentemente de suas especificidades representa perspectivas das experiências adquiridas nas atividades de cunho docente, induz- nos a buscar não somente o cumprimento de mais uma atividade obrigatória no processo de construção curricular, mas sim, encarar como uma oportunidade de refletir tanto sobre sua escolha pessoal a respeito da profissão desejada quanto vivenciar as experiências que cercam o processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar. Durante este período, não apenas compreendemos as práticas do ensino- aprendizagem do saber fazer docente, mas também, contribuímos para a ampliação e enriquecimento do processo de ensino. ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA: UM INSTRUMENTO DE PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA DO ENSINO GEOGRÁFICO O estágio supervisionado em Geografia é o momento da vivência do graduando nesta em sala de aula, tem como principal fundamento a formação de futuros professores, para atuarem na sociedade, sobretudo, nas escolas de ensino fundamental e médio estes devem propor desafios e pensar na prática exercendo a função de docente para além do compromisso funcional. A experiência do estágio é essencial para a formação integral do aluno, considerando que cada vez mais são requisitados profissionais com habilidades e bem preparados. Ao chegar à universidade o aluno se depara com o conhecimento teórico, porém muitas vezes, é difícil relacionar teoria e prática se o estudante não vivenciar momentos reais em que será preciso analisar o cotidiano (MAFUANI, 2011, p.13). É uma das principais fases do curso de Licenciatura, pois, esta experiência que move a responsabilidade de ser docente iniciando a profissão. A prática da regência em sala de aula o graduando escolhe a turma e a escola onde irá atuar, passando por um processo de orientação e de elaboração do plano de aula. Desta forma, é concebido como um campo de treinamento, um espaço de aprendizagem do fazer concreto, onde um leque de situações, de atividade de aprendizagem profissional se manifesta no estágio, tendo em vista sua formação (BURRIOLLA, 2001, p.13). O tem o papel de auxiliar na formação docente, pois, o mesmo propicia aos licenciados vivenciar a realidade do professor de uma determinada escola pública brasileira a partir da convivência no espaço escolar. O estágio é o único momento que o aluno pode exercer o conhecimento aprendido no decorrer da graduação, por ser um componente curricular de formação de professores que integra como unidade entre teoria e prática pedagógica. O Estágio é entendido como eixo articulador da produção do conhecimento em todo o processo de desenvolvimento do currículo do curso. Baseia-se no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica “pôr em uso” conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica, quer na vida profissional e pessoal (MAFUANI, 2011, p.18). Contudo, os objetivos do estágio supervisionado em Geografia não se limitam estritamente em lecionar aulas, mas também construir relacionamento humano comprometido com os aspectos afetivos, sociais, econômicos e, sobretudo, político cultural, visto que o processo de ensino aprendizagemrequer consciência crítica da realidade. Processo que fortalece a relação teoria e prática com base nos princípios metodológicos de que o desenvolvimento de competência profissional implica em utilizar conhecimentos adquiridos quer na vida pessoal ou profissional. Assim o processo de ensino- aprendizagem, por meio da conscientização das deficiências individuais propicia a busca pelo aprimoramento das atividades desenvolvidas. PROPONDO UMA NOVA FORMA DE ENSINAR GEOGRAFIA Aprender e ensinar geografia nos tempos atuais globalizados significa exercer uma profissão repleta de novos desafios e constituição de conhecimentos de naturezas diversas, e ao mesmo tempo um grande desafio com ricas possibilidades de uma abordagem mais crítica de diversos temas, conteúdos e conceitos fundamentais para o entendimento dos fatos, fenômenos e suas características no âmbito de um mundo de relações tão dinâmicas. Segundo CAVALCANTI (2002, p.26), a relação do professor de Geografia com o objeto de estudo