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Engenharia de Métodos e Processos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira Revisão Textual: Profa. Ms. Fátima Furlan Projeto do Trabalho • Projeto de Trabalho • Divisão de Trabalho • Administração Científica • Estudo do método O objetivo desta unidade é conhecer os principais aspectos dos Projetos de Trabalho: · Conceitos · Objetivos · Abordagens OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Leia atentamente o conteúdo desta Unidade, que lhe possibilitará conhecer o tema Projetos de Trabalho. Você também encontrará nesta Unidade uma atividade composta por questões de múltipla escolha, relacionada ao conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar conhecimentos e debater questões no fórum de discussão. É extremante importante que você consulte os materiais complementares, pois são ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre o assunto em questão. Bom estudo! ORIENTAÇÕES Projeto do Trabalho UNIDADE Projeto do Trabalho Contextualização Caro(a) aluno(a), Leia o texto: Através dos tempos, mudanças sociais e tecnológicas trouxeram novos modelos de organização e gerência da área produtiva. Esses novos paradigmas aplicados à produção causaram alterações na natureza do trabalho, tornando-o menos manual e mais intelectual. As relações de trabalho também mudaram; os processos de trabalho têm cada vez mais demandado a realização de tarefas em grupo, ao invés de trabalho isolado. A abordagem atual procura utilizar os recursos humanos e as redes de relações estabelecidas no ambiente de trabalho para promover a aprendizagem organizacional, sustentar a cultura da empresa e impulsionar o trabalho em e entre equipes. Disponivel em: http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/243.pdf Ex pl or Trazendo para o dia a dia imediato, podemos imaginar uma turma que se reúne para organizar uma viagem de final de semana. O objetivo deve ser comum, a diversão. Para isso são necessários roupas, utensílios, comida, transporte. As pessoas se dividem para responsabilidade de cada processo, porém todos devem estar orientados para o objetivo comum. Oriente sua reflexão pelas seguintes questões: Quando você organiza seus trabalhos, quando sua empresa organiza trabalhos, quais são os passos seguidos? Qual a sua visão de um projeto de trabalho inovador? O que deve contemplar? Ex pl or Escolha um processo no qual você esteja inserido neste momento (no trabalho, em casa). Aplique o conceito acima, descreva o projeto e o passo a passo para melhorias. 6 7 Introdução Importante! O projeto de trabalho é uma etapa importante de estudo do processo de produção, este tema envolve a relação do trabalho e o trabalhador. É sabido que homem e máquina são essenciais ao desenvolvimento do trabalho e a harmonia entre ambos é fundamental para bons resultados. Cabe a constante observação desta relação em busca de melhorias Trocando ideias... O gerenciamento de produção é frequentemente apresentado como um assunto cujo foco principal está em tecnologia, sistemas, procedimentos, equipamentos e instalações, ou seja, nas partes não humanas da organização (figura 1). Analisando mais profundamente as organizações e seus movimentos, vemos que o gerenciamento dos recursos humanos deveria sempre ser o foco principal por mostrar muitas vezes grande importância na eficácia das funções operacionais. Fonte: iStock/Getty Images Projeto do trabalho é usualmente definido como os elementos do gerenciamento de recursos humanos, que são tradicionalmente vistos como estando diretamente dentro da esfera da administração da produção (figura 2). Fonte: iStock/Getty Images 7 UNIDADE Projeto do Trabalho Projeto de Trabalho Os recursos humanos são de grande importância dentro de uma organização, especialmente nas funções operacionais. A liderança, desenvolvimento e organização dos recursos humanos são atividades que contam com a iniciativa e envolvimento cada vez maiores dos gerentes de produção. O projeto do trabalho monitora como as pessoas respondem ao seu trabalho. Descreve as suas expectativas sobre o que é requerido e direciona suas percepções de como participam e contribuem para o negócio. Direciona suas atividades em correlação às atividades de seus parceiros de trabalho e sistematiza os canais de comunicação para alcançar todas as partes da operação. Como ponto principal, envolve e estimula o desenvolvimento da cultura organizacional sistematizando e enraizando seus valores, crenças, missão e visão. É por essa razão que o projeto de trabalho pode ser visto como o aspecto central