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PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III Aula 6 - Temas estruturadores do ensino de matemática Introdução Nesta Aula 6, abordaremos a proposta de Matemática dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) em que cada escola e grupo de professores proponham um trabalho pedagógico permitindo o desenvolvimento das competências almejadas dividido em temas estruturadores. Objetivos Proporcionar a vivência e a análise de situações reais de ensino–aprendizagem em Matemática; Analisar criticamente os aspectos científicos, éticos, sociais, econômicos e políticos, que envolvem a prática docente; Reconhecer a proposta de Matemática dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) em que cada escola e grupo de professores proponham um trabalho pedagógico permitindo o desenvolvimento das competências almejadas dividido em temas estruturadores. A natureza do ensino médio e as razões da reforma A reformulação do Ensino Médio no Brasil, estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, regulamentada em 1998 pelas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, procurou atender a uma reconhecida necessidade de atualização da educação brasileira, tanto para impulsionar uma democratização social e cultural mais efetiva pela ampliação da parcela da juventude brasileira que completa a educação básica como para responder a desafios impostos por processos globais, que têm excluído da vida econômica os trabalhadores não qualificados, por conta da formação exigida de todos os partícipes do sistema de produção e de serviços. Lei 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional A expansão exponencial do ensino médio brasileiro é outra razão pela qual esse nível de escolarização demanda transformações de qualidade, para se adequar à promoção humana de seu público atual, diferente daquele de há trinta anos, quando suas antigas diretrizes foram elaboradas. Para o PCN+ (2002), a ideia central expressa na nova lei, e que orienta a transformação, estabelece o Ensino Médio como etapa conclusiva da educação básica de toda a população estudantil – e não mais somente uma preparação para outra etapa escolar ou para o exercício profissional. PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III Isso desafia a comunidade educacional a pôr em prática propostas que superem as limitações do antigo Ensino Médio, organizado em duas principais tradições formativas (ler: a06_t02-3): a pré-universitária e a profissionalizante. Conhecimentos, competências, disciplinas e seus temas estruturadores O Novo Ensino Médio deve estar atento para superar contradições reais ou aparentes entre conhecimentos e competências. Conhecimento O “saber” que a pessoa acumulou ao longo de sua vida. Habilidade A capacidade de treina e aplicar – fazer uso do conhecimento. Competência É a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações – para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situação. Muitas disciplinas acadêmicas e vários campos da cultura resultam de processos recentes de sistematização de conhecimentos práticos ou teóricos, reunindo elementos que, em outras épocas, estavam dispersos em distintas especialidades. Ainda que as disciplinas não sejam sacrários imutáveis do saber, não haveria qualquer interesse em redefini-las ou fundi-las para objetivos educacionais. É preciso reconhecer o caráter disciplinar do conhecimento e, ao mesmo tempo, orientar e organizar o aprendizado, de forma que cada disciplina, na especificidade de seu ensino, possa desenvolver competências gerais. Para o PCN+ (2002), há nisso uma contradição aparente, que é preciso discutir, pois específico e geral são adjetivos que se contrapõem, dando a impressão de que o ensino de cada disciplina não possa servir aos objetivos gerais da educação pretendida. Fonte: http://docplayer.com.br/docs- images/17/175435/images/24-0.png Em determinados aspectos, a superação desse contrassenso se dá em termos de temas, designados como transversais, cujo tratamento transita por múltiplas disciplinas; no entanto, nem todos os objetivos formativos podem ser traduzidos em temas. A forma mais direta e natural de se convocarem temáticas interdisciplinares é simplesmente examinar o objeto de estudo disciplinar em seu contexto real, não fora dele. Por exemplo, sucata industrial ou PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III detrito orgânico doméstico, acumulados junto de um manancial, não constituem apenas uma questão biológica, física, química, tampouco é apenas sociológica, ambiental, cultural, ou então só ética e estética – abarcam tudo isso e mais que isso. Tanto nos PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio), como no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), relacionam- se