da matéria e que compõe o quadro de seus saberes da experiência, é o uso que ele faz do livro didático. Pois, este professor que se encontra em sala de aula, na maioria das vezes tem certa dependência do livro que é enviado pelo governo estadual ou federal, depois de escolhido pelos próprios professores. Muitos deles se sentem acomodados com a facilidade e não buscm novos materiais que possibilitem a aprendizagem dos alunos. Nessa direção Cavalcante (2002) ressalta que: Se a atualidade exige que o profissional em sua atuação modifique-se e adapte os currículos para as necessidades de seus alunos e encare com um novo olhar seus velhos problemas e para “enfrentar os desafios postos atualmente na educação escolar é necessário uma formação profissional consistente” e é essa formação que proporciona ao professor a segurança para tratar os temas disciplinares e todos os assuntos referentes ao cotidiano escolar. Outro aspecto que se deve levar em consideração é a construção da identidade profissional, sendo que essa identidade constrói-se durante a atividade docente e seu cotidiano (CAVALCANTI, 2002, p.112). Afirma, ainda que, o ensino de geografia tem como finalidade básica de ação, trabalhar o aluno juntamente com suas referências adquiridas na escola e sistematizá-las em contato com a sociedade, com o cotidiano para assim criar um pensar geográfico que leve em consideração a análise da natureza com a sociedade e como estas se relacionam e quais as dinâmicas resultantes deste relacionamento. De acordo como abordam os PCNs (1997), sobre a construção dos saberes geográfico contata-se que: Desde o primeiro ciclo é importante que os alunos conheçam alguns procedimentos que fazem parte dos métodos de operar da geografia: observar, descrever, representar e construir explicações e procedimentos que podem aprender a utilizar, mesmo que ainda o façam com pouca autonomia, necessitando da presença e orientação do professor (PCNs, 1997, p.128). Observa-se que a geografia não se ocupa somente da descrição da superfície terrestre, mas também das relações que os homens estabelecem com esse meio envolvendo aspectos culturais, econômicos, naturais, políticos e sociais. Sobre essa questão, Nunes e Rivas comentam que: O aluno que pesquisa aprende a observar, catalogar informações, a analisá- las reconstruindo constantemente o seu saber, construindo assim, a sua autonomia agindo como um cidadão que possa contextualizar e refletir sobre o lugar que vive: sua gênese, suas relações de poder e suas possibilidades. Reconhecendo o espaço produzido e se reconhecendo como parte do mundo que se reproduz no local e nas relações cotidianas. (NUNES; RIVAS, 2009, p. 4). Para essas autoras, o ensino de geografia vai muito além de preparar o aluno para as séries seguintes, e sim ajudá-lo a tornar-se um cidadão que busca informações e conhecimentos para a construção efetiva do saber e da vida em sociedade, fazendo com que o mesmo possa pensar de forma crítica elaborar perguntas problematizar estabelecendo relações entre a construção do conhecimento. Para Libâneo (1992, p. 51) a escola é mediadora entre o aluno e o mundo da cultura e cumpre esse papel pelo processo de transmissão e assimilação critica dos conhecimentos, inseridos no movimento da prática social concreta dos homens, que é objetiva e histórica. O professor precisa trazer novas metodologias de ensino para a sala de aula, deixando de trabalhar somente com o livro didático e com assuntos que não tem conexão com a realidade dos alunos. Isso acaba por gerar desinteresse pelas aulas de Geografia, tida por muitos alunos como uma disciplina que para passar apenas precisa memorizar e depositar na prova. Assim, a Geografia perde a sua importância como disciplina que serve para que o aluno saiba ler e pensar o mundo que está a sua volta. Nesse contexto, é preciso aproximar o aluno da realidade vivida, fazer relações para que eles possam, a partir daí, interpretar diferentes situações do cotidiano. Com essa abordagem local, fica mais fácil, posteriormente compreender fenômenos que ocorrem em uma escala mais ampla, entretanto é preciso desenvolver habilidades e procurar novas