do projeto de qualquer processo de transformação. Elementos do Projeto de Trabalho Estabelecer um projeto do trabalho nem sempre é uma simples decisão. Sua composição passa por elementos distintos e intimamente relacionados, que definem o trabalho das pessoas na produção quando analisados em conjunto. Objetivos do Projeto do Trabalho O trabalho pode ser projetado adotando uma das várias opções disponiveis. Há muitas alternativas de projeto para qualquer trabalho. Por essa razão, uma compreensão de o que o projeto do trabalho deve atingir é particularmente importante. Os objetivos de desempenho de uma empresa podem nos fornecer um norte para ações sobre o que é importante a ser considerado nas implantações de um projeto do trabalho. Qualidade Um projeto de trabalho mal dimensionado pode interferir no trabalho de uma equipe focada em produzir produtos e serviços de alta qualidade. Um bom planejamento de projeto de trabalho evita problemas e erros no curto prazo, e possibilita melhorias e incentivos ao trabalho no médio e longo prazo. Rapidez O projeto de trabalho visa mudanças e melhorias para uma boa velocidade de resposta. Esta rapidez é muito interessante, por exemplo, em serviços de atendimento de pane elétrica ou mecânica de autos em trânsito, a forma pela qual 8 9 o trabalho do pessoal dos serviços de atendimento é organizado será importante na determinação de sua capacidade de responder prontamente a esses chamados fidelizando assim os clientes e atraindo novos parceiros. Confiabilidade Da mesma forma, um projeto de trabalho bem elaborado traz confiabilidade no fornecimento de bens e serviços. Um exemplo é o arranjo do trabalho de entrega dos sites de venda de produtos, a multivalência, o bom uso do equipamento de seleção automática de produtos no armazém, através de um bom projeto de ligação, podem ajudar a confiabilidade de entrega dos produtos solicitados com prazo e qualidade. Flexibilidade A elaboração e condução do projeto do trabalho tem influência na capacidade da produção de flexibilizar a natureza de suas atividades. A introdução de novos produtos ou serviços, a variabilidade de volume e a flexibilidade de entrega são variáveis dependentes do projeto do trabalho em um ou outro requisito. Custo Qualidade, Rapidez, Confiabilidade e Flexibilidade são elementos do projeto do trabalho que terão influências sobre a produtividade como vimos acima impactando também diretamente no custo do trabalho. A relação de Produtividade significa especificamente neste caso como a relação entre as entradas e saídas do trabalho, como exemplo, podemos quantificar as unidades produzidas por colaborador. Além disso, o projeto do trabalho influenciará em outros objetivos particularmente importantes que não podem de forma alguma deixar de ser considerados. Saúde e Segurança O projeto de trabalho deve priorizar a saúde e segurança do colaborador em todos os sentidos. Existe a parte legal que deve ser seguida, leis e normas que são aplicadas e vistoriadas para garantir a saúde e segurança do trabalhador sempre ligadaà atividade que ele faz. O projeto do trabalho não pode pôr em perigo o bem-estar das pessoas que fazem o trabalho, das pessoas que transitam pela operação nem dos consumidores. Qualidade de Vida no Trabalho Este tema de Qualidade de Vida no Trabalho tem sido muito discutido hoje em dia. Mede-se a satisfação do funcionário com seu trabalho e o ambiente onde o desempenha e chega-se a resultados proporcionais aos resultados de produtividade. O projeto de trabalho deve levar em consideração seus efeitos sobre o bem estar, o interesse, a disponibilidade, as oportunidades para crescimento, o estresse e o comportamento das colaboradores no ambiente de trabalho. 9 UNIDADE Projeto do Trabalho Abordagens usuais para o Projeto do Trabalho O projeto de trabalho pode ser conduzido por diversos caminhos. Os momentos e acontecimentos pelos quais a humanidade passa tem particular influência na abordagem e condução do projeto de trabalho. As abordagens de Projeto de Trabalho apresentam diferentes filosofias ou, no minimo, priorizam aspectos diferentes, ficando claro que não há uma abordagem exclusiva. Analisando uma linha do tempo imaginária, temos os projetos de trabalho seguindo linhas de: Divisão do Trabalho Administração Cientifica Ergonomia Abordagem Comportamental Empowerment Podemos destacar que ainda hoje existe a influência de todas elas na forma como o trabalho ainda é projetado. Na verdade, pode-se dizer que cada abordagem de projeto de trabalho acrescentou nova visão ou perspectiva nas atividades e que a aplicação depende