as competências a um número bem maior de habilidades. Pode-se, de forma geral, conceber cada competência como um feixe ou uma articulação coerente de habilidades. Tomando-as nessa perspectiva, observa-se que a relação entre umas e outras não é de hierarquia. Também não se trata de gradação, o que implicaria considerar habilidade como uma competência menor. Trata-se mais exatamente de abrangência, o que significa ver habilidade como uma competência específica. Como metáfora, poder-se-ia comparar competências e habilidades com as mãos e os dedos: as primeiras só fazem sentido quando associadas às últimas. Informar e informar-se, comunicar-se, expressar-se, argumentar logicamente, aceitar ou rejeitar argumentos, manifestar preferências, apontar contradições, fazer uso adequado de diferentes nomenclaturas, códigos e meios de comunicação são competências gerais e recursos de todas as disciplinas e, por isso, devem se desenvolver no aprendizado de cada uma delas. Assim, lado a lado com o aprendizado de competências que, à primeira vista, poderiam parecer mais disciplinares – como compreender processos naturais, sociais e tecnológicos, interpretar manifestações culturais e artísticas –, podem ser aprendidas competências aparentemente mais gerais – como fazer avaliações quantitativas e qualitativas, em termos práticos, éticos e estéticos, equacionar e enfrentar problemas pessoais ou coletivos, participar socialmente de forma solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas. As ciências da natureza e a Matemática PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III Nas diretrizes e parâmetros que organizam o Ensino Médio, a Biologia, a Física, a Química e a Matemática integram uma mesma área do conhecimento. São ciências que têm em comum a investigação da natureza e dos desenvolvimentos tecnológicos, compartilham linguagens para a representação e sistematização do conhecimento de fenômenos ou processos naturais e tecnológicos. As disciplinas dessa área compõem a cultura científica e tecnológica que, como toda cultura humana, é resultado e instrumento da evolução social e econômica, na atualidade e ao longo da história. Representação e comunicação Leitura, transmissão de ideias, interpretação produção. Investigação e compreensão Capacidade de enfrentar desafios, resolução de problemas. Contextualizar sociocultural e histórico Análise crítica das ideias. Segundo o PCN+ (2002), essa definição da área das Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias também facilita a apresentação dos objetivos educacionais que organizam o aprendizado nas escolas do Ensino Médio em termos de três conjuntos de competências: representação e comunicação; investigação e compreensão; contextualização sociocultural.São objetivos que convergem com a área de Linguagens e Códigos – sobretudo no que se refere ao desenvolvimento da representação, da informação e da comunicação de fenômenos e processos – e com a área de Ciências Humanas – especialmente ao apresentar as ciências e técnicas como construções históricas, com participação permanente no desenvolvimento social, econômico e cultural. A área das Ciências da Natureza e da Matemática se articula com a área de Linguagens e Códigos, sobretudo através do desenvolvimento das competências de representação e comunicação, e com a área de Ciências Humanas, especialmente pelo desenvolvimento das competências de contextualização sociocultural. No diagrama a seguir, vê-se de que forma as várias disciplinas da área igualmente se interligam por essas duas competências gerais e também pela de investigação e compreensão: PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III Temas estruturadores do ensino de Matemática Em nossa sociedade, o conhecimento matemático é necessário em uma grande diversidade de situações, como apoio a outras áreas do conhecimento, como instrumento para lidar com situações da vida cotidiana ou, ainda, como forma de desenvolver habilidades de pensamento. No Ensino Médio, etapa final da escolaridade básica, a Matemática deve ser compreendida como uma parcela do conhecimento humano essencial para a formação de todos os jovens, que contribui para a construção de uma visão de mundo, para ler e interpretar a realidade e para desenvolver capacidades que deles serão exigidas ao longo da vida social e profissional. Nessa etapa da escolaridade, portanto, a Matemática vai além de seu caráter instrumental, colocando-se como ciência com características próprias de investigação e de linguagem e com papel integrador importante junto às demais Ciências da Natureza. Enquanto ciência, sua dimensão histórica e sua estreita relação com a sociedade e a cultura em diferentes épocas ampliam e aprofundam o espaço de conhecimentos não só nesta disciplina, mas nas suas