formas de trabalhar o conhecimento. A escola, porém, não é só uma instituição para reprodução do sistema, ela é instrumento de libertação, contribui em grande ou pequena escala para melhorar e expandir a cidadania, para desenvolver o raciocínio, a criatividade e a humildade, o pensamento crítico e reflexivo das pessoas. Para um ensino de qualidade, é preciso criar, ousar, inovar não apenas reproduzindo as demandas para a ampliação da modernidade, mas contribuindo para a formação de cidadãos mais ativos e críticos. Diante disso, torna-se necessário a renovação das práticas e metodologias aplicadas no ensino de Geografia, de modo que, o mesmo seja atrativo e voltado para a realidade dos discentes. Pois, ser professor de Geografia hoje exige um aperfeiçoamento constante devido à velocidade e a complexidade das transformações que ocorrem no mundo. USO DE JOGOS E RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA Partindo do pressuposto de que a contemporaneidade exige por parte do professor inovações ao uso dos recursos didáticos e tecnológicos em sala de aula, devido as novas transformações sociais, tecnológicas e cientificas que a sociedade atual vem passando, entende-se nesse contexto histórico, a necessidade de inserir no ensino de Geografia, novas tecnologias como ferramentas para superar os desafios postos, tanto no que se refere ao ensino, quanto a aprendizagem dos alunos. Para estabelecer o ponto de partida, podemos mencionar Vitali (2007), que faz uma alusão de como os alunos do século XXI esperam que sejam as aulas. De acordo com o referido autor, [...] as novas gerações esperam aulas mais dinâmicas, que tragam elementos novos para dentro da sala de aula fazendo com que o conhecimento possa ser associado de forma sensorial à vida cotidiana de cada aluno (VITALI, 2007, p. 26). O ensino de Geografia por meio do uso da informática permite que os educando se insiram cada vez mais nos seus ambientes interativos, dado que os inúmeros recursos tecnológicos podem tornar as aulas mais dinâmicas e motivadoras. As atividades lúdicas ativam o pensamento e a memória, além de possibilitar a expansão das emoções, sensações de prazer e a criatividade. Portanto, a Ludicidade pode ser vista como um processo que possibilita a aprendizagem, independente do nível em que o sujeito se encontre, objetivando ensinar Geografia, livrando os alunos do enfadonho cotidiano teórico, fundado em cópias de mapas e lousas, além das atividades baseadasnos livros didáticos. De acordo com Friedmann (2006), pensar em utilizar o brincar como meio educacional é um avanço para a educação, porque tomamos consciência da importância de trazê-lo de volta para dentro da escola e de utilizá-lo como instrumento curricular, descobrindo nele uma fonte de desenvolvimento e aprendizagem (FRIEDMANN, 2006, p.126). Entretanto é importante pesquisar, desenvolver, criar um acervo de diferentes atividades lúdicas, como: jogar, representar, desenhar, pintar, dramatizar, dentre outras, todavia, sempre orientadas e focadas pelos conteúdos geográficos. Nessa perspectiva, cabe ao professor não se desfazer de tal ferramenta, tendo em vista que é apenas uma brincadeira que não leva a nada, pois pode ser nesse momento, que aquele aluno menos participativo e mais desmotivado comece a descobrir o interesse pela aprendizagem. O educador deve ter consciência de que os games fazem parte da realidade do educando. A aplicação de desse recurso, como ferramenta metodológica ao ensino, pode proporcionar uma aproximação e interação entre professor e aluno, e entre os próprios alunos, que é fundamental para o desenvolvimento não só dos alunos, mas também do professor. CONHECENDO O ESPAÇO ESCOLAR As aulas que ministramos no Estágio Supervisionado III foram realizadas na EMEF General Freitas Brandão, localizada na Rua Porto da Folha, s/n, Bairro Suissa no município de Aracaju – SE, (figura 1) durante os meses de maio e junho na turma do 8º ano “A” do Ensino Fundamental. O espaço escolar é subdividido em dois anexos, no primeiro é possível encontrar diversos setores como: Sala de direção, sala de professores, laboratórios de informática, biblioteca, refeitório, cantina, quadra