do meio. O empowerment é uma abordagem de projeto de trabalho que visa delegar o poder de decisão, a autonomia e a participação dos funcionários na administração das empresas. O ciclo de implementação do empowerment é complexo e tem natureza estratégica. Devem ser contempladas as dimensões da visão compartilhada, a estrutura organizacional e o gerenciamento, a responsabilidade pela gestão do conhecimento e aprendizagem, e o reconhecimento institucional dos funcionários. Leia o texto na integra em: RODRIGUES, Claudia Heloisa Ribeiro; SANTOS, Fernando César Almada. Empowerment: ciclo de implementação, dimensões e tipologia. Gest. Prod., São Carlos, v. 8, n. 3, p. 237- 249, Dec. 2001. Ex pl or Divisão de Trabalho Aparece a necessidade de uma divisão de trabalho no projeto do trabalho quando a operação alcança porte grande o suficiente surgindo a necessidade do emprego de mais do que uma pessoa, mais de uma função, trazendo a necessidade e possibilidade de especialização. Este conceito denominado divisão do trabalho consiste na divisão do total de tarefas em pequenas atividades, sendo que cada uma destas tarefas deverá ser desempenhada exclusivamente por uma pessoa com especificidade e qualificação. Esta ideia se tornou evidente no projeto do trabalho, nos tempos iniciais da atividade organizacional, contudo, foi primeiro formalizado como um conceito. Um exemplo clássico de divisão de trabalho é a linha de montagem, eternizada pelo ator Charles Chaplin no filme Tempos Modernos (figura 3), onde os produtos movem-se ao longo de uma linha de produção e são montados por operadores que continuamente repetem uma única tarefa. 10 11 Tempos Modernos, EUA 1936 - Direção: Charles Chaplin Fonte: musicaecinema.com A linha de montagem, hoje em dia, ainda é modelo predominante de projeto de trabalho dos produtos produzidos em massa, e mesmo em alguns serviços produzidos em massa como é o caso dos restaurantes fast food. Isto porque, nos princípios da divisão de trabalho vemos desvantagens e também vantagens reais. Proporciona aprendizado mais rápido Obviamente é mais fácil aprender como fazer uma tarefa relativamente pequena e simples do que uma grande e complexa. Isto significa que novos membros do pessoal podem ser rapidamente treinados e designados para suas tarefas quando as tarefas são pequenas e simples. A automação facilitando atividades A divisão de uma tarefa total em pequenas partes faz surgir a possibilidade de automatização de algumas dessas tarefas simples. A substituição do trabalho humano por tecnologia é consideravelmente mais fácil para tarefas pequenas e simples do que para as grandes e complexas. Trabalho não produtivo mais simples Este é provavelmente o mais importante benefício da divisão do trabalho e explica por que tantos trabalhos altamente divididos ainda existem. Em tarefas grandes e complexas, a proporção de tempo despendido em pegar e largar ferramentas e materiais e, de forma geral, encontrar, posicionar e procurar coisas pode ser, de fato, muito alta. Todos esses benefícios contribuíram para a larga adoção dos princípios da divisão do trabalho à medida que a industrialização tomou corpo nas economias desenvolvidas do início do século XX. Todavia, também há sérias desvantagens nesses trabalhos altamente divididos. 11 UNIDADE Projeto do Trabalho Monotonia Quanto menor a tarefa, mais frequentemente os operadores precisarão repetir a tarefa. Repetir a mesma tarefa, por exemplo, a cada minuto, oito horas por dia e cinco dias por semana, dificilmente pode ser chamado um trabalho satisfatório. Além de objeções éticas ao projeto deliberado de trabalhos que são terrivelmente monótonos, há outras objeções mais práticas para trabalhos que induzem a tal tédio. Essas incluem a crescente probabilidade de absenteísmo, a crescente probabilidade de erro e mesmo a sabotagem deliberada do trabalho (figura 4). Fonte: iStock/Getty Images Dano Físico A repetição continuada de uma gama muito estreita de movimentos, além de monótono, em casos extremos leva a danos físicos. A superutilização de algumas partes do corpo, especialmente os braços, mãos e pulsos nos trabalhos em computadores, pode resultar em dor e em uma redução na capacidade física. Isto é algumas vezes chamado LER ou lesão por esforço repetitivo, e, apesar de a extensão de o dano físico através do trabalho repetitivo ser a causa de alguma controvérsia, o fato de o trabalho repetitivo poder, sob certas condições, causar dano é amplamente aceito (figura 5). Fonte: iStock/Getty Images 12 13 Baixa Flexibilidade A divisão de uma tarefa em muitas pequenas partes