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Família Neisseriaceae Neisseriaceae • 1879 médico alemão Albert Ludwig Sigesmund Neisser • Gêneros: Neisseria, Eikenella e Kingella • Neisseria 10 espécies: • N. meningitidis patógenos estritamente humanos • N. gonorrhoeae • Outras espécies colonizam: orofaringe e nasofaringe e mucosas anogenitais. Neisseria - Estrutura • Morfologia e Fisiologia • Cocos – diplococos • Formato de grão de café • Gram negativos • Não formam esporos • Aeróbio • Oxidase e catalase positivo • Produzem ácido • → glicose→ N. gonorrhoeae • → maltose e glicose→ N.meningitidis • Temperatura: 35°C a 37°C • Neisseria - Estrutura • Parede celular típica e presença de pili • N. gonorrhoeae • N. meningitidis • → cápsula de carboidrato • → determinação antigênica: sorogrupos → A, B, C, Y, W135 • → virulência • Neisseria gonorrhoeae • Diplococo Gram negativo, fastidioso • Cresce melhor a 35°C–37°C, em atmosfera úmida suplementada com CO2 • Oxidase e catalase positivas; produz ácido de glicose por via oxidativa • Superfície externa antígenos: pili, proteínas Por, proteínas Opa, Rmp e proteínas receptoras de transferrina, lactoferrina e hemoglobina; lipo-oligossacáride; proteases, imunoglobulina, β-lactamase Neisseria gonorrhoeae Neisseria gonorrhoeae Estrutura Antigênica • Pilina • → aderência: células não ciliadas (epitélio da vagina, trompas de falópio e cavidade bucal) • → interfere na morte dos fagócitos. • Proteína Por (proteína I) Porina (PorA e PorB) • → promove a sobrevivência intracelular ao prevenir a fusão fagolisossoma nos neutrófilos. • → facilita invasão das células epiteliais • → termoestável, cepa específico • Proteína Opa (proteína II) Proteína da opacidade: • →aderência firme. Neisseria gonorrhoeae Estrutura Antigênica • Proteína Rmp (proteína III) Proteína modificada por redução • → Protege outros antígenos de superfície (proteína Por, LOS) da ligação dos anticorpos bactericidas. • → Antigenicamente conservada em todos os gonococos • → Espécie específica. • → Associa-se à Por na formação de poros na superfície celular. • Proteínas de ligação à transferrina, lactoferrina e hemoglobina • → Medeia a aquisição de ferro para o metabolismo bacteriano. Neisseria gonorrhoeae Estrutura Antigênica • Lipooligossacarídeos ( LOS ) • → Resistência à destruição pelo sistema anticorpo - complemento humano. • → Interfere na ligação às células fagocíticas. • → Atividade de endotoxina → efeito tóxico. • IgA1 - Protease • → Cliva e inativa a IgA1. • β-lactamase • → Hidrolisa o anel β- lactâmico da penicilina Neisseria gonorrhoeae Neisseria gonorrhoeae • Reservatório humano exclusivo. • Portador assintomático – importante na manutenção da transmissão. • Transmissão sexual • Risco aquisição; • Homem: 20% • Mulher: 50% • Sensível → mudanças de temperaturas, humidade e pH. • Infecta mucosas→ uretra, endocérvice, faringe e conjuntiva. Neisseria gonorrhoeae Síndromes Clínicas • Gonorreia • – PI: 2 a 5 dias • Homens: • 95% sintomáticos • Complicações são raras: epididimite, prostatite e abscessos periuretrais • Mulheres: • >80% assintomáticas • Infecção primária no cervix • Complicações em 10 a 20%: Salpingite, abscesso tubovariano e DIPA Neisseria gonorrhoeae Síndromes Clínicas • Gonococcemia • 1 a 3% mulher • Sepse + infecções de pele e articulações • Conjuntivite, faringite, proctite Neisseria gonorrhoeae Diagnóstico laboratorial • Colheita amostras- exsudados, meio de transporte • homem- exsudado uretral • mulher- exsudado