de esportes. O segundo pavilhão a apenas salas que não são utilizadas. A escola foi inaugurada no dia 18 de janeiro de 1966, para atender a comunidade do bairro e adjacentes, conta atualmente, com 12 (doze) salas de aulas, 02(duas) cozinhas, 01(uma) secretaria, 01(uma) sala de suporte pedagógico, 01(uma) sala de coordenação, 01(uma) sala de vídeo, 01(uma) almoxarifado, 01 (uma) depósito de alimentos, 01(uma) arquivo inativo, 01(uma) quadra de esportes, 04 (quatro) sanitários, 01(uma) biblioteca, 01(uma) laboratório de informática e 01(uma) sala de recursos multifuncional. Atualmente funciona nos três turnos, com 16 turmas nas duais modalidades de ensino, sendo o Ensino Fundamental 1º ao 9ª, onde no turno matutino funciona do 1º ao 4ª ano e no turno vespertino do 5º ao 9ª e no turno noturno funciona a Educação de Jovem e Adulto (AJA), contabilizando um total de 338 alunos distribuídos nos três turnos. Gráfico 1 - Número de Alunos por Turma Ano 2014 Organização: Os autores As series são distribuídas em duais turmas, exceto 7 e 8 ano, como podemos observar no gráfico o número de alunos por turmas são pequenas o que facilita o gerenciamento da escola e um melhor ensino aprendizagem dos discentes. De acordo como diagnóstico realizado na escola as aulas no turno matutino começam às 07 h, e terminam às 11h40min, no vespertino das 13h às 17h30mim, no noturno das 19h às 22h30mim, a alimentação escolar é servida as 10h30mim, as 15h30mim, as 20h30mim, o cardápio é variado, alimentos como o feijão, arroz, macarrão, frango, carne, frutas, verduras, legumes, biscoitos e sucos estão presente na refeição dos alunos diariamente. A escola apresenta um ambiente pequeno, mas, agradável, sendo que, as salas de aulas são muito quentes, porém bem iluminadas com pouca ventilação, e uma área de recreação bem aconchegante e arborizada. A secretaria da escola funciona nos três turnos para atender a necessidades da mesma, sendo que necessita de pessoas de apoio. A Escola dispõe ainda de diversos recursos materiais como: data show, televisores com entrada para pendrive, gravador portátil, retroprojetor, aparelho de DVD, caixa de som, microfone, freezer, globo, jogos lúdicos, e algumas mesas pedagógicas. Logo abaixo estão tabulados dados relevantes para o bom funcionamento da escola. Nº de Alunos Nº de Professores Nº de Professores Graduados Nº de Professores Graduandos 338 23 24 2 Nº de professores de geografia Carga horária dos Professores de Geografia Nº de Coordenadores Nº de Funcionários 02 200h 01 10 Quadro 1- Números de Alunos e Funcionários Organização: Os autores 40 42 42 43 42 41 26 20 42 0 10 20 30 40 50 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano OS ESTUDANTES A maioria, 73% dos alunos são oriundos dos bairros Santa Maria e Lamarão, como também de outros circunvizinhos 6%, e 21% são do próprio bairro. Presenciamos por várias vezes a chegada de dois ônibus escolar locados pela Secretaria Municipal de Educação, para o deslocamento dos alunos de casa até a escola e vise versa. Por falta de vagas nas escolas dos bairros onde vivem, os estudantes são obrigados a irem para a escola que a Secretaria de Educação determinar, está busca as escolas localizadas em locais em que o número de alunos é muito baixo. Há um expressivo número de alunos com idade defasada em relação à série, nos dois turnos de funcionamento, sendo predominante no noturno. É neste turno que se desenvolve o Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Não obstante às dificuldades sócias econômicas e culturais, percebe-se que os alunos são criativos e espontâneos, concomitantemente há certa desmotivação crescente dos alunos dos turnos vespertino pudemos chegar a essa conclusão nas atividades que desenvolvemos em sala de aula. ANÁLISE SITUACIONAL Diante das questões ressaltadas no diagnóstico da Escola referente aos aspectos desde os físicos ao pedagógico, entende-se que para ocorrer com eficiência e êxito o processo ensino-aprendizagem, é necessário ajustar alguns pontos imprescindíveis para o seu funcionamento. A Escola Municipal de Ensino Fundamental “General Freitas Brandão” atende uma clientela de 338 alunos em