frequentemente dá ao projeto do trabalho uma rigidez que é difícil de alterar em circunstâncias emergenciais. Baixa Robustez Trabalhos altamente compartimentalizados implicam materiais ou pessoas, ou informações passando por diversas etapas. Se um desses estágios não está trabalhando corretamente, o todo da produção é afetado. Por outro lado, se cada pessoa está executando o trabalho todo, qualquer problema somente afetará o nível de saída dessa pessoa. O resto da operação continuará levando a produção avante normalmente. Administração Científi ca No final do século XIX, e no inicio do século XX, pensadores lançaram conceitos e princípios de negócios e projetos de trabalho que em conjunto ficaram mundialmente conhecidos por “administração científica”. Esta expressão utilizada até hoje surgiu em 1911 com a publicação do livro de Frederick Winslow Taylor de mesmo nome. Nesse livro, Taylor identificou e difundiu o que entendeu como a doutrina básica da “administração científica”: • para estabelecer as leis, regras e fórmulas que regem os melhores métodos de trabalho, todos os aspectos do trabalho devem ser investigados de forma científica; • a abordagem investigativa do estudo do trabalho é necessária para estabelecer o que constitui “o trabalho justo de um dia”; • para desempenhar suas tarefas os colaboradores devem ser selecionados, treinados e avaliados metodicamente; • os planejadores do trabalho são os administradores que devem agir analisando trabalhos e padronizando o melhor método para sua execução; • os trabalhadores devem ser responsáveis por executarseu trabalho nos padrões estabelecidos pelos administradores; • a máxima prosperidade da administração e dos trabalhadores deve ser atingida com a cumplicidade e cooperação entre ambos. Outros contribuintes para o movimento da administração científica incluem Gilbreth, Gantt e Bedaux, todos trabalhando nos Estados Unidos. De todos os pensadores e suas contribuições, se destacaram dois campos de estudo, separados, mas relacionados: o campo do estudo do método que se concentra na determinação das atividades e dos métodos que devem ser incluídos em trabalhos, e o outro campo das medidas do trabalho, com a preocupação de medir o tempo necessário para a execução de trabalhos. Juntos esses dois campos são referidos como estudo do trabalho. 13 UNIDADE Projeto do Trabalho Críticas à administração científica Logo no início do seculo XIX, críticas à abordagem da administração científica divulgada por Taylor começaram a surgir. Em um documento submetido à Comissão de Relações Industriais dos Estados Unidos, a administração científica é descrita como: • Sendo em “espírito e essência um sistema habilmente idealizado de fazer mais rápido e suar”; • Intensificando as “tendências modernas no sentido da especialização do trabalho e de tarefas”; • Condenando o “trabalhador a uma rotina monótona”; • Colocando “nas mãos dos empregadores uma imensa massa de informações e métodos que podem ser usados inescrupulosamente em detrimento dos trabalhadores”; • Tendendo a “transferir para a administração todo o conhecimento tradicional, julgamento e habilidades, dos trabalhadores”; • Intensificando grandemente “a administração desnecessariamente ditatorial e a disciplina”; • Tendendo a “enfatizar a quantidade do produto às custas da qualidade”. Algumas dessas críticas poderiam talvez ser vistas em termos da luta de poder organizacional “administração versus força de trabalho organizada”, que ocorria naquele tempo. Os dois temas evidentes nessas críticas iniciais justificam, contudo, uma análise mais cuidadosa. O Primeiro é que a administração científica determina a padronização de trabalhos muito divididos e reforça os efeitos negativos do excesso de divisão do trabalho. O Segundo é que a administração científica separa formalmente as tarefas dos administradores de julgamento, planejamento e de alta habilidade, das tarefas dos operadores de rotina, padronizadas e de baixa habilidade. Esta separação priva os colaboradores em geral da oportunidade de contribuir de maneira significativa com seus trabalhos e consequentemente priva a organização de novas contribuições e novas ideias. Esses temas de críticas da administração científica levantam o ponto que o trabalho desenhado sob os princípios rigidos da administração científica inevitavelmente trazem a baixa motivação do pessoal, a frustração pela falta de controle sobre seu próprio trabalho e à alienação no trabalho. 