do endocervice (não vaginal) • Microbiológico – Método direto: Gram • Aspecto morfotintorial: diplococos Gram-negativos • Gram – muito sensível e específico (sintomáticos) • homens sintomáticos • Sensibilidade = 90% Específico = 98% • homens assintomáticos < 60% / mulheres ↓ Neisseria gonorrhoeae Diagnóstico laboratorial • Cultura • Meios ricos, não seletivos: Ágar chocolate • Seletivos: Ágar Thayer-Martin • Identificação oxidases(+) • Provas bioquímicas →catalase(+) e oxidação de glicose • PCR- exsudados e urina no homem Neisseria gonorrhoeae Tratamento • Penicilina – resistência mediada por plasmídios: • β-lactamase • Cefalosporina (ceftriaxone) • Quinolona (ciprofloxacin) Neisseria gonorrhoeae Prevenção • Diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes infectados; • –evitar múltiplos parceiros; • –profilaxia mecânica (preservativo); • –oftalmia neonatal: nitrato de prata ou pomada de eritromicina ou tetraciclina. Neisseria menigitidis meningococo • Diplococos Gram negativos, fastidiosos • Oxidase e catalase positivas; produz ácido de glicose e maltose por via oxidativa • Antígenos da superfície externa: cápsula polissacarídica, pili e lipo-oligossacarídeo (LOS) • Receptores específicos para a pili permitem a colonização da nasofaringe. • A bactéria pode sobreviver à morte intracelular na ausência de imunidade humoral. • A endotoxina medeia a maioria das manifestações clínicas Neisseria menigitidis Estrutura Antigênica • Cápsula Polissacarídica • → Sorogrupos clinicamente importantes A,B,C,Y e W- 135 ). • → Confere resistência contra a fagocitose. • A, B, C e W135 são responsáveis por 90% das enfermidades meningocócicas. • Pili • → adesão e colonização da orofaringe. Neisseria menigitidis Estrutura Antigênica • Proteínas da Membrana Externa • → 5 classes, baseado no peso molecular • → Todas cepas apresentam proteínas das classes 1,2 e 3. • → Responsáveis pela especificidade. • • LOS • → responsáveis pelos eventos inflamatórios. • → Endotoxina. Neisseria meningitidis Epidemiologia • Homem é o único hospedeiro natural • Transmissão aérea – gotículas: Disseminação pessoa –pessoa • Sazonal • > incidência entre crianças < 5 anos; pc com deficiência de complemento, surtos. • Meningite geralmente associada sorogrupos B e C • 5-30% da população normal pode abrigar meningococos na nasofaringe. • Epidemias: taxa de portadores atinge 70 a 80% . Neisseria meningitidis Síndromes Clínicas • Meningite • Infecção purulenta das meninges • Cefaleia, febre, sinais meníngeos • Alta letalidade • Meningococcemia - CIVD – S. Waterhouse-Friderichsen • Infecção disseminada - sepse • Microtromboses, petéquias, púrpuras • Meningite + Meningococcemia Neisseria menigitidis Diagnóstico Laboratorial • Amostras • Sangue, LCR • Esfregaços: bacterioscopia → Diplococos Gram negativos no interior de leucócitos PMN. • Cultura • Meios ricos, não seletivos: Ágar chocolate • Seletivos: Ágar Thayer-Martin • 37ºC , com 5% de CO2 (sangue e LCR ). • Sorologia • → Detecção de Ac contra polissacarídeos meningocócicos (Ag) - látex Neisseria menigitidis Tratamento e Prevenção • Tratamento: • Penicilina – primeira escolha (nas cepas sensíveis) • Ceftriaxone - atualidade • Prevenção • Quimioprofilaxia para contatos domésticos e outros contatos íntimos.