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Prof.ª MsC. Alessa C.P. de Vasconcelos Parasitologia Básica para Enfermagem Unidade 2: Giardia lamblia Trichomonas vaginalis Giardia lamblia 1. Introdução Sinônimos: G. duodenalis, G. intestinalis e G. lamblia. Giardia 1.º protozoário intestinal humano a ser descrito, em 1681. Giardíase estreita relação com a pobreza, com a falta de saneamento básico e com a qualidade da água de consumo. 2. Morfologia Características básicas das células eucariotas, exceção de mitocôndria, peroxissomos e complexo de golgi. Duas formas evolutivas: trofozoíto e cisto. Trofozoíto: intestino delgado, responsável pelas manifestações clínicas da doença. Trofozoíto Formato piriforme Simetria bilateral 04 pares de flagelos: anterior, ventral, posterior e caudal. Face dorsal: lisa, convexa, Face ventral: côncava com o disco ventral (ventosa), 02 corpos medianos Cisto Forma de transmissão da giardiase Forma oval ou elipsoide Parede cística 02 ou 04 núcleos Axonemas de flagelos Corpos escuros Giardia lamblia Protozoário flagelado parasita cavitário adaptado ao parasitismo monoxênico Giardia lamblia = Giardia duodenalis = Giardia intestinalis flagelos Núcleo com cariossoma central Disco ventral Corpos medianos TROFOZOÍTA CISTO 20µm 10µm núcleo axonema 3. Ciclo Biológico Ciclo monoxeno, por ingestão de cistos (10 a 100) Desencistamento começa no estômago. Cada cisto libera um excitozoíto (tetranucleado com 08 flagelos) que se divide duas vezes, formando 04 trofozoítos binucleados. Trofozoítos divisão binária, aderem-se a mucosa intestinal pelo disco adesivo. Encistamento ocorre no ceco. Ciclo Biológico 6 a 15 dias Int.grosso Int.delgado 4. Transmissão Via oral-fecal, principalmente água. Crianças em creches. Homossexuais masculinos. 5. Sintomatologia Maioria da infecção é assintomática, podendo eliminar cistos por até seis meses. Na primeira infecção, com ingestão de elevado n.º de cistos: diarreia aquosa, explosiva, de odor fétido, distensão e dor abdominal. Crônica: diarreia continua, má absorção e perda de peso 6. Patogenia Alteração da estrutura do intestino delgado, com achatamento e até atrofias das vilosidades. Processo inflamatório na mucosa do intestino Trofozoítos apresentam proteínas proteolíticas tóxicas para a mucosa do intestino. 7. Diagnóstico Clínico: diarreia com esteatorreia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e dor abdominal Laboratorial: coproparasitológico é o principal, podendo ser falso negativo 8. Epidemiologia 200 milhões de pessoas (OMS, 2000) 2% em países desenvolvidos, 20% em desenvolvimento. Cistos: resistência de vários meses em condições propicias. 9. Profilaxia Higiene pessoal (lavar as mãos) Destino correto das fezes Proteção dos alimentos Tratamento do água Cistos são destruídos em água fervente 10. Tratamento Metronidazol Criança: 15 a 20 mg/kg por 07 dias consecutivos. Adulto: 250mg 2xdia Tinidazol Dose única 1g para crianças 2g para adultos furazolidona, secnidazol, albendazol, etc. 10. Tratamento Furazolidona 8 a 10mg por kg de peso por dia (máximo de 400mgldia) durante sete dias, para crianças. Para adultos, a dose e de 400mg em 24 horas, em duas ou quatro vezes por dia, durante sete dias; 10. Tratamento Secnidazol Adultos 2g, em dose única de quatro comprimidos, de preferência a noite, tomados em uma das refeições. Crianças com menos de cinco anos: 125mg, duas vezes em 24 horas,por cinco dias. Trichomonas vaginalis 1. Introdução Parasito do trato genito-urinário. É a única espécie de Trichomonas patogênica para o homem. Seu formato pode variar entre ovóides, arredondados ou elipsóides. Possui 4 flagelos anteriores desiguais , uma membrana ondulante e emitem pseudópodes para captar alimentos . Medem em média 9,7µm de comprimento por 7 µm de largura. 1. Introdução Sua reprodução é por divisão binária longitudinal. É anaeróbio facultativo utilizando glicose, maltose e galactose como fonte de energia. Cresce bem na ausência de O2 e em pH entre 5 e 7,5. Não possui mitocôndrias. Hidrogenases transformam piruvato em acetato e liberam ATP e H2. Trichomonas vaginalis Flagelo anterior axóstilo Membrana ondulante hidrogenossomos núcleo Corpo parabasal e ap.Golgi costa Filamento parabasal Protozoário flagelado parasita cavitário Parasitismo monoxênico Três espécies parasitam os humanos: T.tenax, T.hominis, T.vaginalis Não possui forma cística 2. Ciclo Biológico A tricomonose é doença venérea! 3 a 20 dias até o aparecimento dos sintomas O trofozoíto sobrevive mais de uma semana sob o prepúcio após o coito relação sexual = estágio infectivo = estágio diagnóstico Trofozoíta na secreção vaginal ou prostática e na urina Multiplicação por divisão binária longitudinal Trofozoíta na vagina ou meato uretral 3. Epidemiologia A tricomoníase é a DST não viral mais comum no mundo. A incidência da infecção depende de vários fatores incluindo: Idade, atividade sexual, número de parceiros sexuais,outras DSTs, fase do ciclo menstrual, condições socioeconômicas. 3. Epidemiologia É responsável por 1/3 de todas as vaginites. Presente em 180 milhões de mulheres no mundo. Homens são portadores assintomáticos e disseminadores do parasita. Nas mulheres é mais comum na 2a e 3a década de vida. Nos homens é mais comum após os 30 anos. 3. Epidemiologia O parasito sobrevive : Mais de 48h a 10ºC no exsudato vaginal 3h na urina coletada 6h no sêmem ejaculado 24h em toalhas de pano úmidas a 35 ºC 4. Patogenia Infecta o epitélio do trato genital – nas mulheres a vagina e a ectocérvice; nos homens a uretra e a próstata. Adere-se às células epiteliais através de adesinas depois de liberar proteases que digerem a mucina e imunoglobulinas locais. 5. Quadro Clínico Desde formas assintomáticas, mais comum no homem, até o estado agudo. Na mulher: Corrimento vaginal abundante, fluido, bolhoso, amarelo-esverdeado, odor fétido, mais comum no período pós-menstrual. prurido e/ou dor no baixo ventre ou dispareunia; disúria e polaciúria. 5. Quadro Clínico No homem: É assintomática na maioria das vezes; prurido uretral leve, desconforto ao urinar; uretrite com fluxo leitoso, principalmente pela manhã – gota matinal; pode complicar com prostatite, cistite e epididimite 6. Diagnóstico No homem: Colher secreção uretral no laboratório, pela manhã antes de urinar Colher urina de primeiro jato – 20ml, centrifugar e examinar o sedimento Colher secreção prostática e sub-prepucial Na mulher: Colher secreção vaginal sem fazer higiene prévia, de preferência durante os primeiros dias após a menstruação. 7. Tratamento Derivados nitroimidazólicos: Metronidazol, tinidazol, nimorazol, secnidazol, carnidazol 8. Profilaxia Medidas aplicáveis às doenças sexualmente transmissíveis
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