inter-relações com outras áreas do saber. PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III As situações e os desafios que o jovem do Ensino Médio terá de enfrentar no âmbito escolar, no mundo do trabalho e no exercício da cidadania fazem parte de um processo complexo, no qual as informações são apenas parte de um todo articulado, marcado pela mobilização de conhecimentos e habilidades. Aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e habilidades que são essencialmente formadoras, à medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o para compreender e interpretar situações, para se apropriar de linguagens específicas, argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões, generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação. Três grandes competências Segundo o PCN+ (2002), a área de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias elegeu três grandes competências como metas a serem perseguidas durante essa etapa da escolaridade básica e complementar do ensino fundamental para todos os brasileiros: Representação e comunicação, que envolvem a leitura, a interpretação e a produção de textos nas diversas linguagens e formas textuais características dessa área do conhecimento; Investigação e compreensão, competência marcada pela capacidade de enfrentamento e resolução de situações- problema, utilização dos conceitos e procedimentos peculiares do fazer e pensar das ciências; Contextualização das ciências no âmbito sociocultural, na forma de análise crítica das ideias e dos recursos da área e das questões do mundo que podem ser respondidas ou transformadas por meio do pensar e do conhecimento científico. A proposta de Matemática dos PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio), é que cada escola e grupo de professores proponham um trabalho pedagógico que permita o desenvolvimento das competências almejadas. Um primeiro critério, básico e geral, é que os conteúdos ou temas escolhidos devem permitir ao aluno desenvolver as competências descritas anteriormente, avançando a partir do ponto em que se encontra. Saiba mais a06_t06 Atividades Propostas 1. Segundo o PCN+ (2002), as três grandes áreas que organizam e interligam disciplinas, mas não as diluem nem as eliminam são: A) Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Humanas; Linguagens e Códigos. B) Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Filosóficas; Linguagens e Códigos. C) Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Sociológicas; Linguagens e Códigos. D) Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Humanas; Linguagens e Sociologia. E) Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Humanas; Linguagens e Filosofia. 2. Segundo o PCN+ (2002), a área de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias elegeu três grandes competências como metas a serem perseguidas durante o Ensino Médio, que são: PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERV. III A) Representação e comunicação; leitura e interpretação de textos; contextualização das ciências no âmbito sociocultural. B) Representação e comunicação; investigação e compreensão; contextualização das ciências no âmbito sociocultural. C) Representação e comunicação; investigação e compreensão; leitura e interpretação de textos. D) Representação e comunicação; interpretação e produção de textos; contextualização das ciências no âmbito sociocultural. E) Representação e comunicação; investigação e compreensão; interpretação e produção de textos. 3. Segundo o PCN+ (2002), um conjunto de temas que possibilita o desenvolvimento das competências almejadas com relevância científica e cultural e com uma articulação lógica das ideias e conteúdos matemáticos pode ser sistematizado em três eixos ou temas estruturadores no Ensino Médio, que são: A) Progressão Aritmética; Geometria e medidas; Análise de dados. B) Progressão Geométrica; Geometria e medidas; Análise de dados. C) Álgebra: números e funções; Geometria e medidas; Análise de dados. D) Álgebra: números e funções; Progressão Aritmética; Análise de dados. Resumo do conteúdo Nesta aula, você: Compreendeu que as três grandes áreas que organizam e interligam disciplinas no Ensino Médio são: Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Humanas e Linguagens e Códigos; Distinguiu as três grandes competências como metas a serem perseguidas durante o Ensino Médio: representação e comunicação; investigação e compreensão; contextualização das ciências no âmbito sociocultural; Verificou que a proposta de Matemática dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) é que cada escola e grupo de professores proponha um trabalho pedagógico que permita o desenvolvimento das competências almejadas dividido em temas estruturadores.
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