três turnos de funcionamento. Os alunos do período diurno possuem idade entre os seis e dezoito anos e os do período noturno na faixa etária de quinze a sessenta anos. Os discentes são oriundos de famílias carentes e na maioria, precisam trabalhar para ajudar no sustento da família fazendo biscates, carregamento em feiras, lavagens de carros, domesticas, e outras atividades informais. O bairro onde está inserida a escola é uma área residencial, de classe C e E, com poucas opções comerciais, os moradores, na sua maioria, não participam das ações da escola, segundo a coordenadora pedagógica se tem buscado alternativa para inserir a comunidade, porém encontram muita resistência. ... no mês de maio realizamos diversos eventos aberto a comunidade relacionada com a violência sexual, domestica, drogas e saúde na escola, preservação do patrimônio publico, educação ambiental e outros, mas não alcançamos nossos objetivos que era desenvolver os projetos junto com a comunidade, o que não foi possível, pois, a relação entre escola e comunidade não é muito presente (Coordenadora pedagógica do E.M.E.F General Freitas Brandão). Perguntado sobre o porquê dessa falta de relação, a coordenadora foi bem direta. A maioria dos alunos não são do bairro, eles vêm da periferia da cidade, do bairro Lamarão e do Santa Maria, faltam vagas nas escolas do bairro que moram, então a secretaria mandam para as escolas onde não existem público local, pra que estas não sejam fechadas. Apesar do esforço dos docentes, suporte pedagógico e coordenação, ainda existe um índice elevado de repetência e evasão principalmente no período noturno.COLOCANDO EM PRÁTICA O ENSINO EM GEOGRAFIA Ensinar Geografia é firmar o compromisso e responsabilidade com a sociedade e com as futuras gerações, estas, destinadas a fazer a diferença a mudar a contribuir com o desenvolvimento econômico, político e social e acima de tudo pessoal, fazer deste mundo um lugar para se viver com dignidade e respeito ao próximo. Essa e a real função da educação, tornar cidadãos ativos com responsabilidade e compromissados para que tenhamos uma sociedade justa e igualitária. Ensinar Geografia é muito mais que uma tarefa diária exercida pelo professor desta disciplina é voar pelo espaço da imensidão do planeta terra e nela destrinchar todos os seus mistérios de norte a sul de leste oeste. É sentir o mar, o oceano, os rios o barulho das árvores em seus respectivos biomas e nestes, apreciar as montanhas, os vales, as serras as espécies vegetais e animais, que correm sem direção pela destruição do homem que busca de forma descontrolada o que eles acham que é felicidade o que eles acham que é poder de territorializar de expropriar aqueles que são indefesos, aqueles que não têm oportunidade que vivem na marginalização de um sistema que promove a desigualdade, a perversidade e a miserabilidade em um planeta naturalmente perfeito de culturas diversas de povos diferenciadas, que fazem deste planeta, o mais belo de todos, o qual habita uma única raça com a grandeza de diferentes características que o tornam verdadeiros habitantes do planeta terra (SANTOS; TADEU, 2014, p. 09). Assim, a formação do professor corresponde ao compromisso com uma prática pedagógica significativa, contextualizada que promova ao educando uma visão crítica sobre a sociedade. A atividade teórica integrada com a prática possibilita ao graduando conhecer a realidade como objeto de conhecimento, como referência , que respeita a singularidade dos alunos e oportuniza agir para transformar a realidade , pelo seu trabalho pedagógico , por sua atividade prática ,fazendo da sua atividade profissional uma práxis transformadora. Na escola onde foi realizado o estágio, a turma do 8º ano A é composta por 20 alunos sendo que 19 frequentam regulamente, maioria são participativos, assim foi a nossa primeira impressão durante a aula de observação que fizermos da professora regente, a mesma estava fazendo correção de uma atividade da aula anterior sobre Globalização, Revolução Tecnológica e Emprego. A professora regente apresenta um excelente comportamento para com a escola, sendo assídua e pontual, muito organizada, além de