(Rifampicina, ciprofloxacina, ceftriaxona) • Evitar aglomerações. • Vacinação em população selecionada disponíveis para sorogrupos: A, B, C, Y e W135. Bordetella • Bordetella• → 4 espécies doenças humanas. • Bordetella pertussis → coqueluche = tosse comprida • Bordetella parapertussis → forma branda de coqueluche. • Bordetella bronchiseptica → doenças respiratórias cães, suínos e humanos. • Bordetella holmesii → raro de sepse. Bordetella pertussis Epidemiologia • Doença humana (Notificação imediata) • Redução da morbimortalidade com vacinação • Tem ocorrido aumento incidência • (subnotificação?) • Doença pediátrica Adolescentes • Adultos • Casos graves em não vacinados • Transmissão aérea (gotículas) • Bordetella pertussis • Coco bacilos Gram negativos pequenos (0,2a 0,5 × 1μm) • Aeróbios estritos. • Imóveis. • Cápsula (formas patogênicas) e fímbrias. • Não fermentador carboidratos. • Oxidam aminoácidos como fonte de energia. • Reservatório: homem • Transmissão: • → gotículas de secreção de orofaringe. • → aerossóis. • Patogênese 1. Exposição ao microrganismo. 2. Adesão bacteriana às células epiteliais ciliadas do trato respiratório. 3. Multiplicação. 4. Produção de dano tecidual localizado. 5. Toxicidade sistêmica. • Adesão bacteriana • Pertactina, Hemaglutinina Filamentosa e Fímbrias. • → células epiteliais ciliadas da traqueia. • → superfícies de macrófagos. • “fagocitose sem indução do metabolismo oxidativo (sobrevivência intracelular e replicação)” • “protege de anticorpos séricos”. Imunidade humoral • Toxina pertussis • ↑secreções respiratórias e muco (estágio paroxístico). S1: tóxica S2: liga células respiratórias ciliadas S3: liga células fagocíticas • Adenil ciclase/hemolisina • Inibe a quimiotaxia leucocitária, fagocitose e morte. • Proteção da bactéria durante os primeiros estágios da doença. • Toxina dermonecrótica • destruição tecidual • Citotoxina traqueal • Cilioestase. • Interfere na síntese de DNA impedindo a regeneração das células danificadas. • →extrusão em células ciliadas. • Interrompe os mecanismos limpeza da árvore respiratória. • →tosse característica (paroxismo). • →liberação IL-1→ febre. • Estase ciliar Bordetella pertussis Quadro clínico • Clássico: • 3 fases: • Catarral • Paroxístico • Convalescente Apresentação clínica Coqueluche Incubação • Manifestações Clínicas • Estágio catarral • ↑ bactérias. • Estágio paroxístico • Linfocitose • Estágio convalescente • Testes diagnósticos Bordetella, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Legionella pneumophila. Bordetella pertussis Periodo de transmissibilidade • Para efeito de controle: • 5ºdia após a exposição do doente até 3ª semana do início das crises paroxísticas • Lactentes < 6 m => até 4-6 meses após tosse • Taxas de transmissão: • Fase catarral 95% • 3ª semana 50% • Diagnóstico Laboratorial • Diagnóstico específico • Cultura • Material biológico: nasofaringe → isolamento da B. pertussis. • Antes da antibioticoterapia ou até 3 dias após. • → Swabs orofaringe: ↓células epiteliais ciliadas. • Extremamente sensível à dessecação. • → swabs de algodão possuem ácidos graxos → tóxicos. • → Swabs de alginato de cálcio ou fibra Dacron podem ser usados • Cultura: padrão ouro • Especificidade 100% - Sensibilidade 12 a 60% • → idade e estágio vacinal • → estágio da doença • → uso de antibióticos • → qualidade do espécime • → condições de transporte • → meio de isolamento • B. pertussis meios de cultura suplementados com carvão, amido, sangue ou albumina • Meio de cultura: • → Meio de Bordet-Gengou – 7 - 10 dias de incubação • → Meio de Regan-Lowe – 7 – 10 dias de incubação substâncias e metabólitos tóxicos • Reação em cadeia de polimerase PCR • ↑ sensibilidade • ↑ especificidade • Rapidez • Imunofluorescência Direta: • ↓ sensibilidade • Falso-positivo → Haemophilus e Mycoplasma • Sorologia: Teste ELISA • IgA, IgG e IgM contra a toxina pertussis, hemaglutinina filamentosa. • → 3ª semana da doença. • → pico entre a 8ª e 10ª semana. • Exames complementares • Exames Inespecíficos • Leucograma: crianças/pessoas não vacinadas. • Período catarral • → linfocitose > 10 mil linfócitos/mm3. • → final dessa fase > 20 mil leucócitos/mm3. • Período paroxístico • → leucocitose: 30 mil ou 40 mil/mm3. • → linfocitose de 60 a 80%. • • Raio-X do Tórax • → menores de 4 anos de idade. • → diagnóstico diferencial e/ou complicações. • → imagem de “coração borrado” ou “franjado”. • → bordas da imagem cardíaca não são nítidas. • → infiltrado peri-hilar. Bordetella pertussis Tratamento • Macrolídeos: • Azitromicina • Claritromicina • Sulfametoxazol-trimetoprim • Eritromicina • Efeitos: • Redução sintomas se início precoce • Erradicação da nasofaringe em 48 h • Reduzindo transmissibilidade Prevenção e Controle Vacinação • Crianças: • – Pentavalente( DTP+Hib+Hepatite B) 2, 4, 6m e DTP reforço 15 m e 4 a • Gestantes: • – dTpa de 27-36 sem (objetivo proteger os recém-nascidos) • Profissionais de saúde: • –que têm contato direto com bebês, como aqueles que atuam em maternidades e em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (Utins). • O objetivo é formar uma barreira contra a doença Bordetella pertussis Quimioprofilaxia - Definições • Portador - não apresenta sinais e sintomas sugestivos, mas que obteve isolamento da B. pertussis pela cultura ou identificação pelo PCR. • Comunicante - é qualquer pessoa exposta a contato próximo e prolongado no período de até 21 dias antes do início dos sintomas da coqueluche e até 3 semanas após o início da fase paroxística. • Contatos íntimos - são os membros da família ou pessoas que vivem na mesma casa ou que frequentam habitualmente o local de moradia do caso. • São também comunicantes aqueles que passam a noite no mesmo quarto, como pessoas institucionalizadas e trabalhadores que dormem no mesmo espaço físico. • Em surtos= pessoas expostas face a face (±1 metro) com caso suspeito ou confirmado (ex: escola, trabalho), no intervalo entre 21 d antes dos sintomas do caso até 3 sem dos paroxismos do caso. Bordetella pertussis Quimioprofilaxia • Estado de portador • Indicada para comunicantes com: • < 1 a • 1 - 7 a não vacinados/desconhecido ou < 4 doses. • > 7 a não vacinados • > 7 anos com contato íntimo de caso suspeito, se: • Tiveram contato com caso índice no período de transmissibilidade ou • Tiverem Comunicantes vulneráveis em domicílio (RN expostos, <1a com <3 doses, <10 a não imunizados, gestante 3 trimestre, imunocomprometido, dça crônica grave) • Trabalhadores serviço saúde ou com crianças A QUIMIOPROFILAXIA É UMA MEDIDA PREVENTIVA E TEM OBJETIVO DE EVITAR O SURGIMENTO DE CASOS SECUNDÁRIOS. Azitromicina Claritromicina Eritromicina Tratamento e quimioprofilaxia em surtos e epidemias • Todo comunicante e contato íntimo com caso suspeito que atenderem a definição de caso em surto ou epidemia, considera-se caso suspeito e deve receber tratamento. • Situações especiais em surto ou epidemia: • Gestantes – mulheres no último mês de gestação que apresentem tosse, com duração de 5 dias ou mais, devem receber tratamento. • Puérpera – caso uma puérpera apresente tosse por 5 dias ou maisno período pós-parto, ela e a criança deverão ser tratadas. •FIM
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