14 15 Aplicações de alguns dos princípios da administração científica mostram uma tendência a superação parcial das objeções a ela transferindo a responsabilidade pelo uso de seus métodos e procedimentos da “administração” para a condução do processo pelo pessoal. Métodos e técnicas da administração científica, ao contrário da sua filosofia, ressaltando especialmente aqueles que vêm sob o título genérico de “estudo do método”, podem mostrar-se úteis na reavaliação crítica do projeto do trabalho. A aplicação prática dessas técnicas explica possivelmente por que ela sobreviveu para ter influência ainda no projeto do trabalho quase um século após seu inicio. Estudo do método O estudo do método é a parte da administração científica que tem as mais diretas contribuições para o projeto do trabalho. Ele é mais uma abordagem sistemática do projeto do trabalho do que um conjunto de técnicas. A abordagem do estudo do método envolve seguir sistematicamente passos: 1. Selecionar o trabalho; 2. Registrar todos os fatos relevantes; 3. Levantar esses fatos criticamente; 4. Desenvolver o método mais prático, econômico e efetivo; 5. Instalar o novo método e Mantê-lo regularmente. Passo 1 - Seleção do Trabalho A maioria das operações produtivas tem muitas tarefas e atividades menores que podem ser submetidos a estudo. Selecionar aquelas a serem estudadas é o primeiro estágio, dando preferência àquelas que darão o maior retorno sobre o investimento do tempo para seu estudo. Significa que é improvável estudar atividades que, por exemplo, podem ser descontinuadas a qualquer momento, ou são desempenhadas ocasionalmente. Os tipos de trabalhos que devem ser estudados como assunto prioritário são aqueles que, por exemplo, parecem oferecer o maior oportunidade de melhorias, ou que estão causando gargalos, atrasos, ou problemas na operação. Passo 2 - Registrar o Método Atual Muitas maneiras diferentes de registrar as técnicas podem ser usadas no estudo do método, sendo que a maioria delas: • Segue protocolo de registrar a sequência de atividades no trabalho; • Anota o relacionamento temporal das atividades entre si no trabalho; ou • Registra a trajetória de movimento de alguma parte do trabalho. 15 UNIDADE Projeto do Trabalho Talvez a técnica de registro mais comumente usada no estudo do método seja o fluxograma do processo. Mapeamento de Processo Diz-se comumente em reuniões que um Fluxograma vale mais do que mil procedimentos A elaboração de fluxogramas é uma metodologia fundamental para entender o funcionamento e os relacionamentos entre os processos industriais e empresariais. Um fluxograma pode ser definido conceitualmente como um método para representar graficamente um processo existente ou a apresentação de um novo processo utilizando simbolos, linhas e palavras de forma a apresentar graficamente a sequência do processo. Os fluxogramas são ferramentas muito importantes, pois mostram como os elementos se relacionam, permitem uma comparação direta com o processo real, apresentam melhorias que podem ser adotadas, são elementos chave para aperfeiçoamento de processos e facilitam muito a comunicação. Ex pl or De acordo com a American International Standards Institute, temos quatro tipos de fluxograma: Diagrama de Blocos (figura 6) que nos dá uma rápida visão do processo Fluxograma Padrão (figura 7) que analisa detalhadamente os relacionamentos Fluxogramas Funcionais (figura 8) que mostram fluxo entre organizações ou departamentos Fluxogramas Geográficos (figura 9) que mostram fluxo entre localidades Fonte: iStock/Getty Images 16 17 Note que estamos registrando o método atual de fazer o trabalho. Pode parecer estranho dedicar tanto tempo e esforço para registrar o que está atualmente acontecendo, quando, ao final, o objetivo do estudo do método é desenvolver um método melhor. A razão disso é que registrar o método atual pode trazer maior entendimento do trabalho em si, e isso pode levar a novas formas de fazê-Io. E, registrar o método atual é um bom ponto de partida para avaliar criticamente e, portanto, melhorar o método. Neste último ponto, vemos que é mais fácil melhorar o método começando do método atual e então criticá-Io em detalhe em vez de começar do zero. Passo 3 -Levantar os Fatos Este é um estágio muito importante no estudo do método. A atividade a ser realizada aqui é examinar o método atual de maneira completa e criticamente. A “técnica de questionamento” é uma ferramenta muito utilizada nesta etapa. Este método procura expor as razões existentes por trás do método, para detectar fraquezas em sua razão de ser e, portanto, desenvolver métodos alternativos. São feitas questões relativas ao: Local em que cada elemento é feito. Por que é feito ali? Onde mais poderia ser feito? Onde deveria ser feito? Propósito de cada elemento.O que é feito? Por que é feito? O que mais poderia ser feito? O que deveria ser feito? Isto pode sugerir uma combinação de certas atividades ou operações. A sequência em que cada elemento é feito. Quando é feito? Por que é feito nesse momento? Quando deveria ser feito? Isto pode sugerir uma mudança na sequência do trabalho. A pessoa que faz o elemento Quem faz? Por que essa pessoa faz? Quem mais poderia fazê-Io? Quem deveria fazer? 