estar sempre presente nas atividades escolares/eventos realizado pela escola. Percebemos que, espaço escolar é um lugar de transformação, mesmo com as dificuldades enfrentadas principalmente por parte dos alunos tivemos que dinamizar para mudar aquela esta realidade que presenciamos inicialmente, alunos desmotivados e desinteressados, mas, no decorrer das aulas dinamizadoras, os alunos passaram a participar, esse foi o primeiro passo para o início de uma participação efetiva nas aulas e nas atividades. Iniciamos o nosso estágio ministrando aulas sobre os tipos de Regionalização Mundial e seus aspectos econômicos, físicos, culturas, políticos e sociais, através de vídeos, aulas em laboratório de informática, apresentação de trabalhos e atividades lúdicas como jogos que motivados fizeram da sala de aula um verdadeiro espaço de aprendizagem. A professora regente, formada em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe, proporcionou toda assistência e acompanhamento contribuindo para a nossa formação, enquanto alunos da graduação, sempre nos deixando a vontade para ministrar as nossas aulas, contribuindo sempre que necessário. Durante a regência ministramos os conteúdos da unidade III, constituído de II capítulos cujo o tema central foi A Regionalização do Mundo Contemporâneo. No capitulo VI ministramos aulas sobre como regionalizar o espaço geográfico mundial a partir de 4 subtítulos referentes aos conteúdos tais como: Regionalizando os Países do Mundo; Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo; Países Ricos e Pobres: o centro e a periferia e por ultimo Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos, como forma de compreender o processo de divisão regional e as complexas relações que configuram o espaço mundial a partir das diferenças e semelhanças abordando os aspectos culturais, econômicos, físicos, políticos e sociais. No capitulo VII o tema central foi o Mundo Desenvolvido Subdesenvolvido, subdividido em Indicadores de Desenvolvimento Humanos e Origens históricas do desenvolvimento e do subdesenvolvimento, que teve como objetivo de contextualizar as origens históricas do desenvolvimento e do subdesenvolvimento. Nas aulas foi utilizada uma didática com estratégias diversificadas para o entendimento e compreensão do conteúdo, como também foi solicitado que acompanhassem os conteúdos do livro didático, além de outras fontes através da pesquisa na internet, para que acompanhassem o conteúdo, pois percebemos em alguns a falta de leitura. Assim, as regências foram desenvolvidas com explanação dos conteúdos com auxilio de imagens, mapas e vídeo, como também, realizando atividades dinâmicas que facilitaram a compreensão dos conteúdos trabalhados. Na unidade trabalhada sobre a regionalização do mundo contemporâneo, utilizamos o laboratório de informáticas, para que os alunos pudessem pesquisar os IDH dos países da Espanha, Canadá, Venezuela, Brasil, Moçambique, Itália e Angola. Devolvemos a atividade da seguinte forma: primeiro dividimos a turma em grupos em seguida foi realizada a pesquisa em quatro etapas, a primeira foi à coleta de dados no site http://www.indexmundi.com, realizada através de pesquisa na internet; a segunda foi ensinar - los a construir gráficos e a tabelas; terceira desenvolver trabalhos em grupos cada um ficou com um país para pesquisar os indicadores sociais e a quarta e ultima apresentação do resultando da pesquisa. De acordo Pimenta (2013, p.205) isto é, é a atividade teórica que possibilita conhecer a realidade ( a prática objetiva),tomando-se essa realidade como objeto de conhecimento, como referência , para , a seguir , estabelecer-se idealmente a realidade que se quer. Durante o período da regência, foi notório perceber as dificuldades de alguns em associar o conteúdo com a realidade do seu dia a dia, daí a necessidade de está sempre bem informada e atualizada. Assim, as aulas eram iniciadas revisando os conteúdos anterior, fazendo perguntas, problematizando situações do contexto social onde estão inseridos, organizando rodas de conversa que proporciona umas práxis dialógica de respeito à diversidade, a singularidade do ser, no sentido de viabilizar nos alunos habilidades e conhecimentos necessários para a vida social participativa e consciente do seu papel como sujeito da história. Nas considerações sobre o contexto da sociedade atual, que destacam a constante, ampliada e diversificada forma de divulgação e circulação de informações e de conhecimentos, a escola continua desempenhando um papel relevante na formação das pessoas. Ela é um espaço peculiar dessa formação, que tem como referência o trabalho, congrega diferentes saberes produzidos e veiculados em diversos cenários educativos, para que sejam elaborados conjuntamente pelos alunos. . Para que seja assim, salienta-se a necessidade de sua articulação à dinâmica sociocultural local e global, às demandas da sociedade contemporânea e de seus alunos, da comunidade da escola, do bairro e da cidade em que está. (CAVALCANTI, 2013, p16) A função social da escola é possibilitar ao aluno uma visão crítica da realidade,a partir de uma proposta interacionista, dialógica tendo o professor como mediador dos saberes, concomitantemente a formação do jovem perpassa por uma pedagogia humanizadora e questionadora .Para tanto o professor não é um mero transmissor de informação , mas um profissional comprometido com a formação do educando, assim o Estágio Supervisionado oportuniza ao graduando refletir sobre a construção da identidade da docência, a formação e a prática pedagógica . CONSIDERAÇÕES FINAIS O período de estágio na escola constituiu-se em uma experiência única tanto para a formação acadêmica quanto a participação e engajamento nos processos referentes à educação e especialmente, ao ensino-aprendizagem. A oportunidade de vivenciar a realidade da educação básica nas atividades desenvolvidas na proposta pedagógica do estágio, que não é apenas transmitir conhecimento, mas envolve um professor pesquisador que saiba lidar com as diferenças e proporcione ao aluno poder fazer parte da sociedade não apenas como objeto, mas sujeito da história. A E.M.E.F General Freitas Brandão foi um espaço pedagógico fundamental para a construção do saber acadêmico e poder aplicar a fundamentação teórica assimilada na academia na regência de classe. Além disso, ressaltar o empenho de vários profissionais que independentemente das limitações da escola procuram fazer e trazer algo de útil para os alunos que ali se encontram. Entretanto algumas mazelas da educação permeiam na escola, tanto na infraestrutura do prédio, como também aos materiais didáticos necessários nas aulas de geografia, além das limitações dos alunos, visto que, muitos têm dificuldade na leitura e na escrita, mesmo estando no 8º ano do ensino fundamental. Assim foi constatado que na preparação das aulas precisamos cronometrar as ações para que não haja frustrações nas tarefas interrompidas ou uma extensão de tempo para além da necessidade, redundando em indisciplina na sala. Na previsão do tempo destinado ás atividades houve necessidade de respeitar o ritmo de assimilação dos alunos e suas habilidades na execução das tarefas. Não obstante, sabemos que algumas vezes as ações não podem ser planejadas de forma rígida, pois a aula é uma dinâmica coletiva que provoca alterações no tempo previsto. O educador, então, precisa conhecer bem a comunidade, problematizar junto aos estudantes seus desafios e propor formas de construção do conhecimento que permitam a superação destes. Além disso, cabe ao educador conhecer os estudantes, seus sonhos, suas ideias, habilidades e atitudes, suas condições para aprender, enfim, precisa considerar tudo isso no momento que estiver planejando aulas. O Estágio Supervisionado proporcionou conhecer a realidade do cotidiano escolar, momentos de integração com todos os profissionais da educação e vivenciar uma prática pedagógica dialógica fugindo da didática tradicional e ensinamentos proveitosos no decorrer das aulas entre graduando, professor da sala e principalmente os alunos que foram fundamentais para entender a importância da formação do professor, a construção da identidade da docência. REFERÊNCIAS AMARAL, Marco Antônio. Região Sul: Agropecuária moderna. 2011. 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