17 UNIDADE Projeto do Trabalho Isto pode sugerir uma combinação e/ou mudança de sequência. Os meios pelos quais cada elemento é feito Como é feito? Por que é feito dessa forma? De que outra forma poderia ser feito? Como deveria ser feito? Seguir essa abordagem pode parecer algo detalhado e tedioso, porém é fundamental para a filosofia do estudo do método - cada coisa precisa ser criticamente examinada. Compreendendo a tendência natural de ser menos rigoroso neste estágio, algumas organizações usam formulários, fazendo cada uma dessas perguntas e deixando espaço para respostas formais e/ou justificativas, que pedem ao projetista do trabalho para completar. Passo 4 - Desenvolver um Novo Método Neste momento do trabalho. o exame crítico dos métodos atuais mostrou a possibilidade e oportunidade de mudanças e melhorias. Este estágio tem o propósito de levar essa ideia adiante com o objetivo de: · Eliminar partes inteiras da atividade; · Combinar elementos; · Melhorar a eficiência do trabalho mudando a sequência de eventos; ou · Reduzir o conteúdo de trabalho para simplificar a atividade. Uma ajuda útil durante este processo é a utilização de um check-list. Passo 5 - Instalar o Novo Método e mantê-lo regularmente A abordagem do estudo do método para instalação de novas práticas de trabalho é, nos padrões modernos, ingênua. Ela se concentra muito no “gerenciamento do projeto” do processo de instalação em vez de examinar as reações do pessoal cujos trabalhos e métodos estão sendo afetados. A abordagem do estudo do método também enfatiza a necessidade de monitorar regularmente a eficácia do projeto do trabalho depois de instalado. Todavia, apesar de isso não ter sido concebido como forma de filosofia de “melhoria contínua”, ele pode ser usado como uma oportunidade para repensar e melhorar métodos continuamente. 18 19 Material Complementar Para complementar os conhecimentos adquiridos nesta Unidade, consulte os livros abaixo, disponíveis na Minha Biblioteca: Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livro CRUZ, Tadeu. Manual para gerenciamento de procesos de negócio: Metodologia DOMP™: documentação, organização e melhoria de processos. São Paulo: Atlas, 2015. REZENDE, Denis Alcides. Inteligência organizacional como modelo de gestão em organizações privadas e públicas: guia para projetos de Organizational Business Intelligence OBI. São Paulo: Atlas, 2015. SARAIVA, Renato; MANFREDINI, Aryanna; TONASSI, Rafael (Org.). CLT, Consolidação das Leis do Trabalho. 13. ed. Rio de Janeiro: Método, 2015. 19 UNIDADE Projeto do Trabalho Referências BOOG, G. G. Manual de treinamento e desenvolvimento ABTD – Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. CHIAVENATO, I. Gerenciando Pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. São Paulo: Makron Books, 1994. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Ed. Compacta, 4. ed., São Paulo: Atlas, 1997. DOLL, W. J.; VONDEREMBSE, M. A. The evolution of manufacturing systems: towards the post-industrial enterprise. OMEGA, International Journal of Management Science, v.19, n. 5, 1991. HOFFMAN, K., KAPLINSKY, R. The point of transition - from machinofacture to systemofacture. In: Hoffman, K., Kaplinsky, R. Driving force: the global restructuring of tecnology, labour, and investment in the automobile and components industries. London: Westview, 1988. MARTINS, P. G. E LAUGENI, P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 1998. PFEFFER, J. Seven Practices of Successful Organizations. California Management. v. 40, n. 2, 1998. SALOMÃO, S. Estratégia de Produção e Gestão de Pessoal na indústria de calçados de Franca – SP. Dissertação de Mestrado – Engenharia de Produção- Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1998. SANTOS, F. C. A. Dimensões Competitivas da estratégia de recursos humanos: importância para a gestão de negócio em empresas manufatureiras. Tese de Doutorado – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 1998. WALTON, J. Strategic Human Resource Development. London: Prentice Hall, 1999. 20
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